Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 25 de julho de 2025

No Dia de São Tiago – 25 anos da publicação do livro sobre a Festa de Rande em honra do Padroeiro S. Tiago Maior: “EVOCAÇÕES DA FESTA PAROQUIAL DE S. TIAGO DE RANDE”!

 

Festeja-se a 25 de JULHO o DIA DE SÃO TIAGO, dia do Padroeiro da Paróquia de S. Tiago de Rande, terra que também faz parte do concelho de Felgueiras, e para constar sempre será de lembrar ser integrante da Vigararia de Felgueiras e Diocese do Porto, em termos religiosos; e civilmente se insere na região de Entre Douro e Minho, da Comunidade do Tâmega e Sousa, no Distrito do Porto. Sendo este o dia da antiga Festa Paroquial de Rande, que em tempos idos era abrilhantada pela Comunhão Solene das Crianças de Rande e Sernande, atraindo muitos conterrâneos residentes pelo mundo além, que aproveitavam a ocasião para visitar a terra natal e seus familiares, amigos e conhecidos. Dia de Festa atualmente que é feita por vezes, nos moldes atuais de teor popular, nuns anos com brilhantismo social e noutros circunscrevendo-se ao programa religioso. Vindo a propósito do dia e de todas essas lembranças advindas, o facto de agora em 2025 passar 25 anos da publicação de um livro sobre a mesma festividade, o pequeno livro “EVOCAÇÕES DA FESTA PAROQUIAL DE S. TIAGO DE RANDE”, publicado em JULHO DE 2000, a pedido da Comissão da Festa do ano 2000, da autoria do autor deste blogue.  

Armando Pinto

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domingo, 20 de julho de 2025

Diáspora Luso-Fel-Brasileira: De terras portuguesas do concelho de Felgueiras até ao Brasil!

 

Diáspora Luso-Fel-Brasileira

Na linha de apontamentos de ligação conterrânea, em acrescento a anteriores apontamentos, é vez no merecimento memorando de expandir algo mais sobre a expansão felgueirense, na afinuidade felgariana com a descendência Lusa oriunda de terras do concelho de Felgueiras. Que agora para aqui transpomos e partilhamos, em homenagem ao peito conterrâneo que ao longe respirou criando veias sanguíneas. Entre diversos exemplares, no meio de tantos casos, dos que patenteiam virtudes meritórias da comunidade Felgueirense, ao longo dos anos ramificada por diferentes pontos do mundo, dispersamente aglutinada na referência de apoio identificativo da proveniência. 

Tudo isso se liga a uma espécie de diáspora (à letra a figurar dispersão), das gentes desta região que se dispersaram por outras comunidades e continentes. Com particular realce, no caso em apreço, para o referencial brasileiro que, em devido tempo, muito contribuiu para o desenvolvimento da terra-mãe, em tempos de surgimento de importantes dotações, como estradas, por exemplo – estas então longe de alguns transtornos que adviriam em casos de falta de planificação e resultantes prejuízos...

Ora, indo ao tema, desta vez juntando punhado de personagens embrionários do Concelho de Felgueiras, que se distinguiram além-fronteiras e particularmente em terras de Vera Cruz, atente-se no legado memorial que honra o concelho de Felgueiras em ser terra natal de figuras de gesta assinalável. Como foi o percurso curricular de uns quantos empreendedores dignos de menção, de existência distante no tempo entre si mas, em contributo ao desenvolvimento da grei lusófona, unidos pelo denominador comum da origem Felgariana.


Assim, indo por partes, perante Felgueiras, a terra do pau vermelho do Brasil teve e incute forte ligação da parte do peito Sousão Felgueirense. Inicialmente na descoberta, em cujo desembarque participara Nicolau Coelho, personagem que primeiro entrou em Porto Seguro, no Brasil (e está homenageado com um monumento na cidade de Felgueiras). Em seguida continuou a merecer também com um sucessor daquele capitão navegador, sabendo-se que Duarte Coelho, nascido no Porto mas de linha familiar de Sergude-Felgueiras, foi Senhor da Capitania de Pernambuco. Deparando-se depois natural povoamento, ao qual se intrometeu período de invasão estrangeira desse pedaço então integrante de Portugal, em que também houve comparticipação de gente de Felgueiras na colonização brasileira através de António Castelo Branco. Esse fidalgo, de Pombeiro, foi um dos tripulantes da armada de 26 navios, enviados para libertar a Baía da ocupação holandesa, em 1625.

Outro caso, esse porém de cunho algo lendário, ou seja sem pormenores exactos além da transmissão popular, é o que consta na tradição da edificação da primitiva capela do Espírito Santo de Barrosas, do concelho de Felgueiras, estar ligada ao filão brasileiro. Com efeito, sobre a edificação original da actual imponente igreja mosteiral, diz-se haver sido derivada a fortuna feita no Brasil. Construída por promessa de um personagem conhecido por Domingos de França, atendendo à difusão provinda por via oral. Conta-se que ali havia aparecido uma imagem de Cristo Crucificado, descoberta aos olhos de um pastor que apascentava rebanhos naquele alto. Em vista da ocorrência, fosse da forma que foi, o mesmo pastor prometeu construir no local uma capela, mas como não tinha dinheiro para concretizar esse desejo, emigrou para o Brasil e, tendo ganho o bastante, no retorno conseguiu satisfazer o anseio, em 1672, ficando em território do concelho de Felgueiras satisfeito o voto pelo aludido Domingos de França (da freguesia de Santo Estevão de Barrosas, hoje do concelho de Lousada).

