Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ATUALIDADE - De interesse à realidade eleitoral do agrupamento de freguesias de Rande, Sernande e Pedreira...


Candidatura de Vitor Pedro Costa Ribeiro
« Hoje, o Tribunal Judicial de Felgueiras, considerou elegíveis os nossos candidatos da coligação «Manter a Esperança» à União de freguesias de Pedreira / Rande / Sernande; à União de freguesias de Unhão / Lordelo e à União de Freguesias de Margaride / Várzea/ Varziela / Moure / Lagares. O Tribunal não deu provimento ao pedido do PS Felgueiras, através dos seus candidatos, e do BE Felgueiras, que pretendia que os nossos candidatos fossem declarados inelegíveis. Esse não era o nosso entendimento e foi isso que defendemos em Tribunal.»


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O meu tio fã do Fernando Moreira... ?!!


(Em homenagem a esse admirador do "corredor" Moreira, ao admirado grande ciclista Fernando Jorge Moreira e ainda a bons tempos de outrora...!)

Chegado o pino do Verão, quando os dias se tornam calorentos na pachorra estival, por norma é tempo de Volta a Portugal, passando o país a ser percorrido pela prova ciclista que se tornou conhecida e apreciada, saindo o povo até às portas das casas para ver passar os corredores, naquela correria que por estes dias tem espaço nos meios de comunicação social.

Nos tempos recentes com menos impacto, devido a ter diminuído a atração desde que os clubes portugueses de maior nomeada deixaram de ter equipas de ciclismo, o desporto das bicicletas de corrida ainda detém alguma atenção; muito menor, porém, que antigamente, quando a época veraneante tinha na Volta o corolário da temporada desportiva, enquanto o futebol estava de férias.


Estando-se então neste coincidente período, pese as distâncias entretanto verificadas, a memória pessoal recua a tempos de esplendor dessas corridas. Qual passarinho batendo asas e levando-nos a tempos de outrora, sem sairmos da frente do teclado em que damos largas a estas memorizações. E, porque num dia destes, estando a digitalizar algumas fotografias para enviar a uma prima amiga, me veio à ideia algumas destas recordações, vendo a cara de um tio que há muito já partiu deste mundo, mas enquanto por cá andou não foi só por ver os outros andarem. 

Ora esse meu tio era um apaixonado pelas corridas de ciclismo. Um tio materno com quem sempre mantive uma proximidade interessante, entre os tios que tive, dos quais já não resta nenhum vivo. Sendo ele muito próximo de sua irmã mais nova e minha mãe, vinha muito a nossa casa e, pelo menos, aos sábados era certa a sua presença para duas de conversa e o que mais houvesse, entretanto, para dar que fazer à boca. Numa boa disposição contagiante, como pessoa afável, risonho e muito dado às pessoas de que gostava. Acabando por sempre vir à baila o tema do ciclismo, comigo sobretudo, um dos sobrinhos mais novos, em conversas que andavam para trás e para a frente, sem muito saírem do mesmo, que era ele recordar o Fernando Moreira, o seu grande ídolo de todos os tempos, e puxar pelo que eu sabia, interessado por tudo o que fosse assunto desportivo… do F C Porto. Mesmo sem eu ser desse tempo, de antigamente, como ele dizia e mais lhe interessava, mas por aqui quem recorda estas facetas gostar de andar a par de tudo, para não jurar nada falso.


Fernando Moreira, era o grande ciclista do F C Porto que em finais da década dos anos quarenta encantava o país, havendo em 1948 vencido a Volta a Portugal, com uma perna às costas, no dizer do meu tio. E só não ganhara mais Voltas por azares, nuns casos, e noutros por ausência, devido a ter corrido pelo estrangeiro, no Brasil e Marrocos, especialmente. Mas vencera ainda algumas clássicas e outras provas do calendário do ciclismo português. E, esse meu tio, idolatrava o Fernando Moreira sem nunca o ter visto de perto e julgo que nem de muito longe, ao certo. Ele era um acérrimo admirador desse corredor que apaixonava multidões, nesses tempos de outrora e como tal era figura pública que gerava entusiasmo por todos os lados. Contando meu tio peripécias que ouvira sobre ele e pelo que andava em romances de cordel, duns panfletos que em tempos antigos se vendiam nas feiras. Nutrindo aquele meu tio uma grande simpatia por esse nome sagrado, como entusiasta de suas façanhas. À maneira do que hoje se considera no conceito de fã, aportuguesando o inglesismo fan, admirador do Fernando Moreira como era aquele meu tio.
Pois com ele, era sempre o Fernando Moreira isto e o Fernando Moreira mais aquilo, apesar dele ter deixado de correr há muito, já nesse tempo. Mas, mesmo assim, quando passavam corridas de bicicletas por aqui, à nossa porta ou perto, onde víssemos, ele, que não faltava nunca e postando-se à minha beira, incentivava os corredores gritando pelo Fernando Moreira… Quase como como grito de guerra, seu talismã.


