Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Quando a equipa do FC Porto estagiou na Lixa antes do decisivo Porto-Benfica para o Título Nacional de futebol de 1938/39...!

Estava a chegar ao fim o Campeonato Nacional da 1.ª divisão de 1938-39. E (sendo necessário um apontamento a enquadrar o tema, acrescenta-se) o FC Porto fez deslocar a sua equipa principal de futebol para longe do Porto, vindo estagiar numa pensão no ambiente da então pacata vila da Lixa, no concelho de Felgueiras, antes do jogo que poderia atribuir a vitória no campeonato. Disso se tomando melhor conhecimento por uma série de fotografias constantes do álbum pessoal feito pelo guarda-redes portista dessa era, o 1.º guarda-redes internacional do FC Porto, Manuel Soares dos Reis, titular da baliza do clube azul e branco há alguns anos também.

Então, no jogo final, que o FC Porto não podia perder, para tão importante prélio com o Benfica no campo da Constituição, toda a equipa do Futebol Clube do Porto se concentrou durante algum tempo nesse sítio relativamente distante da Invicta. Em ocasiões do género era costume fazerem um retiro na Quinta da Vinha, um remanso do antigo presidente, dirigente outras vezes e sempre colaborador Sebastião Ferreira Mendes, numa das margens do rio Douro, para os lados de Oliveira do Douro. Mas dessa vez foi a equipa estagiar para a Vila da Lixa, no interior do distrito, dentro do concelho de Felgueiras, recaindo escolha na Pensão Silva

= F.C. do Porto em estágio na Lixa, em frente à Pensão Silva. Soares dos Reis, na ocasião, estava muito bem sentado no parapeito do janelão, enquanto o treinador Siska saboreava um cigarro e todo o pessoal descansava ao sol da terra da Senhora das Vitórias. Com esse atributo subjacente, a ser paradigmático.

E o certo é que, depois, diante dum emotivo jogo, o encontro terminou empatado a três golos para cada lado, sagrando-se o FC Porto Campeão Nacional. Manteve assim o clube Dragão o primeiro lugar, com 23 pontos, ou seja com um ponto de vantagem sobre o Sporting e dois do Benfica (diferenças que correspondiam à melhor prestação pontuada. Sendo que nesse tempo e por muitos anos as vitórias tinham atribuição de 2 pontos e na metade 1 por empate). No segundo lugar ficara então o Sporting, com 22 pontos e em terceiro o Benfica, com 21 pontos. Enquanto o Campeonato era disputado por 8 equipas, que se apuravam através de anteriores Campeonatos Regionais, e como tal no Campeonato Nacional apenas disputavam 14 jogos cada qual, desenrolada que era a prova ao longo de 14 jornadas (antecedendo a campanha da Taça de Portugal, em eliminatórias todas em duas mãos).

Ora, aqui para o caso, atente-se pois nas fotos arquivadas pelo próprio Soares dos Reis I (primeiro... Assim referenciado porque depois dele houve um irmão, o Soares dos Reis II, e um sobrinho e afilhado, o Soares dos Reis III, todos guarda-redes). Dando as imagens coevas fieis testemunhos do ambiente da época, incluindo homens e crianças vestidos à maneira desse tempo, de pessoas da Lixa que rodeavam em admiração e curiosidade os jogadores do Porto, como Soares dos Reis, Pinga, Carlos Pereira, Carlos Nunes, João da Nova, Castro, Guilhar, Anjos, António Santos, Reboredo, Costuras, Lopes Carneiro, Sacadura, etc. mais o massagista Chico Gonçalves e o treinador Miguel Siska.


Armando Pinto
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sábado, 16 de novembro de 2024

Lembrança da inauguração da sala da Associação de Cicloturismo de Felgueiras na Casa do Povo da Longra, com a presença do ex-ciclista Cândido Barbosa (agora presidente da F.P.C.)

O antigo ciclista profissional Cândido Barbosa foi eleito presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, em eleição decorrida neste sábado (16/11/2024) da época de São Martinho. Embora atualmente a modalidade das bicicletas de corrida tenha perdido muito interesse, será sempre uma referência nas recordações de tempos idos, da grande popularidade que teve na era das equipas de clubes. E enquanto outros interesses se não misturaram e alteraram o ambiente. Como tal, dando os Parabéns ao novo presidente da FPC, recorda-se um encontro com ele aqui na Longra, quando ele veio ao concelho de Felgueiras associar-se à inauguração da sala-sede do Clube de Cicloturismo de Felgueiras, aquando da instalação do grupo no edifício-sede da Associação Casa do Povo da Longra, em dezembro de 2005. Ficando da ocasião uma pose pessoal, com ele, sendo eu na época o presidente da Casa do Povo da Longra.

Armando Pinto


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Notícias do FC Felgueiras por épocas de 1934 e 35… na revista "Stadium" de Lisboa!

Umas curiosidades soltas, surgidas dos confins das memórias do futebol no concelho de Felgueiras, sobre as primeiras épocas de jogos disputados… Um Felgueiras-Lixa em 1934/35 e a constituição da equipa do Felgueiras num Felgueiras-Freamunde, bem como goleadores locais dum Felgueiras-Fontinha do Porto em 1935/36!

