Com efeito, decorreu no passado sábado, dia 19 de junho, uma jornada
cultural interessante sobre o Penedo das Pegadas de S. Gonçalo, um exemplar do
património chegado à atualidade provindo de eras remotas, no concelho de
Felgueiras.
Tal realização teve início durante a tarde com uma
conferência proferida pelo Dr. Renato Henriques (da Universidade do Minho) e do
Dr. José Ribeiro (do Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de
Felgueiras), numa sessão que teve lugar nas instalações da Villa Romana de
Sendim. À noite, em Varziela (no respetivo sítio, também de fronteira entre Sernande
e Varziela, hoje um campo de vinha, de transformação de antiga mata), foi
concretizada uma visita noturna ao local próprio do penedo, o único sítio com
arte rupestre do concelho, o Penedo de S. Gonçalo ou Penedo das Pegadinhas de
S. Gonçalo como também é conhecido popularmente. Sendo motivo para o facto um
cerimonial que teve lugar apropriado, culminado com uma queimada galega, num ritual
comemorativo de tradição antiga a anunciar a chegada do solstício de verão (comemorado
a 21 de junho).
Esta atividade, no âmbito da “II edição do Ciclo de
Conferências de Arqueologia em Terras de Sousa e Tâmega” realizado em
Felgueiras, teve assim também acréscimo de convívio popular e extensivo ato de reconhecimento
do "Penedo de S. Gonçalo", como exemplar único de arte
rupestre do concelho de Felgueiras, até há pouco tempo ainda quase desconhecido
da maioria das pessoas (salvo de quem leu crónicas escritas sobre o facto já
anteriormente).
Sob iluminação de focos bem colocados para o momento, enquanto os assistentes se associavam ao ato munidos com luminárias artesanais, em cenário composto também por druídas ali presentes, houve inicial apresentação do que representa a figuração milenar impregnada no penedo, em desenvolvida explanação bem conduzida pelo arqueólogo Dr. José Ribeiro.
Seguindo-se o cerimonial de ancestral tradição, como era uso em sítios do género. Através dos figurantes druídas, representados à maneira de avoengos antepassados de tais cerimónias místicas.
Terminando tudo em ameno convívio, sob o mote da ligação histórico-artística da sinalética de arte rupestre, à mistura com as lendas das andanças de tradição popular, em modo de elucidação e reconhecimento do interesse público daquele ancestral monumento rústico, que além de preservado há que ser devidamente classificado, como testemunho oficial da presença de antigos povos na região.