Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

(Mais um) Artigo da “Hemeroteca de Felgueiras” de Mário Pereira – continuação – no SF Felgueiras Jornal

Na continuação de anteriores partilhas de trabalhos de teor histórico-cultural, como são também os da lavra de Mário Pereira no Semanário de Felgueiras, desta vez transpõe-se o artigo publicado na edição do passado dia 24 deste mês de novembro: “VISITA À HEMEROTECA DE FELGUEIRAS”. Na pertinência da sua publicação coincidente ao 125º aniversário dos Bombeiros de Felgueiras e até calhar bem na sequência do artigo aqui publicado anteriormente sobre o Conselheiro Dr. António Mendonça.

Vem ainda a talhe lembrar que na criação do Sindicato Agrícola de Felgueiras, em Varziela, tal organização associativa ficou sediada na Casa do Bom Repouso (daí essa mansão ter sido conhecida por Casa do Sindicato), até que mais tarde teve transferência para a então vila de Felgueiras. Bem como, situando no tempo, o Conselheiro Dr. António Barbosa Mendonça, senhor da Casa de Rande, na freguesia do mesmo nome, às portas da então povoação da Longra, era o Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras no tempo dos inícios dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras.


Armando Pinto

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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Conselheiro Dr. António Mendonça (1858-1932) – benemérito-doador do terreno da Casa do Povo da Longra

 

Entre fotografias históricas das Casas do Povo, em tempos houve costume de colocação de quadros com fotos emolduradas de figuras de relevo com ligação a essas instituições, como foi costume durante o Estado Novo. Além das dos governantes máximos do tempo, os sucessivos Presidentes da República da era de tais organismos, ao tempo chamados Chefe de Governo (primeiro Óscar Carmona, depois Craveiro Lopes, seguindo-se Américo Tomás), mais o 1º Ministro, ao tempo chamado Presidente do Conselho (António Oliveira Salazar durante dezenas de anos e por fim Marcelo Caetano). Tendo, por exemplo na Casa do Povo da Longra, também havido um quadro com a fotografia do Governador Civil do Porto do tempo da inauguração das obras de ampliação do edifício. Além de haver um quadro com o então Administrador do Concelho, Antero Teixeira da Cunha, mais o Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, da época, Dr. José Leal de Faria.  

Vem à ideia este tema por ser merecedor duma homenagem do género o benemérito doador do terreno onde está implantado o edifício da Casa do Povo da Longra. Tendo sido o famoso Conselheiro de Rande, como era conhecido o Conselheiro Dr. António Mendonça, quem deu o terreno para a construção da sede da pioneira Associação Pó-Longra, fundada em 1928, à qual sucedeu em 1939 a Casa do Povo da Longra criada por Despacho Governamental, e que passou a usar a mesma casa, para a substituição de continuação verificada.

= Conselheiro de Rande, Dr. António de Barbosa Mendonça, em quadro na galeria dos retratos dos Beneméritos da Misericórdia do Unhão.

Ora, o Conselheiro de Rande, proprietário do solar e extensiva quinta da Casa de Rande, de nome mais alongado António Pedro de Barbosa Mendonça Pinto de Magalhães e Alpoim, nalguns documentos também referido por Conselheiro António Barbosa Mendonça, é conhecido por suas facetas políticas e culturais. Tendo sido chefe do Partido Regenerador em Felgueiras, bem como Presidente das Câmaras Municipais da sua região, primeiro do antigo concelho de Barrosas e depois do concelho de Felgueiras, bem como fundou o jornal Semana de Felgueiras e foi um dos fundadores do Sindicato Agrícola de Felgueiras. Mas também foi o doador do terreno da primeira cabine de corrente elétrica edificada na Longra, foi benemérito e "Protector não eclesiástico" da Misericóridia de Nossa Senhora do Rosário do Unhão (quando, por iniciativa de sua esposa, D. Carolina, foi edificada a capela da casa, onde funcionava o antigo hospital e depois convento, onde também mais tarde ele foi homenageado com seu nome na avenida de ligação ao mesmo casarão); bem como foi um dos impulsionadores do Comboio do Vale do Sousa, da "Linha Ferro-Viária de Penafiel à Lixa e Entre os Rios", que teve então estação também na Longra. E, no que vem aqui ao caso, também o Conselheiro Dr. António Mendonça foi o benemérito que doou o terreno onde está implantada a Casa do Povo da Longra.

