Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Crónica no Semanário de Felgueiras: À laia do tempo...


A habitual crónica do autor (deste blogue também) no jornal Semanário de Felgueiras, normalmente focando temas de carácter felgueirense ou pelo menos regional e culturalmente local, desta feita versa sobre o tempo ambiental do meio, atendendo ao que foi e é - conforme publicação na edição de sexta-feira, na página 2 do SF:

À laia do tempo…

Ainda não chegaram a estas paragens as andorinhas, nem outras aves de arribação, na presença de tempo por ora pouco agradável e ambiente de menor encanto. Faltando vir manhãs de Primavera, com um ressurgir de vida ao acordar, e encanto de soalheiras tardes dos dias de renovação da natureza. Mas assomam entretanto, já, outros passarinhos, arribando até cá mais aves trazendo também encantos e desencantos de alma na renovação da vida e desenvolvimento social. Pousando na diversidade, qual passarinho da recordação empoleirado num galho de lembranças, como que a trazer sentimentos revigorados, com retaguarda relacionada com aspirações de desenvolvimento.


Não é tarde nem é cedo, como se diz, para determos ideia de reminiscência, na altura de transição do ambiente natural, enquanto o Inverno não acaba nem a Primavera chega, quando o ambiente social está quase às avessas, com a crise que teima continuar. Passada a época de Carnaval, quando já a folia carnavalesca nem é como antigamente, na linha da descaracterização derivada de fusões contra natura e derivadas ocorrências de tais uniões. Entrando de seguida temporada quaresmal rigorosa, à medida da cor roxa própria da quadra, vindo então a talhe lembrar algo relacionado com outros tempos e modos. Não tanto porque quando é assim qualquer coisa serve, para o efeito, mas porque calha para lembrar a preceito.

Ora, o Carnaval já foi, voando pelo ar como confetes e serpentinas atiradas, entretanto, despido que vai o tempo de roupagem de fantasias. Pois, por ter passado já, traz memórias de outro passado, quando as passeatas de carnaval eram feitas por pessoas individualmente ou em grupos ocasionais, em desfiles de outros tempos, que saíam à rua, mascarados com suas caretas, mais roupas velhas e fora de regra, passeando-se diante dos conterrâneos, conhecidos e assistentes, sem se darem a reconhecer, nem qualquer outra intenção, quantas vezes com figurações engraçadas ou provocantes, na linha que no carnaval ninguém leva a mal. Mas sem tropelias. Até por fim ser queimado o entrudo, junto com peças fora de uso, em fogueira popular. Junto com leitura de testamento normalmente teatral, no verdadeiro termo público.

Não é necessário ir muito ao fundo da arca de lembranças, quanto a fazer uma descrição profunda, por tudo isso estar bem na memória de qualquer pessoa, conforme a época de cada qual. Nem agora se torna preciso apontar o que tem sido mais recente, por estar bem presente em todos os que assistimos ao desfile do tempo atual. Não de um corso carnavalesco qualquer, mas do trajeto que ocorre nos tempos que correm, agora. Podendo dizer-se que qualquer semelhança com a realidade não é simples coincidência, apenas pura existência.

Armando Pinto
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Futebol e romantismo de mãos dadas em terras de Felgueiras...!


Felgueiras raramente tem sido mote de notícias do país, talvez por falta de trabalho de promoção por parte de representantes da área e falha de correspondência de agentes ligados aos meios de comunicação nacional. Sendo contudo motivo de outras atenções quando surgem notícias de menor apreço, como é sabido, desde tempos dum tal saco, até de tal ter sido metida viola no saco, além de desastres, assaltos e outros desvios.  Por isso, quando aparecem novidades de melhor aspeto, logo leva o pessoal desta região a ficar atento e folhear mais um jornal em que tal venha impresso, no caso dos periódicos escritos. Como desta vez sucedeu, mais uma vez, quase em repetição de um sucesso ocorrido anos antes.

Assim, veio agora no Jornal de Notícias uma notícia agradável de ler, respeitante a um caso passado com David Teixeira, o atual guarda-redes do F C da Lixa, do concelho de Felgueiras. Um futebolista oriundo do F C Felgueiras e que na sua carreira apontou já dois golos, caso raro para um guarda-redes. Havendo o segundo acontecido no recente dia dos namorados, daí advindo um maior encanto para o sucedido, como se pode ler na notícia – cuja coluna para aqui se transpõe.

É pois esta uma boa manchete, qual lema de que em terras de Felgueiras o futebol e o romantismo também andam de mãos dadas.


