Na continuidade da colaboração pessoal ao jornal Semanário
de Felgueiras, eis o artigo publicado em sua edição de 25 de setembro, sobre o
bairrista felgueirense Teófilo Leal Faria:
Armando Pinto
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Na continuidade da colaboração pessoal ao jornal Semanário
de Felgueiras, eis o artigo publicado em sua edição de 25 de setembro, sobre o
bairrista felgueirense Teófilo Leal Faria:
Armando Pinto
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Inicia-se este domingo, dia 27, a Volta a Portugal em
bicicleta. Grande prova nacional que coloca Felgueiras no mapa, felizmente.
«A prova mais amada pelos portugueses está prestes a
começar, nuns moldes diferentes devido à nova normalidade. A organização desta
edição especial está a cargo da Federação Portuguesa de Ciclismo, e em 2021 a
Podium voltará a organizar a prova, se tudo correr bem.
A primeira edição foi há 92 anos e o vencedor foi Augusto de
Carvalho, ciclista do Carcavelos, que percorreu 1965 quilómetros divididos em
18 etapas… A edição especial de 2020 tem 8 etapas, menos 2 etapas do que é
habitual. Começa com um prólogo em Fafe, que servirá sobretudo para definir o
primeiro líder. Percurso seletivo como
já é habitual, a 1ª etapa é um exemplo disso, com um final no Alto de Santa
Luzia, será um primeiro teste entre os mais fortes da Volta. As diferenças não
serão muito grandes, mas teremos uma pequena ideia de quem está bem. Outra diferença
nesta edição especial é o facto de não haver dia de descanso. A chegada à
Senhora da Graça está colocada na 2ª etapa, no papel é a etapa mais dura da
prova, com 3 contagens de 1ª categoria no menu. A 3ª etapa, saída de
Felgueiras, é de transição, com chegada a Viseu e anteceder a etapa da Serra da
Estrela, com chegada à Torre, pela vertente da Covilhã...» (conforme consta do
roteiro oficial)
Ora, após o Prólogo deste domingo e as duas primeiras etapas na segunda e terça-feira, haverá na próxima quarta-feira, dia 30, a 3ª etapa a sair bem de dentro de Felgueiras, num dos momentos que ficam para a história na ligação felgueirense a acontecimentos de grande impacto nacional.
Assim sendo, como registo informativo e extensiva anotação
para memória futura, dão-se à estampa os perfis oficiais da mesma etapa, para
constar.
Armando Pinto
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A Irmã Maria Adélia Laranjeiro, Filha de Caridade da Ordem
de S. Vicente de Paulo, partiu ontem para a casa do Pai. Tendo falecido
sexta-feira, dia 25 do corrente mês de setembro.
O funeral da Irmã Maria Adélia Gomes Laranjeiro será domingo,
27 de setembro, pelas 9 horas na Capela da Casa Provincial das Irmãs de Caridade
Vicentina, em Lisboa.
«Estamos solidários com as Filhas da Caridade, damos graças
pelo dom da sua vida fecunda e rezamos pelo seu eterno descanso.»
A Irmã Adélia era pessoa muito simpática e ternamente
querida, como a conheci quando passou pela antiga casa conventual da Misericórdia
do Unhão e com ela mantive contactos (exprimindo na primeira pessoa, por ser do
que se trata mesmo). Quer pelas suas idas ao Centro de Saúde da Longra e era a mim
que se dirigia, indo logo ter comigo sempre para tratar de qualquer assunto; bem
como por saber que eu escrevia artigos num jornal de Felgueiras e poderia haver
interesse mútuo nalgum tema, conforme aconteceu algumas vezes; quer por eu ir
ao externato do Unhão buscar meus sobrinhos que tinha em nossa casa parte do
dia (como anos antes ia buscar meus filhos); e mesmo outros casos, derivado a
ter sido presidente da Conferência Vicentina de Rande e Sernande, etc.
Desses tempos e bons momentos, além da sensação de suas
palavras sorridentes, ainda guardo algumas medalhinhas recebidas e mesmo
comunicações escritas – como no exemplo aqui anexado, em ilustração personalizada.
Assim, a Irmã Adélia ficou cá bem no íntimo como pessoa de grande
estima, sentindo grande honra pela nossa amizade, como continuei e continuarei
a sentir admiração.
