Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Em tempo de início de novo ano escolar: folhas soltas de memórias pessoais

Setembro de 2024. Num voo de memória a pousar por tempos outonais de 1960 e 1961… Agora com os dias algo mais pequenos e a natureza a começar a perder folhagem de vivacidade, esvoaçando na paisagem. Enquanto a meio de setembro volta o tempo de início das aulas para a juventude. Vendo agora os netos a irem para as suas escolas continuarem o percurso estudantil. Tal como muitos anos antes eu comecei e andei. Quão me lembro ainda até dos primeiros dias. Embora diluindo-se já no tempo o meu primeiro dia de aulas, a sério, salvo raros pormenores. Nesse tempo em que as aulas começavam pelos inícios de outubro, já com o frio a fazer-se sentir, por entre a curiosidade e ansiedade dos primeiros dias de escola.

As aulas eram então na escola velha da Longra, edifício antigo todo em pedra, de grandes janelões e com duas amplas salas de aulas, uma para rapazes e outra para as raparigas, em ambos os sexos juntando por diferentes carreiras de carteiras as diversas classes. As carteiras, de madeira grossa, largas para duas crianças, juntas, tinham à frente dois tinteiros, metidos na madeira, um de cada lado, ao cimo, para molhar as penas com que se escrevia. Além de se escrever também com ponteiros nas lousas. Entre os diversos apetrechos e adereços próprios desse tempo nas escolas primárias. 

Lembro-me que, tinha eu seis anos e mais alguns meses de vida, quando, acompanhado da minha mãe, entrei pela primeira vez na escola da Longra. Mas sem ficar logo inscrito. Tendo na altura esses meus seis anos, e se deparou a situação de não poder ficar matriculado, visto então ser só possível fazê-lo com sete anos, oficialmente. Segundo informou a professora com todas as classes, incluindo a primeira, nesse ano,  E assim fiquei unicamente a assistir às aulas dos outros. Vendo diversos amigos de brincadeiras, mais velhos poucos meses, a começarem a aprender a ler e escrever, e os mais velhos já a fazer contas e falarem de histórias, etc. e tal, enquanto eu e mais dois colegas, dos que aparecemos por lá na mesma situação, ficamos de fora apenas como assistentes, numas carteiras ao fundo da sala. Daí que passados alguns dias deixamos de aparecer por lá, fartos de estar ali sem fazer nada, nem sequer poder brincar. Também por de permeio me ter apercebido que havia três amigos da mesma idade que, mesmo só com seis anos, tinham entrado, admitidos com matrícula feita. Enfim... Por isso, só no ano seguinte passei a estar matriculado e inserido mesmo nas aulas. Num ano que me ficou bem nos sentidos, nesse belo tempo em que tive como primeira professora, verdadeira, a saudosamente eterna Dona Candidinha Sousa, senhora amiga que me influenciou deveras a gostar de ler e escrever. Seguindo depois, pelos anos adiante, normal trajeto, sempre a passar de classe, já com outra professora, a D. Fernanda, desde a 2.ª à 4ª Classe. E de seguida decorreu todo o percurso de vida, que leva agora a estar a escrever estas remembranças de tempos idos.

Como o tempo passa!

Armando Pinto

terça-feira, 10 de setembro de 2024

FALECIMENTO DO CONSULTOR VAZ-OSÓRIO DA NÓBREGA – autor do livro “PEDRAS DE ARMAS E BRASÕES TUMULARES DO CONCELHO DE FELGUEIRAS”.

 

Faleceu hoje, 10 de setembro de 2024, o Consultor Artur Vaz-Osório da Nóbrega Ribeiro, uma das personalidades mais insignes da História recente de Lousada, que iria completar 100 anos de idade a 13 de novembro.

Consultor oficial de Heráldica e Genealogia, desenvolveu, durante várias décadas, um vasto trabalho de investigação histórica, incluindo “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959) e “A Heráldica de Família do Concelho de Lousada” (1999).

Distinguiu-se também como poeta e escritor, publicando muitos poemas e folhetins no “Jornal de Lousada”, concelho onde residiu durante muitos anos, na Casa dos Casais (Vilar do Torno), de que era senhor, sendo agraciado em 1999 com a Medalha de Prata de Mérito Municipal de Lousada.

Vai a sepultar no dia 11 de setembro, pelas 10h30, no cemitério do Bonfim, no Porto.»

(Informação noticiosa transmitida pelo amigo sr. Prof. Luís Ângelo Fernandes, historiador lousadense)

Artur Vaz-Osório da Nóbrega escreveu também o livro “PEDRAS DE ARMAS E BRASÕES TUMULARES DO CONCELHO DE FELGUEIRAS”, publicado em 1997 em edição da Câmara Municipal de Felgueiras, que incluiu algumas referências da Casa de Rande e Casa da Torre, ambas da freguesia de Rande, de material dos originais fotocopiados do meu trabalho para o livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, nesse mesmo ano também publicado. Cujas páginas datilografadas entretanto haviam ficado na Câmara Municipal de Felgueiras, quando esteve em equação o patrocínio municipal para esse livro, depois ficado sem efeito no tempo da Vereação da Cultura a cargo da Dr.ª Fátima Felgueiras (e mais tarde publicado, em novembro de 1997, com patrocínio do jornal Semanário de Felgueiras).

Sobre Artur Vaz-Osório da Nóbrega é no jornal TVS acrescentado ainda: «Formado em Ciências Heráldico-Genealógicas, foi consultor oficial de Heráldica e Genealogia, desenvolvendo, durante várias décadas, um vasto trabalho de investigação histórica, com projeção em vários países europeus, Rússia e Brasil, salientando-se os levantamentos heráldico-genealógicos nos concelhos de Lousada, Felgueiras, Braga, Santo Tirso, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Terras de Bouro, Amares, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Barcelos e Esposende, e mais estudos ligados à heráldica, genealogia, bibliografia e documentação histórica. Publicou, nomeadamente, “Pedras de Armas do Concelho de Lousada”, “A Heráldica de Família do Concelho de Lousada”, “Valles Peixotos de Villas-Bôas da Casa de Carvalho de Arca” e “Pedras de Armas e Brasões Tumulares do Concelho de Felgueiras”, além de muitos artigos, inclusivamente no jornal TVS.»

Armando Pinto

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quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Só por acaso ou porquê…?!

 

O antigo Comboio do Vale do Sousa, conhecido por Comboio de Penafiel à Lixa e Entre-Os-Rios, chegou pela primeira vez ao concelho de Felgueiras em MAIO DE 1914. Como se pode reparar pela imagem de cartaz, desse dia festivo à saída de Penafiel com destino à Longra… com a locomotiva engalada a preceito. Então o que não bate certo com o que consta do mesmo cartaz e da comemoração em causa… agora, em SETEMBRO, fora de tempo e do espaço devido?!  

Apenas um reparo  quanto ao que aqui é reproduzido do original (publicado em locais públicos). Ou como se diz na linguagem regional popularucha: é só pra “môrde” (mor de…)!


Armando Pinto

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