Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Cortejo das Flores – Felgueiras / 2016


Manhã de sol, em dia de feriado municipal, e muito povo encosta acima, desde o sopé do Monte de Santa Quitéria, na cidade de Felgueiras, até ao cimo onde tem lugar a festa do concelho. Reunidos os ingredientes habituais, subiu mais um cortejo das flores até ao arraial da festa felgueirense do S. Pedro, dando o tradicional colorido ambiental a toda aquela íngreme artéria que, já desde os tempos do célebre Padre Casimiro José Vieira da revolta da Maria da Fonte, é da Alegria.

Realizou-se então na manhã deste dia 29 de junho, como é usual anualmente, o tradicional Cortejo das Flores, apreciado número do programa que é cabeça de cartaz das festas do Concelho de Felgueiras. Desde que foi recuperada essa tradição, em inícios dos anos noventas, depois de ter havido interrupção de antiga organização desse cortejo, que havia durado até meio dos anos sessentas. Vindo à lembrança a memória do sr. Cunha Felgueiras, simpático personagem do remanso da antiga vila de Felgueiras, já falecido, que durante muito tempo teve papel preponderante no processamento desse cortejo. Assim como reconhecemos a importância que teve quem (ainda vivo e bem, felizmente, como vimos lá no meio dos participantes, a desfilar), quem conseguiu tempos atrás reeditar esse antigo costume, por volta de 1990. Inicialmente apenas com o seu Rancho e mais alguns outros agrupamentos folclóricos, até que nos anos seguintes foi engrossando a participação com escolas e associações, a que se juntaram representações das Juntas de freguesias, de modos que posteriormente ganhou novo alento e tem tido grande afluência.  

É agora, de há anos a esta parte, este cortejo um grande chamariz das atenções, dando particular realce à festividade.

Do cortejo deste ano, como exemplos, colocamos algumas imagens panorâmicas a dar ideia do que é essa caminhada florida monte acima, desde a cidade de Felgueiras até à alameda do Monte de Santa Quitéria, dentro da festa do S. Pedro de Felgueiras.


Armando Pinto

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sábado, 18 de junho de 2016

Feira e Feiras Felgueirenses: Felgueiras vai ter feira maior uma vez por mês



Lê-se nalguns órgãos de comunicação por estes dias, a meio de Junho, que «Felgueiras vai ter, a partir de 2017, uma vez por mês, a título experimental, uma feira ao sábado, para além dos mercados semanais, à segunda-feira, que se mantêm.

Segundo o vereador Francisco Cunha, a experiência vai prolongar-se por um ano para se perceber "a apetência da população". Se os resultados forem bons, prometeu, a realização de uma feira ao sábado, passará a ter caráter definitivo.
O mercado de Felgueiras, realizado sempre à segunda-feira, registou noutras épocas uma maior procura. Nas últimas décadas, a presença de clientes tem decaído, algo que o vereador atribui ao facto da maioria da população estar ocupada nos seus empregos. Por isso, acrescentou, talvez ao fim de semana haja maior disponibilidade para as pessoas acorrerem ao mercado.
Acresce que, prosseguiu, as recentes obras de remodelação realizadas no mercado municipal, proporcionam melhores condições para quem vende e para quem compra, justificando-se por isso tentar potenciar o espaço. Francisco Cunha diz que os feirantes já foram contactados e fizeram chegar as suas expectativas, mostrando-se agradados com a realização de uma feira, uma vez por mês, ao fim de semana. Se a experiência correr de acordo com as expetativas da Câmara, assinalou, os feirantes que habitualmente vendem os seus produtos em Felgueiras poderão ter possibilidade de aumentar os seus rendimentos, o que dinamizará o setor agrícola no concelho…»

= Foto da feira no mercado de Felgueiras, conforme consta no desdobrável turístico de Felgueiras publicado pela CMF em 1983. 

