Na linha das crónicas assinadas pelo autor destas linhas, sob temas
felgueirenses, com que há já uns anos bons tem havido colaboração pessoal no
jornal Semanário de Felgueiras, desta vez o assunto de fundo é sobre uma
história do presente. Versando uma narrativa de vida desportiva à mistura com o
bem estar social adjacente. No caso trazendo a público um pequeno texto (conforme
o usual espaço jornalístico) a homenagear uma boa representação felgueirense,
afinal, sendo que uma terra é muito do que expressam as suas potencialidades, incluindo
os filhos da própria terra. Dando vez, agora, a conhecer-se melhor o que faz um
felgueirense da nova vaga de sucesso no estrangeiro, o treinador de futebol Mário Guimarães.
Conhecia eu apenas de vista este conterrâneo, em apreço, mais de o ver no
campo do Felgueiras, no mítico estádio Dr. Machado de Matos – desde as
bancadas, assistindo do meio dos degraus do público, vendo-o lá em baixo,
junto aos jovens do FC Felgueiras 1932, ou então também nas bancadas a ver os
mais velhos. Possivelmente ele poderia identificar-me, talvez por via dos meus muitos anos de trabalho no antigo Posto Médico da Casa do Povo da Longra, entre coisa de 12 mil utentes que esse Centro de Saúde abrangia ao tempo; e, como tantos jovens de há anos, na evolução natural, que cresceram a fugir aos olhos dos outros. Só mais tarde soube que o Mário até vivia para os meus lados, inclusive
sendo filho dum amigo meu de infância, um dos companheiros de tempos idos na Longra, que mais tarde demandou outras paragens (sendo muitos os colegas de escola e doutrina que, pelas diretrizes da vida, rumaram para outras terras e mesmo países vários). Curiosamente ele, o filho, o Mário
Guimarães, nascido em Varziela, onde o pai entretanto vivera, depois veio
residir precisamente para a zona de origem de sua família, pelo menos de onde
eu conheci seus avós e bisavós, mais seus tio e tia, além do pai naturalmente,
pois que seus antepassados viveram muitos anos ali em frente, relativamente, na zona vizinha à antiga
Metalúrgica da Longra. Curiosidades, somente, mas interessantes. Querendo com
isto dizer, porém, que não é por nada disso que mereceu ser tema de crónica, desta feita,
mas sim pelo que honra o orgulho felgariano que há nestas
circunstâncias. Em modo de laço forte à valorização do sentido felgueirense, de tudo o que faz história do desígnio patriota.
Disso, em suma, passando à crónica respetiva, transpomos para aqui o
texto escrito por iniciativa própria, na colaboração gratuita de sempre, por carolismo como se costuma dizer; e de modo particular felgueirismo.
Eis então o artigo publicado no Semanário de Felgueiras de
sexta-feira 22 de junho, de cuja coluna se junta imagem digitalizada.
Por estes dias decorre nas longínquas
paragens dos Czares, antigos monarcas da Rússia, o mediático Mundial de Futebol
de 2018, chamando sobremaneira atenções ao fenómeno futebolístico. Portento
social esse, o futebol, que movimenta paixões e associações derivadas,
incluindo deslocação de elementos com vida profissional ligada ao mundo do
futebol. Havendo também felgueirenses que por merecimento foram atraídos a
trabalhar no estrangeiro nessa área do desporto da bola.
Com efeito, se tempos houve em que
Felgueiras apenas exportava calçado para a estranja, além de móveis metálicos e
pequenas remessas de pão de ló e vinho verde para as comunidades de emigrantes
da diáspora portuguesa, passando depois a escoar já em maior escala o vinho de
boa graduação saído das videiras sousãs, igualmente tem tido em tempos mais
recentes também pessoas naturais e habitantes do concelho a receberem convites
de irem para fora do país mostrar seus dotes em terras de outros usos e costumes.
Facto que lembra a realidade atual dum conhecido treinador felgueirense de
futebol, com trabalho feito cá dentro e que passou a ser um apreciado treinador
lá fora, no estrangeiro.
