Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 29 de janeiro de 2022

Recordando: Um Poema à Longra – pelo poeta popular Carlos Nunes Ferreira – n’ "O Jornal de Felgueiras" em 1987

Já com algumas alterações verificadas, naturalmente derivadas do passar do tempo, tal como era quando o Largo da Longra ainda tinha na placa central o típico triângulo e na localidade (ao tempo ainda povoação) algumas lojas de comércio e estabelecimentos de atendimento público, por exemplo, ainda tinham outros donos ou entretanto até desapareceram nalguns casos, há que relembrar algo da Longra de tempos idos, embora ainda nem muito distantes, relativamente. Através de versos da lavra do já falecido conterrâneo e poeta popular Carlos Alberto Nunes Ferreira, do lugar das Cortes Novas. Poema então publicado n’ "O Jornal de Felgueiras", em seu número de 03 de junho de 1987. E mais tarde, em 1997, publicado junto com outros poemas, também, no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”.

Eis então esse poema em versos de cunho bairrista, conforme foi publicado no então existente "O Jornal de Felgueiras".  

= Para melhor leitura, o recorte jornalístico guardado (cujo original é de arquivo do autor deste blogue) fica aqui partilhado em dois fragmentos, para leitura seguida, de modo que na junção dos dois bocados seja mais acessível. =

Armando Pinto

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sábado, 22 de janeiro de 2022

Em tempo final do Cantar de Reis por este ano… Uma lembrança de outro tempo (crónica no SEMANÁRIO DE FELGUEIRAS de JANEIRO DE 2001)

Estando a chegar ao fim o período do tradicional canto das Janeiras e Reis, que por norma duram a rondar até ao dia 20 ou fim-de-semana mais próximo deste mês primeiro, calha a preceito e a propósito relembrar uma crónica alusiva escrita há já uns bons anos e então publicada no jornal Semanário de Felgueiras, em seu número de 19 de janeiro de 2001.

Armando Pinto

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Foto com história – Quando estava em construção a nova Escola Secundária de Felgueiras, no ano letivo de 1989/90

Após o trajeto histórico das instalações da Escola Secundária de Felgueiras pelos diversos locais e alojamentos em que esteve colocada, passou a mesma por fim para as novas instalações construídas dentro da área do antigo lugar da Gandra, ao tempo ainda subúrbios da então vila de Felgueiras. Sendo da fase de construção a fotografia que desta feita se traz à estampa em modos de recordação. De quando estava em construção. Havendo ao tempo, no ano letivo de 1989/90, para fins político-promocionais sido captada uma fotografia, esta, com alunos do ensino secundário e alguns do preparatório. Juntando na pose fotográfica então alunos do 6º ano do “Ciclo” (como era e ainda vai sendo conhecida a Escola Preparatória), ou seja de último ano dessa fase e como tal de transição para o ensino secundário (a começar no seguinte 7º ano), mais alguns e algumas já de anos mais adiantados. Com a curiosidade de nesse lote que foi fotografado estar um então jovem da Longra, entre a juventude ali fixada à posteridade, nesta foto com história. A ponto de nesse tempo, bem como depois ainda durante alguns anos, a mesma imagem ter feito parte de publicações com motivos relacionados.

Armando Pinto

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

34 anos de Saudade Materna!

 

De 14 para 15 DE JANEIRO DE 1988 - presente  em 2022: 

Há 34 anos, numa noite fria do mês primeiro, sob auspícios do luar de janeiro e de amor primeiro, foi também de amor por inteiro. Faleceu no Hospital de Felgueiras a minha mãe, pela uma hora da manhã do dia 15. E então, trazendo-a nós para casa, por essa hora foi hora do meu último beijo na minha mãe ainda quente.

Pois agora, porque não me sai mais nada, apenas sentindo cá dentro, deixo falar o que leio escrito por António Lobo Antunes:

«Agora, que já não está perto de mim (se calhar está, se calhar há-de arranjar sempre maneiras de estar)

(…)

e acenarmos de longe um ao outro, felizes por afinal estarmos muito mais perto. E então podia, com a idade que tenho, sentar-me ao seu colo, perguntar

– Não tem por aí um beijo a mais de que não precise para eu pôr nesta bochecha?

e voltar a sentir a sua boca, que a mãe às vezes me dizia doer-lhe por causa das dúzias de beijos que, em pequenino, me dava.»

