Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Padrão de Felgueiras – artigo historiador no S. F.


Numa abordagem historiadora, buscando estudo a reportar às origens de casos identificativos, da memória coletiva felgueirense, mais um artigo daqui do autor foi pousar ao jornal Semanário de Felgueiras, de quanto se voa nestas loas, dentro da colaboração habitual com assuntos respeitantes a Felgueiras. Onde muitas coisas que se vêm todos os dias, do que está à vista de todos e existências com que nos cruzamos, nem sempre são bem do conhecimento público nas suas facetas cronológicas e razões de significado. Como é o caso do cruzeiro do jardim fronteiro ao edifício da Câmara Municipal. Na lógica e diferenciação do seu tempo. Distinto como é de outros, sem confusão possível com o vizinho cruzeiro do adro da igreja paroquial de Margaride, dali bem próximo, mas de cariz sobretudo religioso e de matriz comunitária-paroquial. Havendo assim dois cruzeiros na mesma cidade de Felgueiras, contudo de particularidades distintas, com o municipal a ser icónico padrão concelhio.

Esse, com efeito, é o mote que desta vez veio a propósito. Pois que ainda recentemente, numa conversa através do “chat” do facebook, ou seja nas mensagens privadas dessa rede social, foi feita uma pergunta sobre esse cruzeiro, também conhecido por padrão, como é de facto. Então referi que haveria de escrever sobre isso na minha colaboração ao Semanário de Felgueiras. Entretanto, como outros temas apareceram com mais atualidade e se foram intrometendo, só agora pude escrever reportando a este motivo.

Assim sendo, como o prometido é devido, abeiramo-nos do mesmo padrão, com ideia de tratar do caso em sentido estudioso. Embora num tratamento breve, como é num artigo jornalístico em espaço de opinião. Artigo esse que vem então publicado na edição desta semana do SF. De cuja crónica para aqui transpomos o texto respetivo. Ilustrando ainda a descrição com fotos intercaladas do mesmo padrão de cruz cimeira, com vistas algo diferentes conforme os estados floridos do ambiente.

Cruzeiro-Padrão da Independência em Felgueiras

De tempos a tempos há temporadas assinaláveis, comemorando algo ou classificando motivações. Restando depois, por norma, marcos edificados de alusão perene a tais acontecimentos. Como, sem rebuscar muito no tempo, ainda lembra a edificação de pequenas capelas e nichos, com dedicação a Nossa Senhora do Rosário ou da Conceição, existentes em diversas terras da região, de construção próxima à passagem das comemorações do Ano Mariano, em 1985, e em associação extensiva ainda ao período comemorativo dos 350 anos da Padroeira de Portugal, em 1996. Assim como alguns outros pequenos monumentos respeitantes à proximidade dos denominados Anos Santos, como já ocorreu igualmente no início da década dos anos 2000. Também foi assim bons anos antes, aquando da construção dos chamados Cruzeiros da Independência, que tiveram ereção à época comemorativa do tricentenário da proclamação da Padroeira de Portugal e da Restauração da Nacionalidade.

Pois foi assim que nasceu o cruzeiro-padrão de Felgueiras, ereto no jardim central da sede do concelho de Felgueiras. Tal como outros cruzeiros espalhados pelo concelho e por diversas zonas, normalmente de características religiosas-paroquiais, enquanto o de Felgueiras em moldes mais emblemáticos, puxa a um carácter simbólico de feição monumental.


Ora, os Cruzeiros, nos primórdios da organização territorial das paróquias e derivadas freguesias, foram implantados como sinal de jurisdição paroquial, em substituição dos pelourinhos das antigas freguesias. Com a erosão dos tempos, destruídos ou transformados muitos dos originais, houve então em 1940 essa campanha nacional de implantação de novos, em movimento liderado pelo Padre Moreira das Neves (da diocese do Porto, mas que se radicou em Lisboa, ao serviço da comunicação social de inspiração cristã), sendo a iniciativa baseada numa ideia de cruzeiros da independência com a divisa “Uma Cruz basta para dizer na História quem é Portugal”, em vista à comemoração da proclamação da Padroeira de Portugal. Aproveitando então para tal iniciativa patriótica o espírito de respeito do povo português perante os padrões de fé existentes por todo o país. E apelidando-os de Cruzeiro da Independência na pertinência do triplo centenário da Restauração da Nacionalidade, que passava então, junto com um conjunto de comemorações patrióticas e ações públicas de propaganda por todo o país. Dessa imensa organização de âmbito nacional resultou que fossem criadas localmente as chamadas “Comissões das Comemorações Centenárias” que diligenciaram a construção desses “Cruzeiros da Independência” na centralidade das localidades portuguesas. Muitos novos cruzeiros foram colocados pelo território português. Uns com a colaboração das Câmaras Municipais e outros por iniciativa de comissões organizadas. Em cuja sequência se deu em Felgueiras o movimento atinente a esse desiderato, que decorria ainda em finais de 1940, como se pode ler numa nota noticiosa inserta no jornal Notícias de Felgueiras de nove de Novembro de 1940, referindo existência duma «Comissão encarregada de obter fundos para o Cruzeiro da Independência, a erigir nesta vila…». Que altaneiro, é marco concelhio no coração nobre da atual cidade de Felgueiras.