Mais tarde, após a independência do Brasil, outro Felgueirense impregnou chancela de sangue Rúbeo pelas mesmas bandas de Santa Cruz, mediante sucesso obtido no Brasil por um emigrado de nome Joaquim Pereira Marinho. Homem que, tendo rumado em demanda do novo país da América do Sul e se fixado além-mar também na antiga capital do Brasil, se destacou na actividade empresarial na Baía, onde possuía imponente mansão, construída em estilo colonial português com característica pintura de azulão. Ele, originário de Vila Cova da Lixa, atingiu então patamar distinto, pois que, além de abastado negociante e proprietário de navios integrantes de rotas comerciais com Portugal, foi 1º conde, visconde e barão, títulos concedidos por D. Luís em 1869, 1874 e 1881, respectivamente, bem como foi agraciado com a Ordem de N.ª S.ª da Conceição. Veio a falecer na Baía em 1887, com 81 anos, tendo a sua residência apalaçada sido transformada em edifício amplo onde passou a funcionar importante hospital da cidade.

De entre as remessas de muitos portugueses, sobretudo nortenhos, da grande debandada luso-expansionista provocada pela emigração para o Brasil no século XIX, como nos anteriores, estiveram naturalmente também muitos mais Felgueirenses, como comprovam resquícios conhecidos através de laços sanguíneos luso-descendentes, de patrícios fixados naquela grande nação irmã; como ainda nas construções edificadas pelos denominados brasileiros de torna viagem, os emigrados que regressaram e, inclusive, contribuíram para o desenvolvimento local, de Felgueiras, na transição do século XIX até às primeiras décadas do século XX.

Entre os que em número elevado se enraizaram na terra de Vera Cruz sabemos, por exemplo, de um caso, entre muitos, de umas famílias Leite Fernandes e Teixeira Leite, de gente oriunda de Jugueiros, onde seus ancestrais possuíam propriedades rústicas, e que foram para o Brasil na segunda metade do século XIX, estabelecendo-se no Rio de Janeiro com comércio de tecidos. Na evolução familiar e temporal, dois dos seus membros, por iniciativa de António Leite Fernandes Carvalhal, junto com um primo de nome António Pereira Pinto Carvalhal, chegaram a possuir importante firma carioca, a Casa Carvalhal, que era ao tempo detentora exclusiva do fornecimento da fazenda caqui para os uniformes do exército brasileiro. Estes informes chegaram-nos por correspondência, em busca e troca de informações, a propósito de pesquisa da sua consanguínea genealogia antepassada, feita pelo Eng.º Carlos Freire Machado, do Rio de Janeiro, descendente desses ramos familiares de origem Felgueirense – o qual tem elaborada uma autêntica cartilha estudiosa de sua árvore genealógica, que muito amplia o fortalecimento historicista das relações Luso-Brasileiras, conforme consta de seu livro “os Freire Machado”, publicado em 2008 (e que ele ofereceu também à Biblioteca Municipal de Felgueiras).


            Relacionado com um estabelecimento de felgueirenses em pleno Brasil, no caso, também, junta-se como ilustração uma imagem apropriada (esta acima), tratando-se duma loja de negócio de um sr. Teixeira da Lixa que foi para o Brasil e por lá ficou com a família à beira, sendo casado com uma filha do sr. Luís Gonçalves da Longra.  

Também se conhece o nome de Francisco Martins Sampaio, oriundo do Unhão, da casa de Moinhos, que deixou marca e importante descendência no Brasil, para onde emigrou e se instalou nos inícios do século XVIII, tendo ganho sucesso como comerciante em Cachoeira, da Baía-Brasil. Ele registou em cartório seus negócios «com moeda corrente e ouro em pó». Demonstrou sua afeição à terra-natal enviando ouro para ornamentar a igreja de S. Salvador do Unhão, onde ele e os seus foram baptizados e seus pais sepultados. O seu percurso, derivado à ligação genealógica, levou inclusive a importantes estudos de uma sua descendente, D. Lygia Sampaio, também pintora de renome na Baía, que escreveu importante memorial das suas raízes familiares em livro intitulado “De Sam Payo a Sampaio”, publicado em 2006. Algo que será relevante na literatura de costado e na historiografia dos laços Luso-Brasileiros. Livro esse que enriquece a Biblioteca Municipal de Felgueiras, oferecido pela autora, no âmbito da memória colectiva da terra e gente Felgueirense.

Por um estudo, de Pedro Wilson Carrano Albuquerque, sobre a “Árvore de Costado de Fábio de Oliveira Barbosa” (relativo aos ancestrais daquele ex-Secretário do Tesouro do Brasil), sabe-se que também nesse cipoal genealógico ficaram laços Felgueirenses, no percurso da correspondente genealogia, atendendo às origens provenientes de seus heptavós. Havendo emigrado para o Brasil um ramo da família de, pelo menos, Domingos Vaz e Luísa Sobreiro, de Borba de Godim da Lixa, e de Álvaro de Sousa e Mariana de Magalhães, de Rande, do concelho de Felgueiras (com a curiosidade de se notar, pelos respectivos registos, que na época em Rande havia um lugar chamado Aldeia de Baixo, onde vivia esse casal no século XVII, em local entretanto deixado de ser assim chamado no decurso dos anos). Tendo essa família, entretanto, se esbracejado por diversos sítios em redor e inclusive aportado em terras brasileiras, com sucesso evidente.

