Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Artigo de final de ano ("Felgueiras em modo mediático") - no Semanário de Felgueiras

 

Em final de ano, um artigo alusivo do tempo recentemente passado, na transição ao ano novo. Publicado na edição do último dia do ano 2020.

ARMANDO PINTO

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Lembranças do Primeiro Dia do Ano na Paróquia de S. Tiago de Rande

Algumas lembranças, como meros exemplos, das ofertas de recordação entregues no final da missa da igreja Paroquial de S. Tiago de Rande, a assinalar o Dia Mundial da Paz, como sinal de início de novo ano, nalguns anos.

Armando Pinto

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sábado, 26 de dezembro de 2020

Algo especial na revista Evasões do Natal de 2020

Na Evasões, revista que acompanha as edições das sextas-feiras do Jornal de Notícias, em seu número de sexta-feira 25 de dezembro, no dia de Natal de 2020, foi publicado conteúdo de mensagens sobre recordações e tradições de Natal, dando voz a alguns leitores do JN. No caso aparecendo também um testemunho do autor dos blogues “Longra Histórico-literária” e “Memória Portista”.

Teve essência tal envolvência na ideia expressa nos títulos e subtítulos, mais no Editorial da publicação. 

Disso, passado o dia e a romaria, partilha-se agora a parte pessoal correspondente, como registo personalizado nos espaços próprios aqui do autor. Com "Um Desejo" especial expresso.

Armando Pinto  

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Recordando: Épocas natalícias de 1994 e 1995 nas estreias do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra


Fundado a 5 de Maio de 1994, através de proposta apresentada pelo fundador em reunião de Direção dos corpos gerentes da Casa do Povo da Longra (nessa fase de reabertura e revitalização da instituição, conforme ficou lavrado em acta oficial), e após tempos de formação, ensaios e devida organização, o Rancho inicialmente apenas de formação Infantil teve estreia pública a 17 de dezembro do mesmo ano, diante do público local na Festa de Natal realizada em parceria da Associação Casa do Povo da Longra com a Junta de Freguesia de Rande, no salão de espetáculos da casa-mãe.


Volvido um ano, o mesmo Rancho já como Infantil e Juvenil, após diversas participações na própria terra, bem como pelas redondezas e mesmo em localidades do Norte de Portugal, teve estreia internacional a 23 de dezembro de 1995, com primeira saída ao estrangeiro. Havendo então, no sábado da antevéspera do Natal de 1995, ido até à Galiza, a Cangas (Pontevedra-Espanha), onde se exibiu perante o público galego na Festa de Natal do Grupo de Danzas de Cangas.


Dessas estreias recorda-se tais momentos através de fotografias coevas, do grupo original e sua entrada em palco na respetiva estreia na Casa do Povo da Longra, mais da sessão protocolar de troca de galhardetes e recordações em Gangas, no Noroeste Espanhol.

Armando Pinto

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Melodias de Natal, nas lembranças natalícias


Andando no ar sonoridades tradicionais da época natalícia, quer dos sons lançados por músicas gravadas através dos altifalantes espalhados por ruas urbanas, como também pelo que permanece nos ouvidos da recordação, este é um tempo de melodias do Natal. Tal como o cheiro a canela nos remete ao sabor da quadra, também a harmonia sonora nos transporta nos pensamentos derivados de tempos de felizes festas, com o Natal associado à lembrança da criança que fomos, e em que nos revemos nos filhos e netos que estreitam à sucessão da vida.


Ora, se na sonoridade natalícia predominam melodias de longo alcance, como o histórico "Adeste Fidélis" e o tradicional cântico "Noite Feliz", outros cantos e cânticos afloram ao nosso pensamento, em afetivo sentimento. Desde o "Vamos ao Presépio, vamos a Belém", da autoria do felgueirense Padre Luís Rodrigues (célebre reitor da Lapa do Porto), como também o popular "Anjos cantai"… Este um canto e cântico, que começa com a estrofe “Oh anjos cantai comigo…” e tem versões popular e religiosa, diferenciadas no ritmo mas com a mesma letra.

Retrato do Padre Luís Rodrigues exposto no interior da igreja da Lapa, Porto


Pois esse é um caso genuíno de ligação da religiosidade popular. Sendo como era cantado pelo povo em noites de convívios natalícios extensivos aos cantos das Janeiras, entoado em modo folclórico. Enquanto com características de cântico, como era cantado nas igrejas, tinha caracter sacro de acompanhamento musical ao momento de adoração do Santíssimo. Como me lembro bem, do tempo da reza do terço nas tardes de domingos na igreja de Rande em que, era eu criança, gostava bem de ouvir a minha mãe a cantar junto com quem estava ali, após o Padre João deitar o começo em voz meiga, logo seguido em vozes baixas e altas pelas mulheres espalhadas pela igreja.