Honra ao mérito !

Armando Pinto

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sábado, 25 de novembro de 2023

Foto com História: Padre João Ferreira da Silva num grupo de visitantes a D. António Ferreira Gomes (à terra de seu exílio)... em 1962.

 

A foto desta vez em apreço, a merecer atenção particular, reporta à época de exílio político do então titular Bispo Diocesano do Porto, D. António Ferreira Gomes, durante seu afastamento politicamente forçado no estrangeiro. Captando um grupo de padres da diocese do Porto em visita a seu Prelado, então em Espanha. Entre os quais esteve presente o Padre João Ferreira da Silva, pároco de Rande e Sernande nesse tempo e que assim está também na foto como se vê na imagem, dos sacerdotes rodeando o seu admirado Bispo, em pose de conjunto e recordação.

Essa foto consta no livro Fotobiográfico “Dom António Ferreira Gomes (1906-1989) BISPO DO PORTO AO SERVIÇO DA LIBERDADE-Fotobiografia e testemunhos”. Sendo o “Padre João de Rande” (como era mais conhecido por habitar na Residência Paroquial de S. Tiago de Rande), o primeiro do lado esquerdo dessa gravura.

D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto desde 1952, estava então já desde 1959 fora da sua diocese e do país, por ditames do ditador Salazar, numa situação que se manteve até 1969, apenas alterada com a substituição de Salazar por Marcelo Caetano no Governo da Nação, nesse período do chamado Estado Novo. Sendo a fotografia do ano de 1962, em Valência-Espanha.

Ora o Padre João Ferreira da Silva, natural do Unhão e desde 1944 pároco de Rande e Sernande, em Felgueiras (onde faleceu em 1973), havia sido colega de Seminário de António Ferreira Gomes, embora não do mesmo curso (ano) mas de frequência interna, vivendo e convivendo juntos como colegas (seminaristas, nas mesmas casas dos colégios diocesanos de regime interno seráfico). Bem como o felgueirense natural de Rande Padre Luís de Sousa Rodrigues. Ambos ordenados padres dois anos depois da ordenação presbiterial de António Ferreira Gomes, mas tendo colegas comuns nos cursos de Filosofia e Teologia, também. Como foram também colegas de Curso Teológico os felgueirenses Artur Teixeira da Fonseca e Inácio da Cunha Machado, naturais de Caramos e Macieira da Lixa, respetivamente. Enquanto, mais tarde o depois reitor da igreja da Lapa, no Porto, Padre Luís  Rodrigues, pertenceu a grupos de sacerdotes que apoiaram o mesmo amigo Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes, durante essa sua ausência forçada da diocese. A situação mexia com a sensibilidade de quem admirava o famoso Bispo do Porto. A ponto de esses mesmos e mais outros padres terem formado uma comissão que ofereceu ao seu Prelado um carro para uso próprio na terra do exílio. 

Isso... Numa relação que teve ainda ligação à visita (agora aqui recordada) que alguns desses sacerdotes, incluindo o Padre João Ferreira da Silva, também fizeram ao exilado Bispo do Porto, indo em comitiva de padres da diocese portucalense que se deslocaram a Espanha para estar com o seu Bispo. Fazendo-lhe essa visita de cortesia e amizade em Valência, onde D. António se encontrava.


A foto no livro não está legendada, apenas inserida num conjunto de gravuras referentes ao período de "Actividade pastoral de D. António em Valência» e «D. António no exílio, 1962». Mas reconhece-se bem a fisionomia do Padre João, que bem conhecemos (ou não tivesse sido o pároco que batizou e fez as cerimónias das primeira e solene comunhões aqui do autor destas linhas). Além de na época ele ter referido o facto de haver ido a Espanha, com alguns amigos (sem contudo pormenorizar mais, sabendo-se como ao tempo era perigoso abordar assuntos de política...), numa das suas apreciadas homilias, em cujo ofício ele era um eloquente orador.   

