A título de curiosidade…… como de vez em quando há novidades
sobre raridades que ressaltam na ligação de coisas comuns, será de interesse registar
o facto de ser natural do concelho de Felgueiras um personagem que faz parte da
memória histórica do vizinho concelho de Lousada – o homem que fez com que Lousada fosse
terra conhecida por capital do automobilismo em Portugal. Como foi Jaime Moura,
nascido na então povoação da Longra, da freguesia de Rande e concelho de
Felgueiras, que desde muito novo viveu em Lousada. Tendo residido na Longra seus primeiros tempos de vida, apenas, saído ainda com tenra idade para a vila de Lousada, onde seu pai se estabeleceu.
Embora praticamente para Felgueiras e Longra só interesse o
facto do local de nascimento, convirá mesmo assim registar o caso. Pois o mesmo
tema é desconhecido de quase toda a gente e Jaime Moura viveu e morreu como
Lousadense de afeição. Inclusive, apesar da Longra ser próxima de Lousada, ter
havido distanciamento físico, ficando ele sem quase conhecer nada nem ninguém na
terra de seus antepassados e viveu também algum tempo. Motivo de entretanto nem
ter sido lembrado em relações de naturais de nossa terra, porque o que não é
visto não é lembrado. Mas como nasceu aqui, é justo que haja conhecimento disso,
a partir que chegou agora ao nosso conhecimento. Sabendo-se que sua mãe era
natural da Longra (sendo irmã da esposa do regedor sr. António Cândido e também da esposa do sr. Capitão Joaquim Teixeira). Enquanto seu pai, Jaime Pinto de Moura, natural de Freamunde e depois residente de Lousada, veio para
a Longra onde trabalhava na antiga fábrica Metalúrgica da Longra, e aqui casou
e residiu; inclusive tendo mais tarde feito parte duma sociedade industrial que ajudou a criar depois, de curta duração, também na Longra. Indo de seguida para Lousada fundar a fábrica FAMO, mediante a experiência adquirida na Longra. Como está anotado no livro “Memorial Histórico
de Rande e Alfozes de Felgueiras” (publicado em 1997) e no livro “Luís de Sousa
Gonçalves – O Senhor Sousa da IMO” (publicado em 2019). Mas, embora sabendo-se
ainda da ligação do descendente Jaime Moura, não havia notícia quanto ao
registo civil de seu local de nascimento, entre o povo da Longra. Apenas se
sabia e sabe que da família havia e há ainda a propriedade duma casa, o
edifício onde funcionou em última versão a antiga estação de Correio da Longra.
Adveio conhecimento disto, ao autor destas linhas, quanto à
naturalidade em apreço, por via de leitura do importante trabalho “Efemérides
de Lousada”, da lavra do historiador lousadense Prof. Luís Ângelo Fernandes. Onde,
sobre Jaime Moura (filho), está escrito:
« 7 de setembro - 1947 – Nascimento, na Longra (Felgueiras),
de Jaime José Nunes de Moura, filho de Jaime Pinto de Moura e de Maria da
Conceição Nunes Couto. Empresário, sócio-gerente da FAMO, importante empresa de
móveis metálicos e de material de escritório e hospitalar. Fundador e
presidente do Clube Automóvel de Lousada, que possibilitou a construção do Eurocircuito
da Costilha e a realização de importantes provas do calendário automobilístico
nacional e internacional. Presidente da Associação de Cultura Musical e
dirigente de várias coletividades concelhias e Vereador da Câmara Municipal, à qual
chegou, por duas vezes, a ser candidato à presidência (1989 e 1993). Falecido a
15/2/2008.»
Assim, Jaime Moura, filho, teve nascimento em 7 de setembro de
1947, na Longra-Felgueiras, e falecimento a 15 de fevereiro de 2008, com 61
anos, em Lousada.
Na Wikipédia, a enciclopédia livre, consta sobre ele:
«Jaime José Nunes de Moura (Felgueiras, 1947 - Cristelos,
Lousada, 15 de Fevereiro de 2008) foi um empresário e político português.
Graças ao seu trabalho no impulsionamento do desporto automóvel na região, era
frequentemente considerado o "Pai do automobilismo no Vale do Sousa".
Jaime Moura foi uma das mais prestigiadas figuras do
concelho de Lousada entre as décadas de 80 e 2000. Foi o fundador e Presidente
do Clube Automóvel de Lousada entre 1987 e 2006, saindo em diferendo com a
Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK). Foi ainda líder da
Associação de Cultura Musical de Lousada e da Assembleia Recreativa e
Desportiva Louzadense e dirigente da Associação Desportiva de Lousada, da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada e da Associação
Industrial de Lousada.
Jaime Moura faleceu aos 61 anos, vítima de doença
prolongada, pelas 19.30 horas de 15 de Fevereiro de 2008, na sua residência.
Política - Jaime Moura fez uma incursão pela política,
tendo-se candidatado à presidência da Câmara de Lousada em dois mandatos
consecutivos, primeiro em 1989 pelo então CDS (como independente), e depois
pelo PSD, partido no qual se filiou em 1993. Foi também Vice-Presidente da
Câmara Municipal durante o executivo da Aliança Democrática, então liderado por
Amílcar Neto, que durou até 1989.
Automobilismo - Moura foi fundador e sócio n.º 1 do Clube
Automóvel de Lousada, tendo sido seu Presidente durante 20 anos. Tornou-se um
dos mais importantes dirigentes no panorama do desporto automóvel nacional. A
ele se deve o facto de Lousada ter sido considerada pelos aficionados da
modalidade como a “Capital do Automobilismo”, durante a década de 90 e
princípios do novo século. Apenas deixou para trás o sonho de construir um
autódromo em Lousada, projeto que iniciou em 1985, mas impossível de
concretizar, devido a fatores económicos.
Abandonou a presidência do Clube em 2006, depois da FPAK ter
anunciado a intenção de alternar a realização do Europeu de Rallycross entre o
circuito de Lousada e Montalegre.
Empreendimento - Empresário de sucesso, Moura era sócio-gerente
da FAMO, uma empresa de mobiliário de escritório, sedeada em Lousada e com
filiais em países dos continentes europeu, americano, asiático e africano (essencialmente
em Angola).»
Jaime Moura tem sido homenageado ainda no Circuito da
Costilha em anual prova organizada pelo Clube Automóvel de L ousada, através das
“400 Voltas Jaime Moura”, que já teve várias edições. E tem seu nome numa rua
da vila de Lousada, em justo preito toponímico na sede do concelho onde viveu
quase toda a sua vida.
Armando Pinto
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