Descanse em paz, boa Irmã Adélia. E olhe por nós aí no céu, onde
sempre desejou ficar, como permanecerá na eternidade dos tempos.
Armando Pinto
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Está para começar no próximo domingo, dia 27, mais uma edição
da “Grandíssima” Volta a Portugal em bicicleta, este ano reduzida, em
edição especial devido à pandemia. Prova que passa em parte do mapa português,
em etapas a começar e terminar em concelhos cujas Câmaras Municipais aderiram
com respetivos apoios. Como acontece com Felgueiras.
Ora, assim sendo, feliz e louvavelmente Felgueiras, concelho
com pergaminhos ciclistas, mais uma vez marca presença na “Grandíssima” Volta a
Portugal em bicicleta. Sendo ponto de partida da 3ª etapa, no dia 30, ao fim da
manhã da próxima quarta-feira. Num itinerário que, depois de passagem por
algumas artérias da cidade, ruma ao trajeto oficial, passando por Varziela e
Longra, dentro do concelho de Felgueiras, em direção a Caíde e por aí adiante…
Felgueiras, com efeito teve já alguns ciclistas que no
passado honraram o sentimento felgueirista ao terem participado na Volta a
Portugal em tempos idos. Ciclistas esses, recorde-se, que estão biografados no
livro “Ciclistas de Felgueiras”, publicado no início deste ano de 2020. E como
tal os mesmos ciclistas merecem ser lembrados. Estando para haver algo especial
em Felgueiras, a evocar precisamente essa honra.
Ainda, dentro desse âmbito, decorre em Felgueiras um conjunto de atividades numa organização chamada 6ª Semana Europeia do Desporto, a qual de 23 a 30 deste mês dinamiza um conjunto de iniciativas destinadas à população, cumprindo todas as normas e recomendações da DGS. Desenvolvida pela Comissão Europeia, pretendendo promover o desporto e a atividade física em toda a Europa. Atingindo auge com a ocorrência da etapa da Volta a iniciar a partir de Felgueiras.
Acresce a tudo isso que atualmente, graças ao empenho do
principal patrocinador da equipa de ciclismo que tem vencido as mais recentes
edições da Volta Portuguesa, agora a sede da equipa W52-FC Porto é em
Várzea-Felgueiras. Tendo o mesmo, sr. Adriano Quintanilha, sido biografado resumidamente
no mesmo livro sobre os ciclistas de Felgueiras.
Foram e são, pois, esses os ciclistas felgueirenses que
colocaram o nome de Felgueiras nessa caravana que percorre o país e tem grande
impacto mediático através de jornais e televisões, mas sobretudo no
acompanhamento e entusiasmo popular:
- Artur Coelho (Artur Guimarães Coelho - n. 04/7/1934 – f. 17/02/1983)
(de Carvalhinhos – Margaride/Felgueiras)
= Natural de Felgueiras, onde viveu até à juventude e ainda
quando ciclista do FCP; mais tarde residente em Vizela e falecido em França =
Ciclista do FC Porto
- Correu na Volta a Portugal de 1955 até 1961, nas quais foi:
Camisola Amarela na Volta por 2 vezes e Vencedor de 6 etapas.
- Além disso também foi:
Vencedor da clássica 9 de Julho / Volta a S. Paulo, no Brasil, em 1957
Integrante da Seleção Nacional de Portugal na Volta a Espanha de 1957 e 1958
2º lugar em França no Paris-Evreux em 1957
Vencedor de diversos Circuitos e Grandes Prémios.
- Joaquim Costa (Joaquim Luís Sampaio Costa - n. 12/3/1942)
(de Forca – Varziela / Felgueiras)
= Natural de Refontoura e mais tarde fixado em Varziela, ambas
as freguesias de Felgueiras =
Ciclista do Académico do Porto
Correu na Voltas a Portugal em 1961 e 1962, tendo concluído
a de 1962.
- Albino Mendes (Albino Alves Mendes - n. 12/7/1944 – f. 02/11/1986)
(de Airães / Felgueiras)
= Natural de Aião e mais tarde residente em Airães,
Felgueiras, onde faleceu. =
Ciclista do Académico do Porto
Correu na Volta a Portugal em 1963 e 1964, não tendo
concluído nenhuma.
Antes, havia sido Campeão Nacional de Fundo em Iniciados.
