«...Parece-me que o mundo de hoje anda muito à procura de
processos de evangelização, porque pensa que o problema está na mecânica dos
processos. E, como assim, anda o mundo descrente de muita coisa, porque só vê
movimentos externos e não descobre a sua verdadeira alma interior. O seu lume,
o seu Espírito.».
Era assim que o Padre Luís da Lapa, eminente Filho de
Felgueiras, via a consciência global, nos alvores da década de setenta, no
século XX.
= Fotos do percurso de Luís Rodrigues ao tempo de Seminarista, com familiares, amigos e colegas...
Também, duma das suas homilias, das famosas pregações breves
e incisivas que fazia, se pode retirar à posteridade uma outra passagem de suas
reflexões. Então, certa vez em que desenvolveu tema sobre a Personalidade
Própria, com que analisava numa homilia aquela parte do Evangelho onde ficou
descrito quando Jesus estava a expulsar o demónio de um mudo, e depois de
referir que o mesmo satanás tanto pode aparecer como demónio como também feito
anjo, quais mudos que surgem a qualquer um em diversas facetas da vida,
tentando anular as personalidades autênticas de cada qual, acrescentava: «O
mesmo se passa na política e em muitas outras áreas. Ou desenvolvemos e afirmamos
o nosso próprio “eu”, e as capacidades que nos foram dadas, ou não passamos de
um zero na vida, e não estamos dentro do plano da realização actual da vida que
nos foi dada.»
Isto, dito assim, em tempo de ditadura política Salazarista, que atirara para o exílio o Bispo do Porto, D. António... Revelava coragem e faz compreender lendas de audições do Padre Luís na sede da “Pide” no Porto.
= Monumento (de que na foto se faz sobressair a parte superior), com busto e respetiva peanha, colocado no adro lateral da igreja da Lapa, no Porto, em honra do Padre Luís de Sousa Rodrigues – escultura da autoria de Irene Vilar e inaugurado pelo Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes. =
É esse Padre Luís que o Povo de Felgueiras, mas não só,
deveria conhecer bem. Na vertente intelectual e humanista, junto à sua lavra
artística, como ainda na feição humana e sentimental.
*
Com esse fito procurou-se, oportunamente, fazer algo para que as gentes locais ganhassem algum pecúlio de apreciação valorativa, também nesse especto. Como foi do conhecimento de significativa franja da atenção conterrânea, decorreu durante parte do ano de 2004 uma sequência comemorativa da passagem de 25 anos sobre a morte do Padre Luís de Sousa Rodrigues, o distinto Felgueirense em causa, qual figura de proa da cultura como da música eclesial, além de sacerdote com grande carisma na diocese do Porto, como afinal na Igreja Portuguesa e compositor famoso aquém e além-fronteiras.
O Padre Luís Rodrigues entretanto foi alvo de significativa homenagem em 2004 na sua freguesia natal, tendo sido colocada pela Junta de Freguesia de Rande, ao tempo da presidência de Vitor Pedro Ribeiro, uma placa alusiva na casa onde nasceu, na Fonte (que à época de seu nascimento pertencia ao lugar da Bouça, nome depois desaparecido com as transformações ambientais verificadas na sucessão dos tempos), em Rande.
Aconteceu que a nível concelhio, apesar do que fora entretanto realizado em sua homenagem (sobretudo com exposição bio-bibliográfica na sede concelhia e finalmente a atribuição de seu nome a uma rua de Felgueiras), constatava-se porém na convivência normal que ainda não havia correspondente conhecimento geral, relativamente ao nome desse Ilustre Felgueirense, notando-se continuar a não ser muito acentuado no domínio público o devido preito pela sua vida e obra, da qual não houvera de permeio assimilação exata, para não dizer que sobre ele ainda pairava um quase total desconhecimento.
= Panorâmica ambiental e humana da inauguração da Exposição
na Biblioteca Municipal de Felgueiras – Julho de 2004. =
= Descerramento da placa da Rua Padre Luís S. Rodrigues, na sede concelhia de Felgueiras, pelo então Presidente da Câmara de Felgueiras em exercício, Dr. António Pereira, e pela Vereadora da Cultura, ao tempo, Dr.ª Margarida Sousa. =
Então, para que pudesse e possa haver, se possível, melhor
reconhecimento, ou seja para evocar mais amplamente a figura de tão insigne
conterrâneo, de modo a que daí resultasse plena visão de sua dimensão e
frutifiquem suas virtudes, houve, por fim, uma Conferência na Casa do Povo da
Longra, dedicada à memória do Padre Luís Rodrigues, ato público que teve lugar
a 27 de Novembro, de 2004, nas instalações da Associação Casa do Povo local.