Igualmente, por esses lustros de antanho, Custódio Pereira de Carvalho, de Santão-Felgueiras, emigrou para o Brasil, tendo embarcado em 1790 rumo à terra de que ouvia maravilhas, em busca de desenvolver natural inclinação empresarial. Aí se empregou numa casa comercial de S. Salvador da Baía, depois adquiriu uma casa de comércio, até que comprou uma feitoria para exploração de algodão, dedicando-se posteriormente à exportação algodoeira e de especiarias, criando canais de comércio com Portugal, Espanha e Inglaterra. Após entretanto haver regressado a Portugal e ainda se ter dedicado à política, havendo chegado a ser membro de uma Convenção Adicional entre Portugal e Inglaterra, transferiu-se por fim para a Velha Albion. Em Londres seduziu-se pelo sector alfandegário, onde instalou dois Armazéns Gerais de Alfândega, um na City Londrina e outro em Liverpool, com que colheu grande honra internacional. Tendo-se entregado ainda a escrever, publicou em jornais sobre suas ideias comerciais e ideais políticos. Salientou-se sobremaneira na faceta de benemerência humanitária e de criador de algumas escolas públicas, em diversas freguesias do concelho de Felgueiras e de concelhos vizinhos. Veio a falecer em Londres, corria o ano de 1854, sendo seu corpo trasladado no ano seguinte para a sua terra natal (no ano em que seu sobrinho, Rebelo de Carvalho, como Deputado às Cortes e Par do Reino, contribuiu para a criação da Comarca de Felgueiras).

Distingiu-se deveras, por outro lado, Hemetério José Pereira Guimarães, de Varziela, o qual, emigrado e instalado no Brasil, exerceu em duas localidades o lugar de vice-cônsul de Portugal. Antes de regressar a Felgueiras, em 1883, onde depois desempenhou cargos municipais e foi mesário da Confraria de Pedra Maria, vindo a falecer em 1899.

Ainda no século XIX partiu para o Brasil José Pereira Nobre, natural de Borba da Lixa, o qual, depois de anos de trabalho, amealhou pecúlio que lhe valeu rendimentos apreciáveis no regresso, com que custeou uma das mais belas instruções vertidas em livro... Pois, após o retorno endinheirado, tendo ainda vivido na Lixa depois de casar, com uma senhora de Recesinhos de Penafiel, se fixou por fim na cidade do Porto e aí foi pai do celebrado poeta António Nobre (do “Só, o livro de poesia mais lírico, triste e dos mais belos de Portugal).


Enfileirando em tal escol, entre outros mais exemplos possíveis, merece igualmente realce António Fonseca Moreira, Felgueirense que também no Brasil se projectou no sector comercial, a par com actividade de autor teatral, chegando a ter peças com êxito em salas no Rio de Janeiro. Natural de Sendim, onde viu a luz do dia em 1841, foi sócio de algumas agremiações brasileiras de diversos géneros, entre as quais a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Na manutenção de vínculo pátrio à terra natal, propiciou a criação da casa de teatro de Felgueiras, a que foi dado seu nome, inaugurada em 1921 com uma peça de sua lavra; de permeio com legados deixados ao município e instituições do concelho, como à própria freguesia natal, tendo falecido no Brasil em 1938.


Sensivelmente contemporâneos dessa era, outros ilustres conterrâneos de modo idêntico vincaram amor pátrio ao torrão de berço, no regresso de auspicioso labor em chão brasileiro, como, entre outros mais, uns Agostinho Ribeiro (1848-1916) e Luís de Sousa Teixeira (1846-1938), benfeitores das Misericórdias de Felgueiras e do Unhão (conforme foi já referenciado no nosso “Memorial Histórico...”, anteriormente publicado, no qual o currículo de Luís Teixeira ficou desenvolvido). Agostinho Cândido de Sousa Ribeiro, depois de seu regresso do Brasil, custeou a edificação do então Hospital novo da Misericórdia de Felgueiras, que tem seu nome, deixando depois à mesma Misericórdia sua fortuna, com a condição de ser construído um asilo para crianças desvalidas, a quem foi dado o nome de sua esposa, o actual Lar Maria Viana.


Também na transição desses tempos, partira para o Rio de Janeiro um então jovem recém-formado que frequentara a Universidade de Coimbra e concluíra o curso da Academia Militar de Lisboa, chamado Henrique Pinto Ferreira. Natural de Felgueiras, onde nasceu em 1883, depois de chegar ao Brasil ali se diplomou ainda em Medicina Industrial e Farmacêutica. Tendo-se fixado de seguida em Petrópolis, onde constituiu família, ali veio a descobrir vocação de educador, integrando inicialmente o quadro docente do Colégio Luso-Brasileiro, até que, mais tarde, acabou por instalar em 1927 um colégio seu, o Ginásio Pinto Ferreira. Contudo, mais dado ao mister didáctico que à respectiva gestão administrativa, aquele mestre poucos anos dirigiu por sua conta esse estabelecimento de ensino, tendo-o vendido a um compatriota. Continuou porém a leccionar, tornando-se um admirado professor de Petrópolis, especialista em História Universal e do Brasil, tal como dotado professor de diversas matérias desde o latim, a línguas vivas e matemática, sendo reconhecido como académico efectivo da Academia Petropolitana de Letras e agraciado pela Academia Brasileira com o Prémio de Crítica José Veríssimo. Na mesma terra adoptiva faleceu em 1948 e a cidade homenageou-o com atribuição de seu nome a uma rua do centro histórico de Petrópolis, enquanto amigos, alunos e admiradores lhe erigiram um monumento, perpetuando-lhe publicamente a fisionomia e, sobretudo, sua memória num busto evocativo.

