Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 16 de julho de 2019

In Memoriam: Fernando Pinto, o meu irmão, além de amigo de muitos amigos de seu e nosso tempo da Longra e do ambiente felgueirense, o Professor Pinto de Alfândega, meu companheiro de infância, do Seminário, de juventude e tudo mais…


Hoje tive de me despedir do meu irmão Fernando, o mais novo do grupo de seis irmãos, dos quais eu sou o penúltimo e ele o mais novo, companheiro desde que me lembro. De quando brincávamos os dois em pequenitos, de quando jogávamos com as capsulas de garrafas de cerveja às corridas de ciclistas e na bola ao futebol, quando passamos a gostar de desporto e eu me afeiçoei ao meu clube, indo pelas minhas ideias e por ideais, e ele se deixou ir por outro clube que na altura estava na moda da rádio e jornais, mas sem isso pesar nas nossas brincadeiras e convivência fraterna, nem influenciar o que fosse. Como depois andamos a estudar algum tempo juntos e sempre que estávamos em casa com os nossos consistirmos e sentirmos sermos da família que sempre tanto quisemos. De quando conversamos e partilhávamos gostos por cultura e afeição por motivos da história geral e da terra natal. De tudo o que nos lembrávamos e continuo a lembrar.

Hoje tive de me despedir dele. TIVEMOS TODOS OS QUE GOSTAMOS DELE. Mas ele, de quem gostamos, nunca morrerá. Terá sempre o meu pensamento nele, estará sempre nas minhas recordações. Quão antes, mesmo apesar da longa distância geográfica e tempos longos que naturalmente não nos vimos, esteve sempre no meu íntimo, Como sei que estará nas recordações de seus amigos. Pois só tinha amigos. Ouvi hoje, durante o dia de seu último dia fisicamente entre nós, em Alfândega da Fé todos dizerem que foi o professor que jamais será esquecido, o amigo de que todos gostavam, o Pinto que era como se fosse da família de toda a gente. Como entre conterrâneos igualmente era tido. Tanto que me sensibilizou e agradeço de modo sentido a presença de bons amigos que desta zona felgueirense, de nossa região do pão de ló, de Santa Quitéria e São Tiago, se deslocaram propositadamente para o último adeus.


Entre linhas escritas em letras molhadas pela emoção, deixo uma recordação de seus tempos de jogador de futebol do Futebol Clube da Longra. Como o quis perpetuar e estará para sempre registado no meu livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, publicado em 1997 e agora apraz avivar, por tudo isto. Pois sei como ele gostou quando o viu em suas mãos. Apesar de não ter podido vir à apresentação. Nessa sessão pública de lançamento a que esteve presente meu pai, entre tanta gente de meus afetos. E como sei que meus pais, a minha avozinha Júlia, e outras pessoas minhas o estarão a receber agora, envio ao infinito esta recordação.

Armando Pinto
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