Conviver com o passado, nas suas facetas memorandas, através de documentação comprovativa do que chegou até nós, permite-nos ter conhecimento mais profundo e concreto do "modus vivendi" que nos antecedeu no que nos toca bem dentro do íntimo, a nossa terra.
Nesse funcionamento afetivo, damos sequência, com mais umas achas, aos meandros que andam em torno do que nos identifica e personaliza, a todos os conterrâneos, a quem tem por denominador comum a mesma região de naturalidade e residência.
Assim, na linha do post anterior, ainda de visualização de raridades e preciosidades documentais de pessoas da Longra de antanho, e dando também seguimento a um anterior apontamento sobre o sr. Luís Gonçalves - recorde-se, o Homem da Casa das Torres de Felgueiras - complementamos o acervo referente com outro documento.
Chegou-nos às mãos, felizmente e bem preservado, um Bilhete de Identidade do referido autor do projeto e engenharia da Casa das Torres, a mansão agora em recuperação na cidade de Felgueiras. Graças a pessoa amiga e da família, do personagem que merece esta homenagem, que temos vindo a tentar que seja materializada. Provando ter sido ele um funcionário da Câmara, conforme se lê nesse livrinho (como era o formato dos bilhetes de identidade nessa época), com data da emissão a 11 de Novembro de 1931. Estando ali escarrapachado: «Profissão: Amanuense – da Camara Municipal – aposentado», como era já em 1931.
Ora, amanuense era um termo antigo significando escrivão, escrevente e escriturário de secretaria pública. Nas enciclopédias gerais, vem: «A palavra provém do latim amanuensis, por sua vez
derivado da expressão latina "ab manu" (à mão). Escrevente e copista
são sinónimos de amanuense. Vulgarmente, considera-se amanuense o escriturário
duma repartição pública ou estatal, que manualmente regista(va) documentos ou os
copia(va).» Ora isso no tempo de redação manuscrita, não havendo computadores e programas informáticos. Logo é o que hoje em dia se considera um funcionário público administrativo.
Questionava a pessoa descendente, do referido patriarca da família Gonçalves: - «Será que com este documento podemos chamar mais atenção à Câmara Municipal de Felgueiras ?!? »
Pois esperemos que sim, que seja uma contribuição, mais uma achega, qual reforço, desde já… A somar ao que escrevemos e foi publicado no Semanário de Felgueiras, há pouco tempo, como aqui neste nosso blogue igualmente demos público manifesto.
Por esse documento fica-se ainda mais com a certeza de alguns dados pessoais do sr. Luís Gonçalves:
Filho de José Gonçalves e Maria Joaquina, nasceu a 7 de Outubro de 1856, em Sernande. Tendo casado com Ana Rodrigues da Silva (senhora da família Rodrigues, da Fonte, de Rande). E tinha como residência Felgueiras – Rande. Media 1, 72 m (um metro e setenta e dois cm) e tinha olhos castanhos. Não, não é demasiada pormenorização, apenas sinal da realidade que nesse tempo ficava bem registada, à posteridade. Tal como se pode acrescentar que ficou sepultado no cemitério de Rande, em jazigo térreo de família.
Filho de José Gonçalves e Maria Joaquina, nasceu a 7 de Outubro de 1856, em Sernande. Tendo casado com Ana Rodrigues da Silva (senhora da família Rodrigues, da Fonte, de Rande). E tinha como residência Felgueiras – Rande. Media 1, 72 m (um metro e setenta e dois cm) e tinha olhos castanhos. Não, não é demasiada pormenorização, apenas sinal da realidade que nesse tempo ficava bem registada, à posteridade. Tal como se pode acrescentar que ficou sepultado no cemitério de Rande, em jazigo térreo de família.
Eis aqui, então assim, algo mais que pode ajudar à angariação de material tendente a uma exposição, por exemplo, de homenagem pública ao autor da referida construção. À consideração de quem de direito. E se mais não fôr, fica ao menos mais evidente que o estudo do passado vale também pela afirmação que transmite.
A semente está lançada.
Armando Pinto
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