Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 25 de novembro de 2025

NOTA INFORMATIVA aos membros do GRUPO DE COLEGAS DE ESCOLA E AMIGOS

 

Aviso:

  • Está já marcado o dia do próximo encontro anual, cujo almoço de convívio será em maio de 2026. Será anunciado então o dia e restantes informações no respetivo grupo de WhatsApp e na página de Facebook também do grupo. Tenham todos e todas a devida atenção ao que ali vai sendo avisado.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Assinalando a passagem dos 127 anos dos Bombeiros de Felgueiras

 

Ao perfazer nesta data de 24 de novembro de 2025 a conta de 127 anos da fundação oficial da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Felgueiras, assinala-se também aqui neste espaço de memorização felgueirense a existência da importante instituição concelhia, fundada em 1898.

Sendo como é esta corporação uma das mais antigas instituições do concelho e pelo seu desempenho na proteção de pessoas e bens digna de louvor, merece pois toda a nossa admiração e grato reconhecimento.

Ora, se em anos anteriores foi por aqui dado a reconhecer aspetos de seu trabalho voluntário e dedicação à causa do serviço público, através de alguns apontamentos constantes em artigos entretanto publicados, de lavra própria, desta feita homenageia-se a mesma Corporação com imagens do que sobre a mesma consta entre adereços guardados pessoalmente.

Armando Pinto

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domingo, 23 de novembro de 2025

À Milinha do Restaurante da Sãozinha

Faleceu a Milinha do Restaurante da Sãozinha, como era conhecida ultimamente desde que sua filha passou a ter o Restaurante Cimo de Vila de Sernande. Anteriormente também conhecida por Milinha das Figueiras, por ter vivido durante anos na casa do lugar desse nome, em Varziela. Senhora muito simpática e sobretudo com quem eu simpatizava muito e sei que ela comigo de igual forma manifestava grande apreço. A D. Maria Emília da Cunha, residente na Travessa de Cimo de Vila, no antigo lugar de Sacotes, em Sernande. Tinha 88 anos.

Desaparece assim mais uma das pessoas idosas que iam ao Posto Médico da Longra, ainda do tempo do Posto Clínico da Casa do Povo e seguinte Centro de Saúde da Longra, sobretudo que me tinham afeição desde esses tempos do Posto Médico da Longra, cuja frequência desses serviços fazia parte das amizades mantidas. No caso da Milinha até, como me lembro, de tal modo que quando lá chegava era a mim que se dirigia logo para a atender. Entre pessoas que depois que saí, por aposentação antecipada (por episódica doença), quando me viam mostravam como gostaram de eu lá ter estado. Enquanto a Milinha ainda me ia vendo com assiduidade, até estes dias. Sempre com seu sorriso misturado com palavras cativantes. A ponto que, ainda há tempos, um antigo empregado do restaurante de sua filha me ter dito que admirava como ela olhava e se referia a mim: «Ela tem-lhe um respeito…!». Mas claro, sabendo ela que eu olhava para ela também com grande amizade, a pontos de gostarmos de conversar um bocado sempre que podíamos. O que, sabendo-se como eu pessoalmente falo pouco, queria dizer muito.

A Milinha, ainda era prima de minha esposa, também - não sei ao certo o grau, quão pouco importa para o caso; e ainda há tempos eu e minha esposa lhe oferecemos um ramo de flores num encontro de família realizado no restaurante da filha - mas para mim era a pessoa simpática que me fica na lembrança.

Até sempre, Milinha!

Armando Pinto

Obs.: VELÓRIO - O corpo estará em câmara-ardente na Capela da Ressurreição de Rande, hoje, Domingo dia 23 de novembro a partir das 15 h 00.

O FUNERAL realiza-se segunda-feira dia 24 de novembro pelas 15 h 30 da Capela da Ressurreição de Rande, para a igreja paroquial de Sernande, onde serão celebradas as cerimónias fúnebres. Irá a sepultar no cemitério de Sernande - Felgueiras.  

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Entre livros e publicações - de vez em quando… o pequeno livro “ELEVAÇÃO DA LONGRA A VILA” /2003.

Desta feita, por entre publicações monográficas locais, calha vez de recordar a publicação do pequeno livro “ELEVAÇÃO DA LONGRA A VILA”, de 2003, alusivo à respetiva aprovação oficial. Livro esse escrito em poucos dias, para ser, como foi, apresentado logo na festa comemorativa realizada escassos dias depois da elevação. Tendo a aprovação na Assembleia da República sido na terça-feira dia 1 de julho e a festa, com a apresentação da publicação do livro, sido logo na imediata sexta-feira dia 4, desse mesmo mês de julho, em 2003.


