Numa revisitação mais pela memória coletiva, afinamos desta vez a música tradicional que ainda anda nos ouvidos do povo em fazer lembrar antigas memórias do cortejo das flores, aquela manifestação popular que foi juntando, ao longo dos tempos, o povo do concelho; primeiro em magotes, e depois em grupos mais compactos, em direção ao local do arraial da festa do concelho, o S. Pedro de Felgueiras, celebrado desde sempre no monte de Santa Quitéria.
Já em anteriores ocasiões (em crónicas jornalísticas e no livro sobre a história da região) tivemos oportunidade de referir as tradições associadas, quer com o rogo através do regedores das freguesias, para a organização de ranchos episódicos, para o efeito, indo grupos de raparigas solteiras, virgens (em homenagem à santa, do local da realização), para, acompanhadas de seus “namoros”, e de cestos enfeitados de flores à cabeça, irem adornar o sítio da festa… Mas, para manter a memória ainda mais afinada, de molde a avivar recordações permanentes no conhecimento geral, damos à estampa, aqui e agora, uma imagem de um grupo de romeiros que, em tempos que há muito já lá vão, integraram o cortejo das flores numa época de meados do século XX. Quando todas as jovens levavam os tradicionais cestos de vime à cabeça, bem adornados de flores campestres, trajadas a rigor e devidamente acompanhadas de rapazes de sua igualha. Uma daquelas fotografias que se podem considerar, pelo que representam, imagens de uma vida, ao consubstanciarem factos e curiosidades marcantes dum tempo muito próprio.
© Armando Pinto
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