Entre curiosidades e preciosidades memorandas, um dia destes chegou-me uma interessante comunicação, sobre umas ocorrências antigas, relacionadas com o futebol felgueirense. Não sendo assim minha esta descoberta, mas conhecida e obtida através de um amigo colecionador de jornais e revistas de matérias desportivas, o meu amigo Paulo Jorge Oliveira, do Porto. Que viu, leu e logo me remeteu imagens da revista “Stadium”, uma referente a um jogo entre o FC Felgueiras e o FC Lixa, disputado no âmbito do Campeonato da 2.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto, em finais de 1934 – visto a respetiva edição dessa revista de Lisboa ser do início de 1935, mais propriamente de 2 de janeiro de 1935. Outra já de início da época seguinte, na edição de 9 de outubro de 1935 da mesma revista, tratando-se duma caixa referente ao jogo Felgueiras-Freamunde, com a curiosidade de conter informação de um dos primeiros onzes do histórico Foot-ball Clube de Felgueiras. E, acrescendo ainda de finais do mesmo mês, com data de 30 de outubro, outra com algo mais sobre um Felgueiras-SC Fontinha, do Porto.

Eis então essas interessantes notas de reportagem, saídas a público na revista Stadium, e que assim se juntam em imagens de recortes. Dando conta do dérbi regional Felgueiras-Lixa, nesse tempo. Com crónica assinada por C, numa visão geral do encontro (com a curiosidade de referir um jogador que entretanto já havia também sido referenciado num artigo aqui no blogue “Longra Histórico-Literária”, por exemplo). E a outra mais simples, mas contendo a informação dos nomes, incluindo também o do jogador-fundador, Verdial. Mais uma com nomes dos goleadores, como se pode ver. Mas o melhor é ler e apreciar esses testemunhos antigos, comprovativos da existência oficial do Futebol em Felgueiras nesses idos dos anos 30 e tal, do século XX. A comprovar que o que foi escrito no livro “Futebol de Felgueiras-Nas Fintas do tempo 1932/2007” obviamente sempre teve razão de ser.




Armando Pinto

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sábado, 9 de novembro de 2024

A antiga e famosa (felgueirense) sirene da Metalúrgica da Longra ainda a ecoar no jornal O Louzadense…

 

Perpassa na memória do tempo a aura popular da célebre fábrica grande Metalúrgica da Longra. Como em sua vivência perdura a famosa serventia da sua antiga Sirene, cujo toque era ouvido a longas distâncias e fazia parte dos hábitos costumeiros da região, entre os “toques de pegar e largar o trabalho”. Disso mesmo ainda recentemente fez eco o jornal “O Louzadense”, na transmissão que chega ainda até ao conhecimento do vizinho concelho de Lousada. Conforme se pode ler nas páginas desse jornal cativante de atenções por assuntos nele registados. Quão ressalta até neste caso, a propósito dos toques da sirene da lousadense “Famo”, de ligações históricas à felgueirense “Metalúrgica da Longra” de tempos idos e interligação à famosa sirene que esteve na origem de outras, como no caso da Famo de Lousada (e até da Ferfor da Serrinha, acrescente-se), em cuja sonoridade memoranda brada na memória o seu autor, Joaquim Pinto.

Disso tudo ficou registada uma interessante crónica nesse jornal admirável de temática cultural, que se partilha aqui (repartida em imagens de duas partes, para possibilitar melhor leitura). Agradecendo ao autor da bela peça jornalística, José Carlos Carvalheiras, o conhecimento dado, bem como as palavras dedicadas ao correr da escrita. Enquanto aqui se ilustra o tema com imagens de duas peças de estimação pessoal, como é um molde de bobinagem para material metalúrgico desses tempos, de uso do meu pai; e um metálico cinzeiro antigo com o logotipo da Metalúrgica da Longra…


Armando Pinto

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sábado, 2 de novembro de 2024

Lembrança da biblioteca itinerante da Gulbenkian que parava na Longra…

 

Pelos idos anos da década de 60 e ainda durante algum tempo dos anos 70, foi deveras apreciada a vinda da camioneta dos livros, como chamávamos à carrinha do Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Contendo muitos e bons livros em estantes no interior das carrinhas. Cujo serviço havia sido criado em 1958, como biblioteca-circulante, através de diversos veículos preparados para o efeito e espalhados pelo país, na ideia de promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos, possibilitando a todos os interessados livre acesso às estantes, empréstimo para leitura domiciliária e gratuitidade do serviço.

Não será necessário explicar ou recordar em pormenor o caso, por ainda estar certamente na memória de toda a gente desses tempos.

Não havendo fotografia desse tempo alusiva ao tema, para ilustração, junta-se uma imagem duma dessas carrinhas, conforme consta de algumas publicações.

Ora um desses veículos, que percorria a região aqui de Felgueiras e terras de concelhos circunvizinhos, passava e parava então na Longra. Primeiro junto à Casa do Povo e depois entre a casa do senhor Castro Africano e a Farmácia Abreu (hoje entre a casa da família do sr. Luís Sousa e a fabrica IMO). Tendo ficado na lembrança essa utilidade e derivadas recordações, desde o condutor, um senhor novo, e o bibliotecário, um senhor idoso, até à praxe de requisitar os livros com a apresentação dum cartão próprio, etc.

Pois disso mesmo ainda tenho o meu cartão. Não o primeiro, que tive ainda no tempo da escola primária, pelo menos aí desde 1961,sensivelmente, quando comecei a aprender a ler, e ia lá buscar livros de bonequinhos, para ver e ir lendo. E depois quando comecei a ler livros de histórias infantis, mais livros sem imagens, posteriormente. Ou seja no tempo da escola primária e depois. Até que mais tarde, quando vinha de férias, estando ausente da terra por via dos estudos, mas regressava para passar temporadas, voltei a ir buscar livros à mesma carrinha, quando parava por cá, sendo desse tempo o meu segundo cartão, passado quando tinha 15 anos. Este aqui partilhado em imagem, estando ainda guardado como recordação pessoal.


Armando Pinto

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