Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dr. Dias Ribeiro: “In Memoriam” – Crónica no Semanário de Felgueiras


Na sequência do artigo anterior aqui transmitido e da pesquisa entretanto efetuada, damos conta do artigo que desenvolvemos para publicação, em mais alargado tributo ao simpático Presidente da Câmara de Felgueiras dos tempos de escola do autor…


Assim, dentro da colaboração que prestamos ao jornal semanal felgueirense, damos agora nota do mais recente artigo, da atualidade, no Semanário de Felgueiras. Partilhando aqui a respetiva coluna, para conhecimento de eventuais pessoas interessadas sobre a crónica impressa na edição desta sexta-feira, dia 21 de Setembro.


(Clicar sobre o recorte digitalizado, para ampliar) 

Do mesmo trabalho, para facilitar a leitura, juntamos o texto original:


Dr. Dias Ribeiro: o Presidente Sorridente 

Faleceu recentemente, mais precisamente a 13 deste mês, um senhor que faz parte efetiva da história felgueirense: o Dr. José Dias de Sousa Ribeiro. Conhecido por Doutor da Gandra e mais tarde residente na então vila de Felgueiras, salientou-se sobremaneira por ter sido Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, corriam ventos amenos no país então quase arredio de evolução, em plena década de 60, do séc. XX. Era distinto advogado, muito dado à cultura e dotado poeta, sendo deveras premiado em concursos de quadras populares e outros géneros de poesia. Residiu em Guimarães nos seus últimos anos. 

Desapareceu então fisicamente o Dr. Dias Ribeiro, como era mais conhecido, esse que se pode considerar um presidente-poeta. Aquele senhor sorridente, por natureza, que era admirado respeitosamente mas não muito conhecido publicamente, entre as gerações mais novas, dado o seu feitio reservado. Mas integrante do imaginário felgueirense de eras recuadas, dos tempos da antiga vila em transformação. Depois de ter deixado esse cargo, respondeu afirmativamente sempre que solicitado para servir a terra de Felgueiras, havendo pertencido a vários organismos e sido Juiz da Mesa da Confraria de Santa Quitéria, em cujo mandato decorreram as mais visíveis obras efetuadas nas cercanias do templo de Santa Quitéria, na alameda do alto da Santa, através de intervenção da Câmara Municipal de Felgueiras, em 1983, quando o executivo do Dr. Machado de Matos deu nozes aos dentes felgueirenses… onde anteriormente era voz do povo que as dava Deus a quem não tinha dentes. 

Há homens que vivem passando ao lado da história; outros que fazem História. O Dr. Dias Ribeiro era um desses últimos, quão se inseria na história dos homens de Felgueiras. Mesmo que, contra sua vontade, em seu mandato municipal não hajam surgido grandes obras, por falta de verbas, apesar de ter havido alguns projetos interessantes, na sossegada sede felgueirense. 

Há documentos comprovativos (como foi referido no Fórum Pensar Felgueiras Cidade, decorrido em 1994) de ter pedido dinheiro para isso, mas nem resposta veio do Governo. Na linha das grandes distâncias, ao tempo mais ainda, entre Lisboa e o resto do país paisagístico. Ora nesse período esteve em cima da mesa um Plano do Parque Municipal, para ser implantado na reta para os Carvalhinhos, nos terrenos do mais tarde chamado Parque das Estacas, onde muito mais tarde foram implantados os edifícios da GNR, Centro de Saúde, Biblioteca e a bomba de gasolina próxima. Ali, nos idos da década de sessenta, esteve então para nascer um parque florestal de lazer, qual espaço verde com court de ténis e uma pequena biblioteca. Como não houve dinheiro a Câmara entretanto começou ali a armazenar materiais, numa função provisória que acabou por se prolongar pelos tempos fora. O armazenamento fixou-se, de permeio fez-se o posto de combustíveis, e o anseio diluiu-se. Até à ideia ter passado ao esquecimento, nos mandatos dos sucessores. Tal como (sabendo-se que a vila ainda tinha muitos espaços agrícolas) esteve prevista uma alameda a rasgar de cima a baixo, até à mais tarde chamada avenida nova (Avª Leonardo Coimbra, hoje), que por ter percorrido mandatos municipais dos sucessores, também, era antigamente chamada dos 3 presidentes. Contudo, sem ovos para fazer omeletes, ficou ideia de ter conseguido uma boa gestão, com o que tinha à mão. 

