Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 14 de janeiro de 2024

Saudade... Na lembrança de 36 anos do falecimento de minha mãe!

  

Matilde da Costa

(27/06/1915 – 15/01/1988)

Saudade é algo que não se explica nem define, sente-se. Assim, sem mais, especialmente. Havendo uma frase curiosa que acaba por ilustrar essa sensação, qual é da saudade ser um sentimento que “quando não cabe no coração escorre pelos olhos”, podendo então dizer-se que pulsa também através das lágrimas dos pensamentos derivados das recordações. Algo que, como popularmente se dizia, para atenuar se espalhava. Quão é, enfim, o sentido da evocação que aqui se expande, espalhando de cá de dentro… esta saudade que continua, sempre.

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Já foi há 36 anos, na sexta-feira de meio do primeiro mês de 1988, o falecimento de minha Mãe. Tendo eu estado com ela ainda viva na noite de quinta para aquela sexta-feira, até perto da meia noite do dia 14, enquanto depois minha irmã lá permaneceu dentro, como acompanhante no seu quarto particular no Hospital Agostinho Ribeiro, em Felgueiras. Falecendo depois, às duas horas do dia 15. Há 36 anos. Mas ela continua bem presente em espírito no nosso coração e em nossos pensamentos e momentos

Faz agora 36 anos, em 2024, que faleceu então a 15 de janeiro de 1988, às 2 horas da noite do início desse dia, no Hospital de Felgueiras e pouco depois trazida para casa, onde ficou pela última vez seu corpo até ao dia seguinte.


O tempo voa, correndo depressa depois de vivido, como de outro modo voa o pensamento, no sentido de pairar e transportar a recordação, trazendo imagens e sensações. Voando nas asas do pensamento, desta vez, a saudade de minha mãe, até pousar aqui em mim, e nestas letras que escrevo em sua memória, num voo de afeto, passados já trinta e seis anos de seu desaparecimento. Mais parecendo que foi ainda há pouco, e ao mesmo tempo uma eternidade.


Foi então a 15 de Janeiro de 1988, há trinta e seis anos, cuja ocasião não mais esquece e continua presente em tudo o que permanece dessa data e desses dias. Fazendo ainda pousar no ramo de minha memória o voo da lembrança, desde os tempos em que comecei a andar agarrado a ela, mais a tê-la sempre comigo, tanto sua presença esteve a meu lado no ensinamento das primeiras orações, me levou à escola quando eu ainda nem fazia ideia de como teria interesse saber ler e escrever, quão estava em meu aperto de peito quando menino ainda saí de casa bem cedo e tive de deixar atrás a minha terra para ir estudar longe, como teve um dia feliz no meu casamento, esteve junto a mim logo após o nascimento de meus filhos. De jeito que recordo minha Mãezinha agora – tendo ainda comigo sua imagem na retina dos olhos e coração. Incluindo, entre outros casos, também recordações físicas, como o catecismo de sua Comunhão Solene, de cujo frontispício interior junto imagem, bem como dois "santinhos" (pagelas) de recordação e estimação pessoal, nesta rememoração evocativa. Lembrando-a agora e sempre, porque gosto e gostarei sempre muito dela!

Nascida a 27 de junho de 1915, em Janarde-Rande, em cuja freguesia casou com meu pai na igreja paroquial de S. Tiago Maior de Rande em maio de 1940, residindo depois sempre na então povoação da Longra, faleceu pelas 2 horas da noite de 15 de janeiro e na igreja paroquial de Rande em que foi batizada e casou veio a ter as cerimónias de despedida, com missa de corpo presente e encomendação, no dia 16. Ficando por fim sepultada no Cemitério Paroquial de Rande, mas continuando bem presente no íntimo de quantos a amamos.

Até sempre!

Armando Pinto