O Cruzeiro da Independência felgueirense, em formato de padrão, colocado no jardim da Praça da República, «foi feito com pedra do monte de S. Torcato, (sendo) obra de bom desenho e bom gosto, riscado por António de Azevedo. No capitel da coluna oitavada (forma alusiva aos oito séculos da Nação, ao tempo) figuram oito brasões dos dois tipos afonsinos, alternados (um só com as quinas e o outro com cruz branca). Serve-lhe de remate uma cruz ornada com esferas.»

ARMANDO PINTO
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Crónica no Semanário de Felgueiras: À laia do tempo...


A habitual crónica do autor (deste blogue também) no jornal Semanário de Felgueiras, normalmente focando temas de carácter felgueirense ou pelo menos regional e culturalmente local, desta feita versa sobre o tempo ambiental do meio, atendendo ao que foi e é - conforme publicação na edição de sexta-feira, na página 2 do SF:

À laia do tempo…

Ainda não chegaram a estas paragens as andorinhas, nem outras aves de arribação, na presença de tempo por ora pouco agradável e ambiente de menor encanto. Faltando vir manhãs de Primavera, com um ressurgir de vida ao acordar, e encanto de soalheiras tardes dos dias de renovação da natureza. Mas assomam entretanto, já, outros passarinhos, arribando até cá mais aves trazendo também encantos e desencantos de alma na renovação da vida e desenvolvimento social. Pousando na diversidade, qual passarinho da recordação empoleirado num galho de lembranças, como que a trazer sentimentos revigorados, com retaguarda relacionada com aspirações de desenvolvimento.


Não é tarde nem é cedo, como se diz, para determos ideia de reminiscência, na altura de transição do ambiente natural, enquanto o Inverno não acaba nem a Primavera chega, quando o ambiente social está quase às avessas, com a crise que teima continuar. Passada a época de Carnaval, quando já a folia carnavalesca nem é como antigamente, na linha da descaracterização derivada de fusões contra natura e derivadas ocorrências de tais uniões. Entrando de seguida temporada quaresmal rigorosa, à medida da cor roxa própria da quadra, vindo então a talhe lembrar algo relacionado com outros tempos e modos. Não tanto porque quando é assim qualquer coisa serve, para o efeito, mas porque calha para lembrar a preceito.

Ora, o Carnaval já foi, voando pelo ar como confetes e serpentinas atiradas, entretanto, despido que vai o tempo de roupagem de fantasias. Pois, por ter passado já, traz memórias de outro passado, quando as passeatas de carnaval eram feitas por pessoas individualmente ou em grupos ocasionais, em desfiles de outros tempos, que saíam à rua, mascarados com suas caretas, mais roupas velhas e fora de regra, passeando-se diante dos conterrâneos, conhecidos e assistentes, sem se darem a reconhecer, nem qualquer outra intenção, quantas vezes com figurações engraçadas ou provocantes, na linha que no carnaval ninguém leva a mal. Mas sem tropelias. Até por fim ser queimado o entrudo, junto com peças fora de uso, em fogueira popular. Junto com leitura de testamento normalmente teatral, no verdadeiro termo público.

Não é necessário ir muito ao fundo da arca de lembranças, quanto a fazer uma descrição profunda, por tudo isso estar bem na memória de qualquer pessoa, conforme a época de cada qual. Nem agora se torna preciso apontar o que tem sido mais recente, por estar bem presente em todos os que assistimos ao desfile do tempo atual. Não de um corso carnavalesco qualquer, mas do trajeto que ocorre nos tempos que correm, agora. Podendo dizer-se que qualquer semelhança com a realidade não é simples coincidência, apenas pura existência.

Armando Pinto
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Futebol e romantismo de mãos dadas em terras de Felgueiras...!


Felgueiras raramente tem sido mote de notícias do país, talvez por falta de trabalho de promoção por parte de representantes da área e falha de correspondência de agentes ligados aos meios de comunicação nacional. Sendo contudo motivo de outras atenções quando surgem notícias de menor apreço, como é sabido, desde tempos dum tal saco, até de tal ter sido metida viola no saco, além de desastres, assaltos e outros desvios.  Por isso, quando aparecem novidades de melhor aspeto, logo leva o pessoal desta região a ficar atento e folhear mais um jornal em que tal venha impresso, no caso dos periódicos escritos. Como desta vez sucedeu, mais uma vez, quase em repetição de um sucesso ocorrido anos antes.