- Miguel Magalhães (Miguel Cunha Ribeiro de Magalhães - n. 20/3/ 1957)
(de Lameirões – Moure)
= Natural de Margaride e mais tarde residente em Moure e Caramos,
Felgueiras)
Ciclista da União de Paredes e depois da equipa Zala
Correu na Volta a Portugal em 1976 e 1977, não tendo concluído
nenhuma.
ARMANDO PINTO – SETEMBRO DE 2020
Na sequência do trabalho de recuperação histórica sobre a
memória do sr. Teófilo Faria, alguma coisa fica, felizmente. Tratando-se do
tema aqui publicado no artigo anterior, neste blogue, com o texto que em tempos
foi enviado para o Semanário de Felgueiras, como das muitíssimas outras vezes
dentro da colaboração mantida com o jornal há muitos anos já, cuja publicação desta
vez não chegou a ser…
Ora, na preparação e investigação para o artigo, como é
normal, procurei informar-me melhor, além do que já sabia, com o conhecimento
de outras pessoas, com conhecimentos de causa, no caso. Pessoas essas que
naturalmente ficaram à espera da publicação e foram ficando admiradas com a
demora e esquecimento, por fim. Mas nem tudo foi em vão, pois também consegui
uma fotografia dele, através de pessoa amiga, por meio de um quadro emoldurado
que existiu numa das suas instalações comerciais. E a foto, como não havia
outra, serviu para outros fins ainda.
Com efeito, sabendo-se que no livro comemorativo do
centenário dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras não foi publicada qualquer
foto dele, do sr. Teófilo que durante cerca de nove anos foi Comandante da
mesma corporação (como consta no referido volume historiador) e verificando-se
que na galeria de fotografias de pessoas gradas da instituição não existe também
qualquer quadro com foto sua, surgiu uma ideia num artista felgueirense, que
por acaso é figura pública de grande relevo na história da mesma associação e também pintor artístico.
Eis então, com a foto que consegui para o artigo e
entretanto foi aqui também publicada, que ele me solicitou em devido tempo e
com muito gosto lhe enviei, o senhor Francisco Estebainha pintou um retrato do
antigo Comandante dos Bombeiros de Felgueiras, sr. Alfredo Teófilo de Castro
Leal de Faria, para ficar na galeria de honra dos Comandantes, no respetivo
espaço nobre do quartel recentemente remodelado, cujas obras tiveram inauguração
recente, após obras de ampliação.
A pintura, como o autor do quadro afirma, «foi muito difícil
de efetuar, pois não sei como era a personalidade dele, e isso tem muita
influência», mas acabou por ficar perfeita, através da imagem possibilitada em
ressalto do que viu pela fotografia em apreço.
Este é, pois, o louvável trabalho feito por Francisco
Estebainha e, como ele me diz, vai para os Bombeiros! Uma bela pintura, digna
da memória desse grande bairrista felgueirense que foi o sr. Teófilo Leal de
Faria.
Armando Pinto
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A memória, na capacidade de armazenar e recuperar, quão saudável dom de saber guardar algo digno de preservação, é algo que nem todos sabem apreciar, nem tem lugar em todos os lugares.
Como no reforço duma
edificação antiga é mister resgatar a pedra de fecho, pedra angular que
fortalece uma estrutura nas construções clássicas, também na história tem de se
fortificar o que resiste na memória, salvaguardando verdades. Tal como quando
há conhecimento de alguém de mérito a quem não está a ser dado devido valor,
andando a ser posto de fora da memorização coletiva, urge resgatar sua vida e
obra, a bem dos valores e bons costumes, por mais que não convenha a algo ou
alguém, olhando ao merecimento publico.
Com essa ideia, foi escrito mais um artigo destinado à até
aqui colaboração pessoal e gratuita no jornal Semanário de Felgueiras (desde 1996, até agora). Texto esse enviado em
finais de julho mas que incompreensivelmente não tem sido publicado, estando-se já em começos do outono. Sem se saber porquê, mas podendo colocar-se diversas hipóteses, se haverá censura por algum dos motivos
porque o mesmo bairrista felgueirense tem sido esquecido…
Assim sendo, o mesmo é agora aqui dado à estampa, esse que
seria um “Artigo para o Semanário de Felgueiras”:
Teófilo Leal de Faria (1911-1977)
Felgueiras é terra de muitas histórias, umas de conhecimento
geral, outras nem tanto. Algo que vai refletindo essência memorial de sua
mística, apesar de por vezes haver certo esquecimento misturado. Sendo contudo
terra de coisas boas feitas pela comunidade. Na linha que há terras à imagem de
sua gente e são as pessoas que fazem as terras, afinal.
