Em final de ano, um artigo alusivo do tempo recentemente passado, na transição ao ano novo. Publicado na edição do último dia do ano 2020.
ARMANDO PINTO
Em final de ano, um artigo alusivo do tempo recentemente passado, na transição ao ano novo. Publicado na edição do último dia do ano 2020.
ARMANDO PINTO
Algumas lembranças, como meros exemplos, das ofertas de
recordação entregues no final da missa da igreja Paroquial de S. Tiago de Rande, a
assinalar o Dia Mundial da Paz, como sinal de início de novo ano, nalguns anos.
Armando Pinto
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Na Evasões, revista que acompanha as edições das
sextas-feiras do Jornal de Notícias, em seu número de sexta-feira 25 de
dezembro, no dia de Natal de 2020, foi publicado conteúdo de mensagens sobre
recordações e tradições de Natal, dando voz a alguns leitores do JN. No caso
aparecendo também um testemunho do autor dos blogues “Longra
Histórico-literária” e “Memória Portista”.
Disso, passado o dia e a romaria, partilha-se agora a parte pessoal correspondente, como registo personalizado nos espaços próprios aqui do autor. Com "Um Desejo" especial expresso.
Armando Pinto
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Fundado a 5 de Maio de 1994, através de proposta apresentada pelo fundador em reunião de Direção dos corpos gerentes da Casa do Povo da Longra (nessa fase de reabertura e revitalização da instituição, conforme ficou lavrado em acta oficial), e após tempos de formação, ensaios e devida organização, o Rancho inicialmente apenas de formação Infantil teve estreia pública a 17 de dezembro do mesmo ano, diante do público local na Festa de Natal realizada em parceria da Associação Casa do Povo da Longra com a Junta de Freguesia de Rande, no salão de espetáculos da casa-mãe.
Volvido um ano, o mesmo Rancho já como Infantil e Juvenil, após
diversas participações na própria terra, bem como pelas redondezas e mesmo em localidades do Norte de
Portugal, teve estreia internacional a 23 de dezembro de 1995, com primeira
saída ao estrangeiro. Havendo então, no sábado da antevéspera do Natal de 1995,
ido até à Galiza, a Cangas (Pontevedra-Espanha), onde se exibiu perante o
público galego na Festa de Natal do Grupo de Danzas de Cangas.
Dessas estreias recorda-se tais momentos através de
fotografias coevas, do grupo original e sua entrada em palco na respetiva estreia na Casa
do Povo da Longra, mais da sessão protocolar de troca de galhardetes e recordações
em Gangas, no Noroeste Espanhol.
Armando Pinto
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Andando no ar sonoridades tradicionais da época natalícia,
quer dos sons lançados por músicas gravadas através dos altifalantes espalhados
por ruas urbanas, como também pelo que permanece nos ouvidos da recordação,
este é um tempo de melodias do Natal. Tal como o cheiro a canela nos remete ao
sabor da quadra, também a harmonia sonora nos transporta nos pensamentos
derivados de tempos de felizes festas, com o Natal associado à
lembrança da criança que fomos, e em que nos revemos nos filhos e netos que estreitam
à sucessão da vida.
Ora, se na sonoridade natalícia predominam melodias de longo alcance, como o histórico "Adeste Fidélis" e o tradicional cântico "Noite Feliz", outros cantos e cânticos afloram ao nosso pensamento, em afetivo sentimento. Desde o "Vamos ao Presépio, vamos a Belém", da autoria do felgueirense Padre Luís Rodrigues (célebre reitor da Lapa do Porto), como também o popular "Anjos cantai"… Este um canto e cântico, que começa com a estrofe “Oh anjos cantai comigo…” e tem versões popular e religiosa, diferenciadas no ritmo mas com a mesma letra.
