Junho, Julho, Agosto e até Setembro, pelo verão adiante, é tempo de romarias, as festas “verãozeiras” predominantes
nos hábitos populares, quer nas tradições paroquiais, como nos costumes
regionais. Sendo normal nas festas ao ar livre, pelo arraial e bermas de estradas
e caminhos, abancarem vendas de variados produtos e atrativos, com maior
incidência nas barracas de doces tradicionais. Saltando aos olhos e mais sentidos
a doçaria tradicional, cujos doces por terras de Felgueiras são especialmente o pão de
ló, cavacas e pão pôdre, mas também os rosquilhos e os cacetes doces.
O chamado pão pôdre, na zona de Felgueiras com sabor a canela
(diferenciando-se do chamado doce da Teixeira, que sabe mais a limão) é um
típico doce que aparece em todas as festas, em tendas de doceiros que se prezem;
assim como os rosquilhos, para quem tem bons dentes e gosta mais de “rilhar”,
como diz o povo; e os cacetes doces, mais tenros e encimados por riscas de
açúcar (à imagem das cavacas, contudo na linha alongada do doce, em riscas mais ou menos
retas e paralelas). Tudo isso a fazer companhia aos reis e rainhas da doçaria das
festas, o pão de ló, em roscas de doce pão leve seco e mole; mais as cavacas,
pequenas ou médias, de massa também de pão de ló, riscadas em cima por açucaradas rodelas.
Sendo que Felgueiras é a terra do pão por excelência, onde existem casas de
fabrico tradicional, calha a preceito lembrar este doce tradicional, que
anualmente faz parte da mesa da Páscoa e do Natal, bem como noutras ocasiões festivas,
mediante as possibilidades e gostos, até agora e sempre nas festas e romarias.
Como mero efeito ilustrativo, além de fotos alusivas, uma de decoração e outra dum postal ilustrado (com coreografia etnográfica referente ao concelho de Felgueiras), juntam-se aqui imagens dos
panfletos que tradicionalmente, também, costumam acompanhar as embalagens do
pão de ló de duas das casas conhecidas da região felgueirense. Apenas como
aspeto, através de captação fotográfica pessoal (em vez de digitalização, de modo
a não serem legíveis os respetivos textos, para não se estar a fazer
publicidade, que até seria gratuita). Visto esses impressos conterem história e
explicações correspondentes, aqui simplesmente registados pela ideia da
atualidade festiva se cruzar com a tradição integrante da vida comunitária.
Armando Pinto
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