Armando Pinto

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Retalhos em imagens e relíquias histórico-visuais da Longra de sempre

Indo ao baú do arquivo histórico pessoal, por entre as fotografias e gravuras que foram angariadas ao longo dos anos da elaboração escrita da história da região, detemos desta feita a visão nalgumas imgens significativas da história da Longra. Mais alguns objetos com história relacionada. Sem necessidade de muitas explicações, pois, além do que está narrado no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras” e noutras publicações mais recentes, o que as imagens mostram fala por si…








Armando Pinto

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

À memória e glória santificada da “Menina de Rande” Maria Guilhermina Mendonça

Por interesse de pessoa devota, a pedido de interceção pessoal, como ação de graças, faz-se mais uma vez memória da popular “Menina de Rande”, Maria Guilhermina Mendonça, de santidade admirada popularmente há muito na nossa região. Cuja biografia está descrita no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997. No qual constam, entre outras imagens, as fotos que aqui se reproduzem dos originais, do arquivo do autor – uma foto já em sua fase terminal, captada por pessoa de família para o “santinho” (pagela) tradicional que à época era usual, mas no qual depois acabou por ficar a foto final de seu pró-memória, como se pode ver também aqui.

Armando Pinto

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sábado, 8 de janeiro de 2022

Sobre um antigo elemento do Rancho da Longra: Reportagem no jornal O Louzadense - "Pedro Mendes, um produtor cultural resiliente"

 

Do jornal “O LOUZADENSE”- versão On Line (Janeiro 6, 2022 - Em Espaço Cidadania, Sociedade):

« Pedro Mendes, um produtor cultural resiliente

Aos 35 anos de idade, Pedro Miguel de Bessa Mendes, de Lousada (São Miguel), tem um vasto currículo como curador de exposições artísticas, organização de eventos, criação de instalações artísticas, entre outras iniciativas culturais. A Esclerose Múltipla de que padece desde os 17 anos de idade, é contornada com muita resiliência. Isso permitiu a Pedro Mendes realizar uma mostra bastante diversificada e original intitulada Santo António Arte, cuja terceira edição deverá acontecer em 2022.

“Grande parte dos meus anos de idade são dedicados ao universo das Artes, fruto das minhas escolhas do 9º ano de escolaridade”, afirma Pedro Mendes, que escolheu o ramo de ensino Arte/Design, “que permitiu elaborar os meus projetos e sonhos para o futuro”, acrescenta.

Esse gosto acentuou-se nos anos seguintes, “no decorrer do ensino secundário, o meu conhecimento foi absorvido com muita satisfação e sucesso”, declara.

Mas uma infeliz revelação marcou a sua vida a partir dos 17 anos: “eu estava no 12º ano quando descobri, com ajuda de amigos e com a equipa de neurologia do hospital, que padecia de Esclerose Múltipla”, revela.

“O meu mundo, desde os meus pais, familiares, amigos e o corpo docente da escola, ficou em choque. Para mim, era como se fosse uma gripe ou outra coisa com que eu tinha que lidar, ao mesmo tempo que tinha de manter o foco no meu grande objetivo, a entrada no ensino superior”, confessa Pedro Mendes, que assim se manifesta positivista face a esta doença degenerativa.

A entrada na Universidade aconteceu pelo curso de História da Arte, da Faculdade de Letras do Porto, conseguindo não só a licenciatura neste curso, entre 2005 e 2009. Mais tarde, entre 2009 e 2014 fez o mestrado em História da Arte Portuguesa. O estágio curricular foi realizado no Palácio das Artes do Porto, no projeto Fábrica de Talentos, em 2012.

“No ensino superior fui sinalizado como aluno NEE, com Necessidades Educativas Especiais, e ajudei a criar o centro de auxílio desse tipo de alunos, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que é e será sempre para mim um local especial e onde a minha madrinha de Mestrado é Bibliotecária”, declara.

Agente de informação sobre Esclerose Múltipla

“A Esclerose Múltipla é uma doença crónica e tenho noção da gravidade que esta patologia tem, a vários níveis, e sei muito bem que é para ser levada a sério, pois atualmente tenho 88 por cento de incapacidade e encontro-me desempregado”, confessa este lousadense. 

