Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Artigo no Semanário de Felgueiras sobre o bairrista felgueirense Teófilo Leal Faria

Na continuidade da colaboração pessoal ao jornal Semanário de Felgueiras, eis o artigo publicado em sua edição de 25 de setembro, sobre o bairrista felgueirense Teófilo Leal Faria:

Armando Pinto

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domingo, 27 de setembro de 2020

Perfis da Etapa de Felgueiras na Volta a Portugal-Edição Especial de 2020 – Registos informativos e para a História… de mais um dos momentos assinaláveis em Felgueiras.

Inicia-se este domingo, dia 27, a Volta a Portugal em bicicleta. Grande prova nacional que coloca Felgueiras no mapa, felizmente.

«A prova mais amada pelos portugueses está prestes a começar, nuns moldes diferentes devido à nova normalidade. A organização desta edição especial está a cargo da Federação Portuguesa de Ciclismo, e em 2021 a Podium voltará a organizar a prova, se tudo correr bem.

A primeira edição foi há 92 anos e o vencedor foi Augusto de Carvalho, ciclista do Carcavelos, que percorreu 1965 quilómetros divididos em 18 etapas… A edição especial de 2020 tem 8 etapas, menos 2 etapas do que é habitual. Começa com um prólogo em Fafe, que servirá sobretudo para definir o primeiro líder.  Percurso seletivo como já é habitual, a 1ª etapa é um exemplo disso, com um final no Alto de Santa Luzia, será um primeiro teste entre os mais fortes da Volta. As diferenças não serão muito grandes, mas teremos uma pequena ideia de quem está bem. Outra diferença nesta edição especial é o facto de não haver dia de descanso. A chegada à Senhora da Graça está colocada na 2ª etapa, no papel é a etapa mais dura da prova, com 3 contagens de 1ª categoria no menu. A 3ª etapa, saída de Felgueiras, é de transição, com chegada a Viseu e anteceder a etapa da Serra da Estrela, com chegada à Torre, pela vertente da Covilhã...» (conforme consta do roteiro oficial)

Ora, após o Prólogo deste domingo e as duas primeiras etapas na segunda e terça-feira, haverá na próxima quarta-feira, dia 30, a 3ª etapa a sair bem de dentro de Felgueiras, num dos momentos que ficam para a história na ligação felgueirense a acontecimentos de grande impacto nacional.

Assim sendo, como registo informativo e extensiva anotação para memória futura, dão-se à estampa os perfis oficiais da mesma etapa, para constar.

Armando Pinto

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sábado, 26 de setembro de 2020

Falecimento da Irmã Adélia, Filha de Caridade

A Irmã Maria Adélia Laranjeiro, Filha de Caridade da Ordem de S. Vicente de Paulo, partiu ontem para a casa do Pai. Tendo falecido sexta-feira, dia 25 do corrente mês de setembro.

O funeral da Irmã Maria Adélia Gomes Laranjeiro será domingo, 27 de setembro, pelas 9 horas na Capela da Casa Provincial das Irmãs de Caridade Vicentina, em Lisboa.

«Estamos solidários com as Filhas da Caridade, damos graças pelo dom da sua vida fecunda e rezamos pelo seu eterno descanso.»

A Irmã Adélia era pessoa muito simpática e ternamente querida, como a conheci quando passou pela antiga casa conventual da Misericórdia do Unhão e com ela mantive contactos (exprimindo na primeira pessoa, por ser do que se trata mesmo). Quer pelas suas idas ao Centro de Saúde da Longra e era a mim que se dirigia, indo logo ter comigo sempre para tratar de qualquer assunto; bem como por saber que eu escrevia artigos num jornal de Felgueiras e poderia haver interesse mútuo nalgum tema, conforme aconteceu algumas vezes; quer por eu ir ao externato do Unhão buscar meus sobrinhos que tinha em nossa casa parte do dia (como anos antes ia buscar meus filhos); e mesmo outros casos, derivado a ter sido presidente da Conferência Vicentina de Rande e Sernande, etc.

Desses tempos e bons momentos, além da sensação de suas palavras sorridentes, ainda guardo algumas medalhinhas recebidas e mesmo comunicações escritas – como no exemplo aqui anexado, em ilustração personalizada.

