Artgo de opinião, referente, na coluna da colaboração ao Semanário de Felgueiras, em sua edição desta sexta-feira 22 de Junho:
(Clicar sobre a imagem digitalizada, para ampliar)
Do mesmo artigo, para maior facilidade de visualização ainda, juntamos de seguida apresentação do referente texto original:
Ser Felgueirense
Esteja-se ou não imbuído de sentimentos contraditórios quanto ao futuro, mais ou menos inseridos no estado de crise presente, reconhece-se na generalidade haver numa viagem ao porvir certa dimensão avançada. Sendo que o futuro passa atualmente pela via comunicativa informática, com tudo o que proporciona tal informação rápida e possibilidades de intercomunicação mais vasta. A pontos de hoje em dia quem não souber mexer nisso, dos computadores e ferramentas derivadas, como se diz, é como até décadas atrás se passava com os analfabetos, por exemplo, passe as distâncias na comparação.
Ora, existe desde há algum tempo no “facebook”, tão popular meio que transformou o panorama das chamadas redes sociais, um grupo de matriz felgariana em partilha informativa. Grupo esse destinado a trazer à liça o facto de se ser Felgueirense, vocacionado para ser transmitido por Felgueirenses, para Felgueirenses, sobre Felgueirenses, em adição de amigos conterrâneos ou pelo menos com o mesmo denominador comum que será o torrão natal ou afetivo, num convívio virtual através de partilha de memórias e particularidades de Felgueiras.
Isto assim colocado, como festões decorativos num arraial, afinal, em plena época dos santos populares. Cuja imagem vem à mente, na atualidade duma quadra assim, porque relança diversas imagens comuns às recordações populares. Fazendo ressoar velhas tradições arreigadas à alma autêntica de Felgueiras, onde prevalece algo genuíno do que ao longo dos tempos brotou de realizações do povo, desde épocas remotas com características próprias. Mas, seja lá qual for o tempo que passa e o que há-de vir, as tradições sempre serão um pecúlio coletivo, tal qual outras características que identificam esta nossa terra. Traduzindo que tudo o que assimile Felgueirismo merece apreço.
É também esse efeito que provoca a existência desse núcleo de frequentadores da Internet, além de blogues e outros garantes de particularidades modernas. Alargando raios de ação através daquele conhecido meio informático. Cuja mensagem, sob título de “Sabes que és felgueirense quando…” não deixa indiferente quem realmente se interessa por Felgueiras.
Com efeito, já com número apreciável de convidados e aderentes, esse grupo tem proporcionado que, com certos prós e contras, como em tudo, vá acontecendo algo de positivo, como é o facto de propiciar que se fale de Felgueiras. De modo a que nem só em períodos eleitorais apareçam locais de conversação alargada, mas sim que mesmo a encher espaço com quaisquer temas, visto nem todos terem as mesmas preferências e motivações entusiastas, se tratem de assuntos que a todos os felgueirenses devem dizer respeito. Inclusive na partilha de conhecimentos sobre factos históricos e casos interessantes, na cultura da memória. Não só com nostalgia, pela positiva, porque o que provocou fascínio perdura, mas também sonho, na transmissão de anseios. Como, em termos terra a terra, se diz de podemos ter sido criados a pão e caldo, mas mesmo assim virmos a ser ricos em valores promotores de auto-estima. Numa figura de estilo a tempos diversos, é bom de ver. Pois, apontando ao cerne da questão, o fascínio pelo que é nosso só pode ser mesmo compreendido por apego ao que nos diz respeito e nessas condições sentir o que é isso de “nossa terra”.
Armando Pinto