Para divulgar informação sobre a Esclerose Múltipla e congregar as pessoas direta e indiretamente ligadas a esta patologia, Pedro Mendes tem vindo a realizar várias iniciativas e é o representante em Lousada da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla. “Além disso, fui fundador do Gang da Esclerose Múltipla, através do qual tenho realizado sessões de esclarecimento e caminhas a nível local, regional e nacional”, acrescenta.

Pedro Mendes foi organizador da conferência de esclarecimento alusiva à Esclerose Múltipla, no Espaço AJE, em Lousada, em 2008, evento esse que tem replicado ao longo dos anos em diferentes locais. 

“Santo António Arte é o meu filho”

Ainda não tinha terminado os estudos e Pedro Mendes já se dedicava às artes. “Uma das produções artísticas ou eventos de que tenho orgulho de salientar é precisamente a primeira curadoria que realizei, no final do 12º ano e se intitulava «Retrospectiva»”, confidencia o produtor cultural.

No decorrer do Ensino Superior organizou sessões de esclarecimento sobre «O que é a Esclerose Múltipla», além de fazer curadoria de exposições artísticas em variados locais, desde os mais comuns até aos «fora da caixa»: “fiz exposições em galerias de arte privadas e públicas, associações, bibliotecas municipais e na rua”.

Neste âmbito surgiu o projeto «Santo António Arte», que nas palavras deste autor, “é o meu filho, pois concebi-o e criei-o, num desafio de unir o comércio, os serviços e a restauração num único objetivo, que é reavivar o comércio de rua e atrair os consumidores habituais, os novos e curiosos consumidores ou visitantes, na mais longa e emblemática rua de Lousada”.

Está prevista, para curto prazo, a realização da terceira edição desta iniciativa que contempla diversas artes espalhadas pelos estabelecimentos comerciais da referida artéria da vila, com muita animação musical.

A curadoria da exposição de artes plásticas é uma das suas áreas preferidas, sendo de assinalar a mostra “Erijo tona” de Hugo Soares, nas Piscinas Municipais de Lousada, em 2011,

Experiências profissionais

A incapacidade física não é uma limitação para Pedro Mendes trabalhar. Os projetos pessoais são exemplo disso, assim como as inúmeras experiências profissionais que contabiliza no seu currículo. Entre estas destaca-se a última, um Estágio CEI+ (Contrato Emprego-Inserção), na Câmara Municipal de Lousada, onde “desempenhei funções de Técnico Superior, que estava responsável pela pesquisa de candidaturas no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio, e prestava auxílio na organização de eventos, como as Jornadas Sociais e as Jornadas da Europa”, esclarece.

Noutro estágio de caráter profissional, Pedro tinha estado, também como Técnico Superior, na Câmara de Felgueiras, entre Outubro de 2013 e Dezembro de 2014, num projeto sobre Renda de Filé, no Pelouro da Cultura e Património. Nesse contexto, fez parte da organização dos eventos comemorativos dos 500 anos do Concelho de Felgueiras, em Outubro de 2014.

De assinalar também o trabalho temporário que desenvolveu na Galeria de Augusto Canado e que “foi muito gratificante”, afirma.

É caso para dizer que de resiliência não padece Pedro Mendes, que persiste e insiste na busca da sua realização em cada atividade e projeto, mas acima de tudo num emprego que busca incessantemente. »

Comentários

Armando Pinto  1 dia ago

Um abraço ao Pedro. Um dos meus “meninos” do Rancho que fundei e ao qual presidi durante alguns anos mais, o Rancho Infantil e Juvenil da Casa da Longra (Felgueiras). Ao qual o Pedro Mendes pertenceu como um dos bons elementos juvenis do grupo de danças. Força e vou ver se consigo estar presente numa das tuas próximas iniciativas culturais.

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A. P. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Curiosidade memoranda: Dr. Abel Tavares, Ilustre Professor de Medicina com ligação felgueirense, presente no exame ao corpo da Vidente Beata Jacinta Marto, aquando da trasladação dos seus restos mortais para o Santuário de Fátima, em 1951.