Era Portista, por mor do Fernando Moreira, mas não acompanhava nada de futebol e outros desportos, apenas gostando que o Porto ganhasse. Parecendo-me, talvez, por ter alguém de ganhar, para si, que fosse o Porto. Enquanto nas bicicletas já era outra conversa, andava sempre a perguntar-me quando passava alguma prova pela região, e, por isso, eu mal soubesse de alguma possibilidade e de algo interessante, que fosse, me apressava a dar-lhe quaisquer boas novas que pairassem no horizonte. Gostando muito que eu lhe falasse nas vitórias do Mário Silva, do que esperava do Joaquim Leão, das esperanças no Zé Azevedo (que andou de amarelo vestido numa Volta que passou por aqui, na Longra), em como confiava no Gabriel Azevedo, etc. e tal.  Até que, de permeio, começou a aparecer o Joaquim Agostinho, de quem se falava e ouvia muito, e ele passou a gostar também desse, apesar de ser lá de baixo, como dizia. Chegando a esquecer tudo o mais no período áureo do Agostinho. Embora mais tarde, quando aconteceu o primeiro caso de doping e lhe foi retirada consequentemente a vitória da Volta ele, o meu tio, esmoreceu nessa atração. E quando Agostinho perdeu uma segunda Volta, pelo mesmo motivo, anos depois, fiquei com ideia que isso já nem o arrefeceu sequer.

Antes porém, quando Agostinho andava ainda incólume na dianteira classificativa da Volta, o meu tio pôde concretizar o anseio de ver em carne e osso um dos seus ídolos, das corridas de bicicletas tão de sua paixão.

Pois então, numa bela manhã de finais de Julho, em pleno dia da festa paroquial da nossa freguesia, a Volta a Portugal passava na Longra. Depois de muito combinarmos, nas muitas vezes que falamos e repisamos sobre o assunto, acertamos nosso combinanço de vermos a Volta a nosso jeito. Ele, na sua estrutura ainda bem conservada, por volta aí dos seus sessentas e tais anos, ou mais, nem faço ideia já sequer (nesse tempo tudo parecia diferente, visto numa perspetiva juvenil), e eu nos meus 13 ou 14 anos, ou coisa parecida, postamo-nos em sítio onde pudéssemos ver tudo bem visto. Sem arrear pé, estivemos a ver o tempo passar. A missa da festa do S. Tiago, nesse dia, era lá em cima, a meio da encosta de Rande, mas era na Longra, no vale da zona ribeirinha do rio Sousa, que se estava com fé, na ânsia de ver os nossos corredores. Só que nesse ano a etapa vinha no sentido da descida de Felgueiras para a Longra, e os corredores passavam ao baixo, a descer, conforme viemos a ter de dizer mal de nossos pecados.

Nesse ano o Agostinho já andava com a camisola amarela, na ocasião, tendo-lhe eu colocado isso como ponto de referência, a meu tio, visto que por minha conta os olhos iriam procurar outras cores. Passado tempo que pareceu infinito, assistimos enfim, todos lampeiros, à passagem dos carros da caravana, vimos homens da televisão e jornais também a passarem, e de imediato reconhecidos publicamente ( - olha este… ai aquele…), tal qual meios publicitários e outras curiosidades móveis… e por fim, após polícias de motos todos emproados, lá vinham os ciclistas… em fila os primeiros, mas de resto os mais juntos, todos juntos, por junto, em longo grupo compacto.