Retrato do Padre Luís Rodrigues exposto no interior da igreja da Lapa, Porto |
Pois esse é um caso genuíno de ligação da religiosidade
popular. Sendo como era cantado pelo povo em noites de convívios natalícios
extensivos aos cantos das Janeiras, entoado em modo folclórico. Enquanto com
características de cântico, como era cantado nas igrejas, tinha caracter sacro
de acompanhamento musical ao momento de adoração do Santíssimo. Como me lembro
bem, do tempo da reza do terço nas tardes de domingos na igreja de Rande em que, era
eu criança, gostava bem de ouvir a minha mãe a cantar junto com quem estava
ali, após o Padre João deitar o começo em voz meiga, logo seguido em vozes
baixas e altas pelas mulheres espalhadas pela igreja.
Isso tudo, nessas melodias que ficaram na cabeça, de uns
modos e doutros entranhados no sortilégio natalício.
« Oh, anjos cantai comigo,
ó anjos louvai sem fim,
dar graças eu não consigo,
ó anjos dai-as por mim.
Canta serena minha alma
bela jóia em Ti reluz.
Já colheste a rica palma,
já nasceu em mim Jesus.
Ó Jesus que amor tão terno
Ó Jesus que amor o Teu,
deixas o trono supremo
vens fazer da terra o céu.»
Armando Pinto
Aspeto da iluminação da frente da igreja paroquial de S.
Tiago de Rande, nesta época do Natal de 2020, e do presépio construído na
frente, também, do lado direito da frontaria da igreja, da lavra do Grupo da Juventude
Mariana Vicentina de Rande.
O Presépio exterior, feito pelo Grupo da JMV de Rande, foi construído no âmbito do concurso de presépios da Câmara Municipal
de Felgueiras, em espaços públicos. Sendo completamente sustentável, feito com
materiais recicláveis, visando a causa ambiental.
Armando Pinto
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Na edição do Semanário de Felgueiras de sexta-feira 11 de
dezembro:
Armando Pinto
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Estava à vista a Primavera, com mais um ciclo da vida da natureza a rejuvenescer, em março passado. Mas foi mesmo um vislumbre passado, depressa tudo se transformou e os tempos seguintes de sol do fortalecimento natural foram passados na penumbra do confinamento, provocado pela pandemia abatida sobre no mundo, por quanto se abateu no nosso mundo. Chegou depois a Páscoa, época de fortes sentimentos da vitória da vida sobre a morte, mas dessa vez foi como se tudo estivesse de crepe roxo em acabrunhada paixão. De permeio o verão teve alguma abertura, mas depressa voltou com o outono a cair a folha anímica, no retorno do isolamento, na esperança de evitar males maiores, evitando a propagação da moléstia. Chega agora o Natal, e é mesmo necessário um revigoramento ambiental, na propícia magia natalícia. Há muito que não conseguimos viver como necessitamos, mesmo. E temos mesmo também de ter connosco quem tanto queremos.
- Venha de lá esse abraço, Natal!
Armando Pinto
Está feito o Presépio cá de casa.
Porque não sou muito de fazer as coisas à pressa, nem com muita antecedência, chegou este domingo a ocasião propícia de “fazer o presépio” de família. Na linha tradicional, à maneira clássica. Dentro da tradição, que desde tempos de outrora já vem. Como me lembro e procuro recriar. Tal qual tem sido feito na família, desde os tempos dos filhos e agora dos netos.
Obviamente ainda muito a tempo, porque como é para
ficar até aos Reis, vai estar dentro de nosso ambiente tempo suficiente.
Assim, a quase duas semanas do Natal, pode-se dizer que já
se vislumbra o Natal. Ansiando reunir a família mais chegada, para finalmente
podermos apertar quem muito queremos. Na magia do Natal, que será sempre o Nosso
Natal.
Está pois, agora com o presépio familiar já feito, o Natal mais
à vista!