Sabendo-se da afinidade do Prof. Dr. Abel Tavares com Felgueiras, sendo sua esposa de naturalidade felgueirense e extensivamente ele sido proprietário da mansão familiar na freguesia da Pedreira, a casa do Souto de baixo, onde passava temporadas e ali tido naturalmente fortes laços telúricos; bem como na linha de anteriores lembranças sobre o mesmo que, embora natural do Minho, cá no Douro Litoral foi tido como felgueirense de afetividade (cuja ligação o levou a ter sido sócio da Casa do Povo da Longra e presidente da Assembleia da Cooperativa Agrícola de Felgueiras); entre motivos que, além de sua saliência científica no meio portuense e intervenção de âmbito católico portucalense, mereceram aqui anteriores referências; a sua memória volta a ser agora auscultada em mais um bom motivo, por sinal deveras interessante.

Com efeito, segundo notícia conhecida através do que transmite o jornal Voz de Fátima, em sua edição de Junho de 1951, o Dr. Abel Tavares, ao tempo Assistente do famoso Prof. Dr. Hernâni Monteiro, esteve presente como interveniente no exame aos restos mortais da pastorinha vidente Jacinta Marto, quando nesse ano foi o corpo da menina examinado para a trasladação dos seus restos mortais para o Santuário de Fátima. Do facto ficando então a constar foto alusiva na 1ª página do referido mensário, com legenda respetiva («Os Ex. mos Doutores Maximino Correia, da Universidade de Coimbra, Hernâni Monteiro, Professor de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto, e Abel Tavares, Assistente da mesma Faculdade, procedendo ao exame dos restos mortais dos Videntes.») – cuja imagem para aqui se transpõe, como comprovativo assinalável.


Complementando esta nota historiográfica, reproduz-se (na parte respeitante ao tema) o texto da correspondente notícia, inserta na seguinte página 3, in “Voz de Fátima de 13 de junho de 1951. Embora sem aí constar já o nome do Dr. Abel Tavares, mas apenas os dos dois chefes das equipas respetivas. Conforme, de seguida, sob título “Os restos mortais de JACINTA estão no Santuário desde 1 de Maio”, rezava assim a notícia (respeitando a grafia antiga da época):

«Com a maior simplicidade, como é próprio de tudo o que à Fátima se refere, num ambiente quase familiar, efectuou-se no passado dia 1 de Maio a trasladação dos restos mortais da Jacinta para o túmulo que lhe estava preparado, no transepto, lado do Evangelho, da nova igreja do Rosário, na Cova da Iria. Na véspera, dia 30 de Abril, tinha-se procedido à abertura do pequenino jazigo, no cemitério paroquial da Fátima, e ao exame médico e canónico dos despojos que ele encerrava. Presidiu Sua Exª Rever. ma o Senhor Bispo de Leiria, acompanhado dos Revs. Cónegos João Pereira Venâncio e José Galamba de Oliveira, dos Pais e outras pessoas de família dos Videntes, autoridades para isso especialmente convidadas, etc. O exame médico esteve a cargo dos Ex. mos Srs. Doutores Maximino Correia, Reitor da Universidade de Coimbra, e Hernâni Monteiro, da Faculdade de Medicina do Porto. Não houve dificuldade nenhuma em verificar a autenticidade e integridade do cadáver da Jacinta, cujo rosto, embora mirrado e bastante escuro, conserva as primitivas feições. (…) O corpinho da Jacinta esteve visível na tarde do dia 30 e muitas pessoas o visitaram. Depois de cumpridas todas as formalidades legais e científicas, o caixão de chumbo foi fechado e metido numa urna própria. Às 11 horas do dia 1 saiu esta da casa em que se fizera o exame, quase em frente da igreja paroquial, e organizou-se o cortejo para a Cova da Iria. Vinham adiante as crianças das escolas e creches, alunos do Seminário das Missões da Consolata e dos Seminários Diocesanos de Leiria, Sacerdotes, e atrás um considerável grupo de Religiosas e muito povo, principalmente das aldeias vizinhas. O Pai e a Mãe dos Videntes acompanharam o féretro, e muitas outras pessoas de família. A procissão, chamemos-lhe assim, constituiu um espectáculo comovedor, ao mesmo tempo de uma singeleza extraordinária. A chegada à Cova da Iria, sobretudo, e a entrada para a Igreja, tendo subido a urna a escada monumental aos ombros de sacerdotes, foram momentos que jamais esquecerão àqueles que tiveram a dita e privilégio de a eles assistir. Celebrou Missa solene de requiem o Rev. Sr. Cónego Galamba de Oliveira, com assistência de Sua Ex.ª Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria. Depois das encomendações, todos os presentes foram autorizados a tocar objectos de piedade na tampa e exterior da urna. Desfile impressionante, que durou largo espaço. Passava um pouco da 1 hora da tarde, quando a urna contendo os preciosos despojos foi depositada no túmulo e este coberto com grossa placa de mármore. Descanse em paz, e no Céu, onde todos a cremos, interceda a Deus e a Nossa Senhora por nós!»


