Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Exaltação ao Padroeiro dos Escritores e Jornalistas – in Semanário de Felgueiras


«Anime-se (cada um de nós) e transforme os problemas em matéria para seu progresso e maturidade». Tal qual devemos «fazer tudo por amor, nada por força». Bem como é também celebre a sua frase: «A verdadeira piedade não destrói, mas enobrece e embeleza». Assim escrevia S. Francisco de Sales, entre as mensagens que em seu tempo transmitiu e como máximas palavras ficaram conhecidas. Da autoria desse santo que, em virtude de sua Obra - tendo deixado ensinamentos que, de acordo com o papa Bento XVI, «são estrada para a verdadeira obediência» - é considerado patrono dos literatos. Pois a "sua escrita. ao bom gosto dos melhores clássicos, assenta muito no uso de exemplos da natureza e da vida, que a embelezam, dando-lhe um fino recorte literário" (como o apresenta, nesta última frase, o jornal diocesano "Voz Portucalense" em seu número também hoje chegado a público).


É precisamente este “conhecedor do coração humano, como foi São Francisco de Sales”, que procuramos exaltar em mais um artigo publicista, dando a conhecer sua figura, na crónica que desta vez escrevemos no Semanário de Felgueiras. De onde partilhamos aqui a respetiva coluna, desta vez (por motivos técnicos) em imagens fotográficas, do que está publicado no mais recente número do mesmo jornal S F, à página 12 da edição impressa desta sexta-feira 25 de Janeiro.


(Clicar sobre este recorte captado em imagem, para ampliar) 

Disso, para leitura, colocamos o texto conforme o original: 

S. Francisco de Sales: Padroeiro dos jornalistas e escritores 

Não tem sido muito difundido e será pouco conhecido, mas há um santo patrono dos jornalistas e escritores, de quem se dedica à escrita, por assim dizer: S. Francisco de Sales, cujo dia litúrgico lhe é dedicado a 24 de Janeiro. 

Passou assim ontem (quanto à atualidade da publicação desta edição) esse dia dedicado ao santo orago dos publicistas e entusiastas pelos registos literários. Um santo que mereceu tal consideração pela sabedoria dos seus escritos, com saliente dimensão em quanto encerra o legado das suas obras. 

Considerado um líder da Reforma Católica, também chamada de "Contra-Reforma", tornou-se famoso pela sua sabedoria e ensinamentos. Tal como consta da própria biografia: «Em 1609, seus escritos (cartas, pregações) foram reunidos e publicados com o título "'Introdução à vida devota" ou "Filotéia", que é a sua obra mais importante e editada até hoje. Outra obra que também é ainda editada é o "Tratado do Amor de Deus", fruto de sua oração e trabalho. Estes dois livros são considerados clássicos espirituais. Além desses tomos, a coletânea de cartas, pregações e palestras alcança 50 volumes. Derivando disso que a popularidade e o valor destes escritos fez com que fosse considerado padroeiro dos escritores católicos». 

Nascido a 21 de Agosto de 1567, em Castelo de Sales, na Saboia, veio a falecer a 28 de Dezembro de 1622, em Lião. Desde então logo venerado nos meios católicos, foi oficialmente beatificado no mesmo ano e, depois, canonizado em 1655, por reconhecimento ao tempo do Papa Alexandre VII. Em 1867 foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX. Até que foi declarado em 1923, pelo Papa Pio XI, patrono da imprensa católica. Daí que, extensivamente, tenha sido escolhido para englobar sob sua proteção toda a função literária, nos campos do jornalismo e da literatura.

= S. Francisco de Sales representado com solidéu episcopal a cobrir parte da calvice e com uma murça (pequena sobrecapa usada nas vestes sobre a sobrepeliz), tal como a cruz peitoral, mais os símbolos de escritor com que normalmente aparece na iconografia.= 

