De vez em quando calha de puxar à cena alguns temas normais,
de coisas que andam diante de nós e nem sempre se lhes dá grande importância.
Entre assuntos simples e que pelo menos não faz mal trazer à ribalta das
curiosidades de interesse, na vivência comunitária local. Quão desta vez se
traz aqui a chamada “Sagrada Família”, como popular e simplificadamente é
chamado ao oratório com imagem conjunta da Sagrada Família – Nossa Senhora, São
José e Menino Jesus – que anda pelas casas da paróquia de Rande. Cuja caixa de
madeira, tipo capela de guarda, é levada de mão em mão de umas casas para as
outras vizinhas e assim sucessivamente por toda a freguesia (havendo dois exemplares, um para a parte alta e média da freguesia, e outra para a chamada baixa, que circula pela Longra), passando pelo menos
uma noite e um dia em cada casa, mediante o circuito estabelecido pelas
famílias que se inscreveram, para o efeito. Por fim, em cada casa visitada e após
colocação de oferta de contributo, no mealheiro apropriado, em género de
coleta, para as despesas inerentes e fundos de maneio paroquial, é então feita
oração familiar antes de ser fechado o oratório, para ser enviado à família da
visita seguinte.
Tal facto é desde recuadas épocas um caso tradicional arreigado
nos costumes locais. Como em tempos foi até referenciado no livro historiador “Memorial
Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997.
Essa tradição, vinda de tempos antanhos, teve em determinadas fases temporais alguns interregnos, mas acabou por ser retomada, como acontece
ainda na atualidade.
Armando Pinto
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