Diáspora Luso-Fel-Brasileira
Na linha do apontamento
anterior - porque o prometido é devido - eis aqui um texto há muito escrito e entretanto publicado, em parcelas por alguns artigos, no Semanário de Felgueiras, sobre a expansão felgueirense. Que agora para aqui transpomos e partilhamos, em homenagem a um amigo conterrâneo, que ao longe criou raízes. Entre diversos
exemplares mais, no meio de tantos casos, dos que patenteiam virtudes meritórias da
comunidade Felgueirense ao longo dos anos ramificada por diferentes
pontos do mundo, dispersamente aglutinada na referência de apoio identificativo
da proveniência.
Tudo isso se liga a uma espécie de diáspora (à letra a figurar dispersão), das gentes desta
região que se dispersaram por outras comunidades e continentes. Com particular
realce, no caso em apreço, para o referencial brasileiro que, em devido tempo,
muito contribuiu para o desenvolvimento da terra-mãe, em tempos de surgimento
de importantes dotações, como estradas, por exemplo – estas então longe de
alguns transtornos que adviriam em casos de falta de planificação e resultantes
prejuízos...
Ora, indo ao tema, desta vez
juntando punhado de personagens embrionários do Concelho de Felgueiras, que se
distinguiram além-fronteiras e particularmente em terras de Vera Cruz,
atente-se no legado memorial que honra o concelho de Felgueiras em ser terra
natal de figuras de gesta assinalável. Como foi o percurso curricular de uns
quantos empreendedores dignos de menção, de existência distante no tempo entre
si mas, em contributo ao desenvolvimento da grei lusófona, unidos pelo
denominador comum da origem Felgariana.
Assim, indo por partes, perante Felgueiras, a terra
do pau vermelho do Brasil teve e incute forte ligação da parte do peito Sousão
Felgueirense. Inicialmente na descoberta, em cujo desembarque participara
Nicolau Coelho (personagem que primeiro entrou em Porto Seguro). Em seguida
continuou a merecer também com um sucessor daquele capitão navegador,
sabendo-se que Duarte Coelho, nascido no Porto mas de linha familiar de
Sergude-Felgueiras, foi Senhor da Capitania de Pernambuco. Deparando-se depois
natural povoamento, ao qual se intrometeu período de invasão estrangeira desse
pedaço então integrante de Portugal, também houve comparticipação de gente de
Felgueiras na colonização brasileira através de António Castelo Branco. Esse
fidalgo, de Pombeiro, foi um dos tripulantes da armada de 26 navios, enviados
para libertar a Baía da ocupação holandesa, em 1625.
Outro caso, esse porém de cunho algo lendário, ou
seja sem pormenores exactos além da transmissão popular, é o que consta na
tradição da edificação da primitiva capela do Espírito Santo de Barrosas, do
concelho de Felgueiras, estar ligada ao filão brasileiro. Com efeito, sobre a
edificação original da actual imponente igreja mosteiral, diz-se haver sido
derivada a fortuna feita no Brasil. Construída por promessa de um personagem
conhecido por Domingos de França, atendendo à difusão provinda por via oral.
Conta-se que ali havia aparecido uma imagem de Cristo Crucificado, descoberta
aos olhos de um pastor que apascentava rebanhos naquele alto. Em vista da
ocorrência, fosse da forma que foi, o mesmo pastor prometeu construir no local
uma capela, mas como não tinha dinheiro para concretizar esse desejo, emigrou
para o Brasil e, tendo ganho o bastante, no retorno conseguiu satisfazer o
anseio, em 1672, ficando em território do concelho de Felgueiras satisfeito o
voto pelo aludido Domingos de França (da freguesia de Santo Estevão de
Barrosas, hoje do concelho de Lousada).
Mais tarde, após a
independência do Brasil, outro Felgueirense impregnou chancela de sangue Rúbeo
pelas mesmas bandas de Santa Cruz, mediante sucesso obtido no Brasil por um
emigrado de nome Joaquim Pereira Marinho. Homem que, tendo rumado em demanda do
novo país da América do Sul e se fixado além-mar também na antiga capital do
Brasil, se destacou na actividade empresarial na Baía, onde possuía imponente
mansão, construída em estilo colonial português com característica pintura de
azulão. Ele, originário de Vila Cova da Lixa, atingiu então patamar distinto, pois
que, além de abastado negociante e proprietário de navios integrantes de rotas
comerciais com Portugal, foi 1º conde, visconde e barão, títulos concedidos por
D. Luís em 1869, 1874 e 1881, respectivamente, bem como foi agraciado com a
Ordem de N.ª S.ª da Conceição. Veio a falecer na Baía em 1887, com 81 anos,
tendo a sua residência apalaçada sido transformada em edifício amplo onde
passou a funcionar importante hospital da cidade.