Pensando na perspetiva de munícipe, uma razão forte da feira de Felgueiras não ter grande importância pode ser pelo facto de só se realizar de manhã (sabendo-se que as manhãs são mais ocupadas e depois do almoço há mais disponibilidade) e nunca se ter estendido pela tarde adiante, como as da Lixa, Lousada, Paredes, Amarante, etc. - as mais conhecidas da região e deveras frequentadas por muita gente. Basta ver como a feira da Longra, que na versão nova é algo recente e apenas acontece sensivelmente de 2 em 2 meses, como decorre todo o dia costuma ter apreciável frequência. Assim sendo, para melhor dinamizar a feira de Felgueiras, além dessa feira mensal aos sábados (que deve resultar), porque não experimentar estendê-la pela tarde das segundas-feiras, também?!

Este tema das feiras em Felgueiras, na ótica memorial, já foi historiado em crónicas do autor destas notas, nomeadamente nalguns artigos no Semanário de Felgueiras. Conforme se junta de seguida:

Feiras no Concelho de Felgueiras

Outrora, quando a subsistência de muita gente dependia do escoamento ao que era fabricado nos campos, representava primazia no modo de vida das gentes destas terras Felgueirenses, também, a venda dos produtos cultivados, através das feiras que ia havendo por estes sítios.

Decorreram séculos enquanto esse processo de mercado desempenhou lugar primordial na economia da região, tendo significado remedeio e progresso nesses tempos, minorando problemas de uma existência algo estacionária em zona de agricultura intensiva e propriedade dividida. Em tempo enquadrado num ambiente de paisagem influenciada às suas causas e marcas, como de um quotidiano rural afeiçoado ao regime de arrendamento de quintas, por meio de pagamento aos senhorios de uma parte dos géneros do próprio amanho da terra, através de carros de pão, envasilhas de vinho, alqueires de feijões, cabos de cebolas, arrobas de batatas, peças de linho. Dependendo muito da terra, que era esfarelada entre dedos no apuro, da disposição e quantidade das carreiras de uveiras e sucedâneos bardos de vinho. E acordos de honra por palavra dada, sem papel assinado. Então em ronceiras carroças com galinhas, coelhos e outros animais de criação doméstica e “carreadas” de cereais, frutos, sementeiras e hortaliças em carros de bois cujo carrego detinha efeito nas grandes rodas a chiar o peso das cibanas sobre ressequidos eixos, lá eram transportados os produtos para as feiras, às carradas, em vista à substituição dos princípios da autossubsistência de trocas e procuras às próprias casas nas comunidades algo isoladas, pela economia de mercado da venda pública propícia a oferta antes da entrega, regateando-se preço acertado. Bem como com bois e vitelos a medrar, levados até esses largos da confluência mercantil puxados por sogas, açougues presos a jugos ou cangas, conforme os casos de juntas ou unidades, sob ação de aguilhões.

= Antigo Largo da Corredoura, da vila de Felgueiras, que servia de praça central e era onde funcionava o original campo da feira…

Conforme a origem da palavra, feira (do latim “feria”) tinha a ver com um dia livre, relacionando-se na evolução linguística também com a palavra féria, de descanso. Entre os Romanos era um «dia em que se prescrevia a cessação do trabalho, para que as pessoas estivessem livres para feirar…»

Criadas as feiras ao tempo de D. Afonso III, em Portugal, desde os longínquos reinados que tal estabelecimento resultou com a instituição desses postos de transações, concentrando num local o fruto do trabalho do povo e colocando à disposição a distribuição de bens necessários, ao mesmo tempo que tornava lucrativa a tarefa agrária. Ao passo que conjuntamente havia possibilidade de negócios de gado, arrematado pelos lavradores para ajuda nos trabalhos agrícolas. Enquanto à mão apareciam panos e outras necessidades ao trajar e “cacos”, “limpezas” e demais precisos do lar, enfim havendo de tudo um pouco à frente do nariz, a tentar os olhos.