Tal acontecimento teve por fundo uma dissertação, proferida
solenemente pelo Cónego Dr. Ângelo Alves, da Cúria Diocesana do Porto,
expressamente convidado para o efeito, como Orador dessa sessão pública
organizada pela Direção da Associação respetiva, que mereceu lugar reservado na
sala de espetáculos da mesma instituição Longrina e contou com aliciante
programa.
= Descerramento (pelo palestrante Cón. Dr. Ângelo Alves, na
companhia do Presidente em Exercício da Câmara de Felgueiras e pelo Presidente
da Associação organizadora), da lápide alusiva, que ficou a assinalar a
primeira conferência realizada na Casa do Povo da Longra, dedicada a um
personagem ilustre natural da região, na mais representativa Associação local –
Novembro de 2004. =
= Mesa da Conferência sobre o Padre Luís Rodrigues, na Casa do Povo da Longra: O conferencista, Dr. Ângelo Alves, no uso da palavra, ladeado pelo então presidente da instituição e responsável da organização, pelo pároco de Rande, mais o Presidente da Câmara em exercício e o presidente da Junta de Rande.=
No intuito também de vincar quanto representa o percurso do
visado personagem, o autor destas linhas publicou um livro evocativo da
biografia e currículo do célebre Reitor da Lapa do Porto, intitulado “Padre
Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”, com o qual se procurou visar o
mesmo fim, aliando simultaneamente essa tentativa documental, com apresentação
coincidente na ocasião.
Dessa realização, terá cabimento registar a marca de
autenticidade dada na formação de mesa d’ honra, com autoridades civis e
religiosas, atingindo auge por meio da palestra de fundo, cuja presença do
referido ilustre orador ficou perpetuada com descerramento de uma lápide
alusiva.
De uma espontânea opinião ali emitida, na leitura das comunicações
recebidas, se pode sintetizar o evento: “...no meio do ambiente natural, a
Associação Casa do Povo dá valor às pessoas de valor, fazendo lembrar uma
expressão de um antigo Presidente da Academia de Ciências, quando disse
«mediocridade atrai e promove mediocridade; o valor atrai e promove o valor».”
Em suma, acrescentamos, tal qual nem só de pão vive o homem,
rematou-se com a referida realização uma possibilidade de fortalecimento
espiritual, no sentido moral e cultural. Que, como dizia o Padre Luís
Rodrigues, «na Compreensão está o vislumbre do Espírito».
*
Na sequência à razão de procurar honrar a memória do Padre
Luís Rodrigues, procurou-se sempre dar continuidade aos estudos sobre tudo o
que lhe diz respeito, numa simbiose atenta entre o autor destas linhas e outros
interessados entusiastas, o amigo sr. José António Araújo, do Porto, mais o Dr.
José Melo, Felgueirense residente também no Porto, de mãos dadas na pesquisa e
inerente divulgação, visando complementações possíveis de dignificar a
comemoração de seu centenário, em 2006.
Para superar certas formas limitadas de apreciação, nunca é
de mais contemplar quem honra a terra, mesmo que num universo já a fazer parte
do passado, e não só olhar ao que nos rodeia de momento. Pois que, neste caso,
o Padre L. Rodrigues foi Alguém muito apreciado, também pela sua especialização
musical, até ou sobretudo no estrangeiro. Como pela vertente humana, subjacente
no seu Apostolado.
= O Padre Luís da Lapa com o seu amigo e célebre Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes
Além do que se aludiu e ficou escrito anteriormente, noutras
publicações, acresce, de entre diversas descobertas interessantes, que se
passou a conhecer mais algumas curiosidades relativas ao percurso e ao valor do
Padre Luís Rodrigues:
Assim, apercebemo-nos que também o muito conhecido
compositor Fernando Lopes Graça, por sinal nascido no próprio ano do P.e Luís,
igualmente esteve em Paris, tal como L. Rodrigues, a estudar com Charles
Koechlin.
