Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crónica Natalícia no Semanário de Felgueiras


Com o Natal no horizonte e procurando olhar ao espírito da atração do Natal, festa da família com mais encanto quando há filhos e netos a juntar à reunião familiar que faz embalo das memórias, associamos a tal enlevo uma antecipação por via escrita, através duma das habituais crónicas. Cujo texto, escrito ao início do mês, teve vez nas páginas do jornal Semanário de Felgueiras, em sua edição antecedente ao Natal, no número desta sexta dia 23 de dezembro.


Luz de Espírito Natalício

Entrado o mês de dezembro, já pairam indícios anunciadores do espírito ambiental de Natal, aquecendo de certa forma algum ânimo, entretanto arredio do povo comum. Este ano com mais luz colorida à vista, tal as iluminações natalícias que embelezam as cidades e algumas vilas e povoações, por esse país ainda de Cristo.

A celebração do Natal, entre outros aspetos e fora alterações de costumes, continua a ser afinal um sinal da história de Deus com a humanidade. Porque tudo é composto de mudança, mas com raízes históricas entranhadas. Quanto a memória faz e fará parte do ser comum.

Vem a propósito assinalar o ambiente mais luminoso que ostenta o atual semblante das cidades de Felgueiras e Lixa, mais uma parte da vila de Barrosas e a rotunda de saída da Longra, no meio ambiente da área urbana felgueirense. Acontecendo, como por muito lado, que este ano na generalidade das Câmaras Municipais houve mais atenção para a animação decorativa durante a quadra natalícia, algo louvável perante anterior desinteresse, ao acontecido noutros anos. Com o senão de alguns sítios terem perdido essa consideração, como sucede com o Largo da Longra, local mais tradicional da vila da Longra que, por exemplo, desde o surgimento da união das freguesias, no ainda presente mandato autárquico local, tem sido votado ao ostracismo, contra natura.

Há certa energia, além da parte física, na têmpera que a luz provoca, mais neste caso pela simbologia inerente das decorações, qual ânimo influenciado, quer no comércio local, como na convivência ambiental. Tal o destaque chegado aos sentidos em tal luminosidade, já que isso tem subjacente simbolizar a luz que guiou os passos até ao presépio do nascimento do menino Jesus. Enquanto a árvore de Natal chegou até nós numa assimilação de símbolo da vida, da natureza.

Com o Natal à vista, a Câmara Municipal de Felgueiras instalou desde finais de novembro, no período do Advento, atraente iluminação natalícia nalguns polos urbanos do concelho, com o objetivo de cativar mais visitantes ao centro citadino e dinamizar a economia local. Como que procurando, através das luzes e ornamentos das ruas, alguns motivos para expressar a quadra dedicada à Luz do Mundo.

Obviamente que o sentimento natalício sente-se mais no calor da intimidade da graça que traz o Natal. Havendo alegria possível na diferença que este tempo provoca, afinal. O sabor da tradição transporta melhor um bem estar mais sereno, sendo de harmonia o Natal, com os olhos no presépio familiar e coletivo que deve identificar a unidade conterrânea, no caso.

Visto assim, como compôs em cântico o mestre de música sacra Padre Luís Rodrigues, ilustre felgueirense: “Vamos ao presépio, / vamos a Belém: / louvar o Menino / que salvar-nos vem”!

ARMANDO PINTO
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