= Trajes antigos de feira – Coreografia etnográfica – conf. Publicação do Rancho Folclórico de Varziela. =

Nesta área sobreviveram velhas tradições em primitivas feições nalgumas feiras onde o povo folgava. Do que há notícia, entre outras possíveis, sabe-se que ao tempo da Honra do Unhão, existiu primacialmente uma feira denominada de Santo Eusébio, instalada sensivelmente em campo situado no monte desse nome, sobranceiro ao lugar da Sargaça, naquela freguesia condal. Sucedendo com a anexação, mais tarde, ao então Julgado de Felgueiras, que para compensar a perda da independência foi mantido no Unhão privilégio de feira franca, de três em três semanas, «não admitindo realização de outras nos arredores da Comarca de Guimarães...». Feira que no tempo do posterior concelho do Unhão se realizava já uma vez por semana. Entretanto, em Pombeiro, na era administrativa de seu Couto, outra ali decorria à sombra do desenvolvimento monástico. Mais vagas notícias dão conta, na tradição popular, de ter havido ainda uma feira temporária em Jugueiros, no tempo em que esta freguesia Felgueirense pertenceu a Fafe. Terá tido lugar desde longínqua época a Feira de Margaride, que, segundo parece haver referência, aludida algures, tal «mercado já existia no ano de 1590, então realizado no Souto da Corredoura, às portas da vila». De distantes tempos vem igualmente a da Lixa, que pelo menos se fazia (segundo o Dr. Eduardo Freitas na sua monografia) «já em começo do século passado» (XIX); havendo quem refira até uma data, de 1726, em que já existiria (segundo referência surgida no Cortejo Histórico de Felgueiras de 2004); a qual, conforme Carlos Coelho escreveu, «realizava-se num largo, da Povoação da Lixa, pertencente à casa do Terreiro, com autorização dos seus proprietários». Também em Várzea havia uma, «na fertilíssima planície atravessada pela (antiga) estrada e onde se faz(ia) uma boa feira mensal», quando (conforme descrição do “Minho Pitoresco”), por desaparecimento da antiga, na transição concelhia a vila-sede «não tinha feira nem mercados»... tendo essa de Várzea sido criada a meio do século XVIII, realizando-se sempre em dia próprio de cada mês, ao tempo conhecida por Feira dos Despiques e que se manteve com o século XIX bem adiantado (sendo ainda referida no “Minho Pitoresco”, em 1886), até que a Câmara a mudou para a sede do concelho. De permeio houve criação simultânea de duas, em Barrosas e na Longra, no tempo do concelho de Barrosas, tendo esses feirões do Largo do Bom Jesus e do Sambeito da Longra também tido supressão já no decurso da integração total do concelho de Felgueiras. Tendo sido até a da Longra parceira importante de outras periódicas que se realizavam pela região, e que por norma eram anunciadas com antecedência na imprensa, como há notícia do jornal “Vida Nova” (do Padre Albino Magalhães), ainda em 1912, fazendo então cotejo da feira da Longra à da Aparecida (do concelho de Lousada), por exemplo…


Assentado o pó de tais transformações, passaram os homens a irem com os tradicionais varapaus e as mulheres de taleigos à cabeça em demanda da vila de Felgueiras, para onde fora transferida a de Várzea, enquanto junto à capela de São Jorge se passou a efetuar apenas uma anual, pelos 23 de Abril – transformada em novas características que lhe granjearam fama até meio do século XX por inserir no seu programa a Feira da Linhaça, que englobava mercado ao ar livre de todos os utensílios da lavoura, além da grande feira de gado bovino que costumava ter grande afluência e de que restou até à atualidade a tradicional feira de trocas de gado.