De particular apreço, descortinou-se também verificação de
dado sintomático, quanto à sua importância: o facto de em 1977 uma publicação
estrangeira haver integrado o Padre Luís de Sousa Rodrigues entre os grandes
vultos da música. Com efeito, foram então incluídas algumas das suas
composições na antologia inglesa, sobre grandes compositores mundiais,
denominada “International Who’s who in Music”, de Cambridge-England, a qual, na
correspondente oitava edição publicada em 1977, menciona as principais obras do
mesmo compositor português e felgueirense.
Como, intercalando apêndices sempre possíveis sobre ele, se
ter passado a saber que, entre os coros que ficaram ligados ao currículo do P.e
Luís Rodrigues (p. ex. os da Sé do Porto, de S. Tarcísio e Gregoriano do
Porto), esteve também o das Pequenas Cantoras do Postigo do Sol, coral que
durante anos abrilhantou uma das missas da igreja da Lapa, sob regência do
maestro e professor Vergílio Pereira (natural de Paredes, onde nascera em 1900,
tendo vivido no Porto até falecer em 1965, sendo ligado à Lapa pela amizade com
o Padre Luís).
*
O centenário do nascimento do P.e Luís
Rodrigues, em 2006, foi comemorado de algumas formas.
Terá, entretanto, de se fazer notar que, quantas vezes, por
desconhecimento ou desinteresse, podem acontecer simples menosprezos ou mesmo
barbaridades, quando não se sabe valorizar algo até respeitável, à falta de
informações para a devida instrução de dados apreciativos. Nem todos saberão,
por exemplo, mas se não tivesse havido em Portugal um Homem como D. Fernando
II, o rei-consorte e regente, com apreciável apego à pátria afetiva, tinha
acontecido que a célebre custódia de Belém teria sido derretida para cunhar
moeda; tal como, pasme-se, se ele não tivesse tido conhecimento a tempo e não houvesse
impedido, o Mosteiro da Batalha ia ser destruído, pois havia sido vendido em
hasta pública para servir de pedreira... (conf. Rainer Daehnhardt, in “Páginas
Secretas da História de Portugal”). Ora, só se conhecendo o significado das
coisas, o passado dos monumentos, bem como de pessoas de valor, enfim a
associação correspondente de pessoas e objetos a uma pátria terra, se poderá
valorizar a identidade coletiva. É o que se passou, por exemplo, com a referida
efeméride, digna de valorização, no contexto do sentimento matriz do concelho
de Felgueiras, como era a passagem do centenário do musicólogo Padre Luís
Rodrigues, um insigne Filho de Felgueiras que foi reconhecido honorificamente
pelo Governo Português com a Comenda da Ordem de Santiago da Espada. Tendo
cabimento o “à parte” do cotejo anterior, pese as diferenças na comparação das
referidas ocorrências remotas, por o aludido segundo marido de D. Maria II
(conf. “Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”) haver ficado na
memória da igreja da Lapa, do Porto, onde mais tarde o “nosso” P.e Luís foi
célebre reitor.
Felizmente, depois de diversos “picanços” de alertas, houve
comemoração alusiva no Porto.
Então, no dia 6 de Julho de 2006, data em que se completaram
100 anos desde o nascimento do Padre Luís de Sousa Rodrigues, houve programa
comemorativo a assinalar o respetivo centenário.
Na manhã do próprio dia o Coro de S. Tarcísio recordou o seu
fundador, na igreja da Trindade, com um Te Deum, em cuja celebração teve
acompanhamento do Coro Gregoriano do Porto.
Depois, ao fim da tarde dessa quinta-feira, teve lugar na
Lapa desenvolvido ato evocativo. Recorde-se que foi às 20 horas, pelas «oito
horas da tarde», que nasceu em Rande-Felgueiras Luís S. Rodrigues, corria o
sexto dia de Julho de 1906, conforme registo de seu nascimento e foi narrado no
livro “...Uma Vida de Prece Melodiosa”. Com respeito, realizou-se assim uma
sessão solene alusiva na igreja da Lapa, onde esse famoso musicólogo foi
reitor. Aí, com uma decoração centrada em quadro do Padre Luís, decorreu o ato
com elevação, contando com a presença do Bispo do Porto, D. Armindo Lopes
Coelho, que presidiu a mesa de honra composta por algumas figuras ligadas ao
percurso do homenageado, na presença de individualidades e público fiel (onde o
autor destas linhas esteve, só não sendo o único representante Felgueirense,
ali, por ter estado acompanhado por sua filha e genro... e lá ter estado também
o Dr. José de Melo, Felgueirense residente no Porto, mais o referido D.