Cara conhecida dos meios futebolísticos
felgueirenses há alguns anos, desde tempos da coexistência de dois clubes em
Felgueiras, Mário Guimarães foi um rosto da unificação do futebol felgueirense,
como faz parte da história do futebol local. Com assomo de ter sido o treinador
da equipa B do FC Felgueiras no período de unidade pacificadora do ambiente
desportivo felgueirense. E com bons resultados, como estão ainda de fresco tais
bons ensejos.
Ora, então nesta fase em que o sol puxa
mais pela natureza, é de avivar algo revigorante ao apreço conterrâneo, tal
como uma planta precisa de água e sol, com tempo assim propício cresce melhor o
sentimento relacionado. Em cujo sentido é de louvar a veracidade de no presente
o referido felgueirense estar a treinar com sucesso lá fora, inclusive tendo
durante a temporada de 2017/18 estado à frente de duas das melhores equipas da
comunidade portuguesa na Bélgica, com tal omnipresença por ali ser possível
treinar na mesma época em duas competições distintas.
Passemos então a vias de facto, voltando
às origens para apresentar este nosso conterrâneo felgueirense: De nome
completo Mário Filipe Moreira Guimarães, nascido no próprio ano e mesmo pouco
depois do histórico 25 de abril de 1974 e como tal com raça, é natural de
Varziela, onde veio ao mundo a 4 de maio. Passando já depois de casado a residir
em Rande, onde tem seu lar de permanência portuguesa na Longra, dentro do mesmo
nosso concelho, até que desde há uns tempos recentes vive em Anderlec, na
Bélgica. Desportivamente habilitado com o Curso Nível I, ministrado pela AF
Porto e concluído em 2010, colaborou com o futebol concelhio, constando de seu
currículo desportivo: Em 2009/10-Treinador adjunto do escalão de juvenis/9º
classificado e em simultâneo treinador dos guarda-redes de todos os escalões do
FCF Felgueiras; 2010/2011-Responsável Técnico (RT) de Juvenis do FCF
Felgueiras/1º classificado com 61 pontos, apenas 1 empate e 1ª derrota; ficando
em 4º no apuramento de campeões e respetivo 4º lugar na 2ª distrital da AF Porto.
2011/12-RT de Juvenis do FCF Felgueiras/1º classificado só com vitórias e com 3
golos sofridos/Subida à 1ª divisão de juvenis. 2012/2013-RT de Juvenis do FC
Felgueiras/3º classificado da 1ª divisão. 2013/14-RT do escalão Sénior B do FC
Felgueiras 1932/10º classificado da 2ª divisão da AFP, só com jogadores da
formação. 2014/15-RT da Equipa B do FC Felgueiras 1932/6º Classificado da 2ª
divisão da AFP. 2015/16-RT dos B do FCF /2º classificado da 2ª divisão da AFP/
Subida à 1ª Divisão Distrital AFP/Finalista vencido da segunda fase. A meio da
época 2016/2017 deixou o FCF para ir trabalhar para a Bélgica. Havendo então
assinado pelo FC Portugal, equipa de maior relevo da comunidade portuguesa na
Bélgica, fundado em 1974, na 1ªdivisão Royal ABBSA, tendo com Mário Guimarães
logo conseguido ser 3º classificado e finalista vencido da taça nas grandes
penalidades. Enquanto o mesmo felgueirense tinha também o prazer de treinar o F
C Porto de Bruxelas, galardoado pela segunda vez com o Dragão de Ouro na Gala
de 2017 do FC Porto, no campeonato trabalhista TFT.BE; e por fim 1º classificado
(campeão) e Vencedor da Taça.
Para a época 2018/2019 Mário Guimarães
já renovou pelo FC Portugal. Grato às gentes dos dois clubes pela oportunidade
de estar a ter esta experiência fantástica. Quão, na profusão do património
afetivo, revela o que é ser Felgueirense também lá fora.
ARMANDO PINTO
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