Embora residente fora, por fim, teve sempre escritório na sede do seu e nosso concelho, mantendo-se atento. Como demonstrava, por vezes, em intervenções poéticas, qual foi o célebre poema irónico ao “Jazigo de Nicolau Coelho”, aquando da implantação da estátua do navegador na praça ainda de terra …

Era esse senhor, com efeito, que se via a andar pela vila e posterior cidade de Felgueiras, sempre com cara de riso e muito afável. E para o autor destas linhas era o marido da nossa professora primária, com quem simpatizávamos pelas imagens que nos ficaram na retina, dessas eras. Para Felgueiras era e é um ex-Presidente sempre recordado. De boa memória. 

ARMANDO PINTO 

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domingo, 16 de setembro de 2012

Homenagem ao Presidente-Poeta de Felgueiras – pela morte do Dr. Dias Ribeiro


Faleceu recentemente um senhor que faz parte efetiva da história felgueirense: o Dr. José Dias de Sousa Ribeiro. Salientou-se sobremaneira por ter sido Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, em plena década de 60, do séc. XX. Era distinto advogado, muito dado à cultura e dotado poeta, sendo deveras premiado em concursos de quadras populares e outros géneros de poesia. Residiu em Guimarães nos seus últimos anos. 

Em homenagem a esse simpático personagem da História de Felgueiras contamos publicar proximamente um artigo jornalístico, embora a necessária pesquisa sobre seu currículo biográfico não seja fácil, por escassearem referências públicas, em publicações dos últimos trinta anos, pelo menos, sobre tal figura. Entretanto, deixamos aqui uma composição poética de sua autoria, que ficou famosa e provocou grande impacto, aquando da implantação (em 1988) da estátua de Nicolau Coelho em Felgueiras, por ter ficado no meio dum descampado (como era e foi durante tempos a depois Praça das Comunidades, em frente à Biblioteca Municipal), além do conjunto escultórico mais parecer uma campa, tipo jazigo de sepultura térrea - coisa que, afinal, anos depois foi alterada parcialmente… dando razão ao seu irónico poema. 

O sucesso desse poema em sextilhas foi tal que, sucessivamente, teve publicação nas mais variadas edições locais e regionais. 

Eis aqui, em transcrição digitalizada, o mesmo – conforme foi publicado em 1989, sem assinatura, como popular que já era, num jornal para as Autárquicas / 89.


© Armando Pinto 

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Crónica no S F: Exaltação ao FC Felgueiras 1932


Na sequência das transmissões habituais de artigos publicados no nosso espaço jornalístico, dentro da colaboração que prestamos ao jornal semanal felgueirense, damos agora nota do mais recente artigo, da atualidade, no Semanário de Felgueiras. Partilhando aqui a respetiva coluna, para conhecimento de eventuais pessoas interessadas sobre a crónica impressa na edição desta sexta-feira, dia 7 de Setembro.


(Clicar sobre os recortes digitalizados, para ampliar) 

Do mesmo trabalho, para facilitar a leitura, juntamos o texto original (no qual, porque na publicação do jornal não chegou a haver impressão duma das fotos, agora se intercala aqui as duas fotos referidas no texto): 

FC Felgueiras 1932: A força da razão 

A História sempre teve muito peso. Como se costuma dizer, quanto o que tem de ser tem muita força. Sem contar a distância no tempo, quais afastamentos que acontecem, pois tudo volta, um dia ou uma hora, quando é para ser ou deve suceder. Acontecendo com mais fortalecimento, através de renovação, com mais força. 

Sem um sentido de destino, mas no apreço de haver uma força que é a da razão, constatamos que é uma epifania, enquanto mudança, como reconversão, o ressurgimento do nome do clube mais representativo de Felgueiras. Pois é isso que nos apraz registar, desta feita, nas considerações que de vez em quando aqui nos levam a procurar elevar na memória coletiva. E como, no sentido literário, epifania é um momento privilegiado de revelação, quando surge um acontecimento que dá mais sentido à vida de algo, pode rever-se nesse aspeto a transformação operada, agora que o principal clube desportivo felgueirense voltou a usar o nome original, com acrescento do ano da fundação genuína. 