Armindo...).
Então, de forma a celebrar a efeméride, para evocar tão
carismático compositor e professor da área musical litúrgica e clássica, bem
como sacerdote humanista, condecorado com honorífica comenda nacional, o
programa começou mediante apresentação do Provedor da Venerável Ordem de Nª Sª
da Lapa, António França do Amaral, proferindo alocução de abertura a invocar o
sentido da homenagem. Depois teve lugar uma Conferência, pelo Monsenhor Dr.
Ângelo Alves, sucessor do P.e Luís na Lapa, desenvolvendo tema sobre “P.e Luís
Rodrigues: Uma perspetiva da sua Acão pastoral e pedagógica”. Seguiu-se uma
dissertação do Cónego Dr. António Ferreira dos Santos, atual reitor da Lapa e
músico discípulo do Padre Luís, em torno d’ “A herança do P.e Luís Rodrigues
voltada para o futuro”. Encerrou essa parte uma efusiva intervenção do Bispo do
Porto e também Felgueirense, D. Armindo, a recordar passagens da sua vivência
com o P.e Luís, de que foi aluno, fazendo apologia da sua dimensão, nas
variadas facetas que o tornaram notável. De permeio, nos intervalos das
intervenções dos palestrantes houve execução, ao órgão, de várias obras
musicais escritas pelo P.e L. Rodrigues, através do Mestre Capela da igreja da
Lapa, Filipe Veríssimo. Seguiu-se, em tempo de intervalo, uma romagem ao
cemitério da Lapa, ao mausoléu do Padre Luís, até que, por fim, de novo no
interior do histórico templo que alberga o coração de D. Pedro, se celebrou um
solene Te Deum, por meio de composição do homenageado P.e Luís Rodrigues.
Na ocasião teve lançamento uma 2ª edição do livro “Do
Evangelho para a Vida”, de reflexões sobre homilias do P.e Luís Rodrigues,
contendo desta feita um CD anexo com gravação da voz do mesmo P.e Luís.
Numa possível continuação do ciclo comemorativo, ficou
idealizado que ainda fosse editada, quando possível, uma nova publicação com
apontamentos biográficos e de virtudes características do Padre Luís de Sousa
Rodrigues, ficando também ainda agendadas outras ações públicas na Invicta,
inclusive com uma atribuição pela Câmara Municipal do Porto, dentro do mesmo
âmbito. Tendo depois sido finalmente dado o nome do Padre Luís Rodrigues a uma rua, próxima à igreja da Lapa.
= Página do livro "Jorge Nuno Pinto da Costa O Portador de Alegrias", em que o "Padre Luís da Lapa" é referido elogiosamente pelo cidadão portunese Jorge Nuno Lima Pinto da Costa.
Em Felgueiras, entretanto, apenas houve tal lembrança
oficial através de um Concerto da Banda de Felgueiras, em honra do mesmo Padre
L. Rodrigues. Tendo, na verdade, a Associação da Banda de Música de Felgueiras
realizado, no dia 30 de Setembro seguinte, um concerto musical em homenagem a
esse importante Felgueirense, sessão que teve lugar no Teatro Fonseca Moreira,
na cidade de Felgueiras. Numa execução pública destinada a assinalar o
centenário natalício daquele vulto da musicologia, no âmbito comemorativo do
dia mundial da música. Ficando, nessa apoteótica cadência, mais vincado merecer
o Padre Luís Rodrigues ser oficialmente considerado um dos Filhos Prediletos de
Felgueiras.
