Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

(Mais) Uma curiosidade local: Cartão antigo do basquetebol da Casa do Povo da Longra - Época de 1955

 

Na sequência da anterior publicação (através da imagem de um cartão de um atleta da antiga equipa de basquetebol da Metalúrgica da Longra, Grupo Desportivo MIT-Longra”), entre mais curiosidades locais, e ainda como mais uma amostra de antigas existências, dá-se vez agora a um cartão de um atleta (e por acaso fundador) do grupo de basquete da Casa do Povo da Longra. Uma das equipas de basquetebol que existiram na Longra em boa quantidade pelos anos 40 e 50, numa realidade depois continuada já apenas pela equipa da MIT-Metalúrgica da Longra pelos anos 60 e 70, sobretudo. Sendo que realmente, além das antigas equipas do Sport Clube da Longra e outras, existiu também essa da Casa do Povo. Conforme está tudo isso e mais escrito e publicado no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”.

Ora, dessa equipa da Casa do Povo da Longra há assim este exemplo documental, entre outros, do cartão do senhor Adriano Castro, da Longra. Cujo cartão (mais propriamente chamado Carteira de Desportista, neste caso) inclui o acervo do arquivo pessoal do autor destas lembranças. Por oferta que o mesmo me fez aquando da recolha de material para o livro Memorial Histórico. No qual está devidamente historiado também a evolução existencial de agremiações desportistas que proliferaram na Longra em tempos idos.

Ora, este cartão/Carteira de Desportista, reporta à época de 1955. Como se pode ver, entre outras curiosidades no mesmo documento. Sendo de acrescentar, como também se pode vislumbrar pelo carimbo, que a equipa de basquetebol em apreço também era filiada na FNAT e como tal disputava os campeonatos corporativos (de amadores/trabalhadores). Enquanto a FNAT era uma instituição oficial do tempo corporativo do Estado Novo, significando Federação Nacional para a Alegria no Trabalho. Organismo depois substituído pelo atual INATEL, após mudança pós-25 de Abril. E o sr. Adriano Casto, de nome completo Adriano Pinto de Sampaio e Castro, foi o fundador também dessa equipa da Casa do Povo da Longra, entre as diversas iniciativas que com seu bairrismo deixou marca na sua e nossa terra.

Armando Pinto

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

(Mais) Uma curiosidade local: Cartão antigo do basquetebol da MIT- Metalúrgica da Longra

 

Entre curiosidades locais, como amostra de antigas existências, desta feita dá-se vez a um cartão de um antigo atleta do grupo de basquete da Metalúrgica. Este diferente de outros que se conhecem (do senhor António Dâmaso e de Adriano Castro, os dois da Longra e ambos os cartões constantes do arquivo pessoal do autor), conforme esses dois intrervenientes também estão publicados em respetivos compartimentos do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”.

Ora, como se pode ver, este cartão, ou o que resta dele, é de 1950 e tal (não se vê o último algarismo, mas parecendo ser um 4). Podendo ser de 1954, ou por esses anos, pois a equipa foi criada em 1953/54, por Adriano Castro. Sendo este cartão respeitante a Joaquim Cardoso, da Pedreira, de quando ele trabalhava na MIT-Metalúrgica da Longra, fábrica que tinha a histórica equipa de basquetebol, filiada na FNAT e como tal a disputar os campeonatos corporativos (de amadores/trabalhadores). Ora a FNAT tinha sede em Lisboa, daí o cartão ser datado de Lisboa. No carimbo cravado na foto ainda se percebe “para a alegria…” pois a FNAT significava Federação Nacional para a Alegria no Trabalho. FNAT que agora é o INATEL, após mudança pós-25 de Abril. E o sr. Joaquim Cardoso, popularmente conhecido por Quinzinho da Arcela, era jogador de basquetebol desse então Grupo Desportivo MIT-Longra.

Armando Pinto

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domingo, 23 de fevereiro de 2025

Uma curiosidade regional: ferro do raspar/rapar os pés (“pé rapado”)

Ainda se vê nalguns locais, e especialmente junto aos portões de entrada de casas antigas, bem como junto a portas de igrejas e outros edifícios clássicos, o ferro em forma curva quase rente ao chão, chamado ferro do pé rapado. Onde se rapava ou raspava o calçado em tempos antigos, antes de entrar. Sendo usadas as mesmas formas, rapar e raspar, em certo sentido idêntico, como raspar significa limpar e rapar induz cortar rente (como, por exemplo em dizer-se cabeça rapada). Ora, isso transporta a tempos idos, quando antigamente as pessoas trabalhadoras andavam normalmente descalças, ou quando muito de socos nas suas jornadas nos campos, ou a tratar do gado, regarem as terras cultivadas, etc. e as gentes mais abastadas andavam de botas ou outro calçado forte; mas todos, ou pelas andanças nos terrenos de cultivo ou em passagens pelos caminhos de terra, naturalmente sujavam o calçado com lama ou terra mole. E então, à entrada das casas ou igrejas e outras edificações, para não sujarem dentro, limpavam o calçado à entrada nesse ferro, e os mais humildes, andando descalços, limpavam mesmo os pés, rapando o pó enlameado, assim. Derivando o termo usado dos mais pobres serem por vezes indicados por pés rapados e a classe como de pé rapado. E por isso a existência desses ferros, hoje já raros. Contudo a darem memória e explicação correspondente,