Isso tudo, nessas melodias que ficaram na cabeça, de uns modos e doutros entranhados no sortilégio natalício.

« Oh, anjos cantai comigo,

ó anjos louvai sem fim,

dar graças eu não consigo,

ó anjos dai-as por mim.


Canta serena minha alma

bela jóia em Ti reluz.

Já colheste a rica palma,

já nasceu em mim Jesus.

 

Ó Jesus que amor tão terno

Ó Jesus que amor o Teu,

deixas o trono supremo

vens fazer da terra o céu.»

Armando Pinto

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Iluminação natalícia da igreja de Rande e Presépio exterior do Grupo de Jovens


Aspeto da iluminação da frente da igreja paroquial de S. Tiago de Rande, nesta época do Natal de 2020, e do presépio construído na frente, também, do lado direito da frontaria da igreja, da lavra do Grupo da Juventude Mariana Vicentina de Rande.

O Presépio exterior, feito pelo Grupo da JMV de Rande, foi construído no âmbito do concurso de presépios da Câmara Municipal de Felgueiras, em espaços públicos. Sendo completamente sustentável, feito com materiais recicláveis, visando a causa ambiental.


Armando Pinto

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Artigo no SF - Iluminação da Longra no âmbito da iluminação natalícia em Felgueiras


Na edição do Semanário de Felgueiras de sexta-feira 11 de dezembro:

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Armando Pinto

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

A Pandemia na Trégua Natalícia…


Estava à vista a Primavera, com mais um ciclo da vida da natureza a rejuvenescer, em março passado. Mas foi mesmo um vislumbre passado, depressa tudo se transformou e os tempos seguintes de sol do fortalecimento natural foram passados na penumbra do confinamento, provocado pela pandemia abatida sobre no mundo, por quanto se abateu no nosso mundo. Chegou depois a Páscoa, época de fortes sentimentos da vitória da vida sobre a morte, mas dessa vez foi como se tudo estivesse de crepe roxo em acabrunhada paixão. De permeio o verão teve alguma abertura, mas depressa voltou com o outono a cair a folha anímica, no retorno do isolamento, na esperança de evitar males maiores, evitando a propagação da moléstia. Chega agora o Natal, e é mesmo necessário um revigoramento ambiental, na propícia magia natalícia. Há muito que não conseguimos viver como necessitamos, mesmo. E temos mesmo também de ter connosco quem tanto queremos.

- Venha de lá esse abraço, Natal!

Armando Pinto

domingo, 13 de dezembro de 2020

Natal à vista… cá em casa!

Está feito o Presépio cá de casa. 

Porque não sou muito de fazer as coisas à pressa, nem com muita antecedência, chegou este domingo a ocasião propícia de “fazer o presépio” de família. Na linha tradicional, à maneira clássica. Dentro da tradição, que desde tempos de outrora já vem. Como me lembro e procuro recriar. Tal qual tem sido feito na família, desde os tempos dos filhos e agora dos netos. 

Obviamente ainda muito a tempo, porque como é para ficar até aos Reis, vai estar dentro de nosso ambiente tempo suficiente.

Assim, a quase duas semanas do Natal, pode-se dizer que já se vislumbra o Natal. Ansiando reunir a família mais chegada, para finalmente podermos apertar quem muito queremos. Na magia do Natal, que será sempre o Nosso Natal.

Está pois, agora com o presépio familiar já feito, o Natal mais à vista!

Armando Pinto

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Um Padre Vicentino natural de Longra-Rande entre os primeiros da Escola Apostólica de Jugueiros

A propósito da evocação sobre o primeiro Seminário de formação da Ordem Vicentina em terras de Felgueiras, referente à crónica publicada no Semanário de Felgueiras de sexta-feira 4 deste mês de dezembro e artigo partilhado neste espaço, há a acrescentar, agora para atenção daqui, entre mais curiosidades, que um dos primeiros alunos daquela mesma Escola Apostólica de Jugueiros era da Longra. Tendo esse mesmo sido um dos que dessa primeira formação vicentina chegaram a padres.

