Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Caminhada da União de freguesias de Pedreira, Rande e Sernande – II

 

No passado domingo, dia 18 deste mês, decorreu uma “Caminhada” coletiva de pessoas da atual união de freguesias da área da Longra, com ideia de, além do convívio resultante, avivar conhecimentos de “Tradições e cultura”, conforme o mote dessa caminhada organizada pela Junta de Freguesia das freguesias de Pedreira, Rande e Sernande.

A caminhada, com início pelas 8 h 00, no Largo da Igreja de S. Tiago de Rande, atravessou as 3 freguesias da União, por Rande, Sernande e Pedreira. Tendo alguns locais com especial significado cultural e das tradições da comunidade feito parte do percurso, num total de 12 km que os caminhantes percorreram com grau de dificuldade médio, em dia de manhã soalheira. (Segundo as previsões e confirmações, visto o autor não ter participado presencialmente, por motivo de falta de saúde, mas havendo colaborado dentro do possível com o que foi solicitado pessoalmente, enquanto como sempre se tentou manter informado… de modo a também a ocorrência poder ser registada em letra de forma historiadora.)  

Itinerário: Após concentração em frente à igreja de Rande, e primeiras impressões de convívio junto às Alminhas da Renda (criadas pela Confraria das Almas, conforme já constava nas Memórias Paroquiais de 1758), iniciou-se a caminhada na Rua de São Tiago, continuando por Rua do Cruzeiro, Rua General Sarmento Pimentel, Travessa da Calçada (caminho medieval de pequeno troço da passagem dos Caminhos de Santiago para Compostela, na região), Rua Verdial Horácio de Moura, até meio, em Rande; seguindo a Sernande por Rua do Carvalhal, Rua de Quintela, Rua do Enchido, Rua 25 de Abril, Rua de São João, Rua da Espadilha (passando pelo Penedo das Pegadadinhas de São Gonçalo, nos limites de Sernande com Varziela), Viela Senhor da Piedade (e paragem em frente à capelinha desse sítio), Rua Senhor da Piedade, Travessa Senhor da Piedade, Rua 25 de Abril; voltando a passar em Rande por Rua de Cimalhas, Rua Dr. António Castro, Rua da Sobreira, Avenida da Longra; indo pela Pedreira por Caminhos sem designação, Rua de Tarrio (onde, na quinta de Tarrio, houve lugar a uma pausa para ser servido lanche, oferecido pelos donos da quinta; proporcionando momentos de lazer), Rua do Vinheiro, Rua de Santa Marinha, Rua do Outeirinho, Rua Santa Marinha, Travessa do Souto, Viela de Fonte Mige, Rua da Igreja, Calçada da Seara (com paragem em frente à capela do Senhor do Horto), Rua Santa Marinha, Rua do Ribeirinho, até, regressando a Rande, à Rua da Casa do Povo. Enquanto ao longo de todo o trajeto a organização prestou assistência, incluindo distribuição de fruta e água.

Durante o mesmo roteiro em certos locais houve trechos alegóricos encenados de reconstituição ambiental e humana, pela arte cénica das jovens Maria Sampaio e Sandra Ribeiro, bem como pelas mesmas foram lidos poemas de poetas da região e em determinados sítios houve explicações elucidativas. 

Havendo colaborado também o mestre das caminhadas da região, o amigo sr. Miguel Sousa, mais o arqueólogo felgueirense e também amigo Dr. José Ribeiro. Bem como houve acompanhamento apreciável na participação do grupo de amigos Horse Team - GF da Quinta da Golfareira, que valorizaram o rumo da caminhada. Cujo percurso acabou então no edifício da Associação Casa do Povo, em que decorreu por fim mais um momento cultural, com leitura de partes da história da Casa do Povo, seguido do almoço.

Esta foi, pois, a I Caminhada da União sob lema de cultura e tradições, em tempo de existência da ainda atual união de freguesias. Antes havia sido realizada uma outra, em 2013, no 10.º aniversário da Vila da Longra, apenas como junção das freguesias da área da Vila (ainda antes de ter passado a existir a união de freguesias imposta a regra e esquadro por quem não defendeu os interesses da memória local, em 2012/2013). Bem como também chegou a ser realizada uma caminhada solidária, de angariação de verbas para um fim beneficente, há alguns anos. Havendo agora esta caminhada através da Junta da União das freguesias da zona, tido este sucesso.

No final a Presidente da Junta, Lúcia Ribeiro, publicou na sua página:

«Realizamos hoje a caminhada onde tivemos a oportunidade de passar pelas três freguesias que compõem esta União, dando a conhecer alguns dos trilhos possíveis onde os participantes puderam conhecer a história, o culto, bem como assistir a representações encenadas ao longo do percurso.

Gostaríamos de agradecer a presença de todos os que fizeram questão de estar presentes neste evento, tornando este dia memorável que reforçou os laços de convívio e amizade. Esperamos que tenham gostado e que continuem a apoiar e participar nos nossos eventos.

Agradecimento a Câmara Municipal na presença e participação da Dra. Ana Medeiros, Vereadora da Cultura.

Agradecemos o apoio, a sabedoria e o conhecimento transmitido do Dr. José Ribeiro.

Agradecemos o apoio incansável do Sr. Miguel Sousa do Sentir Património.

Agradecemos o apoio, a disponibilidade e gosto com que nos receberam na sua Quinta de Tarrio-Pedreira, do Cláudio Coelho e seus pais.

Agradecemos a Associação da Casa do Povo da Longra, pela forma como colaboraram connosco.»

Passado o dia, a mesma Presidente confidenciou-nos:

«… Ontém ao fazer a reflexão do dia estava feliz, com a certeza que foi bom, mas ainda há tanta coisa para dar a conhecer! A aprendizagem, o saber, o valorizar as nossas gentes e o nosso passado, pode não ter um valor quantitativo, mas tenho a certeza que ontem fiquei mais rica, a verdadeira riqueza são os momentos e valores adquiridos que o dinheiro não pode comprar e ninguém nos pode tirar. (Lúcia Ribeiro)»

Fica assim aqui anotado mais este belo pedaço memorando acontecido na nossa região. Algo que se regista à posteridade, por este meio, visto (além de casos particulares) nos últimos anos, pelo menos de há coisa de 15 anos a esta parte… ter deixado de haver publicação de crónicas enfeixadas em livros contadores de histórias da terra e suas existências vivas. História que aqui se continua a alongar, a preservar a memória coletiva.

Dixit

Armando Pinto

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