Armando Pinto

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Figurão do Entrudo a anunciar o Carnaval/2025 da Longra...no centro da vila da Longra – concelho de Felgueiras!

Já está exposto no Largo da Longra, pendurado no cimo do candeeiro central, o tradicional Entrudo figurativo. O boneco habitualmente anunciador do Carnaval da Longra, acontecimento anual já tradicionalmente famoso pelo seu cortejo do Corso Longrino e seguinte enterro, mais final da queima do mesmo Entrudo. Lembrando essa festiva ocorrência próxima da terça-feira gorda carnavalesca, este ano a 4 de março.

Armando Pinto

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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Artigo no jornal Semanário de Felgueiras – Homenagem a um amigo: "NAIA – In Memoriam de António Magalhães"

 

In "Sermanário de Felgueiras" Jornal - edição de 14 de fevereiro de 2025, página 9:

NAIA – In Memoriam de António Magalhães


No expirar do passado mês de novembro, em pleno tempo outonal de ambiente acabrunhado na tela paisagista dos dias, desapareceu do número dos vivos um artista que sabia dar cor aos dias: o nosso amigo António Magalhães, felgueirense conhecido pelo seu pseudónimo artístico, Naia. Cuja notícia de seu falecimento surpreendeu, pela rapidez do desenlace e a surpresa nem deu para lhe dedicar então umas palavras, como ele merecia. Algo que aqui faço agora, expressando na primeira pessoa, por ele ser apreciador de tudo o que eu escrevia. Fazendo isto passado algum tempo, restabelecido o alento da escrita.


O Magalhães da Vinha, como era conhecido quando pelos nossos lados andava, é o bom amigo que partiu assim de súbito. Conterrâneo comparsa de juventude também e de gosto pelas artes. Ainda não há muito tempo me voltara a falar no livro que tinha escrito e queria publicar. Com ideias de o apresentar depois publicamente onde em tempos viveu, na Pedreira. Sempre com Felgueiras na cabeça, embora residindo há muito já em Guimarães. E sempre sonhador, quão tinha idealizado constituir um grupo de dinamização cultural em Felgueiras com felgueirenses ligados a áreas da cultura, a partir da Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras, instituição com que colaborara entretanto em diversas exposições, como aconteceu ainda recentemente aquando das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. 


Antes, em fevereiro de 2022, teve em exposição no Semanário de Felgueiras uma sua peça de arte,“Gaibla, o Gato-libélula”. E em maio de 2023 teve na Casa do Pão de Ló de Margaride exposta uma outra obra de arte, essa intitulada “Tributo aos Ucranianos”. Pois tinha obra vasta e assim honrava Felgueiras, também. Na linha de, não é novidade nenhuma, Felgueiras sempre ter gente de valor nos mais variados campos da sociedade e também das artes. Tal o caso deste natural do concelho, que andava nas telas a expressar-se, mas também nas letras. Enquanto pelos nossos lados era associado pelo cartão-de-visita familiar, sendo filho dos históricos professores da Pedreira, D. Joaquina e professor Luciano. Quando era ainda estudante andava muito pela Longra em convivência com amigos de livros estudantis, sensivelmente da mesma idade e também da mesma condição de andarem à boleia e atrás de caras bonitas. Agora e desde há muito vivia em Guimarães, dedicando-se ao ensino e paralelamente à cultura artística, como apaixonado por teatro e artista de nome feito no mundo das artes plásticas.


António Manuel Ribeiro de Magalhães, tal era seu nome completo, nasceu na Pedreira, em 1956 e residia em Guimarães desde 1978. Era multifacetado autor, quer como pintor, artista plástico, escritor e ator de teatro. Em 1967 ingressara no Seminário da Diocese do Porto. Em 1970 passou a frequentar o Externato Infante D. Henrique, em Felgueiras. E logo expôs, com apenas 14 anos, no célebre “Staminé”. Em 1977 concluiu o Curso Complementar de Artes do Fogo (opção pintura), na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, Porto. Foi professor em 1978/1980 no Colégio Egas Moniz, Guimarães, da disciplina de Trabalhos Oficinais (Mecanotecnia) do 7.º e 8.º anos de escolaridade. Em 2008/2009 frequentou o 3.º ano de Licenciatura de Artes/Desenho na ESAP-Escola Superior Artística do Porto. Em 2019 (com 63 anos) matriculou-se no 1.º ano de Licenciatura de Artes Plásticas e Intermédia na mesma ESAP. 