Outro Felgueirense que se elevou em terra brasileira foi José Joaquim Oliveira da Fonseca, na transição do séc. XIX para o XX. Ganhou saliência no Rio de Janeiro, onde se dedicou ao alto comércio e se integrou na vida social carioca-fluminense, fazendo parte do Grémio Republicano Português. Através de frequentes viagens de saudade à sua terra (conforme notícias na imprensa local, sobretudo nos primeiros tempos da I República de Portugal), foi um benemérito na sua terra natal, nomeadamente no âmbito da instrução (nas escolas de Margaride), como também na urbanização de terrenos de sua propriedade no centro da então vila de Felgueiras, algo que levou a ter sido honrado na toponímia da mesma sede do concelho. Onde edificou como sua residência um palacete, conhecido por Casa das Torres (projetado por Luís Gonçalves, da Longra), prédio esse que hoje pertence ao município e alberga diversos meios sociais.

Por essa e outras casas antigas de estilo brasileiro se sabe ainda mais de outros felgueirenses que no Brasil fizeram fortuna e construíram algo depois em Felgueiras.  Como existe a casa do mesmo estilo em frente, do outro lado do cruzamento das ruas, essa construída depois por Henrique Oliveira da Fonseca, irmão do dono das Torres e bairrista que em 1912 custeou o coreto da música que, desde então, dá inspiração romântica na harmonia da cabeça do concelho. Tal como mais abaixo, dentro do centro urbano, há a Casa Vila Baía, mais antiga e com trajeto residencial interessante, num passado que albergou algumas valências culturais de monta. Mandada construir em finais do século XIX por Domingos Pereira Borges, capitalista endinheirado também por seu labor na terra brasileira, em São Paulo, onde habitava quando não estava na sua casa de Felgueiras, que à morte legou a seu amigo Agostinho Ribeiro. Havendo Domingos Borges deixado à Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras alguns bens, e a casa ao seu amigo. Casa essa a que Agostinho Cândido de Sousa Ribeiro deu o nome de Vila Baía, em homenagem à região brasileira onde ele mesmo prosperou sua vida, também. E mansão que o próprio Agostinho Ribeiro depois passou em testamento igualmente à Misericórdia felgueirense. Tendo entretanto ali funcionado a sede do Sindicato Agrícola de Felgueiras, como posteriormente serviu para ensino público do Ciclo Preparatório, tal qual mais tarde acolheu temporariamente função de Biblioteca Municipal.

Ganhou raízes no Brasil, igualmente, um outro Felgueirense dado pelo nome de Alberto Baltazar Portela, natural de Margaride, o qual chegou a ser Dirigente do clube desportivo Vasco da Gama, ficando ligado à vida e história do grande clube brasileiro como célebre Tesoureiro do clube da Cruz de Cristo (em cujas actividades se manteve ligado durante muitos anos, a pontos de ainda em 1959 ter feito parte da lista vencedora às eleições directivas pela facção”Tradição Viscaína”). Enraizado assim no universo brasileiro, manteve e continuou porém, desde o horizonte do Pão de Açúcar, a ter laços afectivos ao torrão natal, patente em acções de apreço manifestadas, graças à situação de sucesso granjeada. De cujo arreigo pátrio resultou que houvesse tido acções filantrópicas, cheias de grata sensibilidade, também para a sua terra, tendo residido na Longra, havendo sido benemérito da antiga Escola Primária da Longra, à qual, por volta da década dos anos trinta (séc. XX), doou diverso mobiliário e outros apetrechos, assim como costumava oferecer muitas prendas às crianças da mesma escola. Derivando disso que, sempre que regressava do Brasil, anualmente, era alvo de calorosa recepção na própria escola. 
De uma dessas ocasiões, se junta uma pose de recordação, de toda a gente da escola com o seu patrono, conforme ficou registado em fotografia de conjunto contando a sua presença – que aqui se revela.


= Baltazar Portela com as crianças, na companhia da professora, da Escola Primária da Longra – na década dos anos 30, do séc. XX.

Foi Baltazar Portela também benfeitor da Associação Pró-Longra, agremiação de desenvolvimento local, integrando a lista dos primeiros beneméritos subscritores de fundos para a sua fundação. Em apreço a todas as suas dádivas bairristas, foi dado seu nome a um dos primitivos campos de basquetebol da Longra, numa das antigas versões do clube local, na década de 40, recinto desportivo então chamado “Campo Baltazar Portela”. E sobre o qual, entretanto, se dedicou neste blogue um artigo desenvolvido, que exalta a sua personalidade histórica.

Já no início do século XX foram para o Brasil uns então jovens saídos da Longra, filhos de um personagem muito respeitado da Longra, o senhor Cardoso da Loja da Ramadinha, Joaquim Cardoso, do Largo da Longra, e sobrinhos segundos de um padre que foi histórico pároco de Rande, à época, o Padre António de Santiago. Tendo esses rapazes emigrado para o Brasil em 1905, oriundos da família Cardoso da Longra, um de nome Avelino, que foi com 13 anos, e seu irmão João, com 11, que rumaram acompanhados de familiares que já lá estavam – sua tia Quitéria, irmã de Joaquim Cardoso, e marido Casimiro. Saídos do porto de Matosinhos e chegados 25 dias depois em viagem de barco até ao porto de Santos, na região metropolitana de São Paulo-Brasil. Crescia assim a família na terra de Vera Cruz, pois seguiram então a sua tia Quitéria Cardoso de Sampaio, que imigrara antes para o Brasil. Dando testemunho uma fotografia, em que, anos depois, com eles já crescidos, ela está no centro da foto com o Avelino à esquerda e seu irmão João à direita, mais uma filha e marido dela ao centro.