Armando Pinto
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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

125.º Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras

  

24 de Novembro de 1898 – 24 de novembro de 2023 = 125 anos de vida!

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras completa 125 anos de existência e de serviço público.


Parabenizando toda a Corporação e em agradecimento a todos os Bombeiros e seus Dirigentes que ao longo dos anos deram vida a esta instituição tão importante e necessária na vida coletiva, recordamos algo de sua memória integrante da nossa memória coletiva.


A 24 de novembro de 1898, após trâmites que passaram por recusas e correções várias, o Governador Civil do Porto aprovou os estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras. Tendo então passado a respetiva certidão, com carimbo e selos devidos. Ficando exarado nos Estatutos aprovados os seus nobres intuitos: “Esta associação tem por fim socorrer os habitantes do concelho de Felgueiras nos casos d’incendio ou de outras calamidades.”

Assinalando mais este aniversário, saúda-se a instituição, por meio de lembranças históricas (constantes do arquivo pessoal do autor): lembrando por imagens digitalizadas a original publicação dos correspondentes Estatutos e Regulamento, através da respetiva capa, e do interior também algumas páginas, sensivelmente do meio e final, com um comprovativo de uma cota; mais algumas imagens fotográficas do desfile do seu centenário, em 1998.


São pois também históricas as captações fotográficas do cortejo hostórico realizado aquando do Centenário, como se evoca através da junção de  imagens elucidativas.


~~~ ***** ~~~

Agora, chegado este ano de 2023, assinala-se mais este aniversário dos Bombeiros de Felgueiras. 

Ora nesta anuidade, há que recordar algo de seu passado, entre imagens históricas, contando visual do antigo quartel, na sua fisionomia original (como existiu ao lado da antiga Escola Primária Conde Ferreira, depois demolida).

Quartel primeiro que teve "solene inauguração do lançamento da soleira da porta principal" a 6 de maio de ml e novencentos. E em 1902 começaram as obras de sua edificação, após processos de escrituras e tudo o mais. Como se pode rever por imagem duma das páginas do livro dos 100 Anos dos BVF. 

Depois foi toda a sua evolução, passando pelo aumento do quartel para o lado... mais exemplos de ocorrências de registo.


Até aos dias de hoje com a grande ampliação ocorrida aquando do 121.º aniversário. 


Então, cerca de 50 anos volvidos da anterior ampliação do quartel antigo, ficou assim muito mais amplo e operacional o mesmo atual, desde as partes de serviço até instalações de apoio e outras, incluindo um valioso espaço museológico, com que agora está mais salvaguardada a memorização do esforço e tenacidade dos fundadores e seus continuadores.  

Dessa também histórica ocasião, ilustra-se a memória com algumas imagens correspondentes, dando para evocar até ilustres personagens locais entretanto já desaparecidos. 



Voltando à memorização antiga, os pioneiros serão sempre motivo de constante recordação, onde houver quem valorize a memória coletiva felgueirense. Sendo os Bombeiros de Felgueiras uma instituição carismática, que oficialmente foi reconhecida com a aprovação dos estatutos pelo Governo Civil, por «alvará passado a 24 de Novembro de 1898 (autenticado com carimbo devido e estampilha de dez réis), com Estatutos e Regulamento datados de 15 de Janeiro de 1899, publicados pela 1ª vez em 1904 - de cujo original, propriedade do autor desta obra histórico-monográfica, se reproduz a capa do folheto» (in livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", publicado em 1997).


Nesta feição, acrescenta-se ainda, como ilustração através de imagens, além de visualizações do museu respetivo, também digitalizações de algumas páginas do folheto original dos Estatutos e Regulamento, que o autor destas linhas, como felgueirense e estudioso da história relativa a tudo o que é representativo do sentido amarelo-púrpura, se orgulha de possuir e guardar.


