Após a primeira experiência na MiT, Fábrica de Móveis de Ferro
do Largo da Longra, com a passagem da mesma MIT, já como Metalúrgica da Longra,
para a reta da Arrancada, foi depois instalada na então “fábrica nova” uma mais
potente sirene, também da lavra de Joaquim Pinto, ao tempo já o operário mais
antigo da fábrica, eletricista e também construtor de maquinaria da mesma
fábrica (e de outras). Sirene essa que passou a ter característica de ser
dupla, conforme saiu da cabeça de seu autor, tendo Joaquim Pinto posto o seu respetivo
motor entre duas sirenes de cada lado, presas ao mesmo veio e com sons
diferentes que se misturavam, fortaleciam e complementavam no brado produzido.
De tal modo que a partir que se começou a ouvir, desde 1954, sendo ouvida muito
longe, ficou como sinal meteorológico da região. Algo que está ainda na memória
coletiva, nas lembranças das pessoas desse tempo, até aos anos oitentas, do século
XX, ainda.
Recorde-se que o autor da Sirene da Metalúrgica da Longra
foi galardoado em 1959 com o Prémio da Associação Industrial Portuense,
recebido depois em 1960. Distinção em que Joaquim Pinto foi o único felgueirense
que tal recebeu. Algo também já registado neste espaço através de imagens documentais,
em artigo anterior. Além de constar no livro "Memorial Histórico de Rande e
Alfozes de Felgueiras", quer na parte dos naturais de Rande salientes, bem como
no capítulo da indústria local.
Essa sirene estava instalada sobre o edifício da “Secção de Electricidade e Manutenção” da "Metalúrgica da Longra, L.da". Edifício contínuo ao pavilhão grande da fábrica, com anexa cabine e no terreiro do depósito, em frente a um pavilhão mais pequeno do complexo fabril, à época. Como ficou registado em fotografia (vendo-se de baixo, em tamanho reduzido naturalmente, à esquerda superior da imagem), na captação fotográfica coeva a que se reporta a foto, que se publica aqui agora, como lembrança adjuvante à visualização memorial dessa antiga realidade célebre da região.
Armando Pinto
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