Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Padre Luís Rodrigues - 41 anos de recordação


No 41º. Aniversário da partida do Padre Luís de Sousa Rodrigues para o PAI. (24 de abril de 1979 / 2020): 
- Recordando o saudoso reitor da Lapa do Porto, Padre Luís Rodrigues, natural de Rande – Felgueiras.

Padre Luís Rodrigues

(Do Site: Terras de Portugal   http://www.terrasdeportugal.pt)

« Natural do concelho de Felgueiras, Luís de Sousa Rodrigues nasceu a 6 de Julho de 1906, na Casa da Fonte, da freguesia de Rande. Na igreja paroquial de São Tiago foi baptizado no dia seguinte, conforme consta no livro “Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”, editado em 2004 por Armando Pinto.


Após conclusão do curso eclesiástico no seminário diocesano do Porto, teve Luís de Sousa Rodrigues ordenação sacerdotal em 1930, ano em que de imediato passou a desempenhar funções de Prefeito no seminário da diocese e aí depois foi professor de música. De 1940 até à sua morte exerceu o cargo de Reitor da igreja da Lapa, no Porto, onde desenvolveu acção notável, sendo conhecido por toda a cidade, nomeadamente pelo seu trabalho pastoral, desenvolvimento musical na liturgia e pelas suas homilias de impacto e flagrante actualidade (1).

Musicólogo de renome internacional, foi autor com vasta bibliografia, de obras literárias e publicações de composições musicais. As suas obras figuram inclusive em importante enciclopédia musical inglesa, de Cambridge, a antologia International Who’s Who in Music.

Como musicólogo, Luís Rodrigues escreveu as obras literárias “Música Sacra-História e Legislação”, publicada em 1943, as biografias de Debussy e Mussorgsky em 1945, e o “Tratado do Canto Gregoriano e Polifonia Sagrada”, em 1946. Entretanto, colaborou em artigos escritos no Boletim da Diocese do Porto e nas revistas especializadas Gazeta Musical, Arte Musical e Lumen, em Portugal. No estrangeiro participou nas Revue du Chant Grégorian (S. Waudrille), Caecilien Veriens Organ, e Zeinschrift fur Kirchenmusik (Colónia).


Publicou também temas de que foi compositor tendo, através de editoras portuguesas e estrangeiras, obras datadas tais como:

Rosa Mística, 1934
Cânticos para a bênção do SS, 1935
Miscelânea Musical Religiosa, 1937
Avé Maria; Missa Credo in Unum Deum; Meu Portugal; Missa Laudate, Pueri Dominum; estas em 1939
Cantantibus Organis, 1941
Sorrisos a Jesus Menino, 1942
Missa Regina Caeli, 1943
Eucarísticas, 1944
Manuale Officii et Missae pro Defunctis, 1944
Rosas Brancas, 1945
Florinhas a Nossa Senhora, 1946
Hino a São João de Brito, 1947
Subiu ao Céu, 1949
Coral Arcaico, 1953
Última Ceia-Meditações sobre temas gregorianos, 1954
Te Deum Laudamus, 1955
Missa Litúrgica, 1956
Hossana, 1958
Missa Christus Manet, 1959

Sem data de publicação, teve editadas outras obras tais como:

Oração pela Paz
Missa dos Anjos
Hino ao Papa
Coração Divino
Veni Sancte Spiritus
Te Igitur
Duo Cantica
Prelúdio Sinfónico
Rosas Brancas
Súplica à Senhora da Paz

É de acrescentar, ainda, que em 1954 publicou também Tantum Ergo, para três vozes, incluído no opúsculo “50.º Aniversário do Motu Proprio Tra le Sollecitudini do Papa S. Pio X”, editado em Braga, juntamente com composições de dois compositores famosos da escola bracarense.

Durante o seu percurso musical, além de outras facetas, fundou e dirigiu o famoso Coro de São Tarcísio, do Porto. Relacionou-se com figuras marcantes, tal o caso de Guilhermina Suggia, de quem foi confessor até ao último suspiro da notável violoncelista. Colaborou com o cineasta Manuel de Oliveira, em particular no filme “O Pintor e a Cidade”, cuja banda sonora é de sua autoria sendo o filme agraciado, em 1957, com o Prémio Harpa de Prata em Cork, na Irlanda.


Falecido a 24 de Abril de 1979, no Porto, foi agraciado a título póstumo, pela Presidência da República, com a comenda da Ordem de Santiago da Espada.

Está perpetuado no Porto, no adro da Lapa, com um busto da autoria da escultora Irene Vilar. Passados anos de seu desaparecimento, a obra musical de Luís Rodrigues continua viva, sobretudo no panorama internacional. Entre possíveis exemplos refira-se que serviu ainda de tema de doutoramento assinalável, como aconteceu com a dissertação de sapiência dum grande catedrático dado pelo nome de Paulo Castagna, investigador de música e professor do Instituto das Artes da UNESP-Universidade Estadual Paulista, de S. Paulo-Brasil. Incluiu diversas passagens do livro “Música Sacra: História e Legislação” do Padre Luís Rodrigues na sua tese, documento esse que, pela sua fundamentação e amplitude, foi muito divulgado, a ponto de ser traduzido para espanhol (2), sendo o nome de Luís Rodrigues amplamente citado.


Fontes bibliográficas
(Livro) “Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”, pub. 2004, de Armando Pinto

Notas de Rodapé
(1). conf. livro “Do Evangelho para a Vida”, por António Manuel Casimiro e José António Pereira, ed. 2004, com segunda edição em 2006 acompanhada de um CD com gravação da voz do mesmo antigo Reitor Padre Luís da Lapa
(2). “Prescripciones Tridentinas Para La Utililizacion Del Estilo Antigo Y Del Estilo Moderno En La Musica Religiosa Catolica – 1570/1903” »
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O Padre Luís Rodrigues está honrosamente homenageado na toponímia de locais referenciais, havendo ruas com seu nome na cidade do Porto, na cidade de Felgueiras e na freguesia de Rande.

(As fotos aqui colocadas são de arquivo pessoal do autor deste blogue)
A. P.