Devido à recente celeuma, perpetrada por um deputado político contrário à memória nacional, como é do conhecimento da opinião pública, veio
à baila a existência do monumental Padrão dos Descobrimentos, que se ergue em Lisboa junto ao Tejo, diante do conjunto da zona de Belém e em frente ao mosteiro dos
Jerónimos. Ora, por via disso, diversos textos têm trazido a público também
assuntos relacionados. Vindo assim a calhar reproduzir matéria de interesse
felgueirense, também.
Armando Pinto
= Posto isto, eis o que apraz partilhar - da página "Nova Portugalidade":
« Os Rostos do Padrão – Nicolau Coelho
Nicolau Coelho nasceu por volta de 1460, provavelmente em
Felgueiras, filho de Pedro Coelho e de sua mulher Luísa de Góis. Muito pouco é
conhecido relativamente aos seus primeiros anos.
Dotado de grande bravura e com experiência na navegação,
Nicolau Coelho acompanharia Vasco da Gama, em 1497, na viagem em que seria
descoberto o caminho marítimo para a Índia. A seu cargo estava o comando da
caravela Bérrio, pilotada por Pêro Escobar, o mais leve e rápido navio da
frota.
Foi o primeiro dos capitães da Armada a alcançar Moçambique,
estabelecendo o contacto inicial com o Sultão de Quíloa. No regresso a
Portugal, a Bérrio seria a primeira embarcação a chegar a Lisboa, entrando no
Tejo a 10 de julho de 1499. Nicolau Coelho seria assim o capitão com a honra de
dar a feliz notícia ao Rei D. Manuel I, que o recebeu com grande pompa e
circunstância, cumulando-o de honras. Em carta régia de 24 de fevereiro de
1500, conceder-lhe-ia uma vasta tença anual de 50 000 reais e algumas
propriedades. Nicolau Coelho dotar-se-ia ainda de um novo brasão de armas e
seria feito Cavaleiro da Casa Real.
A 9 de março de 1500, Coelho acompanharia Pedro Álvares
Cabral na nova Armada que rumava à Índia e que acabaria por descobrir o Brasil,
capitaneando uma das naus da frota de 13 navios. De acordo com o relato
redigido por Pero Vaz de Caminha, Nicolau Coelho desembarcou no Brasil no
primeiro batel, estabelecendo contacto com os habitantes e participando na
primeira visita realizada pelos indígenas à nau capitânia.
Após retornar a Lisboa, Nicolau Coelho tornaria a deixar
Portugal a 14 de abril de 1503 como capitão da nau Faial, integrada na nova
Armada liderada por Afonso de Albuquerque.
Nicolau Coelho viria a falecer na viagem de regresso a
Portugal, em janeiro de 1504, juntamente com Francisco de Albuquerque, primo de
Afonso, quando a nau Faial naufragou devido a uma tempestade perto das águas
rasas de São Lázaro, atual Ilha das Quirimbas, em Moçambique.
A bravura que demonstrou em todas as suas viagens fez com
que a sua figura se encontre representada no Lado Nascente do Padrão dos
Descobrimentos.
Miguel Louro »
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