Assim, a Irmã Adélia ficou cá bem no íntimo como pessoa de grande estima, sentindo grande honra pela nossa amizade, como continuei e continuarei a sentir admiração.

Descanse em paz, boa Irmã Adélia. E olhe por nós aí no céu, onde sempre desejou ficar, como permanecerá na eternidade dos tempos.

Armando Pinto

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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Felgueiras com pergaminhos ciclistas, mais uma vez na Volta a Portugal em bicicleta!

Está para começar no próximo domingo, dia 27, mais uma edição da “Grandíssima” Volta a Portugal em bicicleta, este ano reduzida, em edição especial devido à pandemia. Prova que passa em parte do mapa português, em etapas a começar e terminar em concelhos cujas Câmaras Municipais aderiram com respetivos apoios. Como acontece com Felgueiras.

Ora, assim sendo, feliz e louvavelmente Felgueiras, concelho com pergaminhos ciclistas, mais uma vez marca presença na “Grandíssima” Volta a Portugal em bicicleta. Sendo ponto de partida da 3ª etapa, no dia 30, ao fim da manhã da próxima quarta-feira. Num itinerário que, depois de passagem por algumas artérias da cidade, ruma ao trajeto oficial, passando por Varziela e Longra, dentro do concelho de Felgueiras, em direção a Caíde e por aí adiante…

Felgueiras, com efeito teve já alguns ciclistas que no passado honraram o sentimento felgueirista ao terem participado na Volta a Portugal em tempos idos. Ciclistas esses, recorde-se, que estão biografados no livro “Ciclistas de Felgueiras”, publicado no início deste ano de 2020. E como tal os mesmos ciclistas merecem ser lembrados. Estando para haver algo especial em Felgueiras, a evocar precisamente essa honra.

Ainda, dentro desse âmbito, decorre em Felgueiras um conjunto de atividades numa organização chamada 6ª Semana Europeia do Desporto, a qual de 23 a 30 deste mês dinamiza um conjunto de iniciativas destinadas à população, cumprindo todas as normas e recomendações da DGS. Desenvolvida pela Comissão Europeia, pretendendo promover o desporto e a atividade física em toda a Europa. Atingindo auge com a ocorrência da etapa da Volta a iniciar a partir de Felgueiras. 

Acresce a tudo isso que atualmente, graças ao empenho do principal patrocinador da equipa de ciclismo que tem vencido as mais recentes edições da Volta Portuguesa, agora a sede da equipa W52-FC Porto é em Várzea-Felgueiras. Tendo o mesmo, sr. Adriano Quintanilha, sido biografado resumidamente no mesmo livro sobre os ciclistas de Felgueiras. 

Foram e são, pois, esses os ciclistas felgueirenses que colocaram o nome de Felgueiras nessa caravana que percorre o país e tem grande impacto mediático através de jornais e televisões, mas sobretudo no acompanhamento e entusiasmo popular:


- Artur Coelho (Artur Guimarães Coelho - n. 04/7/1934 – f. 17/02/1983)

(de Carvalhinhos – Margaride/Felgueiras)

= Natural de Felgueiras, onde viveu até à juventude e ainda quando ciclista do FCP; mais tarde residente em Vizela e falecido em França =

Ciclista do FC Porto

- Correu na Volta a Portugal de 1955 até 1961, nas quais foi:

Camisola Amarela na Volta por 2 vezes e Vencedor de 6 etapas.

- Além disso também foi:

Vencedor da clássica 9 de Julho / Volta a S. Paulo, no Brasil, em 1957

Integrante da Seleção Nacional de Portugal na Volta a Espanha de 1957 e 1958

2º lugar em França no Paris-Evreux em 1957

Vencedor de diversos Circuitos e Grandes Prémios.



- Joaquim Costa (Joaquim Luís Sampaio Costa - n. 12/3/1942)

(de Forca – Varziela / Felgueiras)

= Natural de Refontoura e mais tarde fixado em Varziela, ambas as freguesias de Felgueiras =

Ciclista do Académico do Porto

Correu na Voltas a Portugal em 1961 e 1962, tendo concluído a de 1962.