Assim, veio agora no Jornal de Notícias uma notícia agradável de ler, respeitante a um caso passado com David Teixeira, o atual guarda-redes do F C da Lixa, do concelho de Felgueiras. Um futebolista oriundo do F C Felgueiras e que na sua carreira apontou já dois golos, caso raro para um guarda-redes. Havendo o segundo acontecido no recente dia dos namorados, daí advindo um maior encanto para o sucedido, como se pode ler na notícia – cuja coluna para aqui se transpõe.

É pois esta uma boa manchete, qual lema de que em terras de Felgueiras o futebol e o romantismo também andam de mãos dadas.


Uma notícia destas merece, com efeito, ser passada e repassada ao conhecimento mais vasto de quem lê este espaço, também. Sendo o futebolista em apreço amigo aqui do autor destas linhas, desde os tempos de contactos no Centro de Saúde da Longra, além do mais, como até, a propósito, se pode recordar na pertinência de anterior notícia derivada do primeiro golo do mesmo guardião – como se pode ver clicando sobre o link respetivo, de seguida  
em


Armando Pinto

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Na Longra: Máquina de registo de Apostas dos jogos legais da Santa Casa (no "Café Longra")


Partilhando a mais recente notícia do meio habitat da vila da Longra, através de nota entretanto divulgada no facebook pelo Café da Longra, há uma boa nova a noticiar e anotar:
- A partir de hoje, quinta-feira 11 de Fevereiro de 2016, já podemos registar as nossas apostas no nosso café, o mais recente mediador dos jogos da Santa Casa.

Depois de anos de espera, finalmente foi atribuído a esta área geográfica um terminal de jogos legais da Santa Casa, passando a existir máquina de jogos declarados, vulgarmente conhecida por máquina do Totobola, Totoloto e Euromilhões, na Longra.

Então, após concurso público e haver sido o "Café do Zé" a merecer esse direito, a máquina respetiva já estava colocada no mesmo "Café Longra" desde o passado dia 19 de Janeiro, à espera de ligação; e, depois do normal período de transição, passa a funcionar agora efetivamente. 

Assim sendo, já há máquina na Longra, outra vez, desses populares Jogos Sociais do Estado, mediante atribuição do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na linha de expansão e modernização da rede comercial da instituição, com novos terminais de jogo nos pontos de venda e reforço da comunicação com o apostador. 

Regressa felizmente essa dotação que a Longra teve desde os primeiros tempos do Totobola, ainda no tempo da loja do tão popular senhor António Cândido Ferreira. Cujo ponto de registo, depois de ter ficado à responsabilidade das sucessivas gerências do sucessor empreendimento, conhecido por Centro Comercial da Longra, foi entretanto desativado. Até que agora, finalmente, retorna à Longra, no Café Longra, junto ao Largo da Longra. Ficando bem entregue, em boas mãos e com gosto nosso também (falando em nome pessoal aqui o autor destas letras), sabendo como gosta da Longra e é figura pública da nossa terra o amigo Aurélio José, o popular "Zé do Café".

Até que enfim, pode dizer-se, que esta zona tem uma boa novidade!

Armando Pinto

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Carnaval da Longra - Felgueiras / 2016


Apesar do mau tempo que se fez sentir, perante um dia chuvoso, saiu à rua mesmo assim o cortejo do tradicional dia de Carnaval na Longra, o já habitual Corso Carnavalesco Longrino. Neste invernoso Entrudo de 2016.


Com essas condicionantes, igualmente, desta vez não foi possível fazer uma reportagem fotográfica condizente com o impacto do mesmo desfile, que tinha diversos carros alegóricos com interessantes motivos de sátira político-social, nomeadamente de temática local. Mas, mesmo assim também, regista-se no imaginário memorial algo do que foi possível fixar em imagem, através de fotos que se colocam aqui à posteridade, quanto à atualidade recente do que se passou  pela tarde morrinhenta de chuva, mas alegre em ambiente.


Armando Pinto

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Carnaval da Longra em primeira instância…


Há já algum tempo que está pendurado no poste central do Largo da Longra o tradicional boneco alusivo ao Entrudo, como aviso de promoção, por meio do figurão que vai ser queimado no crematório da noite carnavalesca, como manda a tradição.

Entretanto, nesta sexta-feira antecedente ao Carnaval, também já saiu à rua o primeiro passeio carnavalesco Longrino, através do desfile das crianças da escola primária (de ensino básico) e do jardim infantil da Longra.

Dessa arruada cativante – porque tudo o que é pequenino tem graça – bem como do “Entrudo” figurado, ilustramos a descrição com algumas imagens. Embora, para se não expor a fisionomia das crianças (agora que há “tanta coisa por aí”, como se diz), colocamos as fotos de modo embaciado, algo diluído, numa vista de menor nitidez, por por via das coisas… mesmo de carnaval.



(fotos captadas de modo a não expor as crianças)
Armando Pinto


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