Armando Pinto
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A propósito da evocação sobre o primeiro Seminário de formação da Ordem Vicentina em terras de Felgueiras, referente à crónica publicada no Semanário de Felgueiras de sexta-feira 4 deste mês de dezembro e artigo partilhado neste espaço, há a acrescentar, agora para atenção daqui, entre mais curiosidades, que um dos primeiros alunos daquela mesma Escola Apostólica de Jugueiros era da Longra. Tendo esse mesmo sido um dos que dessa primeira formação vicentina chegaram a padres.
Esse mesmo antigo Seminarista e depois Padre João Dias de Azevedo é pois um dos primeiros formandos Vicentinos, que foram imortalizados na fotografia que se publicou, através do que está impresso no boletim Mensageiro de S. Vicente de Paulo, edição de janeiro de 1949.
Trata-se do Padre João Das de Azevedo, de família que tinha
casa na Longra, onde hoje é a Rua da Figueira. Do qual consta sua biografia no
Boletim Mensageiro de S. Vicente de Paulo, em seus números 42 e 59, conforme
anotação do falecido Padre Horácio no seu livro “85 Anos 1932-2017 Padres Vicentinos em Pombeiro”.
Ora, desse conterrâneo Padre Azevedo, referido também no
livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997,
se recorda o facto de ter sido ordenado em 1939 e celebrado sua Missa Nova em Rande
em Agosto do mesmo ano, com gravuras do “santinho” de sua ordenação ocorrida no
Porto.
Armando Pinto
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Armando Pinto
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Já não bastava a iluminação pública na Longra estar fraca,
com vários espaços escuros e inclusive o Largo com o candeeiro central apagado…
Agora até a iluminação decorativa da época de Natal é quase só para uma área de
comércio e pouco mais.
Ora... Ando para tentar fotografar umas imagens da fraca iluminação
natalícia no centro da Longra (pois no resto nem há) mas com o confinamento era-Covid e o
frio das noites nem tenho tido apetite de sair de casa. Mas aquilo está tão desinteressante
que o melhor é nem ver muito, pois o que os olhos não virem o coração não sente…
Então a Longra é só na parte da frente dos dois prédios
novos, o Edifício Nova Longra e o Edifício Vila da Longra? É que somente ali é que
estão colocadas algumas peças decorativas de iluminação, mas tudo junto; e depois
apenas no Largo há uma peça e na rotunda uma outra, essa em arremedo de metálica árvore iluminada. Não seria muito melhor serem
distribuídas as decorações pelo seguimento das ruas? Em vez de estarem todas
juntas na parte nova, num só sítio, com grande espaço de intervalo sem nada entre as outras…
partes isoladas?!
Não se sabe obviamente quem deu ou dá as indicações para o
caso, podendo os autarcas nem terem dado tal ordem, mas o facto é que é assim que
está e se vê!
Não deve ser para o povo não ter vontade de sair à rua, para ninguém andar fora de casa, neste tempo, pois nas cidades e noutros pontos do
concelho está tudo bem melhor distribuído. Enfim.
Salva-se na Longra, por estes dias, assim, a colocação a
nível particular duma recriação de presépio na rotunda, por iniciativa da Associação
dos Cicloturistas da Felgueiras, que têm sede no edifício da Associação Casa do
Povo da Longra.
Armando Pinto
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– 8 de dezembro, dia santificado como Solenidade da Imaculada
Conceição, proclamada em 1646 pelo rei da Restauração Portuguesa, D. João IV,
como Rainha Padroeira de Portugal. Cujo dia, durante muito tempo e até há ainda
relativamente pouco tempo, era Dia da Mãe, de todas as mães. Sendo assim um dia
de muitas e ternas recordações. Como estes “santinhos” foram pagelas que há uns
bons anos eu e meu irmão Fernando oferecemos a minha mãe, com dedicatória… num
dia 8 de dezembro, de saudosa memória.