Então, desde os tempos do largo da Corredoura, em Margaride, «onde se realiza(va)m as feiras (entretanto surgidas com o novo concelho) mensais de 14 e 29 (hoje em dia semanais e de apenas meio dia), onde (se via) o lavrador, que desmonta(va) à porta da tenda, prendendo a égua em uma argola cravada na parede ou num tronco da carrada de lenha que espera(va) ao sol o machado do rachador...(e) pousa(va)m os saltimbancos...» - conforme era descrito em 1886 no “Minho Pitoresco”, entrecortado por parênteses de atualização - foram alguns os poisos da feira de gado e mercado de Felgueiras, até ao que conhecemos agora do Mercado Municipal e zona adjacente.

Da mesma Feira de Margaride, a crónica social “Ilustracção Portugueza”, em página dedicada à Vila de Felgueiras, no seu número de 2 de Junho de 1919, fixou algumas fotografias, da «feira de gado cavalar», em frente ao então “Hotel Belém” (a qual «perto d’ele se realisa e que costuma ser muito concorrida») como, extensivamente, das «barracas de fatos feitos e roupa branca no largo próximo à igreja de Margaride».

= Panorâmicas de 1919...

A evolução do tempo alterou toda aquela antiga importância, aqui registada assim superficialmente.

Entretanto, em meados das entradas da década de cinquenta, houve também anual festa com Feiras Francas no lugar do Assento, na freguesia de Jugueiros. Incluía essa festividade, criada pela Câmara, feiras de gado abrangentes a três dias consecutivos no último fim-de-semana de Agosto, a abarcar concursos de gado bovino, suíno, lanígero, cavalar, muar e caprino, rematando no último dia com a Feira dos Caçadores, a qual englobava ainda concurso de criadores de furões. Nos tempos mais recentes a mesma ficou como Feira de Gado da Festa de Santa Marta e Senhora da Paz, inserida em tal festa anual do Largo do Assento, em Jugueiros.

= Postal Ilustrado da coleção editada pelo Rancho Folclórico de Varziela =

Manteve-se contudo, segundo tradição de longas décadas, na sede concelhia, a centenária e anual Feira de Maio, em Felgueiras – desde 1901 com lugar no primeiro domingo e seguinte segunda-feira desse mês. «Importante feira» que, no referido exemplar da “Ilustração Portugueza” de 1919, se realizava «no largo fronteiro» (ao antigo edifício da Câmara Municipal, depois casa do Tribunal). Certame esse de enraizado cunho expositor de gado, através de concursos pecuários de criadores agrícolas e competição alargada a corridas de cavalos, além de outros números de lazer, que antigamente contavam com um desfile etnográfico chamado Cortejo das Lavradeiras; tal como, em diversos anos, incluíram mesmo provas populares de ciclismo. Realizavam-se essas festas de ano então ainda no centro da vila, ocupando área do campo da feira e depois outros espaços laterais das ruas, no mesmo centro. Presentemente o seu cunho tradicional tem-se diluído nas constantes mudanças de locais das realizações, indo para espaços vagos ou em obras e depois de estes ocupados para outros, sucessivamente durante anos, até que começou a ser colocada a Feira de Maio dentro da área aberta atrás da Cooperativa Agrícola, e ultimamente na urbanização das Portas da Cidade, enquanto o espaço entre os seus arruamentos tem estado vago – restando mais como parque de divertimentos, por ora... esperando-se que ainda lhe seja destinado espaço próprio, um dia, para o efeito.

Entretanto, a partir da década dos anos noventas começou em Felgueiras a ser realizada uma feira anual de reconstituição histórica, umas vezes no alto do Monte de Santa Quitéria e outras no centro da cidade de Felgueiras, a que foi dado nome de Feira das Tradições, contando com a colaboração e presença de representações dos ranchos folclóricos do concelho e alguns grupos convidados de outras zonas, com fins de recriação cultural, sendo os produtos angariados e vendidos pelos próprios agrupamentos.

= Feira da Longra na primeira reedição, em 2004!