 

- Albino Mendes (Albino Alves Mendes - n. 12/7/1944 – f. 02/11/1986)

(de Airães / Felgueiras)

= Natural de Aião e mais tarde residente em Airães, Felgueiras, onde faleceu. =

Ciclista do Académico do Porto

Correu na Volta a Portugal em 1963 e 1964, não tendo concluído nenhuma.

Antes, havia sido Campeão Nacional de Fundo em Iniciados.

 

- Miguel Magalhães (Miguel Cunha Ribeiro de Magalhães - n. 20/3/ 1957)

(de Lameirões – Moure)

= Natural de Margaride e mais tarde residente em Moure e Caramos, Felgueiras)

Ciclista da União de Paredes e depois da equipa Zala

Correu na Volta a Portugal em 1976 e 1977, não tendo concluído nenhuma.


ARMANDO PINTO – SETEMBRO DE 2020

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Retrato do Sr. Teófilo Leal Faria, pintado por Francisco Estebainha !

Na sequência do trabalho de recuperação histórica sobre a memória do sr. Teófilo Faria, alguma coisa fica, felizmente. Tratando-se do tema aqui publicado no artigo anterior, neste blogue, com o texto que em tempos foi enviado para o Semanário de Felgueiras, como das muitíssimas outras vezes dentro da colaboração mantida com o jornal há muitos anos já, cuja publicação desta vez não chegou a ser…

Ora, na preparação e investigação para o artigo, como é normal, procurei informar-me melhor, além do que já sabia, com o conhecimento de outras pessoas, com conhecimentos de causa, no caso. Pessoas essas que naturalmente ficaram à espera da publicação e foram ficando admiradas com a demora e esquecimento, por fim. Mas nem tudo foi em vão, pois também consegui uma fotografia dele, através de pessoa amiga, por meio de um quadro emoldurado que existiu numa das suas instalações comerciais. E a foto, como não havia outra, serviu para outros fins ainda.

Com efeito, sabendo-se que no livro comemorativo do centenário dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras não foi publicada qualquer foto dele, do sr. Teófilo que durante cerca de nove anos foi Comandante da mesma corporação (como consta no referido volume historiador) e verificando-se que na galeria de fotografias de pessoas gradas da instituição não existe também qualquer quadro com foto sua, surgiu uma ideia num artista felgueirense, que por acaso é figura pública de grande relevo na história da mesma associação e também pintor artístico.

Eis então, com a foto que consegui para o artigo e entretanto foi aqui também publicada, que ele me solicitou em devido tempo e com muito gosto lhe enviei, o senhor Francisco Estebainha pintou um retrato do antigo Comandante dos Bombeiros de Felgueiras, sr. Alfredo Teófilo de Castro Leal de Faria, para ficar na galeria de honra dos Comandantes, no respetivo espaço nobre do quartel recentemente remodelado, cujas obras tiveram inauguração recente, após obras de ampliação.

A pintura, como o autor do quadro afirma, «foi muito difícil de efetuar, pois não sei como era a personalidade dele, e isso tem muita influência», mas acabou por ficar perfeita, através da imagem possibilitada em ressalto do que viu pela fotografia em apreço.

Este é, pois, o louvável trabalho feito por Francisco Estebainha e, como ele me diz, vai para os Bombeiros! Uma bela pintura, digna da memória desse grande bairrista felgueirense que foi o sr. Teófilo Leal de Faria.

Armando Pinto

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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Lembrança ao sr. Teófilo Faria, um dos esquecidos felgueirenses… E algo mais!

A memória, na capacidade de armazenar e recuperar, quão saudável dom de saber guardar algo digno de preservação, é algo que nem todos sabem apreciar, nem tem lugar em todos os lugares. 

Como no reforço duma edificação antiga é mister resgatar a pedra de fecho, pedra angular que fortalece uma estrutura nas construções clássicas, também na história tem de se fortificar o que resiste na memória, salvaguardando verdades. Tal como quando há conhecimento de alguém de mérito a quem não está a ser dado devido valor, andando a ser posto de fora da memorização coletiva, urge resgatar sua vida e obra, a bem dos valores e bons costumes, por mais que não convenha a algo ou alguém, olhando ao merecimento publico.