De entre as remessas de
muitos portugueses, sobretudo nortenhos, da grande debandada luso-expansionista
provocada pela emigração para o Brasil no século XIX, como nos anteriores,
estiveram naturalmente também muitos mais Felgueirenses, como comprovam
resquícios conhecidos através de laços sanguíneos luso-descendentes, de patrícios
fixados naquela grande nação irmã; como ainda nas construções edificadas pelos
denominados brasileiros de torna viagem, os emigrados que regressaram e,
inclusive, contribuíram para o desenvolvimento local, de Felgueiras, na
transição do século XIX até às primeiras décadas do século XX.
Entre os que em número
elevado se enraizaram na terra de Vera Cruz sabemos, por exemplo, de um caso,
entre muitos, de umas famílias Leite Fernandes e Teixeira Leite, de gente
oriunda de Jugueiros, onde seus ancestrais possuíam propriedades rústicas, e
que foram para o Brasil na segunda metade do século XIX, estabelecendo-se no
Rio de Janeiro com comércio de tecidos. Na evolução familiar e temporal, dois
dos seus membros, por iniciativa de António Leite Fernandes Carvalhal, junto
com um primo de nome António Pereira Pinto Carvalhal, chegaram a possuir
importante firma carioca, a Casa Carvalhal, que era ao tempo detentora
exclusiva do fornecimento da fazenda caqui para os uniformes do exército
brasileiro. Estes informes chegaram-nos por correspondência, em busca e troca
de informações, a propósito de pesquisa da sua consanguínea genealogia
antepassada, feita pelo Eng.º Carlos Freire Machado, do Rio de Janeiro,
descendente desses ramos familiares de origem Felgueirense – o qual tem
elaborado uma cartilha estudiosa de sua árvore genealógica, que muito amplia o
fortalecimento historicista das relações Luso-Brasileiras (conforme consta de
seu livro “os Freire Machado”, publicado em 2008).
Relacionado com um estabelecimento de felgueirenses em pleno Brasil, no caso, também, junta-se como ilustração uma imagem apropriada (esta acima), tratando-se duma loja de negócio de um sr.
Teixeira da Lixa que foi para o Brasil e por lá ficou com a família à
beira, sendo casado com uma filha do sr. Luis Gonçalves da Longra.
Também se conhece o nome de
Francisco Martins Sampaio, oriundo do Unhão, da casa de Moinhos, que deixou
marca e importante descendência no Brasil, para onde emigrou e se instalou nos
inícios do século XVIII, tendo ganho sucesso como comerciante em Cachoeira, da
Baía-Brasil. Ele registou em cartório seus negócios «com moeda corrente e ouro
em pó». Demonstrou sua afeição à terra-natal enviando ouro para ornamentar a
igreja de S. Salvador do Unhão, onde ele e os seus foram baptizados e seus pais
sepultados. O seu percurso, derivado à ligação genealógica, levou inclusive a
importantes estudos de uma sua descendente, D. Lygia Sampaio, também pintora de
renome na Baía, que escreveu importante memorial das suas raízes familiares
(livro “De Sam Payo a Sampaio”, ed. 2006), algo que será mui relevante na literatura
de costado e na historiografia dos laços Luso-Brasileiros. E da qual, inclusive, é a
gravura que ilustrará a primeira página no interior deste memorando (livro a ser publicado futuramente, portanto), da memória
colectiva da terra e gente Felgueirense.
Por um estudo, de Pedro
Wilson Carrano Albuquerque, sobre a “Árvore de Costado de Fábio de Oliveira
Barbosa” (relativo aos ancestrais daquele ex-Secretário do Tesouro do Brasil),
sabe-se que também nesse cipoal genealógico ficaram laços Felgueirenses, no
percurso da correspondente genealogia, atendendo às origens provenientes de
seus heptavós. Havendo emigrado para o Brasil um ramo da família de, pelo
menos, Domingos Vaz e Luísa Sobreiro, de Borba de Godim da Lixa, e de Álvaro de
Sousa e Mariana de Magalhães, de Rande, do concelho de Felgueiras (com a curiosidade
de se notar, pelos respectivos registos, que na época em Rande havia um lugar
chamado Aldeia de Baixo, onde vivia esse casal no século XVII, em local
entretanto deixado de ser assim chamado no decurso dos anos). Tendo essa
família, entretanto, se esbracejado por diversos sítios em redor e inclusive
aportado em terras brasileiras, com sucesso evidente.
