Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Entre livros e publicações - de vez em quando… o pequeno livro “ELEVAÇÃO DA LONGRA A VILA” /2003.

Desta feita, por entre publicações monográficas locais, calha vez de recordar a publicação do pequeno livro “ELEVAÇÃO DA LONGRA A VILA”, de 2003, alusivo à respetiva aprovação oficial. Livro esse escrito em poucos dias, para ser, como foi, apresentado logo na festa comemorativa realizada escassos dias depois da elevação. Tendo a aprovação na Assembleia da República sido na terça-feira dia 1 de julho e a festa, com a apresentação da publicação do livro, sido logo na imediata sexta-feira dia 4, desse mesmo mês de julho, em 2003.


Relembrando assim esse livrinho historiador, ilustra-se a lembrança com imagens de algumas páginas do mesmo, cuja tiragem ficou esgotada na noite da mesma sessão comemorativa. Podendo-se ainda, através dele, rever os antecedentes e como estava a Longra na ocasião, de modo que quem o tem poderá comparar com os tempos que se seguiram, até à atualidade.


Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

sábado, 15 de novembro de 2025

À minha madrinha…!

A vida, no seu desenrolar dos dias e dos anos, vai mudando tudo, incluindo o que nos rodeia e fazendo desaparecer também pessoas de ligação à nossa vida. Como agora, entre quem nos dizia e continuará a dizer muito, faleceu a minha madrinha de batismo, a Celestinha. A minha madrinha que, sei, gostava muito de mim, como eu dela. Assim como, ela que era uma grande bordadeira, das mais apreciadas de Felgueiras com seus pontos de fada do bordo tradicional felgueirense, bordou peças do enxoval que minha namorada levou para o nosso casamento. Como até tinha orgulho de mim, quão demonstrou com sua presença, e logo na primeira fila, na sessão de lançamento do meu livro grande historiador da região, bem como noutras ocasiões, que me recordo bem. 

A minha mãe escolheu-a para minha madrinha, era ela ainda jovem com 16 anos e mais alguns meses, por ser vizinha nossa, de porta com porta por assim dizer. Pois à época, aquando de meu nascimento, no mesmo edifício vivia também a família dela. Visto a casa, que era de meu avô materno, estar então dividida para duas famílias, habitando uma parte a prole de meus pais e na outra a da minha madrinha, em quem recaiu a respetiva escolha graças à boa vizinhança. Sendo eu batizado com vinte e seis dias de vida, quando ela me pegou ao colo na igreja de Rande. Acontecendo que então me deram o nome do namorado dela da ocasião, também da Longra, cujo namoro depois nem durou muito, mas já estava dado o nome e ficou, com que nunca engracei deveras, mas enfim estava o registo feito e claro não houve volta a dar. Enquanto a repartição dos andares da casa ainda continuou assim por mais alguns anos, lembrando-me eu até (teria poucos anos, mas ficou na retina das imagens ténues) de ela me levar a acompanhar a sua ida ao leite, como então aos finais das tardes ia à quinta da vacaria de Rande com o namorado seguinte, com quem veio a casar; e quando ela ia mais cedo e ele aparecia depois, para cair nas boas graças dela levava-me com ele na lambreta com que aparecia, para a ir esperar. Além de outros momentos em que ela, em frente â casa, bordava sentada junto com uma irmã, enquanto sua mãe, a Zéfinha, fazia meias de lã. Volvidos anos a casa passou a ser só habitada por nós, indo a família da minha madrinha, de seus pais, a Zéfinha e o Zezinho carteiro, para outra nas proximidades, dentro da Longra, até que ela casou e foi viver para a então vila de Felgueiras. Mas sempre mantendo contactos, como me lembro de aparecer sempre com sua cara sorridente. Como pela vida além, desde a minha comunhão solene, em que veio e me trouxe a minha primeira camisa de usar com fato, que mandou fazer a uma costureira que andava na Triple Marfel e fazia em casa camisas de popeline (pano branco liso e leve) como as da grande fábrica das camisas; como depois quando eu vinha a férias após ausência de temporadas, quando andava no seminário, ela fazia questão de eu ir a sua casa almoçar como visita de honra; assim como no meu casamento esteve com seu marido e filhos. E quando foram apresentados os meus primeiros livros ela esteve lá. Sendo agora a minha vez de estar com ela, como estive hoje no seu velório, junto a ela. E ela estará sempre nas minhas lembranças afetivas.