Em 1993 optara pelo óleo sobre tela. E como artista plástico passou a assinar NAIA, desde então. Depois, em 2000 é inscrito associado na ANAP-Associação Nacional dos Artistas Plásticos. Está representado em várias coleções privadas e entretanto foi realizando exposições individuais e coletivas em Portugal e Espanha. Bem como expôs em Felgueiras, na Biblioteca Municipal e no Semanário, Casa do Pão de Ló e Casa de Cultura da Lixa. 

De permeio, no Teatro, iniciara-se em 1971, com a personagem Diabo, da peça “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente e em 2019 foi convidado a fazer parte do conjunto “Oficina Excêntrica” teatro máscaras e marionetas, com inauguração da exposição na Casa da Memória Guimarães. Já como escritor usava o pseudónimo “Berto da Vinha”, desde 1992. Autor de vários títulos, impressão e ilustração desde 1970, em “A Vergonha do Adolescente” (diário), “O pincha Malaquias... na décima” (poesia), “A Melodia da Informação”, “Os Meninos de Novembro” e “Do meu baú troco um poema por um sorriso teu” (poesia). Em 2016 foi coordenador da publicação do livro com o título “Memórias de uma Família Os Mendes da Casa da Boavista”. Bem como tinha para publicar um livro, que (pelo menos quando me referiu isso) pensava intitular “Fragmentos com História”.


Até sempre, amigo!

 ARMANDO PINTO

Nota Bene: Fica assim prestada esta homenagem a um amigo, ao amigo Magalhães, que, mesmo residindo em Guimarães, das vezes que soube que era apresentado um livro meu, esteve presente. E que por vezes me surpreendia com telefonemas a perguntar sobre alguns temas que queria incluir no livro que estava a escrever e tinha ideia de publicar. A cuja apresentação eu contava estar presente, como ele sabia. Mas infelizmente já não será possível. Permanecendo contudo a lembrança de sua boa disposição e seu caraterístico otimismo.

Armando Pinto
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Atualidade da reposição da tal desagregação de freguesias…

O ainda Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu vetar a desagregação das freguesias, a nova lei que iria repor algumas das antigas freguesias no seu estado original. Numa reposição contra a lei-Relvas contra-natura de 2012/2013. 

Ora, como na anedota da mala deitada fora, que não era nossa, também no caso isto não nos toca aos habitantes de Rande e Sernande, por exemplo, que sempre estivemos contra a união de freguesias que os autarcas locais e concelhios, de Rande, Pedreira e Sernande, mais os da Assembleia e do Executivo Municipal de Felgueiras, nesse tempo permitiram. Desta feita, ficando imagem inteligente, por conseguinte, na reprovação momentânea marcelista, duma revivalista atitude de não ir contra o que o PSD na época fez e o PS permitiu…

Agora, fica no ar a questão:  

O Marcelo vetou a lei da reposição das ex-freguesias? Mais tempo para repor trabalhos incompletos de outras que ficaram fora... !

Armando Pinto

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Curiosidades locais (concelhias) e não só: Calendários de bolso (antigos) com paixão namoradeira...!

 

A propósito da aproximação do Dia dos Namorados, como curiosidade, vem a calhar tirar dos arcanos, do arquivo pessoal, uns interessantes calendários de bolso com que na década de 80 uma casa comercial de Felgueiras debitava publicidade amorosa, por assim dizer. Sendo estes calendários de coleção duma casa de vestuário felgueirense, como se percebe facilmente pelo lado do calendário respetivo.

Apresenta-se assim isto, por reprodução digitalizada em que naturalmente se esconde, com a marca aqui do blogue, por motivos óbvios, o nome da casa comercial. Neste caso que se reporta ao comércio local de tempos idos, ainda (como se pode ver) os números de telefones eram de 6 dígitos apenas, sem o indicativo da rede regional. E também ainda o Código Postal era o único de todo o concelho, ou seja o 4610 unificado (com os quatro dígitos iniciais, sem o aumento depois acrescido do sufixo atual de 3 dígitos separados por um hífan, seguido da designação postal da terra, nem havia ainda as distinções depois separadas conforme as localidades). 

Sendo, em suma, imagens sugestivas de como é preciso regar o amor e fortalecer a paixão amorosa.

Armando Pinto

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