Efetivamente a partir desta época desportiva, e após decisão oficial tomada recentemente, o C A Felgueiras (até agora Clube Académico de Felgueiras) mudou de denominação social para "FC Felgueiras 1932". Que é como quem diz, na verdade, Futebol Clube de Felgueiras, desde 1932. Facto decidido em Assembleia Geral de sócios, numa votação aprovada por unanimidade, dos sócios presentes a essa reunião magna da mesma agremiação concelhia, que assim volta a assumir laços com as origens e a tradição. O que, afinal, foi e é uma boa notícia, segundo opinião do signatário destas linhas, ou seja para quem gosta de Felgueiras, sem comprometimentos particulares mas apenas interesse coletivo. Porque esta será uma boa maneira de fazer a ligação do histórico ao atual clube representativo do nome Felgueiras.


Com isto, damos nossos parabéns a quem teve a iniciativa e a quem aprovou. Pois o autor também aprova completamente como Felgueirense e Felgueirista. Na verdade, a existência do Clube Académico de Felgueiras, popularmente conhecimento por CAF, foi uma boa maneira de manter o futebol em Felgueiras, dentro das condicionantes conhecidas e perante os acontecimentos ainda presentes na memória coletiva. Feito o percurso necessário e atingido de novo um estatuto mais consentâneo, felizmente, com a subida ao atual posicionamento no âmbito nacional, era hora de repor antiga relação afetiva, na retoma do nome sempre querido dos felgueirenses. Para cujo desiderato, buscando raízes nas origens, houve a feliz ideia de juntar o ano da fundação do antigo clube, ficando então F C Felgueiras, de novo, com aposição do ano, no nome que passa a vigorar, numa junção do histórico com o atual clube continuador. Tal qual está historiado, sabendo-se que foi em Outubro de 1932 que, também em Assembleia Geral, foi dado o nome ao primitivo F C Felgueiras, conforme se anotou devidamente em livro (entretanto publicado em 2007), do qual para aqui respigamos ainda duas imagens das que constam nas páginas do “Futebol de Felgueiras-Nas Fintas do Tempo: 1932/2007”. Dando umas vistas da primeira equipa, incluindo o fundador Verdial Horácio de Moura, e duma posterior formação famosa, do tempo de Caiçara, Pimenta, Zé Carlos e Cª.


Fica então para a história a Assembleia Geral realizada na quinta-feira dia 9 de Agosto de 2012 – data que anotamos e fixamos para constar, de molde a merecer perpetuação em futura atualização da história do futebol felgueirense. Algo que, com as novas condições criadas pela Câmara Municipal, perante o arrelvamento reposto, no campo de jogo do Estádio Dr. Machado Matos, na presidência municipal de Inácio Ribeiro, sendo Eduardo Teixeira o Vereador do Pelouro do Desporto; e agora, mais, diante da atual denominação, quando o clube atingiu novo fulgor ao ter ascendido à 3ª Divisão Nacional, merece haver atualização em letra de forma…! 

Durante muitos anos o F C Felgueiras e o concelho de Felgueiras viveram uma relação mútua profunda. Entretanto cortada, como se sabe. Mas agora retomada, numa sintonia apetecível, tanto o nome é componente referencial e personalizante da terra que representa, num elo umbilical através do atual e verdadeiro FC Felgueiras 1932. O clube da matriz de unidade felgueirense. 

ARMANDO PINTO 

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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Apontamentos e Recortes historiadores: Longra na memória registada.


Dos originais coligidos, anotados e intercalados entre o texto original, partilha-se aqui alguns recortes e apontamentos sobre factos da Longra de outros tempos (ao tempo ainda não muito distantes), da redação efetuada para o livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras. Respigos esses, neste caso apenas de 1990 a 92, como meros exemplos, de fastos então incluídos no material angariado ao longo de muitos anos. 

Eis assim, como recordação a compartilhar, algumas páginas do trabalho datilografado para o efeito, do que mais tarde teve publicação em 1997.








Armando Pinto 

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