Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 8 de julho de 2015

50º Aniversário da 1ª Subida de Divisão do F C Felgueiras


Foi a 8 de Julho de 1965 que, em pleno início do verão de meio da década de sessenta, se deu a inesquecível primeira subida de divisão da equipa de futebol de Felgueiras.

No livro “Futebol de Felgueiras - Nas Fintas do Tempo”, publicado em 2007, deixamos exarado, quanto a esse período da história felgueirense:


«… Decorrendo o tempo, com o desporto local quase limitado ao futebol a nível distrital, no ambiente da vila de então passaram-se anos de discreta pacatez, embora prenhes de entusiasmo interno. Na conta corrente desportiva inicial, contou tempo em que o clube participou despretensiosamente, durante algumas épocas, na 3.ª Divisão Distrital, à compita com equipas de terras e concelhos vizinhos, com os quais disputava renhidos “derbies” regionais, em jogos que movimentavam grandes molduras assistentes e despertavam bairrismos. Contudo sem grandes veleidades aos lugares de promoção, que outros clubes de zonas mais desenvolvidas e maior poderio disputavam.
Até que chegaram épocas gravadas na memória local, conseguido que foi formar conjunto valioso de atletas, através de jogos feitos por nomes celebrizados a nível caseiro, entre os quais o famoso avançado Sabú e seus companheiros Monteiro (guarda-redes principal), Cardoso, Mário, Mendes, Mamede, Pacheco, Estebaínha, Pimenta, Zezinho, Roda, José Manuel, José Carlos (guarda-redes suplente) e outros, em 1964/1965, seguindo-se depois em 1965/66 o célebre Caiçara, acompanhado também por Pimenta como alguns outros sobreviventes e mais uns Fernando Mesquita, Loureiro, Augusto, Franquelim, Pereirinha, Moura, o guarda-redes Jorge, etc. Épocas em que as carreiras da equipa atraíram grande mole de acompanhantes, tendo então sido frequente irem em autocarros fretados, para o efeito, diversas excursões de adeptos para assistirem aos jogos, disputados na área do distrito, bem como nos prélios disputados em Felgueiras havia quase sempre casa cheia.
O rectângulo de jogo era então vedado a tubos de ferro, suportados por mecos de cimento, sendo esses ferros pintados a intervalos de azul e vermelho, enquanto o espaço do público se quedava em terra rampeada, albergando numerosa assistência, com o recinto fechado por muros de blocos de cimento.
Efectivamente o primeiro grande momento deu-se quando, em 1964/65, aconteceu a primeira subida na história do clube. Depois de se ter classificado em segundo no respectivo campeonato (em que subia apenas o primeiro automaticamente, nesse ano o Gondomar, que superou o despique final à tangente), o Felgueiras ascendeu enfim à 2.ª Distrital, graças a memorável jogo de “tira-teimas”, numa finalíssima disputada em campo neutro, em Amarante, no começo do Verão de 1965 – entre o vice-campeão da 3ª Divisão Distrital (Felgueiras) e o clube da 2ª (Lixa) classificado acima do que ficara despromovido da mesma divisão superior. Estava assim em jogo a promoção do Felgueiras ou a permanência do Lixa, nessa categoria. Nos jogos a duas mãos, verificaram-se vitórias das equipas da casa, à vez, tornando necessário um desempate. Então, apesar de ser um dia de semana, Felgueiras esteve em peso nessa tarde no campo de Amarante, diante do F. C. da Lixa. Nesse ano era a equipa de Felgueiras treinada por Nelo Barros, enquanto na formação sobressaía Sabú, autor dos dois golos com que foi selada tão eufórica vitória, por 2-0.
Ficou na memória local o regresso dos heróis, que resultou numa autêntica romaria popular, vindo em ruidosa caravana os atletas e demais componentes da equipa, bem seguidos por delirante falange de adeptos, dos que estiveram no campo, em longa fila por meio de tudo quanto era transporte, desde motorizadas, motões, velhas carrinhas fechadas e de caixa aberta, camionetas de excursão e carros, como até bicicletas (embora estas levassem mais tempo naturalmente, acrescendo nalguns casos o ciclista condutor levar mesmo um acompanhante no quadro). Curiosamente, para evitar passagem na Lixa, o cortejo veio pela Serrinha e, via Aparecida, passou na Longra, onde se deu um dos maiores banhos de multidão de que há recordação, recebida a vitoriosa embaixada ao toque de bombos, latas e o mais que fazia barulho, indo por fim, tudo e todos, em demanda da vila de Felgueiras, em cujo centro urbano a festa durou até às tantas...»

Do acontecimento, a propósito e como recordação, juntamos recorte coevo dum jornal local, dando nota do que ao tempo ficou registado no “Notícias de Felgueiras”:


Armando Pinto


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Agradecimento e Reconhecimento


Depois das mensagens mais à mão da generalidade, por via da rede social do facebook, agora é tempo de um agradecimento mais particular e pessoal às pessoas amigas e conhecidas dos círculos restritos, como no caso desta página da blogosfera de cariz bairrista.



Assim sendo:
- Agradeço sensibilizado e reconhecido todas as manifestações de amizade recebidas no dia do meu aniversário natalício, continuando muito satisfeito por mais um ano com a estima de todos vocês.
Abraço a todos.


Armando Pinto