Ora, a memória litúrgica de São Francisco de Sales, como padroeiro dos jornalistas e escritores, celebra-se desde 1969 a 24 de Janeiro. Tratando-se dum personagem saliente num dos períodos mais conturbados da história da Igreja e da história da Europa. Foi Bispo de Genebra, na Suíça, a pátria mãe do mais exacerbado calvinismo. Tendo vivido, efetivamente, no período da chamada Reforma (1567-1622), «sabendo então contrapor a um certo pessimismo de influência calvinista um sentido da valorização da dignidade do homem, um otimismo humanista de fundo evangélico sabiamente conjugado com os ideais renascentistas que valorizavam a condição e a pessoa humana como sede da sabedoria. É essa dimensão da presença do divino na condição humana que conduziu a uma das mais conhecidas facetas da sua personalidade: a bondade, a paciência, a simplicidade. A doçura, dizem os livros ascéticos. Uma especial capacidade de convicção levava a que os seus sermões e os seus escritos se viessem a tornar paradigmas de uma arte de convencer, que tinha muito do vigor oratório dos grandes pregadores do seu tempo (ao estilo do gosto retórico da época), mas sobretudo nascia da fundura de uma fé forte e dinâmica e de um estudo da perceção dos sinais de Deus no coração dos homens, e os sinais da humanidade que levam à descoberta de Deus. É neste sentido (de atenção ao humano, de respeito pela pessoa, de elevação dos seus valores e convicções) que o exemplo de São Francisco de Sales deve ser modelo para o jornalismo moderno, mesmo para os profissionais que não são crentes: a capacidade da descoberta nas complexas e contraditórias atitudes dos homens e da emergência dos problemas de convivência humana na interação criativa entre o homem e a natureza, na preservação dos recursos comuns...» 

S. Francisco de Sales, iconograficamente, é apresentado no imaginário sacro perante fisionomia de calvo e com barbas, sem mitra e com sobrepeliz, tal como por vezes ainda uma murça e uma cruz peitoral, tendo um livro na mão. 

Armando Pinto 

»»»»» Clicar sobre as imagens «««««


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Caixa no SF sobre o tradicional canto dos Reis… em Rande-Felgueiras


In: jornal Semanário de Felgueiras de 18 de Janeiro de 2013 

»»»»» Clicar sobre a digitalização, para ampliar «««««


Artigo de colaboração publicista no SF…


De mais um artigo, dos que escrevemos para o Semanário de Felgueiras, na habitual crónica, desta vez sobre considerações em torno da necessidade de proteção à história que respeita a todos, partilhamos a respetiva coluna. Quanto ao que foi publicado no mais recente número do Semanário de Felgueiras, à página 12 da edição impressa desta sexta-feira 18 de Janeiro.

(Clicar sobre este recorte digitalizado, para ampliar e ler) 

Do mesmo, para mais fácil leitura, colocamos o texto revertido conforme o original datilografado: 

Honra e mérito 

Refletiu J. Luis Borges, um dia, sempre imaginar que o paraíso fosse uma espécie de livraria. Como quem diz onde houvesse atrativos permanentes, quanto ao que mais sentia. E a eternidade estivesse ali à mão, na disposição do que os livros encerram. 

Efetivamente os livros, entre outros materiais de impressão perene, são bem capazes de transmitir o que possa passar até ao além, transportando notícias e conhecimentos, memórias e novidades, na preservação do que mereça chegar do passado ao futuro. O que numa situação como ocorre atualmente, de crise de quase tudo e mais alguma coisa, deverá merecer ainda mais cuidados, atendendo a tudo o que encerra, qual mensagem capaz de atravessar oceanos e tempestades e num recipiente se rebola por fim na areia de costa espraiada, ao alcance do destino. 

Vem ao caso a proteção memorial que deveria ser prestada à história local, de modo a que se não percam testemunhos existentes, de acontecimentos merecedores de estudo e transmissão pelos tempos fora. Ultimamente, estando-se em tempo de transição de século e consequente atenção evocativa do que se passou no anterior, pela similar conta de anos, tem havido na atualidade, por terras deste país, diversas iniciativas tendentes à memorização de factos relacionados. Quanto as transformações sociais na mudança da monarquia para o regime republicano, as questões e cisões entre a Igreja e o Estado na lei da separação e secularização dos bens eclesiais, etc. etc.. Bem como alterações urbanas, delimitações territoriais, etc. e tal. Entre exemplos demonstrativos do que foi o panorama vivido por nossos antepassados, naqueles tempos, por exemplo, como realidade que se não for registada se evapora e desaparece. 

Antigamente, quando não havia televisão nem outras distrações modernas, convivia-se familiarmente à roda da lareira, e, contava-se então, ao serão, histórias que já haviam sido ouvidas e, assim, iam passando na transmissão oral de avós a netos, de vizinhos a amigos e conhecidos. Além de, nessas horas passadas em torno do fogo crepitante e alongamento do tempo ao borralho, pela noite dentro, haver ainda ensejo para pôr as conversas em dia, estalando as novidades e se atiçar o lume das andanças locais. Agora, com a pouca disposição existente, tal o ambiente derivado da crise social reinante, com tudo a andar para trás e só classes mais favorecidas poderem andar melhor com a vida, nada sendo como dantes, já reina mais o deixa andar e passa à frente, não contando outras loas, pese a facilidade de comunicações reais e virtuais. 

