Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 8 de março de 2021

No Dia Internacional da Mulher: (Mais) Uma evocação de Guilhermina Mendonça, a popular "Menina de Rande"

No dia em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, tendo nos sentimentos as nossas mulheres, mas olhando ao sentido do historicismo que norteia este espaço, é ocasião de uma visão por alguém que toca muito nossa sensibilidade. Num tema que será abrangente. Porque pessoalmente tenho as minhas mulheres sempre presentes, sendo a minha mãe e a minha avozinha Júlia constantes recordações saudosas, e a minha esposa e a minha filha partes de meu ser ainda físico, desta feita espraia-se a evocação por alguém que nem chegou a ser conhecida das gerações atuais, mas faz parte das afinidades da memória coletiva.

Então, em mais um exercício de memória, evocamos aqui e agora, nesta data, a figura terna e admirada popularmente da “Menina de Rande”, como sempre e para sempre é conhecida Maria Guilhermina Mendonça.  Uma Mulher que muito viveu em prol dos outros e morreu com aura santificada. 

Era a Menina Guilhermina filha do Conselheiro de Rande, o Dr. António de Barbosa Mendonça, famoso político local de seu tempo e homem de letras, além de muito respeitado cidadão, um dos obreiros da chegada do antigo Comboio do Vale do Sousa às terras felgueirenses, com estações na Longra, Felgueiras e Lixa, dentro do território concelhio, dessa Linha Férrea de Penafiel à Lixa e Entre os Rios; além de ter doado terrenos seus para a sede da antiga Associação Pró-Longra e posterior Casa do Povo da Longra; mais para a primeira cabine elétrica da Longra; bem como foi Presidente de Câmara do antigo e efémero concelho de Barrosas e depois da Câmara Municipal de Felgueiras; e ainda mais ficou celebrizado como proprietário principal e diretor do jornal Semana de Felgueiras e dos jornais Povo da Longra e Defeza da Longra. Em cujo ambiente a filha era uma pessoa do povo de Rande e região envolvente, a ponto de quando faleceu, muito jovem ainda, ter logo sobrevivido com autêntica auréola na devoção popular.

Recorde-se que Maria Guilhermina de Barbosa Mendonça nasceu a 16 de Outubro de 1889, na Casa de Rande, da freguesia do mesmo nome, e morreu em 2 de Setembro de 1912, sendo sepultada em jazigo de sua família, no cemitério paroquial de Rande, concelho de Felgueiras. 

Em homenagem a essa Mulher de nossa devota admiração, recordamos o que sobre ela deixamos no livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", publicado em 1997.

  

 
   

Armando Pinto

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