Ora, em tempos a sede do concelho era uma vila deveras
reduzida em tamanho urbano, quase até à chegada do 25 de Abril, como se costuma
balizar às épocas de antanho. Tanto que pelos idos anos sessenta, por exemplo,
a chamada estrada para Guimarães era praticamente rural, beirada por campos
ainda de cultivo, à saída do centro da então vila. E foi a partir que nasceu o
posto de abastecimento, vulgo bombas de gasolina, que a sede do concelho
começou a crescer para esse lado, por assim dizer. De forma que ao tempo a rua
era conhecida por reta da Sacor. Tendo sido esse um dos meios com que um
felgueirense de visão pensou e concretizou dotar a sua terra. Esse senhor dava
pelo nome de Teófilo Leal Faria, um felgueirense dos bons, que muito fez por
Felgueiras, mas que estranhamente tem estado algo olvidado na memória coletiva.
Oriundo de família de pergaminhos, era contudo modesto por
feitio e passava discreto. Mesmo desempenhando papel relevante na sociedade,
pois, quando havia ainda pouca indústria, ele fundou fábricas e negócios que
depois tiveram continuação através de seus colaboradores. Além de ter sido,
como foi durante quase uma década, comandante dos Bombeiros de Felgueiras.
Porém, assim como no livro das Pedras de Armas de Felgueiras não consta seu
nome entre os membros da sua família, também no volume comemorativo dos
Bombeiros não aparece foto sua, a identificá-lo à posteridade para lá de
referência de ter sido «dos mais dinâmicos e empreendedores obreiros da
construção do novo quartel» (inaugurado em 1970).
Alfredo Teófilo de Castro Leal de Faria, de seu nome
completo, era o segundo filho do Dr. José Leal de Faria, nome da história
felgueirense como presidente da Câmara Municipal durante muitos anos. Sendo
mais conhecido também por seu segundo nome (talvez para diferenciação com seu
tio padrinho, com mesmo primeiro nome). Nascido no Porto, a 8/4/1911, por mero
acaso de estada episódica de seus pais na Invicta (como consta no registo de
batismo), Teófilo foi batizado na igreja de Margaride e viveu sempre em
Felgueiras. Descendia do Conde da Graceira (Viscondado da casa desse nome, de
Avintes, em vida do titular e após renovação extinto). Tendo seu pai vindo para
Felgueiras por casamento, embora antes e durante algum tempo residisse no
Porto, motivo do filho mais velho ser nado e criado da capital do Norte, mas
ele, segundo filho, apenas não nasceu em Felgueiras acidentalmente, como o
pároco local fez questão de registar, visto à época já a família residir em
Felgueiras. E cá acabou por ficar para sempre. Bem conhecido por seu carro, um
Fiat 1500 cinzento, de tal modelo produzido pelos anos 50, que rolou muitos e
bons anos mais. Enquanto, com sua mãe, era rosto familiar da vetusta Casa de
Santa Ovaia, ligada ao antigo Conde de Felgueiras e outros ramos fidalgos.
Segundo uma notícia inserta n’ O Jornal de Felgueiras, chegou a cursar Direito,
conforme certifica esse periódico em 1933, anunciando ter então concluído o 1º
ano jurídico. Porém, em vez de ficar académico, como ali era referenciado,
dedicou-se ao setor industrial e comercial, em prol de Felgueiras e com sucesso
empresarial. Sendo o fundador da fábrica de calçado SIC original, além de ter
colaborado nos inícios da Marfel, bem como criou o posto de abastecimento SACOR
(atual GALP). Algo que naquele tempo mereceu ampla reportagem também n’ O
Jornal de Felgueiras, em março de 1966, narrando cerimonial devido e presenças
honrosas nesse importante momento da vida local. Tal qual continuou o nome SIC
com o estabelecimento de material elétrico, mais tarde passado a colaboradores
(casa depois conhecida por Sic do sr. Nelson). De permeio foi Comandante dos
Bombeiros Voluntários, missão desempenhada entre 1960 a 1969, em cujo mandato
foi erguido o quartel novo. Enquanto socialmente era muito amigo dos pobres,
inclusive dando guarida e comida a necessitados em sua própria casa – como foi
lembrado à sua morte, num elogio fúnebre no Notícias de Felgueiras, louvando as
qualidades do senhor “Teófinho”, como popularmente era conhecido e ali ficou
recordado.