Igualmente, por esses
lustros de antanho, Custódio Pereira de Carvalho, de Santão-Felgueiras, emigrou
para o Brasil, tendo embarcado em 1790 rumo à terra de que ouvia maravilhas, em
busca de desenvolver natural inclinação empresarial. Aí se empregou numa casa
comercial de S. Salvador da Baía, depois adquiriu uma casa de comércio, até que
comprou uma feitoria para exploração de algodão, dedicando-se posteriormente à
exportação algodoeira e de especiarias, criando canais de comércio com
Portugal, Espanha e Inglaterra. Após entretanto haver regressado a Portugal e
ainda se ter dedicado à política, havendo chegado a ser membro de uma Convenção
Adicional entre Portugal e Inglaterra, transferiu-se por fim para a Velha
Albion. Em Londres seduziu-se pelo sector alfandegário, onde instalou dois
Armazéns Gerais de Alfândega, um na City Londrina e outro em Liverpool, com que
colheu grande honra internacional. Tendo-se entregado ainda a escrever,
publicou em jornais sobre suas ideias comerciais e ideais políticos.
Salientou-se sobremaneira na faceta de benemerência humanitária e de criador de
algumas escolas públicas, em diversas freguesias do concelho de Felgueiras e de
concelhos vizinhos. Veio a falecer em Londres, corria o ano de 1854, sendo seu
corpo trasladado no ano seguinte para a sua terra natal (no ano em que seu
sobrinho, Rebelo de Carvalho, como Deputado às Cortes e Par do Reino,
contribuiu para a criação da Comarca de Felgueiras).
Distingiu-se deveras, por
outro lado, Hemetério José Pereira Guimarães, de Varziela, o qual, emigrado e
instalado no Brasil, exerceu em duas localidades o lugar de vice-cônsul de
Portugal. Antes de regressar a Felgueiras, em 1883, onde depois desempenhou
cargos municipais e foi mesário da Confraria de Pedra Maria, vindo a falecer em
1899.
Ainda no século XIX partiu
para o Brasil José Pereira Nobre, natural de Borba da Lixa, o qual, depois de
anos de trabalho, amealhou pecúlio que lhe valeu rendimentos apreciáveis no
regresso, com que custeou uma das mais belas instruções vertidas em livro...
Pois, após o retorno endinheirado, tendo ainda vivido na Lixa depois de casar,
com uma senhora de Recesinhos de Penafiel, se fixou por fim na cidade do Porto
e aí foi pai do celebrado poeta António Nobre (do “Só, o livro de poesia mais
lírico, triste e dos mais belos de Portugal).
Enfileirando em tal escol,
entre outros mais exemplos possíveis, merece igualmente realce António Fonseca
Moreira, Felgueirense que também no Brasil se projectou no sector comercial, a
par com actividade de autor teatral, chegando a ter peças com êxito em salas no
Rio de Janeiro. Natural de Sendim, onde viu a luz do dia em 1841, foi sócio de
algumas agremiações brasileiras de diversos géneros, entre as quais a Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais. Na manutenção de vínculo pátrio à terra natal,
propiciou a criação da casa de teatro de Felgueiras, a que foi dado seu nome,
inaugurada em 1921 com uma peça de sua lavra; de permeio com legados deixados
ao município e instituições do concelho, como à própria freguesia natal, tendo
falecido no Brasil em 1938.
Sensivelmente contemporâneos
dessa era, outros ilustres conterrâneos de modo idêntico vincaram amor pátrio
ao torrão de berço, no regresso de auspicioso labor em chão brasileiro, como,
entre outros mais, uns Agostinho Ribeiro (1848-1916) e Luís de Sousa Teixeira
(1846-1938), benfeitores das Misericórdias de Felgueiras e do Unhão (conforme
foi já referenciado no nosso “Memorial Histórico...”, anteriormente publicado,
no qual o currículo de Luís Teixeira ficou desenvolvido). Agostinho Cândido de
Sousa Ribeiro, depois de seu regresso do Brasil, custeou a edificação do então
Hospital novo da Misericórdia de Felgueiras, deixando depois à mesma
Misericórdia sua fortuna, com a condição de ser construído um asilo para
crianças desvalidas, a quem foi dado o nome de sua esposa, o actual Lar Maria
Viana.