Uma notícia destas merece, com efeito, ser passada e repassada ao conhecimento mais vasto de quem lê este espaço, também. Sendo o futebolista em apreço amigo aqui do autor destas linhas, desde os tempos de contactos no Centro de Saúde da Longra, além do mais, como até, a propósito, se pode recordar na pertinência de anterior notícia derivada do primeiro golo do mesmo guardião – como se pode ver clicando sobre o link respetivo, de seguida  
em


Armando Pinto

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Na Longra: Máquina de registo de Apostas dos jogos legais da Santa Casa (no "Café Longra")


Partilhando a mais recente notícia do meio habitat da vila da Longra, através de nota entretanto divulgada no facebook pelo Café da Longra, há uma boa nova a noticiar e anotar:
- A partir de hoje, quinta-feira 11 de Fevereiro de 2016, já podemos registar as nossas apostas no nosso café, o mais recente mediador dos jogos da Santa Casa.

Depois de anos de espera, finalmente foi atribuído a esta área geográfica um terminal de jogos legais da Santa Casa, passando a existir máquina de jogos declarados, vulgarmente conhecida por máquina do Totobola, Totoloto e Euromilhões, na Longra.

Então, após concurso público e haver sido o "Café do Zé" a merecer esse direito, a máquina respetiva já estava colocada no mesmo "Café Longra" desde o passado dia 19 de Janeiro, à espera de ligação; e, depois do normal período de transição, passa a funcionar agora efetivamente. 

Assim sendo, já há máquina na Longra, outra vez, desses populares Jogos Sociais do Estado, mediante atribuição do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na linha de expansão e modernização da rede comercial da instituição, com novos terminais de jogo nos pontos de venda e reforço da comunicação com o apostador. 

Regressa felizmente essa dotação que a Longra teve desde os primeiros tempos do Totobola, ainda no tempo da loja do tão popular senhor António Cândido Ferreira. Cujo ponto de registo, depois de ter ficado à responsabilidade das sucessivas gerências do sucessor empreendimento, conhecido por Centro Comercial da Longra, foi entretanto desativado. Até que agora, finalmente, retorna à Longra, no Café Longra, junto ao Largo da Longra. Ficando bem entregue, em boas mãos e com gosto nosso também (falando em nome pessoal aqui o autor destas letras), sabendo como gosta da Longra e é figura pública da nossa terra o amigo Aurélio José, o popular "Zé do Café".

Até que enfim, pode dizer-se, que esta zona tem uma boa novidade!

Armando Pinto

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Carnaval da Longra - Felgueiras / 2016


Apesar do mau tempo que se fez sentir, perante um dia chuvoso, saiu à rua mesmo assim o cortejo do tradicional dia de Carnaval na Longra, o já habitual Corso Carnavalesco Longrino. Neste invernoso Entrudo de 2016.


Com essas condicionantes, igualmente, desta vez não foi possível fazer uma reportagem fotográfica condizente com o impacto do mesmo desfile, que tinha diversos carros alegóricos com interessantes motivos de sátira político-social, nomeadamente de temática local. Mas, mesmo assim também, regista-se no imaginário memorial algo do que foi possível fixar em imagem, através de fotos que se colocam aqui à posteridade, quanto à atualidade recente do que se passou  pela tarde morrinhenta de chuva, mas alegre em ambiente.


Armando Pinto

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Carnaval da Longra em primeira instância…


Há já algum tempo que está pendurado no poste central do Largo da Longra o tradicional boneco alusivo ao Entrudo, como aviso de promoção, por meio do figurão que vai ser queimado no crematório da noite carnavalesca, como manda a tradição.

Entretanto, nesta sexta-feira antecedente ao Carnaval, também já saiu à rua o primeiro passeio carnavalesco Longrino, através do desfile das crianças da escola primária (de ensino básico) e do jardim infantil da Longra.

Dessa arruada cativante – porque tudo o que é pequenino tem graça – bem como do “Entrudo” figurado, ilustramos a descrição com algumas imagens. Embora, para se não expor a fisionomia das crianças (agora que há “tanta coisa por aí”, como se diz), colocamos as fotos de modo embaciado, algo diluído, numa vista de menor nitidez, por por via das coisas… mesmo de carnaval.



(fotos captadas de modo a não expor as crianças)
Armando Pinto


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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Memória Viva


In Semanário de Felgueiras, nº 1190, ano 25, de 29-01-2016, página 10::


Memória Viva

Há-de parecer contraditório, mas pode-se morrer e viver também depois da morte, em sentido figurado evidentemente. Querendo dizer que depois do desaparecimento físico, a possibilidade de se cair no esquecimento é uma outra morte, ante a visibilidade duma viva lembrança.