Esse mesmo antigo Seminarista e depois Padre João Dias de Azevedo é pois um dos primeiros formandos Vicentinos, que foram imortalizados na fotografia que se publicou, através do que está impresso no boletim Mensageiro de S. Vicente de Paulo, edição de janeiro de 1949.

Trata-se do Padre João Das de Azevedo, de família que tinha casa na Longra, onde hoje é a Rua da Figueira. Do qual consta sua biografia no Boletim Mensageiro de S. Vicente de Paulo, em seus números 42 e 59, conforme anotação do falecido Padre Horácio no seu livro “85 Anos 1932-2017  Padres Vicentinos em Pombeiro”.

Ora, desse conterrâneo Padre Azevedo, referido também no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997, se recorda o facto de ter sido ordenado em 1939 e celebrado sua Missa Nova em Rande em Agosto do mesmo ano, com gravuras do “santinho” de sua ordenação ocorrida no Porto.

Armando Pinto

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Crónica sobre Curiosidades relativas a Jugueiros no Semanário de Felgueiras

= Quinta-feira 10-12-2020 =

Estando presentemente o jornal Semanário de Felgueiras a dedicar parte de uma sua edição, de vez em quando e à vez a uma realidade felgueirense, em ronda sobre as freguesias da atual organização territorial do concelho, e sendo o número da passada sexta-feira, 04 de dezembro, dedicado à freguesia de Jugueiros, foi também nesse âmbito a mais recente crónica do autor deste blogue, escrita em atenção à mesma freguesia. 

Desse artigo, e porque com os atrasos dos correios (além de ter havido um feriado pelo meio) só na quarta-feira aqui chegou a casa o mesmo jornal, anota-se agora o registo do mesmo:


Armando Pinto

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

A fraca iluminação natalícia na Longra

Já não bastava a iluminação pública na Longra estar fraca, com vários espaços escuros e inclusive o Largo com o candeeiro central apagado… Agora até a iluminação decorativa da época de Natal é quase só para uma área de comércio e pouco mais.

Ora... Ando para tentar fotografar umas imagens da fraca iluminação natalícia no centro da Longra (pois no resto nem há) mas com o confinamento era-Covid e o frio das noites nem tenho tido apetite de sair de casa. Mas aquilo está tão desinteressante que o melhor é nem ver muito, pois o que os olhos não virem o coração não sente…

Então a Longra é só na parte da frente dos dois prédios novos, o Edifício Nova Longra e o Edifício Vila da Longra? É que somente ali é que estão colocadas algumas peças decorativas de iluminação, mas tudo junto; e depois apenas no Largo há uma peça e na rotunda uma outra, essa em arremedo de metálica árvore iluminada. Não seria muito melhor serem distribuídas as decorações pelo seguimento das ruas? Em vez de estarem todas juntas na parte nova, num só sítio, com grande espaço de intervalo sem nada entre as outras… partes isoladas?!

Não se sabe obviamente quem deu ou dá as indicações para o caso, podendo os autarcas nem terem dado tal ordem, mas o facto é que é assim que está e se vê!

Não deve ser para o povo não ter vontade de sair à rua, para ninguém andar fora de casa, neste tempo, pois nas cidades e noutros pontos do concelho está tudo bem melhor distribuído. Enfim.

Salva-se na Longra, por estes dias, assim, a colocação a nível particular duma recriação de presépio na rotunda, por iniciativa da Associação dos Cicloturistas da Felgueiras, que têm sede no edifício da Associação Casa do Povo da Longra. 

Armando Pinto

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Dia da Imaculada Padroeira de Portugal e antigo Dia da Mãe


– 8 de dezembro, dia santificado como Solenidade da Imaculada Conceição, proclamada em 1646 pelo rei da Restauração Portuguesa, D. João IV, como Rainha Padroeira de Portugal. Cujo dia, durante muito tempo e até há ainda relativamente pouco tempo, era Dia da Mãe, de todas as mães. Sendo assim um dia de muitas e ternas recordações. Como estes “santinhos” foram pagelas que há uns bons anos eu e meu irmão Fernando oferecemos a minha mãe, com dedicatória… num dia 8 de dezembro, de saudosa memória.

Armando Pinto

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domingo, 6 de dezembro de 2020

Recordação do antigo presépio monumental da igreja de Rande


Em tempo de se “fazer o presépio”, como é tradição nos inícios de dezembro se proceder à construção da estrutura representativa da recriação do nascimento de Jesus-Menino, desta feita apraz recordar o presépio que em tempos idos era edificado na igreja paroquial de S. Tiago de Rande, ao tempo do Padre João Ferreira da Silva. Sendo que então era “feito” em modo grande, de proporções grandiosas, em tamanho e arte, por via de trabalho dos rapazes desse tempo da Liga Eucarística dos Homens de Rande, sob supervisão artística do senhor Gois (que ao tempo vivia na Calçada e depois passou a residir na Longra). Tendo esse grandioso presépio mais tarde tido diferentes versões, na evolução dos tempos.

