Dia 27 de Junho. Passado o dia maior do ano, a 24, dia de S.
João do Porto, e entrado o verão, tal qual antes do S. Pedro, 29, data do feriado
municipal de Felgueiras, a minha mãe fazia anos, a 27… Ora, hoje, neste dia 27 de Junho de 2014, se a minha
mãe fosse viva, fazia 99 anos. Nascida que foi em 1915 (tendo falecido em 1988), recordo. E faz 99 anos, porque continua viva em nosso íntimo, permanecendo em nossa memória mais sentida.
Passados tantos anos, já, desde o seu desaparecimento físico, a
saudade continua. Vêm à memória tempos felizes da sua presença. Como diz a
letra duma canção, às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois, sonhando
acordado, juntando o antes, o agora e o depois…
Lembro aqui, nesta efeméride, uma prova do registo civil,
através de imagens de seu Bilhete de Identidade, passado então para efeitos do
casamento e, como tal, com fotografia ainda de seu tempo de solteira. Documento
este que patenteia o modelo usado nessas eras, em género de pequeno livro - que
guardamos entre preciosidades documentais e estimativas.
Como diria Pessoa, “o valor das coisas não está no tempo que
elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
Chegado então este dia, 27 de Junho, entramos assim no ano
do centenário natalício de minha mãe. Com o coração sempre cheio de saudade e
reconhecimento. Revendo, neste dia de anos, um aniversário eterno!
Armando Pinto