Conta muito assim haver memória, para quem a tiver e perante quem for digno de tal.

Todos nos lembramos constantemente com saudade e afeição de nossos entes queridos que já não estão entre nós. E mesmo de pessoas que não sendo parentes de sangue, foram aparentados em afinidades, amizade e admiração. Assim como, entre ausentes e presentes, nos pode dizer muito a imagem de certas figuras públicas que se relacionam com realidades que nos dizem respeito. Quão pode ser o caso de personalidades salientes de nossa terra, por bom exemplo.

Costuma-se dizer que uma terra, como localidade mátria de gente que viveu e vive sem ser por ver os outros, como se diz, vale muito pelos filhos que gerou. Sendo então um orgulho haver personagens de realce, como Felgueiras se pode ufanar de ter tido um Manuel de Faria e Sousa, Dr. Costa Guimarães, um Agostinho Ribeiro, Fonsecas Moreiras, Dr. Magalhães Lemos, Francisco Sarmento Pimentel, Padre Luís Rodrigues, Lucas Teixeira, e outros mais, entre pessoas de que há certeza de sua naturalidade ser mesmo felgueirense, em diversos campos da vida social, política, cultural e até desportiva. Conforme, na perspetiva atlética, foi o caso do ciclista Artur Coelho, um felgueirense que em seu tempo andou com a camisola amarela das mais importantes provas nacionais e até internacionais, tendo chegado a vencer a clássica 9 de Julho do Brasil, popularmente chamada Volta a São Paulo, corria o ano de 1957.
= Artur Coelho =
Ora, em tempo de inícios da época desportiva da modalidade das bicicletas de corrida, agora que se retoma antigo entusiasmo com o regresso a nível nacional de alguns clubes grandes à prática dessa modalidade desportiva, vem a calhar evocar aquele antigo ás dos pedais precisamente por nem sempre ser muito lembrado, a nível oficial das terras onde nasceu e viveu, Felgueiras e Vizela. Justamente porque é um personagem da memória coletiva merecedor de permanecer no conhecimento público. E porque o que representou, afinal, faz jus a dar a esta zona nortenha banhada pelos rios Sousa e Vizela certa tradição do banho de multidão que o espetáculo do ciclismo sempre produziu no meio das gentes locais. Tal como, no presente, gostamos de ouvir e ler na comunicação social o facto de ser felgueirense o empresário que nos dias que correm mais contribui para um maior impacto que o ciclismo volta a ter no panorama português, Adriano Sousa (Quintanilha), cuja ação é de enaltecer, por isso mesmo.

Já é tempo de Felgueiras ser falada e divulgada nos meios de comunicação por motivos enobrecidos, além dos “slogans” de terra do pão de ló e calçado, fora o resto, para haver melhor efeito de sítio de boas sementes e ótimos frutos.

Nunca será demasiado valorizar o que tem valor e tudo o que eleve o nome de Felgueiras, o nosso concelho, num acertar de pedalada da história que atinja metas de apreço. Vivendo outra vida o que passa pelo mundo tendo sabido vivenciar a existência.

ARMANDO PINTO
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© Imagem com marca d’água, inserta neste blogue e de arquivo do autor.
A. P.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Clichés e flashes: uma imagem de Rande, noutros tempos… da memória do concelho de Felgueiras.


Cliché, hoje em dia, sugere imagem feita, no sentido literário, ou uma expressão do género chavão e lugar-comum, por exemplo; mas antigamente era uma referência de tipo fotográfico, como indicação de gravura, já alusiva ao que era impresso através de chapa metálica que tinha gravada em relevo uma imagem, para ser reproduzida na impressão de fotos e textos. E flashe (flache), alude ao clarão saído das máquinas fotográficas para possibilitar melhor captação, sendo instantâneo reproduzido, dum instante reportado, no relance dum momento. 

Assim sendo, para se poder vislumbrar tempos de outras eras, como num relance por épocas remotas, a memória histórica também se conta através de imagens capazes de fixar pormenores de interesse memorial. Como no caso da imagem junta – uma foto com muitos anos já, mostrando uma casa, então de lavoura e de proprietários bem posicionados, como demonstra a respetiva pose, na encosta de Rande, quase ao cimo da freguesia. De notar ser de tempos das casas ainda cobertas de colmo, entre outras particularidades, demonstrando tipo de habitação rústica da freguesia, em épocas antepassadas. 

Um exemplo possível, entre clichés e flashes. Tratando-se duma imagem de Rande, noutros tempos, fazendo parte da memória etnográfica do concelho de Felgueiras.

Armando Pinto

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