No dia em que se assinala o Dia Internacional da Mulher,
tendo nos sentimentos as nossas mulheres, mas olhando ao sentido do historicismo que
norteia este espaço, é ocasião de uma visão por alguém que toca muito nossa
sensibilidade. Num tema que será abrangente. Porque pessoalmente tenho as
minhas mulheres sempre presentes, sendo a minha mãe e a minha avozinha Júlia constantes
recordações saudosas, e a minha esposa e a minha filha partes de meu ser ainda
físico, desta feita espraia-se a evocação por alguém que nem chegou a ser
conhecida das gerações atuais, mas faz parte das afinidades da memória coletiva.
Então, em mais um exercício de memória, evocamos aqui e
agora, nesta data, a figura terna e admirada popularmente da “Menina de Rande”,
como sempre e para sempre é conhecida Maria Guilhermina Mendonça. Uma Mulher que muito viveu em prol dos outros
e morreu com aura santificada.
Era a Menina Guilhermina filha do Conselheiro de Rande, o Dr. António de Barbosa Mendonça, famoso político local de seu tempo e homem de letras, além de muito respeitado cidadão, um dos obreiros da chegada do antigo Comboio do Vale do Sousa às terras felgueirenses, com estações na Longra, Felgueiras e Lixa, dentro do território concelhio, dessa Linha Férrea de Penafiel à Lixa e Entre os Rios; além de ter doado terrenos seus para a sede da antiga Associação Pró-Longra e posterior Casa do Povo da Longra; mais para a primeira cabine elétrica da Longra; bem como foi Presidente de Câmara do antigo e efémero concelho de Barrosas e depois da Câmara Municipal de Felgueiras; e ainda mais ficou celebrizado como proprietário principal e diretor do jornal Semana de Felgueiras e dos jornais Povo da Longra e Defeza da Longra. Em cujo ambiente a filha era uma pessoa do povo de Rande e região envolvente, a ponto de quando faleceu, muito jovem ainda, ter logo sobrevivido com autêntica auréola na devoção popular.
Em homenagem a essa Mulher de nossa devota admiração, recordamos o que sobre ela deixamos no livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", publicado em 1997.
Armando Pinto
»»» Clicar sobre as páginas e imagens digitalizadas, para ampliar «««