Com essa ideia, foi escrito mais um artigo destinado à até aqui colaboração pessoal e gratuita no jornal Semanário de Felgueiras (desde 1996, até agora). Texto esse enviado em finais de julho mas que incompreensivelmente não tem sido publicado, estando-se já em começos do outono. Sem se saber porquê, mas podendo colocar-se diversas hipóteses, se haverá censura por algum dos motivos porque o mesmo bairrista felgueirense tem sido esquecido…

Assim sendo, o mesmo é agora aqui dado à estampa, esse que seria um “Artigo para o Semanário de Felgueiras”:  

Teófilo Leal de Faria (1911-1977)

Felgueiras é terra de muitas histórias, umas de conhecimento geral, outras nem tanto. Algo que vai refletindo essência memorial de sua mística, apesar de por vezes haver certo esquecimento misturado. Sendo contudo terra de coisas boas feitas pela comunidade. Na linha que há terras à imagem de sua gente e são as pessoas que fazem as terras, afinal.

Ora, em tempos a sede do concelho era uma vila deveras reduzida em tamanho urbano, quase até à chegada do 25 de Abril, como se costuma balizar às épocas de antanho. Tanto que pelos idos anos sessenta, por exemplo, a chamada estrada para Guimarães era praticamente rural, beirada por campos ainda de cultivo, à saída do centro da então vila. E foi a partir que nasceu o posto de abastecimento, vulgo bombas de gasolina, que a sede do concelho começou a crescer para esse lado, por assim dizer. De forma que ao tempo a rua era conhecida por reta da Sacor. Tendo sido esse um dos meios com que um felgueirense de visão pensou e concretizou dotar a sua terra. Esse senhor dava pelo nome de Teófilo Leal Faria, um felgueirense dos bons, que muito fez por Felgueiras, mas que estranhamente tem estado algo olvidado na memória coletiva.

Oriundo de família de pergaminhos, era contudo modesto por feitio e passava discreto. Mesmo desempenhando papel relevante na sociedade, pois, quando havia ainda pouca indústria, ele fundou fábricas e negócios que depois tiveram continuação através de seus colaboradores. Além de ter sido, como foi durante quase uma década, comandante dos Bombeiros de Felgueiras. Porém, assim como no livro das Pedras de Armas de Felgueiras não consta seu nome entre os membros da sua família, também no volume comemorativo dos Bombeiros não aparece foto sua, a identificá-lo à posteridade para lá de referência de ter sido «dos mais dinâmicos e empreendedores obreiros da construção do novo quartel» (inaugurado em 1970).

Alfredo Teófilo de Castro Leal de Faria, de seu nome completo, era o segundo filho do Dr. José Leal de Faria, nome da história felgueirense como presidente da Câmara Municipal durante muitos anos. Sendo mais conhecido também por seu segundo nome (talvez para diferenciação com seu tio padrinho, com mesmo primeiro nome). Nascido no Porto, a 8/4/1911, por mero acaso de estada episódica de seus pais na Invicta (como consta no registo de batismo), Teófilo foi batizado na igreja de Margaride e viveu sempre em Felgueiras. Descendia do Conde da Graceira (Viscondado da casa desse nome, de Avintes, em vida do titular e após renovação extinto). Tendo seu pai vindo para Felgueiras por casamento, embora antes e durante algum tempo residisse no Porto, motivo do filho mais velho ser nado e criado da capital do Norte, mas ele, segundo filho, apenas não nasceu em Felgueiras acidentalmente, como o pároco local fez questão de registar, visto à época já a família residir em Felgueiras. E cá acabou por ficar para sempre. Bem conhecido por seu carro, um Fiat 1500 cinzento, de tal modelo produzido pelos anos 50, que rolou muitos e bons anos mais. Enquanto, com sua mãe, era rosto familiar da vetusta Casa de Santa Ovaia, ligada ao antigo Conde de Felgueiras e outros ramos fidalgos. Segundo uma notícia inserta n’ O Jornal de Felgueiras, chegou a cursar Direito, conforme certifica esse periódico em 1933, anunciando ter então concluído o 1º ano jurídico. Porém, em vez de ficar académico, como ali era referenciado, dedicou-se ao setor industrial e comercial, em prol de Felgueiras e com sucesso empresarial. Sendo o fundador da fábrica de calçado SIC original, além de ter colaborado nos inícios da Marfel, bem como criou o posto de abastecimento SACOR (atual GALP). Algo que naquele tempo mereceu ampla reportagem também n’ O Jornal de Felgueiras, em março de 1966, narrando cerimonial devido e presenças honrosas nesse importante momento da vida local. Tal qual continuou o nome SIC com o estabelecimento de material elétrico, mais tarde passado a colaboradores (casa depois conhecida por Sic do sr. Nelson). De permeio foi Comandante dos Bombeiros Voluntários, missão desempenhada entre 1960 a 1969, em cujo mandato foi erguido o quartel novo. Enquanto socialmente era muito amigo dos pobres, inclusive dando guarida e comida a necessitados em sua própria casa – como foi lembrado à sua morte, num elogio fúnebre no Notícias de Felgueiras, louvando as qualidades do senhor “Teófinho”, como popularmente era conhecido e ali ficou recordado.

