Estando-se em tempo muito quente de fim-de-semana “verãozeiro”,
agora em 2022, esta canícula ambiental transporta memória de outros tempos,
quando o verão era mesmo verão. Quando no meu tempo de estudante se chagava à época
das férias grandes. Vindo entre muitas e boas lembranças a romaria que
acontecia na casa da Mata, quinta conventual dos Padres Carmelitas, na estrada
nacional da Longra para Caíde, após passagem da ponte e reta da Sorte da Pedreira,
já na fronteira e dentro de S. Cristóvão de Lordelo. Sendo então muito atrativos os
festejos cerimoniais dos frades dessa Ordem religiosa de capas brancas sobre
hábito castanho. Ficando-me para sempre na cabeça a emoção de minha mãe, em
cujo rosto eu via lágrimas brilharem à passagem da procissão. Bem como, na peugada de toda essa ligação, a
minha avozinha Júlia, paralisada na cama havia anos, então, tinha consigo um
escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que recebera, não sei já como, dessa
mesma Ordem (talvez do Padre Casimiro ou do Padre António, deduzo eu, que na
época eram figuras carismáticas em suas andanças pela Longra). Pois, depois que
minha avozinha Júlia faleceu, em 1969, a minha avó paterna Júlia de Jesus Pinto que
recordo também num conto do meu livro “Sorrisos de Pensamento” (publicado e
esgotado em 2001), fiquei com diversos pertences seus entre minhas ternas
relíquias, simples mas de estimação. Tendo ainda e para sempre o seu escapulário. Algo que não explico,
apenas sinto.
Armando Pinto
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