Falecido a 16 de dezembro de 1977, na sua residência, com 66
anos, teve no dia seguinte funeral com grande acompanhamento e presença de todo
o corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras. E no coração do povo
ficou como um homem bom, amigo de ajudar e grande empreendedor. Merecedor de
estima histórica também, para lá de seu nome constar num arruamento. Como por
este modo singelo se procura perpetuar, por quanto o passado se entrelaça com o
presente no desfiar de histórias e memórias chegadas de outros tempos.
ARMANDO PINTO
Num jornal concelhio, inicialmente semanal e mais tarde passado
a três vezes por mês, com trinta anos de vida já ultrapassados, no qual em 24
anos de colaboração, ao longo de muitas semanas, ter contribuído
com 456 artigos, tem que se lhe diga… como se diz.
Armando Pinto
Na ideia que tudo tem razão de ser, senão para uns pelo menos para outros, porque há que valorizar o que nos remete a coisas que nos ligam a nossos maiores e ente queridos antepassados, quer individual como coletivamente… e porque também sem memória não há futuro de jeito… apetece desta vez deixar uma vista de olhos por algo que diz alguma coisa a quem dá valor ao que deve ter valor, de algum modo visível, ainda.
“Coisas” que nos “dizem” alguma e muita coisa…!
Armando Pinto
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Faleceu o “Pimenta do Felgueiras”, como era em tempos
conhecido esse que foi um valoroso futebolista de carisma do futebol felgueirense.
Jogador da equipa do tempo da primeira subida de divisão do clube e depois de
imediato também, no ano seguinte, do primeiro título de campeão distrital da
equipa do FC Felgueiras. O Pimentinha que era um nome icónico do mundo da bola
felgueirista, ao lado duns Sabú, Caiçara e outros dessas eras de futebol romântico
em que os felgueirenses iam à bola como quem come a sobremesa, nos domingos a
seguir ao almoço domingueiro.
Ora, fruto da retoma que o clube de futebol mais representativo do concelho tem estado a ter, sendo já tradicional o encerramento de cada época ser assinalado com festivo reconhecimento público, a quarta edição da Gala do FC Felgueiras teve um momento especial, com tributo dedicado ao Pimenta na IV Gala Azul Grenã. Tendo aí, além das atribuições relativas ao trabalho anual de atletas e colaboradores, havido distinção a dois nomes do passado, o antigo jogador e histórico capitão de equipa Pimenta e um antigo presidente Álvaro Costa. Sobre os quais em registo memorial dedicamos um artigo no Semanário de Felgueiras, por esse tempo. Cuja nota biográfica recordamos, aqui e agora.
Alberto Fernando Pereira Pimenta - Nascido em Resende, a 08 de Novembro de 1939. Oriundo da zona das cerejas e das paisagens durienses que se vêm ao passar o comboio da Linha do Douro, Alberto Pimenta veio jovem para Felgueiras, em 1963, para jogar no FC Felgueiras. Na sua área de residência trabalhara num cartório notarial e em Felgueiras teve emprego como escriturário também. Tendo-se de imediato empregado numa empresa industrial de grande dimensão desse tempo, a Metalúrgica da Longra, em cuja fábrica passou a ser elemento apreciado. Enraizando-se progressivamente na área do concelho, enquanto o seu estatuto de futebolista levava a que popularmente fosse conhecido por Pimentinha. Esteve depois nos primeiros grandes momentos do futebol felgueirense, integrante como foi da equipa da primeira subida de divisão, quando o FCF passou da antiga 3ª para a 2ª Divisão Distrital, em 1964/65. Com a consumação da vitória na finalíssima disputada a 8 de Julho de 1965 em Amarante, diante do FC Lixa, através dum bis de Sabú.
Dias depois Pimenta casou-se, consorciando-se com a sua companheira de namoro, em Marco de Canavezes, como ficou até registado na reportagem do Noticias de Felgueiras reportando à celebração da subida do Felgueiras.