Também na transição desses
tempos, partira para o Rio de Janeiro um então jovem recém-formado que
frequentara a Universidade de Coimbra e concluíra o curso da Academia Militar
de Lisboa, chamado Henrique Pinto Ferreira. Natural de Felgueiras, onde nasceu
em 1883, depois de chegar ao Brasil ali se diplomou ainda em Medicina Industrial
e Farmacêutica. Tendo-se fixado de seguida em Petrópolis, onde constituiu
família, ali veio a descobrir vocação de educador, integrando inicialmente o
quadro docente do Colégio Luso-Brasileiro, até que, mais tarde, acabou por
instalar em 1927 um colégio seu, o Ginásio Pinto Ferreira. Contudo, mais dado
ao mister didáctico que à respectiva gestão administrativa, aquele mestre
poucos anos dirigiu por sua conta esse estabelecimento de ensino, tendo-o
vendido a um compatriota. Continuou porém a leccionar, tornando-se um admirado
professor de Petrópolis, especialista em História Universal e do Brasil, tal
como dotado professor de diversas matérias desde o latim, a línguas vivas e
matemática, sendo reconhecido como académico efectivo da Academia Petropolitana
de Letras e agraciado pela Academia Brasileira com o Prémio de Crítica José
Veríssimo. Na mesma terra adoptiva faleceu em 1948 e a cidade homenageou-o com
atribuição de seu nome a uma rua do centro histórico de Petrópolis, enquanto
amigos, alunos e admiradores lhe erigiram um monumento, perpetuando-lhe
publicamente a fisionomia e, sobretudo, sua memória num busto evocativo.
Outro Felgueirense que se
elevou em terra brasileira foi José Joaquim Oliveira da Fonseca, na transição
do séc. XIX para o XX. Ganhou saliência no Rio de Janeiro, onde se dedicou ao
alto comércio e se integrou na vida social carioca-fluminense, fazendo parte do
Grémio Republicano Português. Através de frequentes viagens de saudade à sua
terra (conforme notícias na imprensa local, sobretudo nos primeiros tempos da I
República de Portugal), foi um benemérito na sua terra natal, nomeadamente no
âmbito da instrução (nas escolas de Margaride), como também na urbanização de
terrenos de sua propriedade no centro da então vila de Felgueiras, algo que
levou a ter sido honrado na toponímia da mesma sede do concelho. Onde edificou como sua residência um palacete, conhecido por Casa das Torres (projetado por Luís Gonçalves, da Longra), prédio esse que hoje pertence ao município e alberga diversos meios sociais.
Ganhou raízes no Brasil,
igualmente, um outro Felgueirense dado pelo nome de Alberto Baltazar Portela, o qual chegou a ser
Dirigente do clube desportivo Vasco da Gama, ficando ligado à vida e história
do grande clube brasileiro (em cujas actividades se manteve ligado durante
muitos anos, a pontos de ainda em 1959 ter feito parte da lista vencedora às
eleições directivas pela facção”Tradição Viscaína”). Enraizado assim no
universo brasileiro, manteve e continuou porém, desde o horizonte do Pão de
Açúcar, a ter laços afectivos ao torrão natal, patente em acções de apreço
manifestadas, graças à situação de sucesso granjeada. De cujo arreigo pátrio
resultou que houvesse tido acções filantrópicas, cheias de grata sensibilidade,
também para a sua terra, havendo sido benemérito da antiga Escola Primária da
Longra, à qual, por volta da década dos anos trinta (séc. XX), doou diverso
mobiliário e outros apetrechos, assim como costumava oferecer muitas prendas às
crianças da mesma escola. Derivando disso que, sempre que regressava do Brasil,
anualmente, era alvo de calorosa recepção na própria escola.
De uma dessas ocasiões, se
junta uma pose de recordação, de toda a gente da escola com o seu patrono, conforme
ficou registado em fotografia de conjunto contando a sua presença – que aqui se
revela.
= Baltazar Portela com as crianças, na companhia da professora,
da Escola Primária da Longra – na década dos anos 30, do séc. XX.
Foi Baltazar Portela também
benfeitor da Associação Pró-Longra, agremiação de desenvolvimento local,
integrando a lista dos primeiros beneméritos subscritores de fundos para a sua
fundação. Em apreço a todas as suas dádivas bairristas, foi dado seu nome a um
dos primitivos campos de basquetebol da Longra, numa das antigas versões do
clube local, na década de 40, recinto desportivo então chamado “Campo Baltazar
Portela”.