Desses Longrinos salientou-se Avelino Cardoso Sampaio como comerciante de grande mérito, tanto que no Brasil prosperou na área metropolitana de São Paulo, em cuja grande cidade paulista teve inicialmente um café, de nome Portuense; bem como ficou bem instalado o irmão, João, que acompanhou Avelino na ida para o Brasil; quão por lá ficaram os dois, fazendo vida de sucesso e continuando a família Cardoso de sua genealogia de Rande-Felgueiras. Com evolução notória, quer no âmbito social como monetariamente. A pontos de Avelino ter sido elemento saliente da Direção do clube de futebol Coríntians (Sport Club Corinthians Paulista), um dos grandes do futebol brasileiro, do qual Avelino Cardoso Sampaio foi histórico Tesoureiro. 

Desse ramo de Avelino Cardoso da Longra derivou uma linha familiar que um seu bisneto, Cassio Cardoso Sampaio, soube transformar em livro com a história da família, dos diversos lados, sob o título “O QUE O SILÊNCIO ESCONDEU Um memorial de cinco séculos de terra, fé e travessias”, que desde este verão de 2025 passa a preservar todo o belo historial de tal linhagem saída do "Peito Ilustre Lusitano" cantado por Camões nos "Lusíadas".

Mais elementos de origem Felgueirense, ao longo de sucessivas gerações, engrossaram a colónia portuguesa no Brasil, quer pela via da emigração como por motivos ideológicos de regime governamental, sendo de destacar, entre radicados no Brasil, também os exilados políticos, como foi o caso dos irmãos General João Maria Sarmento Pimentel (1888-1987), que residiu muitos anos em Rande-Felgueiras, e Coronel Piloto-Aviador Francisco Sarmento Pimentel (1895-1988), este mesmo natural de Rande. Os quais, perseguidos pelo antigo governo portuguès do regime do Estado Novo, depois de feitos heróicos que lhes valeram diversas condecorações portuguesas, muito enobreceram a comunidade lusa em São Paulo. Exilados políticos durante quase meio século, desde 1927 e 1936, respectivamente, radicaram-se nesse chão rico com estatuto conseguido ante conquistada posição, mantendo-se assim na nação acolhedora após a queda da ditadura em Portugal, encontrando-os a nova situação portuguesa, saída do 25 de Abril de 1974, com a sua vida e dos seus bem assente nesse país irmão. Ambos foram membros fundadores da Casa de Portugal de São Paulo-Brasil, na qual João S. Pimentel foi também Presidente na gerência de 1940/41. Tendo a ligação sido tão profunda que, por exemplo, foi dado o nome do mesmo mais velho a um estabelecimento de ensino em território paulista, acontecendo que desde 1989, por promulgação do Governador do Estado de São Paulo, ficou a denominar-se “Escola João Sarmento Pimentel” a «Escola Estadual de primeiro grau Jardim Colonial/Três Marias, Distrito de Itaquara, São Paulo, Capital.»
Os dois irmãos estão homenageados com seus nomes numa avenida e numa rua da cidade de Felgueiras e em duas ruas na freguesia de Rande.

= Os irmãos João e Francisco Sarmento Pimentel, já nos seus últimos anos de vida, em São Paulo, no Brasil.

Marca bem impressa deixou ainda Lucas Teixeira, no Brasil, onde se fixou em Piracicaba-São Paulo, através de carreira no campo da arte de iluminuras e livros de versos. Obra que, na segunda metade do século XX, desenvolveu esse mesmo cidadão português Armando Teixeira. Sobre o qual já foram e estão publicados artigos desenvolvidos neste blogue. 
Natural de Varziela-Felgueiras, usou artisticamente o nome Lucas, com que professara religiosamente esse antigo frade beneditino e posteriormente pseudónimo do mesmo artista secular, que está homenageado com seu nome numa rua da cidade de Felgueiras. Tendo criado raízes no chão brasileiro, como testemunha sua bonita família, que ainda recentemente veio a Felgueiras oferecer à Biblioteca e Arquivo Municipal uma cópia de sua grande obra em iluminuras da Regra de São Bento (cujo orginal  de grande valor está no Brasil). 