Na época imediata voltou a estar em seguinte grande momento, como elemento preponderante, junto com Caiçara e outros, que concretizou nova subida de divisão, então da 2ª à 1ª Distrital. Tendo então, em 1965/66, o clube também sido Campeão da 2ª Distrital, e como tal Pimenta recebeu a respetiva faixa de campeão.
Após isso Pimenta esteve noutros grandes momentos da equipa azul-grenã.
E, culminando sua carreira ao serviço do Felgueiras entre 1963 a 1974, após ter abandonado a atividade de jogador enveredou pela colaboração ao clube nas funções de treinador de camadas jovens.
Aquando da subida de divisão do Felgueiras aos Nacionais, época em que o FC Felgueiras foi Campeão Distrital da AFP e ascendeu automaticamente à então 3ª Divisão Nacional, era o Secretário do clube, exercendo nesse cargo funções de dirigente. Depois esteve como membro diretivo do Departamento de futebol e sempre que possível foi colaborando em diversas atividades do clube.
Tendo, por fim, em 2019, sido homenageado pelo FC Felgueiras na IV Gala Azul-Grenã.
Faleceu aos 80 anos, no Hospital de Penafiel, este sábado dia 5. Indo a sepultar domingo, dia 6, no Cemitério Municipal de Resende, após cerimónias em Felgueiras, conforme está divulgado publicamente.
Armando Pinto
- cinco de setembro de 2020
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Um momento de convívio, em repasto festivo, com
pessoas do quotidiano felgueirense pelos idos anos sessentas.
Vendo-se, a partir do lado esquerdo: Dr. José Machado de Matos, Dr. José de Castro
Leal de Faria, seu filho Dr. António Leal Faria, Representante da GNR local,
Padre Jorge Martins (pároco do Unhão), alguém que não reconheço, (depois) Alexandre Sampaio
(Osório da Longra) e António Gonçalves (ao tempo técnico de eletricidade da
Câmara Municipal).
Armando Pinto
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Este ano, devido à pandemia, não tem sido possível realizar
festas populares (salvo quando se intrometem interesses políticos ao nível dos
manda chuvas do país…). E assim, infelizmente, irá suceder com a tão tradicional
Festa das Vitórias, na Lixa, que terá apenas algumas iniciativas quase virtuais,
a marcar território habitual.
Ora, essa festa tem sempre associada a feira das cebolas,
como é mais conhecida. Ocorrência que está devidamente historiada em literatura
própria (e neste blogue já teve referências em anos anterires).
Assinalando agora apenas a ocasião, como tal, aqui se recorda o
facto com a lembrança duma publicação feita no ano 2000, em que entrou também
um artigo do autor, por amável pedido dum amigo das lides jornalísticas da
imprensa concelhia. Da qual se junta imagem da capa.
Na oportunidade, em enquadramento, refira.se que na Lixa há
semanalmente a feira usual e anualmente mais algumas, como se sabe e também se
pode rebuscar noutras produções (com excertos do trabalho “Feiras no Concelho
de Felgueiras” em tempos publicado no jornal Semanário de Felgueiras; e com ajustes,
para inclusão, estará no idealizado livro sobre curiosidades do concelho de Felgueiras,
em espera por melhores dias…):
«…Nesta área sobreviveram velhas tradições em primitivas
feições nalgumas feiras onde o povo folgava…
…igualmente a da Lixa, que pelo menos se fazia (segundo o
Dr. Eduardo Freitas na sua monografia “Felgerias Rubeas” «já em começo do
século passado» (XIX); havendo quem refira até uma data, de 1726, em que já
existiria (segundo referência surgida no Cortejo Histórico de Felgueiras de
2004); a qual, conforme Carlos Coelho escreveu, «realizava-se num largo, da
Povoação da Lixa, pertencente à casa do Terreiro, com autorização dos seus
proprietários».
No presente, mantêm-se apenas no concelho, como feiras
regulares, a semanal Feira de Felgueiras, às segundas-feiras de manhã, mais a
congénere da Lixa às terças. Além de (depois que desapareceu a Feira
Tradicional da Longra, após a criação da união de freguesias vigente na região) haver ainda anualmente a Feira dos 23 de Abril em Várzea, e na Lixa a Feira
das Oitavas nas segundas-feiras de Páscoa, tal qual nos primeiros Domingo e
Segunda-feira de Setembro a Festa das Vitórias da Lixa, mais sua tradicional
Feira das Uvas e das Cebolas. »
Armando Pinto
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