Já em pleno começo do século XXI foi retomada a tradição da Feira da Longra, inicialmente em versão anual, como aconteceu em 2004 e 2005. Depois, dentro das suas características próprias, a nova Feira da Longra, na Vila da Longra (inicialmente com lugar no espaço de lazer junto à sede da Junta e terreiro de recreio da escola, mais arruamento lateral à Casa do Povo), seguidamente foi realizada em quatro edições anuais a partir de 2006 e em 2007 teve definição oficial através de aprovação municipal. Havendo mais tarde passado a realizar-se na Zona Industrial da Longra (no parque da antiga Metalúrgica da Longra), sensivelmente de dois em dois meses, conforme marcação da parte organizativa. 

= Sequência de imagens da feira da Longra: A antiga, no baldio da mata do Sambeito, perto ao Largo da Longra; e a nova, na genuína versão inicial, junto à sede da Junta e escola. =

Enquanto isso, em Jugueiros de há anos a esta parte recomeçou a anteriormente referida feira de gado anual, embora mais como festividade de divertimento. E a partir de 2012, por despacho municipal, passou a haver no centro da cidade de Felgueiras uma Feira das Antiguidades e Velharias, com lugar na primeiro domingo de cada mês, no jardim da Praça da República.

No presente, em suma, mantêm-se apenas no concelho, como feiras regulares, a semanal Feira de Felgueiras, às segundas-feiras de manhã, mais a congénere da Lixa às terças. E, em nova versão, de cerca de seis realizações durante o ano, a referida Feira Tradicional da Longra, como anualmente a Feira dos 23 de Abril em Várzea, e na Lixa a Feira das Oitavas nas segundas-feiras de Páscoa; tal qual nos primeiros Domingo e Segunda-feira de Setembro a Festa das Vitórias da Lixa, mais sua tradicional Feira das Uvas e das Cebolas. Às quais se acrescenta, nas circunstâncias conhecidas, a referida anual de Jugueiros, de cunho festivo; como também uma vez por ano a Feira das Tradições na sede do concelho, de revivalismo histórico, mais a mensal das Antiguidades e Velharias, aos domingos primeiros de cada mês. E então, a partir de 2017, a mensal maior de Felgueiras num sábado de cada mês.

Armando Pinto

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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dia da Pátria


Tremula a bandeira portuguesa à vista das imagens do Dia de Portugal, no 10 de Junho, assinalando data destinada a vincar o sentimento da nação, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, como é oficialmente chamado. Sendo dia celebrado a 10 de junho a marcar a memória de Luís Vaz de Camões, na parte mais popularizada, além de ser também dedicado ao Santo Anjo da Guarda de Portugal, protetor do país, comemorado com feriado nacional e celebrado como Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses. Exaltando assim o Peito Ilustre Lusitano, como cantou em verso o épico Camões n’Os Lusíadas e por inerência exultando com tudo o que respeita e representa a Pátria, a grei nacional.

Nesse sentido, havendo portugueses espalhados pelos quatro cantos do planisfério mundial, o dia de Portugal tem a ver com as comunidades lusas alastradas pelo mundo fora e por quanto representa essa diáspora, normalmente revista no simbolismo imaginário de Camões e D. Afonso Henriques, Castelo de Guimarães, Torre dos Clérigos, Universidade de Coimbra, Padrão dos Descobrimentos e sobretudo do Galo de Barcelos.

No Decreto de atualização à instituição da efeméride, lê-se: "O dia 10 de Junho, Dia de Camões e das Comunidades, melhor do que nenhum outro, reúne o simbolismo necessário à representação do Dia de Portugal. Nele se aglutinam em harmoniosa síntese a Nação Portuguesa, as comunidades lusitanas espalhadas pelo Mundo e a emblemática figura do épico genial."

Ora, associando ao significado da comemoração deste dia algo personalizado de fundo patriótico, porque cada um tem também sua ligação à terra mátria e temos nossos heróis, olhamos para um objeto que nos faz lembrar algo de especial afeição – sendo uma máquina de costura antiga que em pequeno (o autor destas linhas) via minha mãe a usar em consertos domésticos, enquanto em família convivíamos sorrindo nesses e outros instantes da vida, em nossa casa e na terra nossa.

