Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 14 de janeiro de 2018

Matilde da Costa, minha Mãe: 30 Anos de Saudade


O tempo voa, correndo depressa depois de vivido, como de outro modo voa o pensamento, no sentido de pairar e transportar a recordação, trazendo imagens e sensações. Voando nas asas do pensamento, desta vez, a saudade de minha mãe, até pousar aqui em mim, num voo de afeto, passados trinta anos de seu falecimento.

Foi a 15 de Janeiro de 1988, há trinta anos, cuja ocasião não mais esquece e continua presente em tudo o que permanece dessa data e desses dias. Fazendo ainda pousar no ramo de minha memória o voo da lembrança, desde os tempos em que comecei a andar agarrado a ela, mais a tê-la sempre comigo, tanto sua presença esteve a meu lado no ensinamento das primeiras orações, me levou à escola quando eu ainda nem fazia ideia de como teria interesse saber ler e escrever, quão estava em meu aperto de peito quando menino ainda saí de casa bem cedo e tive de deixar atrás a minha terra para ir estudar longe, como teve um dia feliz no meu casamento, esteve junto a mim logo após o nascimento de meus filhos. De jeito que recordo minha Mãezinha agora – tendo ainda comigo sua imagem na retina dos olhos e coração. Incluindo, entre outros casos, também recordações físicas, como o catecismo de sua Comunhão Solene, de cujo frontispício interior junto imagem, nesta rememoração evocativa. Lembrando-a agora e sempre, porque gosto muito dela!


A. P.