Prestigiou igualmente os laços Felgueirenses o cidadão António José da Costa Pereira, nascido na Longra, da freguesia de Rande, e que no Brasil veio a impor sua chancela ao deixar vínculo especial da Longra. Emigrado de Portugal para o Brasil, saiu da Longra com 20 anos, em 1953, depois de ter trabalhado na fábrica Metalúrgica da Longra; e, instalado profissionalmente em Cordeiro, cidade do Estado do Rio de Janeiro, granjeou posição social que lhe permitiu ser benemérito por terras brasileiras, tendo ajudado a construir a Casa Paroquial de Cordeiro e os balneários do campo de futebol local. O seu rasto ficou ainda mais impregnado com a criação de um hotel em Cordeiro, decidindo baptizar esse seu pertence como Hotel Longra, ou seja dando-lhe o nome da saudosa terra que lhe serviu de berço natal, depois continuado por sua filha e família. Felgueirense esse que foi considerado Cidadão Honorário de Cordeiro, tendo aí exercido também as funções de deputado e vogal do PT, Partido político de implantação no Brasil. Mantendo aí seu estatuto bem sucedido, com uma situação familiar digna de registo, tal a bonita prole familiar que abraça seu legado, qual continuidade de seu sangue que sua descendência orgulhosamente perdurará.


~~~ ~* ~ ~~~
Estes são apenas alguns dos exemplos possíveis, de ficarem enumerados neste rol. Quantos mais haverá, por certo, dos quais tão só não nos poderemos deter por falta de notícias, do muito que naturalmente não chega a um mais vasto conhecimento. Mas, mesmo assim, nesta galeria incompleta, dá-se ideia do quanto representou e marca representação para sempre a presença Felgueirense no Brasil, quer dos que regressaram bem abastecidos, como dos que se mantiveram bem posicionados naquela nação talismã. E no Brasil criaram raízes, de rebentos brotados desde o chão Nortenho-português de Felgueiras. Criando lá longe, mas de coração perto, o sentido de Português do mundo.

Em sentido completamente inverso, já em 2003, seguiu para o Brasil a então Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Dr.ª Fátima Felgueiras, nascida no Brasil e residente em Felgueiras, com dupla nacionalidade. A qual protagonizou rocambolesca “estória”, no seguimento do que ficou conhecido como “caso saco azul”; cuja história, mesmo depois do retorno verificado em 2005, e mesmo passados tempos, já aposentada como ficou entretanto, ainda não tem a necessária distância temporal que acontecerá com o passar do tempo.

ARMANDO PINTO


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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Lembrança de (mais) um Longrino de tempos idos: o senhor Francisco – adepto do “Setubre"!

No volume das diversas memórias locais há bom quinhão de pessoas que foram nossas conhecidas, mas entretanto desaparecidas, sobre as quais ficaram réstias de admiração conterrânea, no sentido que converte e torna doce o coração humano. Em acréscimo à memória coletiva, sendo que sem passado não haveria presente nem futuro e a história é memória identificativa.

Vem assim a talhe lembrar, de tantas e diversas pessoas da Longra que conhecemos, desde tempos da infância (na lembrança pessoal do autor destas linhas escritas), desta vez um senhor que conheci e era pai de amigos de meu tempo de escola, além de outros mais velhos, com quem me relacionei sempre muito bem, com toda a família. Vindo a propósito evocar esse senhor por, na linha de artigos anteriores aqui dedicados à antiga “Liga de Rande”, ele também ter pertencido a essa organização célebre que foi a Liga Eucarística dos Homens de Rande. Tal o caso do senhor Francisco Azevedo, que morava no lugar do Montinho da Longra, na encosta por trás do Correio da Longra. O senhor Francisco que na foto de cima posou em foto estival, com seu semblante alegre, junto à esposa. 

Pois, entre a documentação guardada da Liga Eucarística (como está referido num artigo reportando o caso, de me ter sido dado para guardar o acervo da mesma, que um dia quero oferecer à paróquia quando houver um arquivo museológico organizado para exposição pública) consta também um cartão do senhor Francisco. Com seu nome "Francisco de Azevedo”, mais o sítio da residência, Longra. Aparecendo em baixo repetido o apelido familiar, talvez por na época das máquinas de escrever mecânicas ser moroso estar a safar os lapsos. Sendo esse cartão, que resistiu ao tempo, do ano de 1967. Contendo no verso os respetivos carimbos de sua frequência mensal à comunhão, como fazia parte das atribuições do grupo.

O senhor Francisco, Francisco de Azevedo, nascido no dia 1 de Novembro de 1914 em Torrados, no lugar de Souto Longal, filho de Joaquim de Azevedo e Leonor Moreira, viera para a Longra, depois que casou com Maria Faria, em 1937. Sendo ela natural de Sernande e ele de Torrados. Passando o casal  a residir na Longra onde ele trabalhva em seu mister artesanal, numa oficina caseira de fazer calçado à mão. E onde criaram sua prole de muitos filhos. Ficando a família com fortes laços entrelaçados na Longra.

= Casal Francisco e Maria Faria com seu filho Anónio, o bairrista sempre referido por enquanto vivo  ter assinalado anualmente o aniversário da Longra com lançamento de bombas-foguetes à hora em que em 2003 houve a aprovação da Vila da Longra... =

Ora o senhor Francisco era um dos antigos personagens locais, entre figuras públicas da ancestral convivência no Largo da Longra. E sobretudo era apreciado por sua simpatia, sempre risonho, embora por vezes olhando para trás a ver se a esposa o não vinha chatear. Sendo ela pessoa de caráter forte e ele um “bom serás”, como se dizia de pessoas para quem tudo estava bem e não queria chatices com ninguém. E sobretudo era conhecido por ser adepto do Setúbal, o “Setubre” como ele dizia, com graça. Sendo simpatizante do clube de futebol Vitória de Setúbal, desde que num ano, em 1965, o Setúbal ganhou a Taça de Portugal, ao derrotar o Benfica por 3-1 na final, contra as expetativas. E tal resultado foi do gosto de muita gente, havendo na Longra muitos portistas e alguns sportinguistas, que naturalmente gostaram do Benfica perder. Enquanto ele achou muita piada ao caso, a ponto de passar a gostar do Setúbal. Algo que não esquece por nesse ano eu e meus colegas de escola primária andarmos em preparação para o exame final da 4.ª Classe e nas esperas pela professora termos acompanhado isso… Tendo esse jogo da final da Taça sido na véspera da prova oral de nosso exame. Numa época em que o Futebol Clube de Felgueiras andava também na disputa do Campeonato Distrital para subir de Divisão (que conseguiria dias depois) e tudo isso andar ao tempo nas conversas das pessoas que paravam no Largo da Longra. Sendo o senhor Francisco um caso à parte, pela sua constante boa disposição e, mais raro, como único adepto na região daquele Vitória de Setúbal do sul do país, o seu “Setubre”!