Falecido a 16 de dezembro de 1977, na sua residência, com 66 anos, teve no dia seguinte funeral com grande acompanhamento e presença de todo o corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras. E no coração do povo ficou como um homem bom, amigo de ajudar e grande empreendedor. Merecedor de estima histórica também, para lá de seu nome constar num arruamento. Como por este modo singelo se procura perpetuar, por quanto o passado se entrelaça com o presente no desfiar de histórias e memórias chegadas de outros tempos.

ARMANDO PINTO


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

FC Felgueiras na Seleção Regional do Vale do Sousa em Setembro de 1935


Foi em setembro, corria o ano de 1935, já com o futebol implantado na região entre margens dos cursos do rio Sousa, e no país havendo inclusive a realização do Campeonato Nacional maior, que teve lugar um jogo entre uma Seleção Regional do Vale do Sousa com o Campeão Nacional FC Porto. Havendo também o FC Felgueiras, ainda de existência recente (pois que havia sido fundado em 1932 como é sabido) estado ali representado com dois jogadores, o seu capitão e fundador Verdial Moura, conhecido popularmente por Abílio (por ser filho de Abílio Moura), e também pelo seu colega Jacinto, que acabou por ser o autor do único golo da seleção regional contra os golos do Campeão Nacional. E por conseguinte sendo daquele jogador felgueirense o único golo nessa tarde marcado ao guarda-redes da Seleção Nacional Soares dos Reis. 


Esse jogo, a 8 de setembro de 1935, um domingo, aconteceu na inauguração do campo de jogos do Lagoense, equipa ao tempo existente em Lagoas, no concelho de Lousada. Daí que pela proximidade com Penafiel, donde era natural o guarda-redes titular da equipa portista, Manuel Soares dos Reis, tenha ajudado a essa realização. 


A Seleção sousã foi formada com atletas do FC Lagoense, Lousada FC, FC Felgueiras, Lixa, Amarante, SC Penafiel, União de Paredes, SC Pacense (Paços de Ferreira) e Onze Unidos de Freamunde. Como se vê pelos nomes das equipas, ainda não existiam alguns clubes atuais dos concelhos vizinhos, mas seus antecessores.


Pelos jornais da época, nomeadamente por notícias do Jornal de Lousada de 1935 e 1936 sabe-se de tal ocorrência ao pormenor. Dos quais se juntam recortes, como exemplo, a juntar a um esclarecedor texto que faz parte dum dos capítulos do volumoso livro “UMA HISTÓRIA DO DESPORTO EM LOUSADA”, da autoria do historiador Professor Luís Ângelo Fernandes. 


Complementando-se ainda mais o tema com recortes do arquivo pessoal do próprio guarda-redes campeão e internacional do FC Porto, Soares dos Reis (por amável envio ao autor, através de seu sobrinho sr. Neca Soares dos Reis). Sendo de anotar que, pela proximidade das localidades, houve confusão na notícia do jornal O Norte Despostivo da época, atrubuindo Lagoas à área de Penafiel (sabendo-se que é da freguesia de Nevogilde, do concelho de Lousada), sita nas extremas com os concelhos de Penafiel e Paredes.