Armando Pinto
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Em tempo de se “fazer o presépio”, como é tradição nos
inícios de dezembro se proceder à construção da estrutura representativa da
recriação do nascimento de Jesus-Menino, desta feita apraz recordar o presépio
que em tempos idos era edificado na igreja paroquial de S. Tiago de Rande, ao
tempo do Padre João Ferreira da Silva. Sendo que então era “feito” em modo
grande, de proporções grandiosas, em tamanho e arte, por via de trabalho dos
rapazes desse tempo da Liga Eucarística dos Homens de Rande, sob supervisão
artística do senhor Gois (que ao tempo vivia na Calçada e depois passou a
residir na Longra). Tendo esse grandioso presépio mais tarde tido diferentes versões,
na evolução dos tempos.
O facto está registado também no livro “Memorial Histórico
de Rande e Alfozes de Felgueiras”, em suas páginas 190 e 191. Como tal
dispensando outras explicações a quem não foi desse tempo, pelo menos. De cuja
memória, além de tudo o mais, há um desenho do “croquis” que antes era feito, a
projetar a realização do mesmo. Habitualmente colocado em frente ao altar do
Sagrado Coração de Jesus, desde a pedra soleira até quase ao cimo.
Armando Pinto
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Do jornal O Louzadense - Uma crónica sobre um senhor de Lousada com ligações a Rande. Casado como foi com uma senhora do lugar do Outeiro de baixo, de Rande, pai da D. Glória, esposa do sr. Domingos, falecido ainda recentemente, residentes em vivenda da encosta da Leira, na rua Verdial Horácio de Moura, da vila da Longra - Rande.
Por essas afinidades e curiosidades, sendo que foi conhecido desta região Longrina, inclusive com terrenos de sua família na localidade, trancreve-se a mesma crónica de evocação biográfica:
Joaquim Gonçalves Júlio (1913-2015)
– A família acima da ideologia
Artigo de José Carlos Carvalheiras
Discreto mas sagaz e acutilante,
Joaquim Gonçalves Júlio foi um lousadense que devotou uma grande paixão pela
Vila de Lousada. Vai fazer 5 anos no dia 16 de dezembro que faleceu com a
bonita idade de 102 anos. Foi “industrial de relojoaria”, como gostava de se
identificar, e pautou-se sempre pelos ideais socialistas e democráticos, tendo
sido por isso preso pela PVDE, durante 15 dias.
Joaquim Gonçalves Júlio nasceu em
7 de novembro de 1913, no lugar de Arcas, freguesia de Cristelos, filho de José
Gonçalves Júlio (natural do lugar do Picoto, em Silvares) e de Maria da Glória
(do lugar de Espindo, freguesia de Meinedo). Casou com Maria Arminda Peixoto,
da freguesia de Rande, do concelho de Felgueiras. Tiveram cinco filhos: Maria
da Glória, Maria Elvira, Maria Alice, José Júlio e Maria da Conceição Peixoto
Gonçalves.
Viveu mais de cem anos na vila de
Lousada. Estudou na escola primária de Cristelos e já adulto teve um
estabelecimento comercial de relojoaria, na rua Visconde de Alentém, situado
entre a Assembleia Louzadense e a Padaria Central.
No centro da vila viveu
praticamente durante 102 anos, afeiçoando-se a cada artéria como se fossem
caminhos seus. Cada alteração urbanística ou qualquer novidade arquitetónica
tinha análise cuidada e parecer astuto e devidamente fundamentado. Tanto no
Café Avenida como na Padraria central, fazia questão de partilhar com as
pessoas das suas relações de amizade as opiniões sempre pertinentes acerca do
desenvolvimento local e das trivialidades mundanas, a partir das notícias dos
jornais, que gostava particularmente de ler de fio a pavio. Crê-se que por ler
tanto sobre o mundo e dominar assuntos como a meteorologia e características da
Terra, ganhou a alcunha de “Planeta”. Mesmo no ano do seu falecimento, com uma
lucidez e autonomia notáveis para a idade, lia jornais e escrevia notas com
clarividência nos seus cadernos de apontamentos.
Memórias do caminho-de-ferro
Foi sócio fundador de duas das
mais vetustas entidades locais: a Associação Desportiva de Lousada e a
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada.