Algo que temos connosco, nosso.

Armando Pinto

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Artigo no SF - Na passagem do 26º aniversário do Semanário de Felgueiras


Está de parabéns o Semanário de Felgueiras, na passagem de 26 anos de vida de suas páginas impressas; e extensivamente o concelho de Felgueiras por ter este semanário regularmente diante dos olhos e sentidos felgueirenses.

Como colaborador antigo (mesmo o mais antigo, presentemente) do jornal Semanário de Felgueiras, periódico felgueirense que completa 26 anos de edições e continua sua anuidade de publicação regular, foi de apologia a essa durabilidade, do mesmo órgão informativo, o artigo que saiu escrito pelo autor, em torno e a propósito da efeméride, em cunho pessoal –  do qual para aqui transpomos imagem da respetiva coluna e colocamos o texto por extenso:


Semanário adulto de incremento felgueirense

Um destes dias, estando a apaparicar um dos meus netos, veio-me à ideia uma lembrança passada precisamente nos meus primeiros tempos, dando comigo a voar no pensamento até então, quando, segundo me veio à retina da memória, também eu fui assim afagado nos braços de minha mãe e agarrado a meu pai. Não sendo em vão que temos réstias da infância em nós. Como todos gostamos dessa fase e há momentos da vida em que nos sentimos assim, revivendo tempos em que estivesse sol ou chuva tudo era límpido e nos parecia ao alcance do olhar.

Está agora a passar a época do chamado dia da criança, pondo mais ênfase de atenções nos pequeninos, ao prestar-se à realização de ações motivadoras para momentos alegres aos bandos infantis, das crianças que dão asas à sua satisfação pura. Saltitando, como água corredia a irradiar claridade, na simplicidade reluzente.

Foi exatamente numa dessas ocasiões, há já uns anos bons, que um dia surgiu um jornal que veio dar mais realce ao noticiário escrito sobre assuntos de Felgueiras. Tal o caso do aparecimento do Semanário de Felgueiras há 26 anos, sendo periódico que trouxe uma nova abordagem de temas felgueirenses, desde que apareceu ao público a 1 de junho de 1990. Então como criança esbelta e com sonhos no sorriso das imagens, como em tudo o que é pequenino tem graça. Para depois ir crescendo, e, como andorinha, em bando chilreante, vir anunciar a primavera com empenho social e cultural. 

Está agora o Semanário de Felgueiras já adulto, crescidote que se foi tornando e entrado em idade de desenvolvimento. Continuando a ter nas páginas impressas aspirações de desenvolvimento para Felgueiras.

Tem pois Felgueiras um Semanário adulto, à vista de crescimento para a comunidade interessada em quanto a Felgueiras diz respeito. Enquanto no concelho o interesse geral clama por progresso mais célere e que não haja recuos. Felgueiras tem marcado passos atrás em certos aspetos, desde as incompreensíveis uniões que desvirtuaram as freguesias históricas e desapertaram laços tradicionais, até algum escurecimento do ambiente, desde que por poupança, em tempo de crise monetária e social, foram desligados postes de iluminação em locais necessitados de visibilidade, mau grado continuarem outros acesos em sítios quase ermos. Como mero exemplo, entre marcas que podem ficar. Sendo assim já tempo de ser repostas essas e outras situações, de modo que haja melhor desenvolvimento concelhio. 

Está aí a primavera em seu luzimento. Fazendo reviver com alegria possível melhores dias, na transição do inverno tristonho para um espírito mais risonho, transformado em sopro de vitalidade. Estado que bem pode ter a ver também com o que se vai escrevendo e lendo, na vontade de que Felgueiras cresça e sempre compareça, cumprindo ideal comunitário. Qual desejo de que o concelho de Felgueiras deve realizar-se e engrandecer-se no que sempre uniu a alma felgariana e fortaleceu o ânimo felgueirense.

ARMANDO PINTO

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