Pode então questionar-se se valerá a pena ainda valorizar e gastar valias e energias com assuntos culturais e históricos, no sentido de apreço pela memória coletiva, no que toca ao caso. Porém, se assim (não) fosse, nada do que chegou até nós, por pouco que seja, não teria sobrevivido, pois crises sempre houve, em todas as situações, melhores ou piores, e as marés vão e vêm, com as ondas. Quão dignificante será fazer libertar da lei do esquecimento tudo e todos o que por obras valerosas se alevantam diante do bem comum. Sem nostalgia, mas ternura, no intuito de se não perder a recordação, na ideia, certa, de que depressa esquecem os que se cruzam na breve vida, sendo a existência humana quase um breve instante, um fogo-fátuo. Algo, contudo, a dever ser guardado, numa resistência digna de valorizar o que merece valimento. Qual galhardia do que foi feito e possa vir a acontecer ainda com préstimo, a distinguir com honra ao mérito.

Armando Pinto 

»»»»» Clicar sobre as digitalizações, para ampliar «««««


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

25 Anos de Saudade: À Minha Mãe!


Faz hoje 25 anos, um quarto de século já, que faleceu a minha Mãe. Matilde da Costa, nascida a 27 de Junho de 1915 e falecida a 15 de Janeiro de 1988, tendo sido sepultada no seguinte dia 16, em Rande. 

Depurando esta data e espiritualizando todo o sentimento que sussurra bem cá dentro a sua ausência, mas nos preenche também a sua existência marcada em nosso ser, dedicamos-lhe uma poesia...

Fazendo nossas as palavras de um poeta que admiramos, nosso conhecido e, por sinal, Felgueirense Lucas Teixeira – tal o pseudónimo do amigo sr. Armando Teixeira, mestre de iluminuras e poeta de veia sensível – aqui fica um poema, de emoção enternecida.

Armando Pinto

»»»» Clicar sobre a digitalização, para ampliar e ler ««««


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Artigo no SF sobre um Livro Especial…


Ainda dentro da sensibilidade da quadra natalícia de fresca memória (e para enquadramento, a quem não foi contemplado, na particularidade do caso), escrevemos para o Semanário de Felgueiras, na habitual crónica, desta vez, sobre um livro particular, como fica explanado no próprio artigo. Do qual, publicado no número desta semana do Semanário de Felgueiras, para aqui transpomos recorte da respetiva coluna incluída na página 12 da edição impressa do SF desta sexta-feira 11 de Janeiro.

(Clicar sobre este recorte digitalizado, para ampliar e ler) 

Do mesmo, para mais fácil leitura, colocamos o texto revertido conforme o original datilografado: 

Um Livro particular… 

Tal como reconheciam Camões, Camilo e Fernando Pessoa, entre grandes escritores e poetas clássicos que moldaram a escrita portuguesa, a nossa Língua é uma das principais bases de união dos que são e sobretudo se sentem portugueses. Sendo assim uma fonte da vida, como algo interligado, pois toda a vida, quão proclamava o Padre António Vieira num dos seus célebres sermões, não é mais que uma união - tal se for de pedras estas formam uma construção, enquanto de tábuas podem formar um navio e de homens até um exército, ao passo que no ser humano a junção de corpo e alma forma o corpo e sem essa vida de união passa a cadáver. 

Com a transformação que vem acontecendo ultimamente, na junção à crise de valores manifestada das mais variadas formas, a linguagem portuguesa passa atualmente por uma fase inovadora, através das mudanças verificadas perante o recente acordo ortográfico oficialmente imposto. O que nem admira, estando-se em tempos de impostos… derivados das sobrecargas políticas legisladas; e em tempo de poupanças… porque assim, agora, a nova ortografia reduz espaço, com a retirada de letras não lidas, para economia de escrita e consequente paginação. Porém, apesar de tudo continua, a língua portuguesa, como uma das principais identidades da Pátria. 

Melhor ou pior, é assim, então, em português que naturalmente nos expressamos. E numa destas formas de expressão, em português escrito, quisemos fazer um presente de Natal diferente, na ocasião das prendas natalícias, por meio duma singela publicação editada a nível privado. De cuja existência damos conta, aqui e agora, apenas para não deixar de água na boca quem teve conhecimento mas não chegou a poder ter em mãos esse livrinho, com que aumentamos nossa autoria bibliográfica. 