O caso dessa notícia d’ O Norte Desportivo ter ficado incompleta e remeter para a edição seguinte tem explicação porque esse jornal desportivo portuense era publicado aos domingos ao final da tarde, com notícias de última hora e relatos de jogos do fim-de-semana em questão, desenvolvendo melhor tudo depois na edição que saía a meio da semana, às quintas-feiras. Enquanto as crónicas da imprensa regional naturalmente puxavam algumas dicas ao interesse local.

Esteve pois Felgueiras, assim, num importante momento da região, através de dois jogadores do FC Felgueiras e também um do Lixa. Nessa ocorrência em que uma localidade fora das cabeças dos concelhos foi ponto de encontro. Numa tal tarde domingueira do mês de setembro do distante ano de 1935. Algo que nesta época das vindimas se colhe como cacho de curiosidades de interesse à memória coletiva. 

Armando Pinto
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sábado, 12 de setembro de 2020

Coisas corridas por gosto…


Num jornal concelhio, inicialmente semanal e mais tarde passado a três vezes por mês, com trinta anos de vida já ultrapassados, no qual em 24 anos de colaboração, ao longo de muitas semanas, ter contribuído com 456 artigos, tem que se lhe diga… como se diz.

Armando Pinto


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

“Coisas” que nos “dizem” alguma coisa…!

 


Na ideia que tudo tem razão de ser, senão para uns pelo menos para outros, porque há que valorizar o que nos remete a coisas que nos ligam a nossos maiores e ente queridos antepassados, quer individual como coletivamente… e porque também sem memória não há futuro de jeito… apetece desta vez deixar uma vista de olhos por algo que diz alguma coisa a quem dá valor ao que deve ter valor, de algum modo visível, ainda.



“Coisas” que nos “dizem” alguma e muita coisa…!

Armando Pinto

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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Felgueiras é início da 3ª Etapa da Volta a Portugal em Bicicleta de 2020


Inicia-se no próximo dia 27 de setembro a Volta a Portugal em Bicicleta deste ano, a tradicional corrida Grandíssima Portuguesa que vai até 5 de Outubro. Desta feita com atraso, devido às restrições sociais que atrasaram a vida mundial, por assim dizer, como tantas outras realizações que foram sendo adiadas (embora nem todas, como se sabe…). Em cujo percurso Felgueiras está presente. Sendo já no próximo dia 30 de setembro, quarta-feira última deste mês de entrada do Outono, que Felgueiras será ponto de partida e território com diversos outros sítios de passagem, ao início da 3ª etapa.

Então Felgueiras recebe a partida da 3ª etapa da Volta a Portugal em Bicicleta, que ligará Felgueiras a Viseu. Serão 171,9 km desde a terra do pão-de-ló, passando nos Carvalhinhos, lugar de naturalidade do histórico ciclista Artur Coelho, que em diversos anos e por diversas vezes foi Camisola Amarela na Volta a Portugal, nas suas participações entre 1955 até 1961, como está referenciado no livro sobre os "Ciclistas e Felgueiras"); depois pela Forca (Varziela) onde mora um também antigo ciclista que outrora correu a Volta a Portugal em dois anos consecutivos, 1961 e 1962 (Joaquim Luís Costa, biografado por isso mesmo no livro “Ciclistas de Felgueiras”); seguindo para a Longra (terra do autor do referido livro e inclusive deste blogue), rumando seguidamente em direção a Caíde e todo o percurso até às terras de Viriato.

Pormenorizando, no que concerne ao interesse felgueirense: A partida simbólica terá o seu início na cidade de Felgueiras, na Avenida da Liberdade, às 12 h 50. O percurso será o seguinte:

Avenida da Liberdade, à esquerda para Avenida Dr. Leonardo Coimbra, à direita e esquerda para Praça da República, à esquerda para Câmara Municipal de Felgueiras, à esquerda para Praça da República, à direita para Av. Agostinho Ribeiro, rotunda à esquerda (sentido para Barrosas), passando nos Carvalhinhos, depois Rua Padre José Peixoto Dias, Rotunda à esquerda para Ecocentro, Rotunda em frente para Felgueiras centro, Av. da Liberdade, passagem na Partida, à direita para Av. Dr. Leonardo Coimbra, rotunda em frente para Lousada, (Estrada Nacional) N 207. Depois a partida real ocorrerá às 13 h 00, na N 207 (junto ao cruzamento para a Refontoura-Eirado-Coto; precisamente junto à casa do antigo ciclista Joaquim Luís Costa). A caravana segue para a Longra e daí depois para Caíde.