O facto está registado também no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, em suas páginas 190 e 191. Como tal dispensando outras explicações a quem não foi desse tempo, pelo menos. De cuja memória, além de tudo o mais, há um desenho do “croquis” que antes era feito, a projetar a realização do mesmo. Habitualmente colocado em frente ao altar do Sagrado Coração de Jesus, desde a pedra soleira até quase ao cimo.

Armando Pinto

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Personagem histórico de Lousada com ligações a Rande - Felgueiras...


Do jornal O Louzadense - Uma crónica sobre um senhor de Lousada com ligações a Rande. Casado como foi com uma senhora do lugar do Outeiro de baixo, de Rande, pai da D. Glória, esposa do sr. Domingos, falecido ainda recentemente, residentes em vivenda da encosta da Leira, na rua Verdial Horácio de Moura, da vila da Longra - Rande.

Por essas afinidades e curiosidades, sendo que foi conhecido desta região Longrina, inclusive com terrenos de sua família na localidade, trancreve-se a mesma crónica de evocação biográfica: 

Joaquim Gonçalves Júlio (1913-2015)

 – A família acima da ideologia

Artigo de José Carlos Carvalheiras

Discreto mas sagaz e acutilante, Joaquim Gonçalves Júlio foi um lousadense que devotou uma grande paixão pela Vila de Lousada. Vai fazer 5 anos no dia 16 de dezembro que faleceu com a bonita idade de 102 anos. Foi “industrial de relojoaria”, como gostava de se identificar, e pautou-se sempre pelos ideais socialistas e democráticos, tendo sido por isso preso pela PVDE, durante 15 dias.

Joaquim Gonçalves Júlio nasceu em 7 de novembro de 1913, no lugar de Arcas, freguesia de Cristelos, filho de José Gonçalves Júlio (natural do lugar do Picoto, em Silvares) e de Maria da Glória (do lugar de Espindo, freguesia de Meinedo). Casou com Maria Arminda Peixoto, da freguesia de Rande, do concelho de Felgueiras. Tiveram cinco filhos: Maria da Glória, Maria Elvira, Maria Alice, José Júlio e Maria da Conceição Peixoto Gonçalves.

Viveu mais de cem anos na vila de Lousada. Estudou na escola primária de Cristelos e já adulto teve um estabelecimento comercial de relojoaria, na rua Visconde de Alentém, situado entre a Assembleia Louzadense e a Padaria Central.

No centro da vila viveu praticamente durante 102 anos, afeiçoando-se a cada artéria como se fossem caminhos seus. Cada alteração urbanística ou qualquer novidade arquitetónica tinha análise cuidada e parecer astuto e devidamente fundamentado. Tanto no Café Avenida como na Padraria central, fazia questão de partilhar com as pessoas das suas relações de amizade as opiniões sempre pertinentes acerca do desenvolvimento local e das trivialidades mundanas, a partir das notícias dos jornais, que gostava particularmente de ler de fio a pavio. Crê-se que por ler tanto sobre o mundo e dominar assuntos como a meteorologia e características da Terra, ganhou a alcunha de “Planeta”. Mesmo no ano do seu falecimento, com uma lucidez e autonomia notáveis para a idade, lia jornais e escrevia notas com clarividência nos seus cadernos de apontamentos.

Memórias do caminho-de-ferro

Foi sócio fundador de duas das mais vetustas entidades locais: a Associação Desportiva de Lousada e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada.

Aquando do seu centésimo aniversário de nascimento tive o ensejo da sua companhia por alguns minutos numa mesa da Padaria Central, facto que acontecia amiúde. Questionado sobre qual teria sido o evento ou atividade em Lousada que mais o tinha marcado até àquela ocasião da sua vida, não demorou a responder: “foi a linha de caminho-de-ferro que ligava Penafiel à Lixa”. Esta via, que atravessava a vila de Lousada, foi inaugurada em 11 de novembro de 1912, tendo marcado a infância e juventude de Joaquim Gonçalves Júlio.