Relembrando assim esse livrinho historiador, ilustra-se a lembrança com imagens de algumas páginas do mesmo, cuja tiragem ficou esgotada na noite da mesma sessão comemorativa. Podendo-se ainda, através dele, rever os antecedentes e como estava a Longra na ocasião, de modo que quem o tem poderá comparar com os tempos que se seguiram, até à atualidade.


Armando Pinto

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sábado, 15 de novembro de 2025

À minha madrinha…!

A vida, no seu desenrolar dos dias e dos anos, vai mudando tudo, incluindo o que nos rodeia e fazendo desaparecer também pessoas de ligação à nossa vida. Como agora, entre quem nos dizia e continuará a dizer muito, faleceu a minha madrinha de batismo, a Celestinha. A minha madrinha que, sei, gostava muito de mim, como eu dela. Assim como, ela que era uma grande bordadeira, das mais apreciadas de Felgueiras com seus pontos de fada do bordo tradicional felgueirense, bordou peças do enxoval que minha namorada levou para o nosso casamento. Como até tinha orgulho de mim, quão demonstrou com sua presença, e logo na primeira fila, na sessão de lançamento do meu livro grande historiador da região, bem como noutras ocasiões, que me recordo bem. 

A minha mãe escolheu-a para minha madrinha, era ela ainda jovem com 16 anos e mais alguns meses, por ser vizinha nossa, de porta com porta por assim dizer. Pois à época, aquando de meu nascimento, no mesmo edifício vivia também a família dela. Visto a casa, que era de meu avô materno, estar então dividida para duas famílias, habitando uma parte a prole de meus pais e na outra a da minha madrinha, em quem recaiu a respetiva escolha graças à boa vizinhança. Sendo eu batizado com vinte e seis dias de vida, quando ela me pegou ao colo na igreja de Rande. Acontecendo que então me deram o nome do namorado dela da ocasião, também da Longra, cujo namoro depois nem durou muito, mas já estava dado o nome e ficou, com que nunca engracei deveras, mas enfim estava o registo feito e claro não houve volta a dar. Enquanto a repartição dos andares da casa ainda continuou assim por mais alguns anos, lembrando-me eu até (teria poucos anos, mas ficou na retina das imagens ténues) de ela me levar a acompanhar a sua ida ao leite, como então aos finais das tardes ia à quinta da vacaria de Rande com o namorado seguinte, com quem veio a casar; e quando ela ia mais cedo e ele aparecia depois, para cair nas boas graças dela levava-me com ele na lambreta com que aparecia, para a ir esperar. Além de outros momentos em que ela, em frente â casa, bordava sentada junto com uma irmã, enquanto sua mãe, a Zéfinha, fazia meias de lã. Volvidos anos a casa passou a ser só habitada por nós, indo a família da minha madrinha, de seus pais, a Zéfinha e o Zezinho carteiro, para outra nas proximidades, dentro da Longra, até que ela casou e foi viver para a então vila de Felgueiras. Mas sempre mantendo contactos, como me lembro de aparecer sempre com sua cara sorridente. Como pela vida além, desde a minha comunhão solene, em que veio e me trouxe a minha primeira camisa de usar com fato, que mandou fazer a uma costureira que andava na Triple Marfel e fazia em casa camisas de popeline (pano branco liso e leve) como as da grande fábrica das camisas; como depois quando eu vinha a férias após ausência de temporadas, quando andava no seminário, ela fazia questão de eu ir a sua casa almoçar como visita de honra; assim como no meu casamento esteve com seu marido e filhos. E quando foram apresentados os meus primeiros livros ela esteve lá. Sendo agora a minha vez de estar com ela, como estive hoje no seu velório, junto a ela. E ela estará sempre nas minhas lembranças afetivas.

Até sempre, Madrinha!

Armando Pinto

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Lendas do imaginário antigo em Rande (Felgueiras)


Como ficou narrado no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, na página 430, diversas lendas povoam a memória popular das gentes de Rande desde longínquas épocas. Desde na meia encosta da freguesia, em Janarde, entre a antiga fonte e a mata da Bouça (em sítios recentemente cortados e atravessados pela auto-estrada), onde está enterrada uma grade de ouro, que os mouros enterraram aquando da sua fuga após a expulsão que sofrearam nas lutas travadas durante a Reconquista Cristã. Grade essa, no formato das antigas grades de lavoura, em tamanho diferente claro, que assim como outros objetos, fazia parte dum tesouro que ali ficou soterrado então, entre coisas escondidas. Por entre curiosidades diversas contadas na transmissão oral, de geração para geração em tempos idos.

Na ocasião da escrita do livro, e entretanto noutros escritos, não foram referidas outras lendas por ser assunto que pode mexer com sensibilidades e crendices. Mas, porque foram temas contados em tempos de nossos arquiavós e chegados ao conhecimento dos sucessores nossos antecessores, que viveram na nossa terra em eras recuadas, têm sempre algum interesse de revivalismo. Havendo, por exemplo, as lendas de "Correr o fado" e as "lendas das bruxas" que se lavavam e conviviam em certos lugares, à noite ou em dias de chuva misturada com raios de sol. Tanto que os antigos diziam que estando a chover e a fazer sol, ao mesmo tempo, estavam as bruxas a pentear-se.