Até sempre, Madrinha!

Armando Pinto

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Lendas do imaginário antigo em Rande (Felgueiras)


Como ficou narrado no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, na página 430, diversas lendas povoam a memória popular das gentes de Rande desde longínquas épocas. Desde na meia encosta da freguesia, em Janarde, entre a antiga fonte e a mata da Bouça (em sítios recentemente cortados e atravessados pela auto-estrada), onde está enterrada uma grade de ouro, que os mouros enterraram aquando da sua fuga após a expulsão que sofrearam nas lutas travadas durante a Reconquista Cristã. Grade essa, no formato das antigas grades de lavoura, em tamanho diferente claro, que assim como outros objetos, fazia parte dum tesouro que ali ficou soterrado então, entre coisas escondidas. Por entre curiosidades diversas contadas na transmissão oral, de geração para geração em tempos idos.

Na ocasião da escrita do livro, e entretanto noutros escritos, não foram referidas outras lendas por ser assunto que pode mexer com sensibilidades e crendices. Mas, porque foram temas contados em tempos de nossos arquiavós e chegados ao conhecimento dos sucessores nossos antecessores, que viveram na nossa terra em eras recuadas, têm sempre algum interesse de revivalismo. Havendo, por exemplo, as lendas de "Correr o fado" e as "lendas das bruxas" que se lavavam e conviviam em certos lugares, à noite ou em dias de chuva misturada com raios de sol. Tanto que os antigos diziam que estando a chover e a fazer sol, ao mesmo tempo, estavam as bruxas a pentear-se.

Assim, diziam que havia quem tivesse visto numa presa, em que as pessoas lavavam roupa, além de sua água servir de regas de consortes (pequenos lagos antecessores dos tanques), estar um grupo de “bruxas” a pentear-se depois de terem tomado banho, ainda com partes do corpo à vista, em modos de provocar os homens. E num desses dias, um homem mais corajoso que viu isso, da janela de sua casa, deu um berro a condenar o comportamento delas; e, num ápice, como resposta elas atiraram-lhe com um pente, pelo ar, mal ele tendo tempo apenas para fechar depressa a portada da janela, onde ficou cravado esse mesmo pente, de ferro.

Outro caso era das bruxas à noite se juntarem numa outra presa, numa mata, a conviverem e a fazerem petiscadas, com danças de roda pelo meio, para atraírem homens que andassem ao brejo, como se dizia de à noite andarem na borga à procura de raparigas. Fazendo-se elas passar por moças normais. Tanto que num caso, como se contava, um rapaz foi atraído para ali com elas a fazerem um magusto e como tal com elas também comeu castanhas. Tendo, por acaso, guardado algumas no bolso do casaco, na manhã seguinte quando deu por ele e meteu a mão ao bolso deparou-se com caganitas ali metidas - como eram popularmente chamadas as pequenas bolas das fezes de cabras e ovelhas, que normalmente têm a forma de pequenas bolas secas e duras.

Outra é a lenda do "correr o fado". Ligada a seres possessos, então que eram forçados a correr incessantemente durante a noite, percorrendo locais como cruzamentos de caminhos, riachos e regatos por montes e vales. Cuja maldição era muitas vezes imposta a um filho quinto de uma prole que não tivesse os nomes dos primitivos povoadores da terra, de modo que quando nascia um quinto filho (em famílias em que nascessem cinco filhos seguidos) esse quinto devia chamar-se Adão, se fosse menino, e Eva se fosse menina. Quando havia esquecimento disso o infeliz depois acabava por ter de correr o fado, transformando-se à noite em cavalo ou égua, conforme os casos. Dizendo-se que de noite se ouvia um rasto barulhento de trote cavalar, levando o povo a deixar-se ficar em casa, ou debaixo das mantas da cama ou ao calor da lareira, com medo, sem sair fora. Enquanto a pessoa assim tolhida só se salvava disso quando houvesse alguém com coragem para aparecer e lhe quebrar o enguiço do fado, em jeito de fazer sangrar o ser corredor do fado. Acontecendo que a maldição podia ser quebrada então. Como no caso, sendo que era uma criatura transformada em cavalo ou égua, se alguém conseguisse picar ou cortar o rabo do cavalo ao quadrúpede, a pessoa possessa assim ficava salva, aparecendo nua, liberta de tudo, logo quebrando-se o feitiço.

