Com laivos de mensagem, à espécie de votos desejados, mas sobretudo como análise manifestada, transmitimos um feixe de palavras escritas para publicação jornalística, conforme terá lugar no jornal Semanário de Felgueiras por esta ocasião, a propósito da Quadra Festiva entre o Natal e o Ano Novo.
Sortilégio Natalício:
Prestes a terminar mais um ano, é tempo
de reflexão, dentro de variadas cogitações. Havendo passado mais um tempo
cronológico nesta nossa caminhada terrena. Num período em que se cruzaram
vários acontecimentos da nossa vivência comunitária, até este final de ano,
quando estamos ainda a viver a celebração do Natal, na aura do sortilégio
natalício.
Quer se queira, quer não, o Natal sempre
estará ligado à religiosidade tradicional, porque sem o vínculo religioso, da
interligação ao sentido cristão, não haveria o Natal que comemoramos
habitualmente. Pois as antigas celebrações do solstício do Inverno e associadas
tradições da antiguidade, já não foram de nosso tempo, nem têm relação com as
prendas tão apreciadas em nossa infância, tal qual nos revemos na magia que
encanta as crianças que hoje enlaçamos em nós.
Ora, o Natal é mesmo, afinal, a celebração
do nascimento de Jesus, na comemoração da vinda d’Aquele que nos proporciona encanto
existencial. O que, bem vistas as coisas, merece que louvemos de modo muito
humano, exultando à maneira que nos faz apreciar a vida, com todas as tradições
mais belas e familiares, desde a reunião familiar, mailos presentes natalícios,
entre as diversas formas e feitios de fazer o Natal que nos anima.
Extensivamente, em sequência disso,
também, ainda há pouco tempo fomos brindados por significativa mensagem papal,
como foi a Exortação Apostólica do tão querido e simpático Papa Francisco, “A
Alegria no Evangelho” – documento pontifício, este, focado no fundamental da
evangelização, de orientação para vivermos com maior profundidade o nosso
encontro com Jesus, como Igreja de proximidade de Cristo a todos os seres
humanos, visando “evangelização para a transmissão da fé cristã”.
Pois bem, prestes a findar 2013, durante
o qual caminhamos lado a lado, vivendo e partilhando a nossa realidade comum, aproxima-se
também a normal chegada ao período festivo da passagem de ano, à entrada do Ano
Novo, e quase logo de seguida vem o tempo dos Reis, da costumada visita de confraternização
de Boas Festas, ou seja do canto das Janeiras e seguintes Reizadas levadas de
casa em casa até aos amigos, pela analogia dos brindes do tradicional bolo-rei.
Num mundo em constante mudança, temos de
ter sensibilidade pelo que ainda identifica todo um passado e presente do
percurso de vida, enfrentando o futuro com a certeza que, tal como com o
nascimento de Jesus um Menino nos foi dado, nascendo para nós Emanuel,
significativo de Deus connosco, devemos saber acolher esse dom que é a Vida;
enquanto a melhor forma de receber em abundância é viver na plenitude, dar-se
sem reserva e partilhar com generosa sinceridade.
Neste tempo de Natal acolhamos toda essa
mensagem, consubstanciada na imagem do Presépio, na representação do Menino que
nos é dado, na Vida que devemos saber viver.
ARMANDO PINTO