Neste dia mundial da Rádio, dedicado a lembrar o que é
sintonizado no mundo radiofónico, calha a preceito lembrar a emissora
radiofónica felgueirense, a Rádio Felgueiras, emitida a partir do sopé do monte das Maravilhas e
elevada aos ares desde a encosta desse alto de Santa Quitéria, como frequência de tudo o que respeita a Felgueiras. Sendo também
ocasião de, como que indo nas ondas hertzianas dali saídas, viajar no tempo, em
homenagem a toda a longa vivência correspondente. Quão no caso pessoal, além de
algumas ocasiões mais particulares, lembro que a Rádio Felgueiras teve já
grandes momentos ligados à Longra, desde programas e transmissões na Semana
Cultural da Exposição Museológico-Postal da Casa do Povo da Longra, em 1995, de
comemoração dos então 80 anos da Estação de Correio da Longra e 100 anos do
nascimento de Francisco Sarmento Pimentel, autor da 1ª Travessia Aérea de
Portugal à Índia (havendo sido realizados “diretos”, com o Engenheiro Avelino
Pereira, Hélder Quintela e outros, desde a Casa do Povo da Longra na
inauguração e encerramento da Mostra Filatélica então decorrida, mais
espetáculos inseridos no programa dessa homenagem ao aviador pelo seu
centenário natalício); bem como em diversos Festivais de Folclore da mesma Casa
do Povo da Longra, através dos apresentadores Luísa Faria e Abílio Pedro Teixeira; e ainda as transmissões do Corso Carnavalesco da Longra, em 1997 e anos seguintes; mais todo o acompanhamento no dia da Elevação da Longra a Vila, em 2003, com Pedro Alves
a transmitir tudo desde o caminho até aos momentos vividos em Lisboa. Algo que
depois parece ter sido perdido dos arquivos, por não ter aparecido as gravações
quando solicitadas. Sem esquecer mais interesses coletivos felgueirenses, como os
relatos radiofónicos pelas vozes sonantes de Arlindo Pinto, Carlos Diogo, Joaquim Carvalho, Pedro Alves, etc. que
eram muito ouvidos a dar conta do decorrer dos jogos do Futebol Clube de
Felgueiras. Etc. etc.
Com efeito, nesta data celebra-se o dia instituído como Dia Mundial da Rádio. Servindo assim a preceito como ocasião propícia a uma homenagem à rádio local concelhia de Felgueiras
Esta dita efeméride, do Dia da Rádio, efetivamente, celebra-se anualmente a 13 de Fevereiro, porque assim foi declarado pela UNESCO em 2011, com base numa proposta apresentada pela Academia Espanhola de La Radio. E celebrou-se pela primeira vez em 2012. Sendo esta data escolhida, como tal, derivado a que em 1946 a United Nations Radio emitiu pela primeira vez um programa, em simultâneo, para um grupo de seis países.
Ora, a rádio em tempos recuados foi um órgão primordial de difusão e entretenimento, como companhia diária de muitas pessoas, de ouvido atento ao que saía dos aparelhos das antigas galenas e posteriores transístores. Enquanto, hoje em dia, continua a ser um meio de comunicação social que atinge grandes audiências, como se sabe.
Diz-se e é verdade que a rádio acompanhou os principais acontecimentos históricos mundiais e atualmente continua a ser um elemento de comunicação fundamental. Este meio de comunicação social adaptou-se à era digital e continua a ser fiável para a população, que recebe a informação na hora, entre suas características positivas. Ganhando também novos campos de atenção desde que surgiram as rádios locais, quão representa para o volume concelhio a emissão da Rádio Felgueiras, por exemplo.
No meio desse universo radiofónico, consta no imaginário popular o quanto significou a existência das emissões radiofónicas ao longo dos tempos, desde eras dos rádios antigos, que praticamente faziam parte do mobiliário doméstico. Como tal, em homenagem a essa abrangência memorial, publicamos hoje, aqui e agora, em visão de enquadramento, uma imagem (acima) referente a um aparelho antigo com muita história. Tratando-se do rádio que pertenceu a um antigo pároco da freguesia do autor destas linhas, que durante muitos anos esteve em sua habitação e residência paroquial, como nos recordamos de o ver lá durante nossa infância e adolescência – o rádio do Padre João Ferreira da Silva, último pároco residente em Rande, paroquiando S. Tiago de Rande e S. João de Sernande. Rádio que após a morte do Padre João foi vendido e, anos volvidos, o autor deste blogue conseguiu adquirir e possui ainda, como recordação. Um aparelho que tem, portanto, largas dezenas de anos, mas sobretudo uma carga telúrica deveras afetiva.
Na abrangência do dia e ocasião, aproveitamos a pertinência, igualmente, para recordarmos um artigo sobre a Rádio Felgueiras, publicado há uns anos bons, pois que também tem muita história já. Como aludimos então numa crónica que escrevemos há alguns anos e teve publicação no jornal Semanário de Felgueiras, corria o ano 2002, veja-se lá…
Posto isto, em homenagem ao significado e importância da Rádio Felgueiras, bem como por quanto representa para o concelho de Felgueiras e faz pela Nossa Terra, assinalamos nesta oportunidade mais um sinal de apreço à emissora radiofónica felgueirense, com relance memorial. Quão sinteticamente se pode englobar numa imagem contendo escritos relativos à Rádio Felgueiras – como foram e são os três números publicados em 1989 do "Boletim RF Informativo" (publicado pelos timoneiros da própria rádio, em período de afinação para a legalização), entre material historicamente alusivo à Rádio Felgueiras.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens e recortes digitalizados )))