Mais elementos de origem
Felgueirense, ao longo de sucessivas gerações, engrossaram a colónia portuguesa
no Brasil, quer pela via da emigração como por motivos ideológicos de regime
governamental, sendo de destacar entre os exilados políticos os irmãos General
João Maria Sarmento Pimentel (1888-1987), que residiu muitos anos em
Rande-Felgueiras, e Coronel Piloto-Aviador Francisco Sarmento Pimentel
(1895-1988), mesmo natural de Rande. Os quais, perseguidos pelo Estado Novo,
depois de feitos heróicos que lhes valeram diversas condecorações portuguesas,
muito enobreceram a comunidade lusa em São Paulo. Exilados políticos durante
quase meio século, desde 1927 e 1936, respectivamente, radicaram-se nesse chão
rico com estatuto conseguido ante conquistada posição, mantendo-se assim na
nação acolhedora após a queda da ditadura em Portugal, encontrando-os a nova
situação portuguesa, saída do 25 de Abril de 1974, com a sua vida e dos seus
bem assente nesse país irmão. Ambos foram membros fundadores da Casa de
Portugal de São Paulo-Brasil, na qual João S. Pimentel foi também Presidente na
gerência de 1940/41. Tendo a ligação sido tão profunda que, por exemplo, foi
dado o nome do mesmo mais velho a um estabelecimento de ensino em território
paulista, acontecendo que desde 1989, por promulgação do Governador do Estado
de São Paulo, ficou a denominar-se “Escola João Sarmento Pimentel” a «Escola
Estadual de primeiro grau Jardim Colonial/Três Marias, Distrito de Itaquara,
São Paulo, Capital.»
= Os irmãos João e Francisco Sarmento Pimentel, já nos seus últimos anos de vida, em São Paulo, no Brasil.
Marca bem impressa deixa
Lucas Teixeira, no Brasil, onde se fixou em Piracicaba-São Paulo, através de
carreira no campo da arte de iluminuras e livros de versos. Obra que, na
segunda metade do século XX, desenvolveu esse mesmo cidadão português Armando
Teixeira. Natural de Varziela-Felgueiras, usou artisticamente o nome Lucas, com
que professara religiosamente esse antigo frade beneditino e posteriormente
pseudónimo do mesmo artista secular – conforme texto separado, que lhe
dedicamos, também neste volume (no tal livro projetado, recorde-se).
Prestigia igualmente os
laços Felgueirenses o cidadão António José da Costa Pereira, nascido na Longra,
da freguesia de Rande, e que no Brasil veio a impor sua chancela ao deixar
vínculo especial da Longra, onde se encontra ainda pujante de vida e entusiasmo. Emigrado de Portugal para o Brasil, saiu da Longra
com 20 anos, em 1953, depois de ter trabalhado na fábrica Metalúrgica da
Longra; e, instalado profissionalmente em Cordeiro, cidade do Estado do Rio de
Janeiro, granjeou posição social que lhe permitiu ser benemérito por terras
brasileiras, tendo ajudado a construir a Casa Paroquial de Cordeiro e os
balneários do campo de futebol local. O seu rasto ficou ainda mais impregnado
com a criação de um hotel em Cordeiro, decidindo baptizar esse seu pertence
como Hotel Longra, ou seja dando-lhe o nome da saudosa terra que lhe serviu de
berço natal. Este Felgueirense é Cidadão Honorário de Cordeiro, tendo aí
exercido também as funções de deputado e vogal do PT, Partido político de
implantação no Brasil. Mantendo aí seu estatuto bem sucedido, com uma situação familiar digna de registo, tal a bonita prole familiar que o abraça, qual continuidade de seu sangue que sua descendência orgulhosamente perdurará.
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Estes são apenas alguns dos
exemplos possíveis, de ficarem enumerados neste rol. Quantos mais haverá, por
certo, dos quais tão só não nos poderemos deter por falta de notícias, do muito
que naturalmente não chega a um mais vasto conhecimento. Mas, mesmo assim,
nesta galeria incompleta, dá-se ideia do quanto representou e marca representação para sempre a presença
Felgueirense no Brasil, quer dos que regressaram bem abastecidos, como dos que
se mantiveram bem posicionados naquela nação talismã.
Em sentido completamente
inverso, já em 2003, seguiu para o Brasil a então presidente da Câmara
Municipal de Felgueiras, Dr.ª Fátima Felgueiras, nascida no Brasil e residente
em Felgueiras, com dupla nacionalidade. A qual protagonizou rocambolesca
“estória”, no seguimento do que ficou conhecido como “caso saco azul”; cuja
história, mesmo depois do retorno verificado em 2005, ainda não tem a
necessária distância temporal que acontecerá com o passar do tempo.
ARMANDO PINTO
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