Assim, diziam que havia quem tivesse visto numa presa, em que as pessoas lavavam roupa, além de sua água servir de regas de consortes (pequenos lagos antecessores dos tanques), estar um grupo de “bruxas” a pentear-se depois de terem tomado banho, ainda com partes do corpo à vista, em modos de provocar os homens. E num desses dias, um homem mais corajoso que viu isso, da janela de sua casa, deu um berro a condenar o comportamento delas; e, num ápice, como resposta elas atiraram-lhe com um pente, pelo ar, mal ele tendo tempo apenas para fechar depressa a portada da janela, onde ficou cravado esse mesmo pente, de ferro.

Outro caso era das bruxas à noite se juntarem numa outra presa, numa mata, a conviverem e a fazerem petiscadas, com danças de roda pelo meio, para atraírem homens que andassem ao brejo, como se dizia de à noite andarem na borga à procura de raparigas. Fazendo-se elas passar por moças normais. Tanto que num caso, como se contava, um rapaz foi atraído para ali com elas a fazerem um magusto e como tal com elas também comeu castanhas. Tendo, por acaso, guardado algumas no bolso do casaco, na manhã seguinte quando deu por ele e meteu a mão ao bolso deparou-se com caganitas ali metidas - como eram popularmente chamadas as pequenas bolas das fezes de cabras e ovelhas, que normalmente têm a forma de pequenas bolas secas e duras.

Outra é a lenda do "correr o fado". Ligada a seres possessos, então que eram forçados a correr incessantemente durante a noite, percorrendo locais como cruzamentos de caminhos, riachos e regatos por montes e vales. Cuja maldição era muitas vezes imposta a um filho quinto de uma prole que não tivesse os nomes dos primitivos povoadores da terra, de modo que quando nascia um quinto filho (em famílias em que nascessem cinco filhos seguidos) esse quinto devia chamar-se Adão, se fosse menino, e Eva se fosse menina. Quando havia esquecimento disso o infeliz depois acabava por ter de correr o fado, transformando-se à noite em cavalo ou égua, conforme os casos. Dizendo-se que de noite se ouvia um rasto barulhento de trote cavalar, levando o povo a deixar-se ficar em casa, ou debaixo das mantas da cama ou ao calor da lareira, com medo, sem sair fora. Enquanto a pessoa assim tolhida só se salvava disso quando houvesse alguém com coragem para aparecer e lhe quebrar o enguiço do fado, em jeito de fazer sangrar o ser corredor do fado. Acontecendo que a maldição podia ser quebrada então. Como no caso, sendo que era uma criatura transformada em cavalo ou égua, se alguém conseguisse picar ou cortar o rabo do cavalo ao quadrúpede, a pessoa possessa assim ficava salva, aparecendo nua, liberta de tudo, logo quebrando-se o feitiço.

Armando Pinto


sábado, 8 de novembro de 2025

Sessão de homenagem ao meu amigo artista plástico-escritor Naia (António Magalhães)!


Hoje, sábado 8 de novembro de 2025, com muito gosto e terna ponta de sentimento emotivo, estive na homenagem póstuma realizada na Biblioteca Municipal de Felgueiras ao meu amigo Magalhães, o artista plástico Naia e escritor Berto da Vinha, como respetivamente ele assinava suas obras. Homenagem sentida, que se realizou no dia em que passava seu aniversário natalício, com uma exposição de suas obras de pintura e construções de esculturas plásticas, entre diversas facetas patentes, mais a apresentação de seu último livro publicado postumamente. Num programa bem organizado pela equipa do Dr. José Ribeiro e da família do homenageado. Tendo, além do convívio com pessoas amigas e conhecidas, podido então assistir a uma sessão que teve muita vida através da enternecedora alocução da Dr.ª Adriana Henriques, curadora da exposição e autora da capa, mais das ilustrações do livro. Como o António Magalhães merecia, ele que era todo vivaço, tal como em tempos e por algumas vezes pude manifestar em artigos aqui publicados neste meu blogue. Sentindo-me honrado por também constar coisas minhas no livro dele, como aliás sabia de antemão pelos muitos contactos que mantivemos. Livro esse, com textos originais de 2017 e acrescentos de 2019, em que ele colocou muito do seu ser e ansiava ver publicado. Como, onde estiver, terá muito gosto em sentir que foi publicado e teve tanta gente presente na homenagem com que foi aplaudido.







= Fotos do autor do blogue - A. P.

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- O evento através de algumas fotos do Município de Felgueiras:





Armando Pinto

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