Acrescente-se que também no caso do pastorinho vidente Francisco o Prof. Dr. Abel Tavares e seus colegas estiveram presentes, mas como peritos testemunhas do aparecimento dos seus restos. Porque na ocasião do caso de Jacinta, em 1951, não fora possível descobrir os restos do irmão (sendo que o exame em questão era para ser feito aos restos mortais dos dois irmãos pastorinhos, mas por ter sido verificado que não estava junto nada de Francisco, esse processo teve de esperar mais algum tempo). Até que, passado um ano, em março de 1952 se efetuaram «escavações no local indicado pelos pais e irmãos do vidente, tendo-se encontrado um pouco abaixo dos alicerces do túmulo onde repousaram os despojos de sua irmã, Jacinta de Jesus Marto, a ossada do Francisco. Depois do exame desta, feito na presença do Senhor Bispo de Leiria, do promotor da causa da beatificação dos dois servos de Deus e de alguns cónegos da Sé Catedral da diocese e dos senhores Professores Doutores Maximino Correia, Reitor da Universidade de Coimbra, Hernâni Monteiro e Abel Tavares, ambos da Universidade do Porto, foram, finalmente, neste dia 13, os ossos do vidente encerrados numa pequena urna e conduzidos em procissão do cemitério paroquial da Fátima para a igreja do Santuário.» Contendo também partes de seu terço, algo descoberto na exumação dos restos de Francisco, com «as contas encontradas entre os ossinhos de suas mãos», autenticamente comprovativas e que ficaram depositadas na urna que contém suas relíquias físicas. (Conforme jornal Voz de Fátima de 13 de março de 1952).

Armando Pinto

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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Ave Maria do Coração - Canção da música da popular cantiga da primeira subida de Divisão do FC Felgueiras (1964/1965)

Em plena metade primeira da década dos românticos anos 60 estavam em voga os conjuntos típicos musicais, especialmente acotiados no Norte de Portugal. Cuja música, além de ouvida na rádio, nas horas em que o povo comum podia ouvir as emissões de tais programas, de modo particular entrava nos ouvidos pela música lançada pelo ar nos arrais das romarias, através de alta sonoridade saída dos “autofalantes” (no dizer costumeiro, ao tempo, de altifalantes). Havendo alguns desses grupos musicais mais conhecidos, entre os quais o Conjunto Maria Albertina. Do qual, estando na moda uma cantiga que caía bem no gosto das pessoas normais, foi essa cantiga, a então conhecida e intitulada “Avé Maria do Coração", que serviu de fundo musical à cantiga popularizada no tempo da subida de Divisão do Futebol Clube de Felgueiras, em 1965. Quando “o Felgueiras” subiu pela primeira vez, ascendendo da 3ª à 2ª Divisão Distrital, no culminar da época de 1964/1965.

Dessa cantiga, assim composta em arranjo local, foram então postos à venda panfletos, com a letra e indicação da música, em volta da foto da equipa azul-grená do Felgueiras. Em folhas grandes vendidas nas manhãs das segundas-feiras na feira de Felgueiras, do tempo do histórico e murado campo da Feira, recorde-se.

«Ó meu Felgueiras do meu coração / conseguiste entrar na 2ª Divisão / Ó meu Felgueiras jogaste prá frente / acabaste com o pio / a muita gente…»!  Assim era o refrão dessa cantiga, com letra cantada na música popularizada da famosa canção do Conjunto Maria Albertina.

Lembra-se assim a cantiga original, para se rever como era a música que deu jeito para entoação da letra felgueirista. Sendo a ilustração do disco, do referido conjunto, complementada com imagens da época, como por exemplo a deixar ver a estátua do “Porto” ainda nos jardins do Palácio de Cristal, onde esteve muito tempo essa peça de estatuária do emblemático guerreiro Porto… na cidade do Porto.

Armando Pinto

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