Cliché, hoje em dia, sugere imagem feita, no sentido literário,
ou uma expressão do género chavão e lugar-comum, por exemplo; mas antigamente
era uma referência de tipo fotográfico, como indicação de gravura, já alusiva
ao que era impresso através de chapa metálica que tinha gravada em relevo uma
imagem, para ser reproduzida na impressão de fotos e textos. E flashe (flache),
alude ao clarão saído das máquinas fotográficas para possibilitar melhor
captação, sendo instantâneo reproduzido, dum instante reportado, no relance dum
momento.
Assim sendo, para se poder vislumbrar tempos de outras eras,
como num relance por épocas remotas, a memória histórica também se conta através
de imagens capazes de fixar pormenores de interesse memorial. Como no caso da
imagem junta – uma foto com muitos anos já, mostrando uma casa, então de
lavoura e de proprietários bem posicionados, como demonstra a respetiva pose,
na encosta de Rande, quase ao cimo da freguesia. De notar ser de tempos das
casas ainda cobertas de colmo, entre outras particularidades, demonstrando tipo
de habitação rústica da freguesia, em épocas antepassadas.
Um exemplo possível, entre clichés e flashes. Tratando-se duma imagem de Rande, noutros tempos, fazendo parte da memória etnográfica do concelho de Felgueiras.
Armando Pinto
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