Em pelotão, assim, num ápice, tudo passou de repente, à nossa frente, diante dos olhos, com tudo a monte, então, nem dando tempo de escolher de que banda e para que lado havíamos de virar a cara.  Eu ainda reconheci o Mário Silva, lá no meio, entre os demais. Mas ele, do Agostinho nem sombras, nem sinais, não viu nada. Quer dizer, não foi bem assim… pois ele, meio admirado e incrédulo, posto isso, depois de ficar a olhar a estrada ainda desconsolado, virando-se para mim, de cara franzida, acabou por me interrogar: 

- mas então era só um Agostinho ou eram mais? Eu vi mais algumas camisolas amarelas assim de repente… (deixando-me de boca aberta, até logo perceber: Pois, pudera… nesse ano, na Volta, andava lá uma equipa, da Ambar, tal o nome da firma, por acaso, com camisolas que também eram amarelas)!

Contudo, ainda, como vinham alguns ciclistas atrasados, passando uns, depois outros, ali e assim bem lançados na tentativa de recuperação, logo o meu tio esqueceu tudo e tratou de os incentivar… gritando: ei, Fernando Moreira!!! E continuou a bater palmas, como quando, em jovem, o Fernando Moreira papava quilómetros e, como grande vencedor, era cantado por todo o país.


Foi essa cara, do meu tio, bem mais bem disposta, naturalmente, que recordei por estes dias, e aqui homenageio, relembrando sua fisionomia na foto que encima o artigo. Estando na imagem junto a meus pais, reportando-se a instantâneo do dia do casamento do autor destas linhas.

Era o tio Quim de Janarde - assim o conheci e tratávamos, acrescentando o nome do lugar onde vivia – o meu tio Quim, grande fã do Fernando Moreira.


Em sua memória, recordamos, aqui e agora, o célebre Fernando Moreira, através de algumas fotografias correspondentes a alguns dos seus triunfos, cujos clichés distribuímos ao correr do texto; e, por um recorte coevo de imprensa, em especial, por fim, rememoramos a vitória do Moreira do Porto na Volta a Portugal – conforme registo da revista Stadium, em seu nº de 18 de Agosto de 1948.




Armando Pinto

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tradições de Ciclismo em Felgueiras


Já está na estrada, como se pode dizer, a Volta a Portugal em bicicleta - uma das manifestações desportivas que mais atrai atenções e antigamente empolgava multidões, também aqui pela região nortenha e por terras de Felgueiras, no caso. Sendo o ciclismo uma modalidade que já teve tradições em Felgueiras, inclusive com partidas e chegadas de provas importantes do calendário velocipedista, sobretudo de Grandes Prémios e da Volta a Portugal, como ainda está na memória comum.


Ora, além do mais, e resumindo o tema em duas pedaladas (pois já desenvolvemos essa realidade noutras ocasiões e circunstâncias), Felgueiras também já teve campeões das bicicletas, em alto nível, tanto como aconteceu nos anos cinquenta, até princípios da década de sessenta, com Artur Coelho, ciclista que chegou a andar com a camisola amarela na Volta a Portugal por diversas vezes, venceu a Clássica 9 de Julho de São Paulo do Brasil e fez parte da seleção portuguesa em duas Voltas a Espanha, além de ter corrido em França, etc. e tal. E com Joaquim Costa, valoroso ciclista que correu na Volta a Portugal em 1961 e 1962, tal como em 1964 coube vez a Albino Mendes (conforme já aludimos aqui num anterior artigo), bem como merece saliência ter havido, em finais dos anos setentas, a equipa Zala, representativa da fábrica de calçado Zala, na qual correu na Volta, pelo menos, um felgueirense, de nome Miguel Magalhães; assim como lembra ainda ter havido a equipa W52 / Quintanilha / Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho de Felgueiras. Havendo agora uma outra equipa também, participante da Volta deste ano, esta que, embora de Valongo, inclui nome patrocinador dos vinhos da empresa felgueirense Quinta da Lixa.


Assim sendo, como simples amostra de recordação, relembramos as antigas equipas de afetividade felgueirense, através de imagens das mesmas, constantes de parcelas jornalísticas coevas. 

