Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A propósito duma exposição: Artigo sobre fotos histórico-felgueirenses


Reportando ao mais recente artigo do signatário (para publicação jornalística), regista-se aqui, entretanto, mais essa narrativa.


O assunto remete à atenção da generalidade de tudo e todos, por quanto deve merecer salvaguarda todo e qualquer elemento do património que afinal se revela coletivo, como são as fotografias testemunhais do passado e presente, quer de tempos idos como de tempo atual que no futuro também será já passado. Tal como noutras eras se guardava muita recordação resguardada em álbuns de fotografias de família e hoje com o que se vai perdendo pelas vias informáticas se nota ser necessário retomar em processos mais duradouros e ao alcance de todas as vistas.

Eis aqui, assim, algumas anotações tendentes a esse desiderato, para que nem tudo se perca e algo se transforme, a bem da memória coletiva.

Ora, conforme se procura expressar através de mais esta crónica, o que está no texto deixa correr a ideia da devida valorização pela preservação memorial e extensivamente respetivo conhecimento derivado.

Cujo artigo se partilha também aqui, para efeitos normais deste espaço de memorização, junto com algumas imagens captadas da referida exposição.


Memória fotográfica

No animatógrafo da memória tem lugar de relevo a existência de imagens, fixas e de movimento, capazes de guardar reproduções visuais de tudo e mais alguma coisa além de seu tempo. Em virtude do processo desenvolvido ao longo do século XIX pela invenção da câmara escura e fixação de imagens, até seguinte criação do cinematógrafo e por aí adiante. Chegando assim à posteridade retratos do passado, quer em fotografias à la minute, daquelas feitas em caixas de tripé, a mostrar pessoas e sítios, como fotografias tiradas em máquinas de mão, entretanto amarelecidas a figurar testemunhos visíveis de eras antepassadas, mais fitas de filmes com figuras movimentadas, em câmara lenta ou ligeira, na lentidão e evolução para movimento real.


Vem assim através do tempo reproduzidas impressões de outras épocas. Possibilitando rever coisas que não conhecemos nem vivemos, mostrando como eram ambientes do passado e fisionomias de outrora. Então, na ideia que uma imagem vale por muitas palavras, como é uso dizer-se e se entende, as fotografias complementam a preceito o que há documentado em papelada antiga, como sói dizer-se. Se notícias remotas chegaram e existem por meio de papiros e pergaminhos, mais sucessoras páginas de livros e jornais, em narrativas descritivas, melhor se completa a visão memorial com ilustrativas imagens, como são as fotografias históricas.


Assim sendo é de registar uma exposição foto-documental patente na Biblioteca Municipal de Felgueiras com o intuito de dar a conhecer algo da memória coletiva felgueirense por meio de fotos antigas, junto com documentos escritos. Decorrendo, no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2018, entre outras vertentes do programa, uma mostra relacionada ao tema “Partilhar Memórias”. Cuja exposição, subordinada ao mote “Partilhar memórias através dos documentos”, «composta por documentos textuais e fotográficos sobre acontecimentos e eventos que ocorreram no concelho e de alguma forma marcaram os felgueirenses» desperta atenções e releva a importância dos testemunhos visuais, merecendo ser vista por quem se interessa pelos valores da memória comunitária e passar ao conhecimento mais vasto da população em geral.


Ali vimos, então, fotografias de raro conhecimento público, que pensamos fazerem parte de acervo do Arquivo Histórico da Biblioteca Municipal. Recuperando memórias perante a vista de acontecimentos do passado, incluindo pessoas que ainda conhecemos e outras de conhecimento historiográfico, mais panoramas remotos e vistas panorâmicas antepassadas.


Naturalmente, numa exposição temporária do género, o caso revela ser como que uma amostra, com apenas algumas das muitas fotografias de outras eras que existirão arquivadas, sobre variados motivos de apreço e personalidades salientes. Dando contudo para ser divulgados retalhos da história concelhia. Documentos físicos, como tanto mais, a não perder de vista na lembrança, nem deixar diluídos nos arcanos da memória. Na linha de valorização do que faz parte do sentimento felgueirense, na preservação do que ilustra o que une o caráter felgueirista. Do que ficou de antanho e deverá chegar aos vindouros, em herança afetiva.


ARMANDO PINTO
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