Aquando do seu centésimo
aniversário de nascimento tive o ensejo da sua companhia por alguns minutos
numa mesa da Padaria Central, facto que acontecia amiúde. Questionado sobre
qual teria sido o evento ou atividade em Lousada que mais o tinha marcado até
àquela ocasião da sua vida, não demorou a responder: “foi a linha de
caminho-de-ferro que ligava Penafiel à Lixa”. Esta via, que atravessava a vila
de Lousada, foi inaugurada em 11 de novembro de 1912, tendo marcado a infância e juventude de Joaquim
Gonçalves Júlio.
Embora fosse uma pessoa com um
gosto particular pela política, nunca enveredou por posições ou funções
partidárias e institucionais. Era um socialista confesso, mas nas últimas
eleições autárquicas em que votou, em 2013, fez notar que, pela primeira vez,
não votaria no Partido Socialista ou em candidatos de Esquerda. Tal decisão foi
motivada pela candidatura da sua neta, Maria Cândida Peixoto Gonçalves Novais,
pelo Partido Social Democrata, que nesse escrutínio viria a ser eleita
vereadora da Câmara Municipal de Lousada.
Quinze dias preso pela PVDE
Com 23 anos, Joaquim Gonçalves
Júlio foi detido pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que
haveria de se chamar Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Isso
aconteceu no seguimento de uma denúncia que deu conta do ajuntamento de vários
democratas lousadenses, para ouvir as notícias de uma rádio clandestina, em
pleno Estado Novo, da ditadura salazarista.
O seu neto, Paulo José Gonçalves,
refere a propósito desse episódio que “o meu avô juntava-se com Antero Moreira,
Manuel Pinto de Sousa, fundador do jornal O Heraldo, e outros, para ouvir
clandestinamente as notícias sobre a guerra civil de Espanha entre 1936 e
1938”.
Ao saber disso por terceiros, a
polícia repressiva do Estado irrompeu pela relojoaria dentro numa manhã de
1936, exigindo que Joaquim Júlio os acompanhasse ao Porto para interrogatório.
Uma vez chegado à sede da PVDE, no Porto, deparou-se com os referidos
camaradas, também eles denunciados e detidos. Os interrogatórios prolongaram-se
por quinze dias. A detenção terminou depois de influentes amigos do pai de
Joaquim Gonçalves Júlio intercederem junto da PVDE (em cuja fundação esteve o
magistrado lousadense Rodrigo Vieira de Castro).
Apreço pela evolução de Lousada
Sobre a “sua” Lousada escreveu
numas memórias pessoais de 2006, elaboradas pelo pelouro do Património Cultural
da Câmara de Lousada, então tutelado pela vereadora Prof.ª Lígia Maria de
Andrade Alves Ribeiro: “durante muitas
décadas (Lousada) foi uma das terras menos desenvolvidas desta região
distrital, mas pela sua situação geográfica e por ser muito hospitaleira e dona
de belezas e encantos, atraía muita gente de passagem ou em visita”.
Sobre as principais ideias que
defendia para a sociedade destacava o “desenvolvimento social, por via do
acesso de todos ao ensino e à saúde, para que todos usufruam da melhor
qualidade de vida possível”.
Aquele documento, de recolha de
memórias a pessoas antigas de Lousada, e preenchido aos 93 anos de idade pelo
próprio Joaquim Gonçalves Júlio, terminava com uma dedicatória devidamente
assinada: “quem, como eu, conheceu Lousada noutros tempos e tem a felicidade de
a ver agora, fica admirado com o grande desenvolvimento que se vem verificando.
Tudo isto se deve à ação do seu timoneiro e respetivos colaboradores, que tanto
se empenham em prol do progresso desta linda terra do meu coração. Aqui lhes
deixo, com satisfação o meu forte elogio pela obra feita e desejo-lhes
continuidade e empenho, a bem de Lousada”.
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A. P.