25 de julho é o dia dedicado pela Igreja ao Apóstolo S. Tiago,
o Evangelizador da Península Ibérica, que em tempo de guerras da Reconquista
Cristã, de cristãos contra muçulmanos, era invocado como “São Tago mata mouros”.
O S. Tiago Maior, como principal desse nome dos discípulos de Jesus Cristo,
filho de Zebedeu e irmão de João, que com seu irmão S. João Evangelista e S. Pedro foi dos
prediletos de Jesus. Santo que como primeiro mártir dos Apóstolos e
cristianizador das terras de Espanha e Portugal veio a ficar sepultado ao Norte
da Ibéria, na Galiza. Cujo sepulcro em Compostela originou as grandes
peregrinações da era medieval transportadas ao costume milenar dos Caminhos de Santiago,
ao longo de cujo percurso se foram formando comunidades que passaram a ter S. Tiago
como Padroeiro. Sendo assim Orago de terras com características particulares desses
itinerários. Entre as quais a Paróquia de S. Tiago de Rande, no concelho de
Felgueiras, integrante do Caminho Português do Baixo Douro, como consta do livro
do Padre Arlindo Magalhães e está descrito no livro Memorial Histórico de
Rande e Alfozes de Felgueiras, do autor destas linhas.
Ora, neste dia 25 de julho é pois oportunidade de invocar
também por este meio a devoção popularmente comunitária ao Orago de Rande.
Sendo que a Festa em honra de S. Tiago ganhou foros de primazia na região em
tempos de outrora, como consta de documentos antigos da paróquia, referidos
mesmo no aludido livro da história local. A pontos da tradição da imagem do
Padroeiro ser engalanada em seu andor com produtos da terra habitualmente colhidos
na ocasião, tais como um cacho de uvas, porque nesta altura já S. Tiago pinta o
bago, mais um pé de milho com espiga, por ser tempo de amadurecimento dos
cereais espalhados pelas cearas dos campos da região. Sendo também e sobremaneira
época de regresso de naturais espalhados pelo país e pelo mundo, com muitas pessoas em
visita à terra de seus afetos. Como antigamente acontecia, por a Festa Paroquial
de Rande estar incluída nas cerimónias da Comunhão Solene das crianças de Rande
e Sernande, algo que dava outro ser a toda essa ambiência.
Em registo pessoal, nesta ocasião, recorda-se a Comunhão
Solene aqui do autor destas lembranças, por meio do “Santinho” e do livro do
Novo Testamento recebidos da mão do saudoso pároco Padre João Ferreira da
Silva, no longínquo ano de 1964… Assim como se releva o caso do livro escrito
pela era de 2000 sobre a Festa de Rande, em cujas páginas constam algumas destas e
outras tradições e recordações.
Armando Pinto
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