Com efeito, na quadra do Natal de 2012 a prenda mais terna oferecida pelo autor destas linhas foi um livro. Um livro específico, em forma narrativa de estilo romântico-realista, ao género de conto personalizado, com uma dedicatória especial. Numa junção de folhas, somando 24 páginas (incluindo sequência de fotos constantes na paginação), cuja materialização teve simplesmente uma edição reduzida, sendo de distribuição restrita como “Presente de Natal” oferecido ao meu neto e partilhado com escasso número de pessoas presentes na distribuição efetuada à beira do presépio familiar, como edição particular. Qual impressão sempre viva, numa ideia de perpetuar minutos de vida, como quem pinta quadros por letras. Porque as palavras voam, enquanto as letras escritas perduram. Podendo então permanecer, numa energia escrita com júbilo de paz interior. 

Nota: Recorde-se que, devido ao livro não ter sido de acesso público, colocamos o respetivo texto para leitura no nosso blogue (clicar sobre este link seguinte, para aceder), em


© Armando Pinto


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Faz quatro anos… desde o último grande nevão na região da Longra - Felgueiras...!


Foi a 9 de Janeiro de 2009, numa manhã fria e surpreendente - já passaram quatro anos - quando caiu o mais recente nevão a cobrir de branco a Longra... nesta área de Felgueiras e zona interior nortenha de Sousa e Tâmega. Prolongando-se pelo mesmo dia, uma sexta-feira, tal atração de flocos brancos surgidos do ar, vulgo farrapos, quais folhas esvoaçantes, que desde o alto celeste vieram em catadupa cobrir o solo e toda a natureza, transformando o ambiente assim colorido por um espesso manto de neve, de “folerca” - como por esta zona se costuma dizer popularmente (em corruptela popularucha de folheca).


Tal cenário até nos fez recordar poeticamente o poema "Balada da neve", de Augusto Gil...

«Fui ver. A neve caía
 do azul cinzento do céu,
 branca e leve, branca e fria…
 Há quanto tempo a não via!
 E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
 Pôs tudo da cor do linho.
 Passa gente e, quando passa,
 os passos imprime e traça
 na brancura do caminho…»

... Habituados à geada invernosa, nas áreas baixas da área, nesta zona ribeirinha do rio Sousa, todos os sentidos tiveram então, dessa vez, uma camada de neve a compor o panorama ambiental. Num facto pouco habitual, como só acontece com grandes intervalos de tempo, de permeio, mediando de muitos em muitos anos, normalmente. Tanto que desde aí ainda não voltou a ter repetição, por enquanto. 

Recordando esse dia e a visão pouco comum, relembramos aqui o facto através de algumas imagens do álbum pessoal...



© Armando Pinto

sábado, 5 de janeiro de 2013

Recordando Pessoas de Rande-Felgueiras: Padre Joaquim Sampaio (1924 – 1993)…


A memória histórica, como fiel perseverança do passado, não deve ser considerada apenas na perspetiva ultrapassada de acontecimentos e ausência verificada de personagens, mas sim no fator de coesão social, num aspeto de participação na vida comunitária permanente. 

Nesse sentido, recordamos desta vez mais uma das Pessoas da nossa região, o já saudoso Padre Joaquim Sampaio. Sacerdote natural de Rande e que, depois de uma vida inteira dedicada à Igreja e à Diocese Portucalense, jubilado de seu múnus paroquial exercido em terras da área do distrito do Porto, veio a radicar-se por fim na terra natal até falecer, também em Rande, no concelho de Felgueiras…


Sem necessidade de grandes apresentações, em virtude de ainda estar na retina memorial de seus conterrâneos mais afeitos às loas históricas e sensações espirituais, o Padre Joaquim permanece na memória coletiva como individualidade de relevo, sendo naturalmente um dos ilustres Filhos de Rande, onde nasceu a 13 de Agosto de 1924. Aqui, também, o mesmo sr. P.e Joaquim Luís de Sousa Sampaio (após ordenação na Sé do Porto a 3 de Agosto) celebrou Missa Nova na igreja paroquial de S. Tiago de Rande a 10 de Agosto de 1952 e, por fim, ficou sepultado no cemitério paroquial, tendo falecido em Rande a 8 de Dezembro de 1993. 

Em memória desse percurso que percorreu ao serviço do bem comum, recordamos através de imagens alguns dos seus momentos marcantes, desde fotografia do repasto da boda do dia de sua Missa Nova, até ao “santinho” (frente e verso da pagela) respeitante à sua ordenação e celebração da 1ª Missa, mais a estampa (de quatro páginas) distribuída aquando do falecimento. 

In Memoriam.


Armando Pinto 

»»» Clicar sobre as imagens, para ampliar «««