Recorde-se o itinerário da Volta:

🇵🇹 Volta a Portugal 2020
⏱ Prólogo: Fafe - Fafe, 7 km (CRI)
⛰ 1.ª Etapa: Montalegre - Santa Luzia (Viana do Castelo), 180 km
🏔 2.ª Etapa: Paredes - Sr.ª da Graça (Mondim de Basto), 167 km
🚴‍♂️ 3.ª Etapa: Felgueiras - Viseu, 171,9 km
🏔 4.ª Etapa: Guarda - Torre (Covilhã), 148 km
🚴‍♂️ 5.ª Etapa: Oliveira do Hospital - Águeda, 176,3 km
🚴‍♂️ 6.ª Etapa: Caldas da Rainha - Torres Vedras, 155 km
⛰ 7.ª Etapa: Loures - Setúbal, 161 km
⏱ 8.ª Etapa: Lisboa - Lisboa, 17,7 km (CRI)
Armando Pinto

sábado, 5 de setembro de 2020

Falecimento de Alberto Pimenta (1939/2020) - histórico jogador do FC Felgueiras

Faleceu o “Pimenta do Felgueiras”, como era em tempos conhecido esse que foi um valoroso futebolista de carisma do futebol felgueirense. Jogador da equipa do tempo da primeira subida de divisão do clube e depois de imediato também, no ano seguinte, do primeiro título de campeão distrital da equipa do FC Felgueiras. O Pimentinha que era um nome icónico do mundo da bola felgueirista, ao lado duns Sabú, Caiçara e outros dessas eras de futebol romântico em que os felgueirenses iam à bola como quem come a sobremesa, nos domingos a seguir ao almoço domingueiro.

Ora, fruto da retoma que o clube de futebol mais representativo do concelho tem estado a ter, sendo já tradicional o encerramento de cada época ser assinalado com festivo reconhecimento público, a quarta edição da Gala do FC Felgueiras teve um momento especial, com tributo dedicado ao Pimenta na IV Gala Azul Grenã. Tendo aí, além das atribuições relativas ao trabalho anual de atletas e colaboradores, havido distinção a dois nomes do passado, o antigo jogador e histórico capitão de equipa Pimenta e um antigo presidente Álvaro Costa. Sobre os quais em registo memorial dedicamos um artigo no Semanário de Felgueiras, por esse tempo. Cuja nota biográfica recordamos, aqui e agora.

Alberto Fernando Pereira Pimenta - Nascido em Resende, a 08 de Novembro de 1939. Oriundo da zona das cerejas e das paisagens durienses que se vêm ao passar o comboio da Linha do Douro, Alberto Pimenta veio jovem para Felgueiras, em 1963, para jogar no FC Felgueiras. Na sua área de residência trabalhara num cartório notarial e em Felgueiras teve emprego como escriturário também. Tendo-se de imediato empregado numa empresa industrial de grande dimensão desse tempo, a Metalúrgica da Longra, em cuja fábrica passou a ser elemento apreciado. Enraizando-se progressivamente na área do concelho, enquanto o seu estatuto de futebolista levava a que popularmente fosse conhecido por Pimentinha. Esteve depois nos primeiros grandes momentos do futebol felgueirense, integrante como foi da equipa da primeira subida de divisão, quando o FCF passou da antiga 3ª para a 2ª Divisão Distrital, em 1964/65. Com a consumação da vitória na finalíssima disputada a 8 de Julho de 1965 em Amarante, diante do FC Lixa, através dum bis de Sabú. 

Dias depois Pimenta casou-se, consorciando-se com a sua companheira de namoro, em Marco de Canavezes, como ficou até registado na reportagem do Noticias de Felgueiras reportando à celebração da subida do Felgueiras. 

Na época imediata voltou a estar em seguinte grande momento, como elemento preponderante, junto com Caiçara e outros, que concretizou nova subida de divisão, então da 2ª à 1ª Distrital. Tendo então, em 1965/66, o clube também sido Campeão da 2ª Distrital, e como tal Pimenta recebeu a respetiva faixa de campeão. 