Armando Pinto 

=== Clicar sobre as imagens, para ampliar ===

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Outra parte do artigo no SF sob título "Trilhos das Margens do Sousa" - Continuação


Dando continuidade ao que ficou incompleto na edição da semana anterior, completou-se no número mais recente do Semanário de Felgueiras a exposição referente a um texto que havíamos escrito tempos antes, em colaboração com recente organização local, no roteiro alusivo à Caminhada inserida nas comemorações do 10º aniversário da Vila da Longra.

Como o conteúdo era mais extenso que o costume, para o espaço do jornal, foi o mesmo texto dividido em duas partes, cuja conclusão foi publicada na edição do fim de semana passado.

Assim, aí fica, aqui, a coluna respetiva da publicação do Semanário de Felgueiras, à sua página 12 de sexta-feira dia 02 de Agosto.




(Clicar sobre o recorte digitalizado)


Armando Pinto

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sessão evocativa dedicada ao ilustre felgueirense Francisco Sarmento Pimentel


Perante apreciável moldura humana e numa sessão interessante, decorreu na noite de terça-feira, 30 de Julho, uma homenagem ao felgueirense Francisco Sarmento Pimentel. Com lugar num ídilico ambiente integrante da Casa da Torre, em Rande-Felgueiras, onde nasceu o heróico aviador de façanha pioneira como foi a travessia aérea de Portugal até à Índia então portuguesa, realizada em 1930.


O acontecimento, através dum colóquio evocativo sobre o personagem em apreço, incidindo na preservação memorial daquele aviador felgueirense, foi materializado numa organização da Câmara Municipal de Felgueiras, em parceria com a Junta de Freguesia de Rande e a família do homenageado, na pessoa dos atuais proprietários do solar que é a casa-mãe da família Sarmento Pimentel.


Nesse sentido, composta a mesa da sessão, com as entidades responsáveis, e com Gonçalo Magalhães a dirigir as iniciais apresentações, na presença de convidados e muitos assistentes que compunham o aprazível espaço, foram as honras da casa feitas por D. Teresa Sarmento Pimentel, que primeiro usou da palavra abrindo o ato. Seguiu-se uma intervenção de seu irmão, Dr. João Pedro Sarmento Pimentel, numa muito bem conseguida apresentação de antecedentes históricos, como enquadramento, até ao motivo da homenagem, perfazendo uma outra viagem de apreço, pelo tempo que soube percorrer, através de oratória esclarecida e por meio de exibição de apresentação visual em ecrã apropriado, ao género de powerpoint, abarcando conhecimentos sobre o homenageado seu tio-avô, cuja alocução prendeu as atenções.


Depois, como durante a palestra já haviam sido referenciados diversos pontos da biografia do homenageado, segundo o que está no livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, de Armando Pinto, como foi referido por diversos participantes, o colóquio foi enriquecido com uma explanação duma historiadora natural de Goa, Dr.ª Maria de Lourdes Bravo, a qual dissertou num ponto de vista da chegada à Índia da travessia aérea efetuada pelo piloto-aviador Francisco Pimentel e seu companheiro Moreira Cardoso, segundo estudos e pesquisas que fez sobre a façanha dos dois aeronautas que ligaram pelo ar Portugal e a India.


A sessão teve encerramento com um agradecimento geral do presidente da Junta de Rande, Pedro Ribeiro, e uma dissertação deveras sentida pelo presidente da Câmara Municipal, Dr. Inácio Ribeiro, que aludiu os diversos aspetos respeitantes à homenagem e extensivas afetividades associadas. 

Como fundo ambiental dum sarau bem preenchido, houve vários momentos musicais e de declamação de poesias alusivas ao tema.

Armando Pinto 
-----» Clicar sobre as imagens fotográficas «-----

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A propósito, havia anteriores referências que fizemos a Francisco Sarmento Pimentel e sua 1ª Viagem Aérea de Portugal à Índia, na blogosfera, num dos nossos espaços da Internet (antigo blogue "Lôngara"), em artigos sib títulos

- Octogenário da 1ª Travessia Aérea Portugal-Índia
e

- Ligação Filatélica in Longra-Felgueiras

que entretanto foram elimiminados do espaço informático da internet, por violação cibernautica (de gente sem escrúpulos que não sendo capaz der fazer pela escrita escorreita algo de jeito, tentam estragar o que outros fazem...)!

A. P.