Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Próximo artigo no Semanário de Felgueiras sobre o ilustre felgueirense senhor Teófilo Leal de Faria


Da colaboração do autor destas linhas ao Semanário de Felgueiras e na linha de tratamento de assuntos de natureza felgueirense, o próximo artigo que está para ser publicado nas páginas do mesmo jornal é dedicado a um senhor que durante anos me habituara a ver em Felgueiras, e conheci bem de suas vindas à Longra para assuntos de trabalho, sendo cliente fiel dos serviços da bobinagem de meu pai. Como depois vi desaparecer, por também ter acompanhado as cerimónias de seu funeral (no sábado da semana anterior ao Natal desse ano de 1977). E no presente sinto que sua memória tem sido algo injustiçada com algum esquecimento em diversos aspetos. Assim lembrei-me de escrever um artigo, das minhas crónicas no SF, a homenagear essa pessoa que muito fez por Felgueiras, entre ações pioneiras na industrialização e modernização da vila de Felgueiras de seu tempo, mas não tem sido lembrado como merecia, de forma que quase é já desconhecido seu labor bairrista entre as gerações mais novas – o sr. Teófilo Leal de Faria.

Adianta-se desde já a notícia, obviamente sem divulgação do texto próprio do artigo, para que as pessoas que se envolveram no caso e esperam o artigo fiquem descansadas que está feito. Bem como se anota que a foto do homenageado é de um quadro emoldurado pertença do sr. Nelson, a quem o autor agradece o favor da respetiva cedência e autorização de uso. Acabando, noutro aspeto, por com esta novidade poder já eventualmente ficar alguma expetativa para a edição do próximo número do jornal, quando tiver vez a publicação do artigo.

Como particularidade pessoal, acresce uma curiosidade que pode não vir muito ao caso mas tem relação. Sendo que nas histórias de vida, como esta de grande relevo, a apresentar, há outras curiosidades associadas a fazer com que algo mais permaneça nas lembranças. Como foi o caso do funeral do senhor Teófilo me ter ficado nas memórias de vida, particularmente. Além da grande admiração que meu pai tinha pela pessoa do senhor Teófilo Leal Faria e me soube transmitir. Acontecendo então que eu fui ao seu enterro a acompanhar meu pai e me senti ali deveras honrado ao ver que meu pai (o meu grande heroi de sempre) era tido em grande estima e consideração entre os colaboradores e sócios do finado grande senhor felgueirense. Mas mais ainda... Pois, nesse tempo, em que eu havia casado meses antes e fumador como era há alguns anos saboreava travar o fumo ao fumar (Porto Gigante ou SG Gigante), me estava a resguardar na ocasião de ir com a mão ao bolso dos cigarros, enquanto esperavamos a saída do féretro rumo à igreja paroquial de Margaride e matriz da sede do concelho, com meu pai ali. Evitando assim então de puxar do maço de tabaco (pois, guardando respeito a meu pai, como era uso ao tempo entre pessoas de bons costumes), tive a grata surpresa de meu pai, fumador também, me dizer que podia fumar à vontada diante dele. Hoje que já não fumo, mas tenho boas memórias de quando fumava, isso não esquece.

Nesses momentos, de formação do funeral, entre a ida usual para a igreja e seguimento para o cemitério, em que por norma entre os acompanhantes uns costumavam aproveitar para refletir conjuntamente e outros conversavam de tudo e mais alguma coisa da vida social do tempo, lembro-me de ouvir entre seus contemporâneos lembrarem que o senhor Teófilo, tal era o respeito que lhe tinham, até por vezes fez de conselheiro familiar e matrimonial, apesar de ser solteiro, mas talvez também por isso, tendo ajudado como medianeiro diversas famílias na manutenção das respetivas uniões. 

Ora, se pensei escrever sobre o senhor Teófilo, consegui por fim fazer qualquer coisa, com o artigo que escrevi há algum tempo. A aguardar oportunidade de sair a público em próxima edição  do Semanário.

Depois da natural investigação e diversa pesquisa, metendo mesmo consulta a pessoas que ainda há de seu tempo ou que se recordam de algo, especialmente amigos conhecedores do passado concelhio e interessados também pela preservação da memória felgueirense (felizmente posso dizer assim de amigos como os senhores José Diogo e Mário Pereira!), o artigo foi escrito em modo ligeiro, para não exceder a paginação habitual e também não ser maçador, como se poderá depois ver, publicamente

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Complementando o tema, por quanto foi necessário investigar, valeu a memória pessoal do que sabia (ou seja, do conhecimento pessoal do autor), como as informações de amigos (ah, até o Mário Adão Magalhães ainda se lembra bem do automóvel e sabe ainda a matrícula!), a juntar ao que consta dos jornais de Felgueiras, especialmente. Porque quanto a livros de índole municipal não houve por onde se pegasse, incluindo além dos que serão referidos no artigo, também o dos Presidentes da Câmara de Felgueiras, sem qualquer referência ao segundo filho e irmão, respetivamente, de dois dos presidentes (enquanto nalgumas histórias de outros aparecem variadas informações familiares); tal como no livro intitulado Felgueiras 500 Anos de Concelho, na parte sobre a indústria e industriais, por exemplo, nada consta sobre o empresário em apreço.

Então, de material de interesse, para o caso, como ilustração de algumas das fontes de pesquisa documental, juntam-se extratos de recortes de jornais antigos de Felgueiras, cujas descrições dispensam outras explicações.

In O Jornal de Felgueiras de 5 de agosto de 1933:


N' O Jornal de Felgueiras de 26 de março de 1966:


No Notícias de Felgueiras de 31 de dezembro de 1977:


Assim sendo, será sobre este bom e grande felgueirense o artigo do autor em vias de publicação proximamente  no Semanário de Felgueiras. 

Armando Pinto
agosto de 2020
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