Armando Pinto


sábado, 8 de novembro de 2025

Sessão de homenagem ao meu amigo artista plástico-escritor Naia (António Magalhães)!


Hoje, sábado 8 de novembro de 2025, com muito gosto e terna ponta de sentimento emotivo, estive na homenagem póstuma realizada na Biblioteca Municipal de Felgueiras ao meu amigo Magalhães, o artista plástico Naia e escritor Berto da Vinha, como respetivamente ele assinava suas obras. Homenagem sentida, que se realizou no dia em que passava seu aniversário natalício, com uma exposição de suas obras de pintura e construções de esculturas plásticas, entre diversas facetas patentes, mais a apresentação de seu último livro publicado postumamente. Num programa bem organizado pela equipa do Dr. José Ribeiro e da família do homenageado. Tendo, além do convívio com pessoas amigas e conhecidas, podido então assistir a uma sessão que teve muita vida através da enternecedora alocução da Dr.ª Adriana Henriques, curadora da exposição e autora da capa, mais das ilustrações do livro. Como o António Magalhães merecia, ele que era todo vivaço, tal como em tempos e por algumas vezes pude manifestar em artigos aqui publicados neste meu blogue. Sentindo-me honrado por também constar coisas minhas no livro dele, como aliás sabia de antemão pelos muitos contactos que mantivemos. Livro esse, com textos originais de 2017 e acrescentos de 2019, em que ele colocou muito do seu ser e ansiava ver publicado. Como, onde estiver, terá muito gosto em sentir que foi publicado e teve tanta gente presente na homenagem com que foi aplaudido.







= Fotos do autor do blogue - A. P.

~~~ *** ~~~

- O evento através de algumas fotos do Município de Felgueiras:





Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Lembranças da antiga Escola da Longra


Havendo atualmente o grupo de "Colegas de Escola e Amigos" da Longra e arredores, que se reunuiu já em maio passado (cujo encontro será para continuar, de modo que até está em preparação novo encontro para o próximo mês de maio de 2026, como tem sido noticiado no respetivo grupo de WhatsApp), virá a talhe avivar mais uma lembrança relacionada, quanto a temas de mote escolar. Recordando-se desta feita o caso de ter havido pelos idos anos de inícios da década de sessenta uma biblioteca interna da antiga Escola Primária da Longra, com empréstimo de livros aos alunos para leitura em casa.

Dessa benesse de tempos de escola do signatário destas linhas (escola velha, mais tarde apeada para crescimento da fábrica IMO), juntamos imagem de comprovativos de algumas requisições, de livros requisitados, com a devida chancela da minha professora primária, D. Fernanda, esposa do então presidente da Câmara Municipal de Felgueiras… em 1964.


Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Decoração caseira dum "Halloween" à maneira antiga...

 

Decoração caseira, alusiva à tradicional recriação com botefas (abóboras)… à maneira antiga.

Conforme tradições regionais, como se pode recordar (clicando em)

 http://longrahistorico.blogspot.com/2015/11/desfolhadas-e-culto-dos-mortos-nas.html

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Quadra dos Santos - Dias de Todos os Santos e Fieis Defuntos: Informações de horários de missas e seguintes romagens aos cemitérios de Rande e Sernande

Estando-se na época dos “Santos”, como é conhecida a quadra também popularmente referida por "Finados”, sendo este um tempo de romagem à terra, de muita gente para visita aos “campos santos” em que jazem familiares e outros entes queridos, interessará prestar informação sobre as cerimónias alusivas que se realizarão aqui na nossa região. Costumando ser quase sempre no dia 1 de novembro, por ser dia feriado, juntando o Dia de Todos os Santos com o Dia dos Fieis Defuntos. Mas este ano como o feriado calha ao sábado e há também o seguinte dia a coincidir com o domingo, as romagens aos cemitérios de Rande e Sernande serão então distribuídas por esses dois dias 1 e 2 de novembro (em Serrnande dia 1 e em Rande dia 2). Podendo assim haver mais tempo para os paroquianos e visitantes de Sernande e Rande, visto que uns e outros têm alguém dos seus nos cemitérios de ambas as paróquias vizinhas. Sucedendo ainda que este ano podem assim ser comemorados os dias das respetivas solenidades. Como consta dos “avisos” do serviço informativo paroquial, sobre as paróquias a cargo do Padre Manuel Ferreira (além de Rande e Sernande, também Idães e Revinhade) - cuja informação respetiva aqui se partilha, para os leitores deste espaço de memorização local.


Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))