Embora fosse uma pessoa com um gosto particular pela política, nunca enveredou por posições ou funções partidárias e institucionais. Era um socialista confesso, mas nas últimas eleições autárquicas em que votou, em 2013, fez notar que, pela primeira vez, não votaria no Partido Socialista ou em candidatos de Esquerda. Tal decisão foi motivada pela candidatura da sua neta, Maria Cândida Peixoto Gonçalves Novais, pelo Partido Social Democrata, que nesse escrutínio viria a ser eleita vereadora da Câmara Municipal de Lousada.

Quinze dias preso pela PVDE

Com 23 anos, Joaquim Gonçalves Júlio foi detido pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que haveria de se chamar Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Isso aconteceu no seguimento de uma denúncia que deu conta do ajuntamento de vários democratas lousadenses, para ouvir as notícias de uma rádio clandestina, em pleno Estado Novo, da ditadura salazarista.

O seu neto, Paulo José Gonçalves, refere a propósito desse episódio que “o meu avô juntava-se com Antero Moreira, Manuel Pinto de Sousa, fundador do jornal O Heraldo, e outros, para ouvir clandestinamente as notícias sobre a guerra civil de Espanha entre 1936 e 1938”.

Ao saber disso por terceiros, a polícia repressiva do Estado irrompeu pela relojoaria dentro numa manhã de 1936, exigindo que Joaquim Júlio os acompanhasse ao Porto para interrogatório. Uma vez chegado à sede da PVDE, no Porto, deparou-se com os referidos camaradas, também eles denunciados e detidos. Os interrogatórios prolongaram-se por quinze dias. A detenção terminou depois de influentes amigos do pai de Joaquim Gonçalves Júlio intercederem junto da PVDE (em cuja fundação esteve o magistrado lousadense Rodrigo Vieira de Castro).

Apreço pela evolução de Lousada

Sobre a “sua” Lousada escreveu numas memórias pessoais de 2006, elaboradas pelo pelouro do Património Cultural da Câmara de Lousada, então tutelado pela vereadora Prof.ª Lígia Maria de Andrade Alves Ribeiro:  “durante muitas décadas (Lousada) foi uma das terras menos desenvolvidas desta região distrital, mas pela sua situação geográfica e por ser muito hospitaleira e dona de belezas e encantos, atraía muita gente de passagem ou em visita”.

Sobre as principais ideias que defendia para a sociedade destacava o “desenvolvimento social, por via do acesso de todos ao ensino e à saúde, para que todos usufruam da melhor qualidade de vida possível”.

Aquele documento, de recolha de memórias a pessoas antigas de Lousada, e preenchido aos 93 anos de idade pelo próprio Joaquim Gonçalves Júlio, terminava com uma dedicatória devidamente assinada: “quem, como eu, conheceu Lousada noutros tempos e tem a felicidade de a ver agora, fica admirado com o grande desenvolvimento que se vem verificando. Tudo isto se deve à ação do seu timoneiro e respetivos colaboradores, que tanto se empenham em prol do progresso desta linda terra do meu coração. Aqui lhes deixo, com satisfação o meu forte elogio pela obra feita e desejo-lhes continuidade e empenho, a bem de Lousada”.

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A. P.


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Uma entrevista esclarecedora de Francisco Sarmento Pimentel, em 1979

Estando-se em período comemorativo da passagem do 90º aniversário da 1ª Travessia Aérea Portugal-Índia, realizada em novembro de 1930 pelo piloto-aviador Francisco Sarmento Pimentel, felgueirense que foi acompanhado pelo seu amigo e compadre transmontano Capitão Moreira Cardoso, a navegador, vem a talhe vislumbrar uma entrevista dada por Francisco Pimentel a um jornal, em que passados muitos anos recordava o facto e esclarecia situações.

Com efeito, em entrevista publicada no jornal Diário de Lisboa, em agosto de 1979, aquando de uma sua vinda a Portugal, então para receber a condecoração da Ordem da Liberdade com que justamente foi reconhecido, o heroico aviador, respondendo à curiosidade do entrevistador desse jornal então existente em Lisboa, deu largas à sua memória, ele que estava nesse tempo com 84 anos, mas muito lúcido e em boa forma física, ainda.

Isso passou-se então ainda durante sua longa vida e longos anos de exílio político fora do país, cerca de uma década antes de Francisco Pimentel falecer.