Junta-se ainda, como acrescento memorial, digitalizações de dois artigos do autor, publicados em 1998 no suplemento do jornal Semanário de Felgueiras sobre o Centenário dos Bombeiros de Felgueiras, à época em ciclo comemorativo, ainda.




Parabéns Bombeiros Voluntários de Felgueiras !



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No âmbito dos 125 anos da Corporação, entre diversas iniciativas, houve um simulacro de socorro a acidente, realizado na rotunda da Arrancada da Longra, ao início da chamada Variante de acesso à autoestrada e princípio da reta da Arrancada. Segundo a página dos próprios Bombeiros de Felgueiras:  «…sempre prontos para cumprir a nossa missão com altruísmo, profissionalismo e sempre com espírito de missão, partilhamos imagens de um simulacro, em acidente de viação, hoje (domingo dia 19 de novembro), na Vila da Longra.»

Armando Pinto


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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Felgueirenses salientes Além-Felgueiras…!

 

Porque felgueirismo é algo que mexe com a sensibilidade de quem gosta de tudo que respeite a Felgueiras, na unidade sentimental do concelho e extensivamente pelo valor dos felgueirenses, dá-se nota de registo de haveres relacionados. Tal o que se deparou por estes dias diante dos olhos, em diversas páginas informáticas de assuntos felgueirenses, Cujo texto se regista e expande, na partilha deste espaço. Com a devida vénia – embora sem indicação da procedência, visto ter tido publicação em vários locais da Internet.

« Sabia Que?

Sabiam que temos um atleta e um dirigente envolvido em equipas na Divisão de Elite - Pro-nacional sem qualquer derrota?

Jorge Peixoto é atualmente o Vice Presidente do Padroense Futebol Clube que disputa a AF Porto Divisão de Elite - Pro-nacional Série 1 e atualmente estão sem segundo lugar e em 12 jogos não tem qualquer derrota, tem 8 vitórias e 4 empates e ainda a melhor defesa do campeonato com 4 golos.

No Aliança Gandra a disputar a AF Porto Divisão de Elite - Pro-nacional Série 2 temos o avançado Miguel Costa Ribeiro mais conhecido por Migas que leva esta época 3 golos e uma assistência ao serviço do clube.


O Aliança Gandra encontra-se na liderança e em 12 jogos tem 11 vitórias e um empate, tem o melhor ataque com 27 golos marcados e a melhor defesa com apenas 8 golos sofridos.

Assim continuam os Felgueirenses a fazer a diferença por esse país fora.

Muitos Parabéns e resto de uma boa época.»

Nota do Autor do blogue: Apraz anotar isto, por quanto representa. Acrescendo conhecimento pessoal sobre o amigo sr. Jorge Peixoto, natural de Airães e durante tempos residente na Pedreira, de onde é oriunda sua família. Sendo filho do senhor Avelino Peixoto, pessoa muito conhecida em seu tempo e que foi um estimado operário da Metalúrgica da Longra, além de muito amigo de meu pai e de nossa família. Sendo atualmente o sr. Jorge Peixoto residente na área do Grande Porto, no concelho de Matosinhos. Enquanto em Felgueiras vivem diversos seus irmãos, bem conhecidos do meio felgueirense.

Armando Pinto

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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Recordando”: “Matança” tradicional (do porco) – na lembrança da recriação realizada pelo Rancho da Casa do Povo da Longra em 2004

Passado o tempo das vindimas e das seguintes desfolhadas, nos antigos trabalhos rurais dos costumes da região, chegava a vez da tradicional matança do porco caseiro. Entre usos e costumes regionais, hoje em dia ainda na lembrança popular. Algo que há anos teve uma recriação num evento realizado pelo Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra, em 2004, com os elementos adultos a prestarem-se a essa feição revivalista. 

De cuja memorização se evoca o ocorrido, através de algumas fotos captadas pelo autor e que fizeram parte da respetiva crónica escrita e publicada no livro oficial do 9.º Festival de Folclore local, em 2005, com texto também do autor aqui deste blogue – cuja reportagem agora se recorda.

Armando Pinto

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