Após isso Pimenta esteve noutros grandes momentos da equipa azul-grenã. 

E, culminando sua carreira ao serviço do Felgueiras entre 1963 a 1974, após ter abandonado a atividade de jogador enveredou pela colaboração ao clube nas funções de treinador de camadas jovens. 

Aquando da subida de divisão do Felgueiras aos Nacionais, época em que o FC Felgueiras foi Campeão Distrital da AFP e ascendeu automaticamente à então 3ª Divisão Nacional, era o Secretário do clube, exercendo nesse cargo funções de dirigente. Depois esteve como membro diretivo do Departamento de futebol e sempre que possível foi colaborando em diversas atividades do clube. 

Tendo, por fim, em 2019, sido homenageado pelo FC Felgueiras na IV Gala Azul-Grenã.

Faleceu aos 80 anos, no Hospital de Penafiel, este sábado dia 5. Indo a sepultar domingo, dia 6, no Cemitério Municipal de Resende, após cerimónias em Felgueiras, conforme está divulgado publicamente.

Armando Pinto 

- cinco de setembro de 2020

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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Personagens Felgueirenses de outros tempos

Um momento de convívio, em repasto festivo, com pessoas do quotidiano felgueirense pelos idos anos sessentas. Vendo-se, a partir do lado esquerdo: Dr. José Machado de Matos, Dr. José de Castro Leal de Faria, seu filho Dr. António Leal Faria, Representante da GNR local, Padre Jorge Martins (pároco do Unhão), alguém que não reconheço, (depois) Alexandre Sampaio (Osório da Longra) e António Gonçalves (ao tempo técnico de eletricidade da Câmara Municipal).

Armando Pinto

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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

A propósito da tradicional Feira das Cebolas nas Vitórias da Lixa

 

Este ano, devido à pandemia, não tem sido possível realizar festas populares (salvo quando se intrometem interesses políticos ao nível dos manda chuvas do país…). E assim, infelizmente, irá suceder com a tão tradicional Festa das Vitórias, na Lixa, que terá apenas algumas iniciativas quase virtuais, a marcar território habitual.

Ora, essa festa tem sempre associada a feira das cebolas, como é mais conhecida. Ocorrência que está devidamente historiada em literatura própria (e neste blogue já teve referências em anos anterires).

Assinalando agora apenas a ocasião, como tal, aqui se recorda o facto com a lembrança duma publicação feita no ano 2000, em que entrou também um artigo do autor, por amável pedido dum amigo das lides jornalísticas da imprensa concelhia. Da qual se junta imagem da capa.

Na oportunidade, em enquadramento, refira.se que na Lixa há semanalmente a feira usual e anualmente mais algumas, como se sabe e também se pode rebuscar noutras produções (com excertos do trabalho “Feiras no Concelho de Felgueiras” em tempos publicado no jornal Semanário de Felgueiras; e com ajustes, para inclusão, estará no idealizado livro sobre curiosidades do concelho de Felgueiras, em espera por melhores dias…):

«…Nesta área sobreviveram velhas tradições em primitivas feições nalgumas feiras onde o povo folgava…

…igualmente a da Lixa, que pelo menos se fazia (segundo o Dr. Eduardo Freitas na sua monografia “Felgerias Rubeas” «já em começo do século passado» (XIX); havendo quem refira até uma data, de 1726, em que já existiria (segundo referência surgida no Cortejo Histórico de Felgueiras de 2004); a qual, conforme Carlos Coelho escreveu, «realizava-se num largo, da Povoação da Lixa, pertencente à casa do Terreiro, com autorização dos seus proprietários».

No presente, mantêm-se apenas no concelho, como feiras regulares, a semanal Feira de Felgueiras, às segundas-feiras de manhã, mais a congénere da Lixa às terças. Além de (depois que desapareceu a Feira Tradicional da Longra, após a criação da união de freguesias vigente na região) haver ainda anualmente a Feira dos 23 de Abril em Várzea, e na Lixa a Feira das Oitavas nas segundas-feiras de Páscoa, tal qual nos primeiros Domingo e Segunda-feira de Setembro a Festa das Vitórias da Lixa, mais sua tradicional Feira das Uvas e das Cebolas. »

Armando Pinto

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