Cerca de meio ano antes de Nossa Senhora aparecer em
Fátima, aos pastorinhos videntes da Cova da Iria, nasceu em Rande-Felgueiras
Joaquim Pinto. Faz precisamente 100 anos neste dia 10 de Dezembro presente,
perfazendo um centenário desde essa graça.
Ora, quando estão já em curso as comemorações jubilares
do centenário das Aparições de Fátima, lembra também este outro centenário. Ou
seja, faz hoje cem anos que meu pai nasceu.
Foi num domingo, há 100 anos, durante a Missa de Rande, enquanto na igreja de S. Tiago de Rande decorria a missa paroquial domingueira. Contava ele que, segundo ouvira, se
celebrava a missa dominical de Rande aquando do seu nascimento. E, conforme se
tornou público, porque o parto de sua mãe estava difícil, o pároco dessa época,
Padre Augusto, pediu do altar a todos uma oração. Então foi feita conjuntamente
uma sentida prece, para que nascesse em boa hora. Facto passado a 10 de
Dezembro de 1916, na mesma igreja onde depois foi batizado, participou nos atos
da comunidade paroquial até ao seu falecimento, ocorrido a 10 de Março de 2006; em cujo templo por fim, no seguinte dia 11, foi
encomendado a Deus.
Assim sendo, porque se fosse vivo meu pai fazia agora
cem anos de idade, e porque ele está e continuará sempre vivo em minha memória saudosa
e na memória familiar e coletiva, assinalo tal facto, a efeméride e natural
lembrança.
Na pertinência desta passagem de seu centenário
natalício, prestes a chegar também o natal comemorativo do nascimento de Jesus,
como que continuando no sentido da caminhada entretanto iniciada na vivência do
Ano Santo da Misericórdia, pelo caminho que somos chamados a percorrer, aqui
evoco meu pai.
O meu pai sempre foi o meu herói, minha referência
maior. Sem precisar de ter deixado marca nos passeios da fama, mas dentro do
meu ser. Com orgulho de saber que foi reconhecido pelo seu valor em vida, tanto
que é o único felgueirense que foi agraciado com o Prémio da Associação
Industrial Portuense (instituição mais tarde agremiada como Associação Empresarial de Portugal), ele que foi o criador da famosa sirene da Metalúrgica da Longra (que
era referência de sinal meteorológico em sítios distantes, quando ouvida longe),
assim como da idêntica da Ferfor da Serrinha, por exemplo.
Como tal, entre imagens de ilustração, junto algumas
fotografias relacionadas com essas e outras facetas, desde gravuras
documentais, incluindo cabeçalhos de ofícios das firmas antigas por que passou
a "Metalúrgica", quer nos anos trinta como na década de quarenta, enquanto a
fábrica esteve no Largo da Longra, como depois que passou para a reta da
Arrancada da Longra, também, mais o que por aqui se mostra e recorda, como publicação
celebrativa.
Até sempre!
Armando Pinto
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