= Prospeto entregue aos assistentes do Concerto da Banda de Música de Felgueiras com que, em 2006, a filarmónica de Felgueiras assinalou publicamente o centenário do grande nome Felgueirense da música, Padre Luís Rodrigues. Homenagem essa efetuada através de concerto público, realizado em 30 de Setembro na casa do Teatro Fonseca Moreira – no âmbito comemorativo do dia mundial da música, que se celebrava no dia imediato à execução que teve lugar na noite daquele sábado, em que foi evocado o Padre Luís de Sousa Rodrigues, musicólogo, compositor de música sacra e erudita, além de mestre de canto gregoriano.=
Mais tarde, a Câmara de Felgueiras ao tempo unicamente dedicou uma página, quase ao expirar o ano do centenário, sobre a
figura do P.e Luís Rodrigues, no jornal municipal “Felgueiras-município com
futuro”, em seu nº 2, de Dezembro de 2006.
No ano seguinte, depois de no Porto ter
havido uma comemoração do cinquentenário do Coro de São Tarcísio, a 25 de Maio
de 2007 (de que demos anteriormente notícia no Semanário de Felgueiras de 04 do
mesmo mês), esse mesmo espetáculo foi trazido à Casa do Povo da Longra, sendo
incluído nos festejos do 4º aniversário da Vila da Longra, numa organização da
Casa do Povo e das Juntas de Rande, Sernande e Pedreira, em tributo a esse
grupo coral de que o Padre Rodrigues foi fundador, numa ocorrência que teve
lugar quando passavam já 101 anos do nascimento do mesmo Padre Luís.
*
Passado isso, há reforços bastantes sobre o quanto é
valorizado “lá fora” o trabalho do P.e L. Rodrigues. Curiosamente, há o
seguinte exemplo paradigmático: um grande catedrático dado pelo nome de Paulo
Castagna, investigador de música e professor do Instituto das Artes da
UNESP-Universidade Estadual Paulista, de S. Paulo-Brasil, incluiu diversas
passagens do livro “Música Sacra: História e Legislação”, do P.e Luís
Rodrigues, na sua tese. Documento esse que, pela sua fundamentação e amplitude,
foi muito divulgado, a ponto de ser traduzido para espanhol (“PRESCRIPCIONES
TRIDENTINAS PARA LA UTILILIZACION DEL ESTILO ANTIGO Y DEL ESTILO MODERNO EN LA
MUSICA RELIGIOSA CATOLICA – 1570/1903”), passando o mesmo a constar num “site”
chileno da Internet, com divulgação em Buenos Aires e São Paulo, no qual o P.e
L. Rodrigues aparece como autoridade na musicologia e aquele seu tratado,
escrito em 1943, ainda como uma referência bibliográfica insistente.
= Da biblioteca particular do autor: - Literatura relacionada com a vida e obra do Padre Luís Rodrigues: desde um livrinho do Colégio da Longra (Rande-Felgueiras) onde ele estudou antes de ir para o Seminário do Porto, até outros de afinidade, quer exemplares de obras suas, como brochuras oficiais de homenagens, mais livros biográficos e outros em que é referido.
*
A repercussão
do carisma do Padre Luís Rodrigues, apesar de certo esquecimento que por vezes
se abate sobre a memória, tem mantido avivada uma relativa aura, surgindo de
tempos a tempos alguma ressonância da sua caixa de música perene, sensivelmente
ao que provoca o legado que deixou. Sinal disso é o facto de a partir de 2010
ter sido reabilitado na seleta de cantos da liturgia da Diocese do Porto um
cântico famoso, que estivera olvidado muito tempo e, sendo então recordado,
passou a deter renovada importância. Com efeito, aquando das ordenações
sacerdotais de 2010 na Sé do Porto, por iniciativa dos alunos do Seminário
Maior do Porto, foi entoado um dos mais célebres cânticos em latim outrora
muito usados, o “Tu es sacerdos in aeternum”, de L. Rodrigues, no sentido
apropriado à celebração. Passando, novamente desde então, esse cântico do Padre
Luís Rodrigues a integrar o programa de celebrações solenes da catedral
portuense e derivadas cerimónias da Igreja Portucalense, como tem sido
extensivamente, além das ordenações, também na festa da cidade do Porto, à
solenidade do nascimento de São João Baptista, na igreja de S. João Novo, entre
outros casos.
Então não é bom ter havido Gente assim? E haver perdurado
seu rasto memorial?!
Armando Pinto
Nota: Fotos de arquivo pessoal do autor.