Assim, por essa conversa transcrita naquele diário lisboeta, além de se relembrar as peripécias da arrojada viagem no pequeno avião denominado “Marão”, o piloto autor da longa rota pelo ar, desde o extremo ocidental da Europa até ao Oriente, esclareceu como não recebeu nada do Governo português desse tempo e mesmo assim ainda ofereceu depois o aviãozinho (género avioneta) ao Estado Português da Índia. Havendo apenas tido ajuda de um grupo de amigos que “cobriram o empréstimo bancário” que ele tinha feito para a compra do aparelho… Algo que se pode discernir pelo facto de ambos os tripulantes do Marão não serem apoiantes do Estado Novo, que vigorava e fez com que essa viagem fosse esquecida de compêndios oficiais desse período de censura emanada do sistema reinol.

Armando Pinto

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sábado, 28 de novembro de 2020

Rui Ferreira, conhecido comentador do Porto Canal e antigo futebolista de várias equipas nacionais, é o novo Treinador do FC Felgueiras 1932

Rui Ferreira, até agora conhecido como cara do painel de comentadores do Porto Canal, canal gerido pelo FC Porto e único canal televisvo português de fora de Lisboa, tendo anteriormente sido futebolista  do Salgueiros Vitória de Guimarães, Belenenses e Portimonense (clubes que o tornaram mais conhecido, além de ter jogado noutros, como Mirense, Oliveirense, Lourosa, Lamas, Gil Vicente,  Espinho e Santa Clara), como entretanto treinou a equipa de sub-23 do Feirense,  é o novo treinador da equipa principal do Futebol Clube de Felgueiras 1932. A notícia chegou ao público este sábado, em nota noticiosa do espaço informático jornal Semanário de Felgueiras. 

Como o clube felgueirense, o mais representativo do concelho de Felgueiras, estava a fazer uma época (no Campeonato de Portugal) muito aquém dos anseios e sobretudo das expetativas geradas em torno da coletividade, não admira esta mudança operada.

Ora, sendo que naturalmente terá espaço sexta-feira na próxima edição do formato tradicional em papel do mesmo jornal (único também atualmente existente em Felgueiras nesse meio físico), a informação  avançada, pelo referido órgão de comunicação concelhio, chega assim já ao apreço felgueirense - de cujo interesse se partilha a mesma novidade. Como notícia de fresco, ainda, que fará com que futuramente se deixe ou não de ver o Rui Ferreira a comentar nos programas portistas, como gostavamos de o ouvir, para lá de ver, obviamente.

Armando Pinto

* Crédito fotográfico do Semanário de Felgueiras.

A notícia via SF:


Rui Ferreira é o novo treinador do FC Felgueiras

O novo treinador terá Pintassilgo, como Adjunto, e Dimas, como Treinador de Guarda Redes.

Nuno Andrade que, por acordo com o clube, deixou o cargo, estava desde o início do ano no comando técnico.

O Felgueiras recebe este domingo o Pevidem em jogo do Campeonato de Portugal.

Rui Ferreira tem 47 anos e treinou os sub-23 do Feirense.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Retalhos Felgueirenses de tempos idos… em pedaços memoriais duma festa religiosa e do futebol em 1935/1936

 

Na proximidade do Natal, agora que devido ao maldito vírus da Covid-19 está tudo ainda indefinido, apraz registar a recordação de uma antiga festa religiosa que havia na vila de Felgueiras de outros tempos, a Festa do Menino Deus, como celebração especial em Dia de Natal, merecendo missa cantada, mais sermão e Banda de Música nas celebrações. Como se pode ver por recorte d’ O Jornal de Felgueiras, de seu número de aproximação ao Natal de 1936.

Serve ainda essa mesma edição do referido jornal (de 19-12-1936), à boleia da chamada de atenção natalícia, para se rever como então a vida do Futebol Clube de Felgueiras estava encaminhada, conforme notícia duma deslocação à Lixa para um jogo oficial. Em que o FC Felgueiras venceu por 2-1, sendo um dos golos felgueirenses marcado pelo jogador-fundador do clube, Abílio - como era conhecido Verdial Horácio de Moura, popularmente assim chamado então no ambiente da antiga vila, pelo nome de seu pai.

No transporte ainda desses retalhos de interesse local, recorda-se também uma notícia anterior, de relação do Natal do ano também anterior, dando nota dumas festas natalícias de 1935, conforme foi registado no início de 1936 n’ O Jornal de Felgueiras, em seu número de 22-02-1936. Respeitando à publicação da receita e das despesas com o Espetáculo de Natal e Ano Novo a favor do clube de futebol local, com curiosidades afins.

Repare-se nos pormenores que se ficam a conhecer, de tais pedaços da nossa história coletiva felgueirense.

Armando Pinto

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