Como recordar é (re)viver, ilustra-se esta memória com algumas fotos, que até fazem saudade de tanta gente conhecida, que viveu na Longra e perdura nas ternas lembranças locais.

= O senhor Francisco, bem no centro de foto familiar, no casamento de seu filho António e nora Luísa. Numa pose de conjunto com muita gente familiar da Longra desses tempos idos... =

= Pose familiar, com o senhor Francisco e esposa, junto a seu filho António e nora Luísa, mais a sogra do filho, a célebre Quininha que fez partos de muita gente da região... =

O senhor Francisco de Azevedo faleceu na freguesia de Rande, no dia 29 de Novembro de 1977. Descanse em paz!

Armando Pinto

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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Comemoração em Rande dos 25 anos de sacerdócio do Padre Manuel Ferreira – da Ordenação Presbiteral: 2000/2025 !

 

Comemorando a Ordenação Presbiteral do atual pároco, ocorrida a 9 de julho de 2000, foi o aniversário de prata do Padre Manuel Joaquim devidamente assinalado na missa dominical da paróquia de S. Tiago de Rande, coincidente como missa de festa de verão dos idosos, em pleno domingo de missa em Rande mais próximo ao dia do aniversário. Tendo o Padre Manuel, por entre os parabéns com que foi felicitado, recebido também um ramo de flores e uma estola, cuja oferta, com simbologia alusiva, o emocionou.

Em Ano de Jubileu, perfaz então o Padre Manuel Ferreira seu jubileu sacerdotal, também, curiosamente na ligação de sua Ordenação no Ano Santo do Jubileu 2000, neste Ano Santo do Jubileu 2025.  

Como recordação, o aniversariante sr. Padre Manuel ofertou aos paroquianos uma pagela, idêntica à de há 25 anos com o símbolo do Jubileu de 2000, acrescido agora com o de 2025. Contendo legendas no verso alusivas a missas comemorativas de ação de graças nos locais de sua missa nova e solene nas paróquias de seu estágio, onde foi depois coadjutor e na sua terra natal.

Mais uma pagela alusiva a factos marcantes da memória local, no caso, que fica para a coleção de adereços históricos.

Armando Pinto

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domingo, 13 de julho de 2025

35.º Aniversário da Cidade de Felgueiras

 

Passam já 35 anos da elevação da então vila de Felgueiras à categoria de cidade. Facto acontecido naquele distante dia de sexta-feira 13 de julho de 1990 em que, após aprovada na Assembleia da República a proposta, quase ao final do dia chegou o devido conhecimento através de notícia difundida pela Rádio Felgueiras. Cujo processo tivera uma inicial proposta dois anos antes, acabando então em 1990 por ser conseguida a aprovação. 

Passam  agora 35 anos, neste domingo de 2025, desde que Felgueiras, a antiga vila e atual cidade  sede do concelho, foi oficialmente elevada ao estatuto de cidade. 


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Neste dia 13 de julho, a cidade de Felgueiras celebra o seu 35º aniversário. Assinalando solenemente a efeméride pela manhã houve a cerimónia do hastear das bandeiras, em frente ao edifício dos Paços do Concelho. E com as individualidades autárquicas perfiladas, junto com outros intervenientes na cerimónia, foi cantado e tocado o hino nacional, respetivamente pelo Coro Infantil do Conservatório das Artes de Felgueiras e pela Banda de Música de Felgueiras, sob ambiente duma coreografia executada por jovens da Academia de Dança Clarisse.



As comemorações prosseguem com mais alguns números do programa, incluindo o descerramento de uma estrutura permanente com as letras FELGUEIRAS, «um elemento identitário que permitirá a todos espalharem o nome do concelho de Felgueiras pelo mundo.» Em cerimónia de apresentação com a coreografia da JenniStudio. Havendo mais tarde na Praça Dr. Machado de Matos, onde está a decorrer a Praça das Artes, consertos devidamente anunciados no cartaz da comemoração. 

ARMANDO PINTO

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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Bodas de Prata (25 anos) da Ordenação do sr. Padre Manuel Ferreira

A 9 de julho do ano 2000 realizou-se no Porto a Ordenação Presbiteral do Sr. Padre Manuel Joaquim da Costa Ferreira. Faz então agora, a 9 de julho de 2025, 25 anos de Sacerdócio o “nosso Padre Manuel”, pároco de Rande e Sernande desde o ano imediato de sua ordenação (assim como da Refontoura, paróquia da qual depois teve dispensa posteriormente) e mais tarde também pároco de Idães e Revinhade.

Celebra-se assim no universo das comunidades de sua paroquialidade a alegria do Evangelho de seu múnus pastoral.


– Parabéns senhor Padre Manuel Ferreira!

Armando Pinto

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sábado, 5 de julho de 2025

Memórias doces de infância…!

 

Todos os anos festejamos mais um aniversário, eu e todos, naturalmente, de alguma coisa de nossa vivência e sobretudo de aniversários de vida. Sendo que há quem não goste de fazer anos, como se diz da passagem de aniversários natalícios, mas eu até gosto, porque é sinal que estou vivo e posso ainda estar com quem e onde gosto de estar. Bem como ainda continuo assim a ter quem aprecie o festejo de meu aniversário, sucessivamente. Sem ser por via de quaisquer prendas, porque a melhor prenda é ter a família, pois que de outras prendas sabem bem melhor as que se conquistaram e vão continuando a conquistar pela vida adiante.

Ora, quanto a aniversários, meus, passados já tantos, e todos com boas sensações, o passarinho da memória pousa seu chilrear das lembranças nos pensamentos de tempos mais recuados, quanto ao que na memória perdura. Vindo ao galho de poiso desse voo memorando, onde ainda se sente a melodia dos mais antigos, os aniversários de infância. Dando para ter um vislumbre, de fisionomia pessoal, dessas eras, pela fotografia junta, visto a foto (um pouco desfocada por ser retirada duma fotografia muito pequenina, como era usual nesse tempo) reportar sensivelmente de quando teria cerca duns 4 anos ou 5 incompletos, dum dia com alguma ligação posterior ao primeiro aniversário festejado, quão me lembro. Isto porque nesse dia, que foi da Comunhão Solene dum meu irmão, veio a nossa casa a madrinha dele para o almoço festivo. Nesse dia mais especial à mesa de nossa casa, por estar então presente a madrinha dele, que era duma casa fidalga de grande afeto de nossa família. Tendo, por via disso, a minha mãe encomendado um bolo, para a sobremesa, doce esse que, feito na casa da D. Heralda, penso ter sido confecionado pela mesma “menina” madrinha de meu irmão, mais por suas irmãs e pela Fininha, senhora de nossa simpatia, também. Ora, como na mesa estiveram só as pessoas grandes, e eu era dos mais pequenos, não estive lá, mas sei que no final, aquando do corte do bolo, também me tocou um bocado, depois. Tratando-se de um rolo, com um creme no meio que me soube pela vida, claro da ainda curta até aí vivida. Cujo cibo que me foi entregue eu saboreei bem, mais a mais por achar pequeno para o que eu queria, contudo com tal apreço que isso foi notado por minha mãe. E depois, passados tempos, quando fiz 6 anos, pela primeira vez foi festejado um aniversário em nossa casa. E então, para isso, a minha mãe foi até à Casa da Quinta para as meninas de lá fazerem um bolo, o bolo dos meus anos. Tendo eu ido com ela e assistido a tudo, como com os olhos da recordação lembro de terem feito o bolo em duas partes, esse redondo, e no meio colocado o creme. Depois enfeitado com velas que me deram a escolher, e eu escolhi azuis. Podiam ser brancas, mas eu claro que preferi azuis. Um lindo bolo assim enfeitado que ao cair da noite, depois dessa tarde quente de inícios de Julho, deu para festejar os meus anos em casa e, sobretudo, ficar a ter essa boa memória doce de minha infância.

Tempos em que não havia filmes nem fotografias da praxe em casas normais, pois bem gostaria hoje de ver isso, para rever minha mãe e meu pai, como eram e foram, quão tenho sempre dentro de mim, mais eu e meus irmãos com as nossas caras desse tempo... Assim, revejo e sinto tudo no filme memorando da saudade!

Armando Pinto

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Evocação dos dias memorandos da elevação da Longra a Vila – desde o próprio dia aos seguintes – os “days after” românticos desse tempo... de 1 a 4 de julho de 2003!

No âmbito da passagem de mais um aniversário da Vila da Longra, e após algumas recordações que já foram visíveis neste espaço, juntam-se agora mais algumas lembranças de recordações visuais e memorandas ainda do dia, como da festa do dia seguinte e ainda da festiva comemoração no início do fim-de-semana seguinte. Bastando ver as imagens, que dispensam legendas, ainda por certo na memória comum das pessoas intervenientes e protagonistas desse tempo.











Armando Pinto

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terça-feira, 1 de julho de 2025

22.º Aniversário da Elevação da Longra a Vila

Faz agora, em 2025, já 22 anos que a Longra foi oficialmente elevada a Vila. Um dia, esse 1 de JULHO, acontecido em 2003, que foi um dos momentos em que mais vibrei, por ser aspiração de alguns anos e por inclusive eu ter tido participação, como autor do texto da proposta que primeiro entrou na Assembleia da República para o efeito – do partido que tomou a iniciativa, como força política da lista da Junta de Freguesia de Rande que estava em exercício, ao tempo. Com a curiosidade de, tempos depois, outras propostas que entraram na AR, de outros partidos, terem copiado partes desse mesmo texto original.

Para recordar o caso basta rever artigos dos anos anteriores, aqui neste blogue, a memorizar a mesma efeméride. Bem como há diverso material guardado em arquivo pessoal.

Ora em 2003 o dia 1 de julho foi à terça-feira… E no dia imediato, na quarta-feira (porque na própria noite da terça apenas houve festada popular nas estradas e no Largo da Longra, por ter sido tardio o regresso da embaixada que esteve na Assembleia em Lisboa) foi então festejado o acontecimento em noitada no Largo, metendo foguetes de iluminação e música gravada, noite dentro. Depois, dias depois, na sexta-feira seguinte, houve célebre festa na sala de espetáculos da Casa do Povo a assinalar a elevação, junto com a apresentação e disponibilidade de um pequeno livro, que escrevi nas horas seguintes até altas horas e mandei imprimir à pressa, a historiar tudo isso, que logo esgotou antes da realização do espetáculo comemorativo.


Entretanto, durante anos a data da elevação, pela tarde correspondente, mesmo à hora em que houve a aprovação (18 horas e 18 minutos...), foi comemorada com lançamento de bombas-foguetes, tantas como o número dos anos que iam passando, por iniciativa de um bairrista que também tinha ido a Lisboa e durante a viagem havia prometido isso, se a Longra fosse aprovada como vila. E assim foi e ele cumpriu – o amigo senhor António Azevedo, entretanto já falecido. Factos e fastos merecedores sempre de lembrança.

Agora, em 2025, a comemoração, nesta terça-feira 1 de julho, terá o seguinte programa:

«Comemorações da elevação de Longra a Vila 

Longra celebra, no dia 1 de julho, o 22 aniversário da elevação a Vila.

Programa:

01-07-2025 - Terça-feira

9:30 - Hastear da Bandeira com o Hino cantado pela Escola de Música Berço da Cultura (Junta de Freguesia de Rande)

19:30 - Arraial com porco no espeto.

- Grupo de Bombos da Casa do Povo

- Atuação Pedro Mota e Andreia Vieira.»

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Passados 22 anos, espera-se que seja desta, como se diz, nos tempos mais próximos, que a Longra tenha de quem de direito tratamento oficial condigno com o seu estatuto de Vila.

Armando Pinto

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