Porque algum dia haverá algo que traga maior justiça às
terras de região do antigo vale do Sousa, com reposição de valências que têm
faltado ao longo de muitos anos e mesmo a passar de um século, enquanto há
muito que é saudosamente lembrado o antigo comboio que passou na zona sousã, é
com surpresa e expetativa que chega notícia relacionada através do Jornal de
Notícias. Dando conta do início do processo com vista à possibilidade de poder ser criada uma linha de comboio a ligar o interior do distrito do Porto,
como os autarcas das Câmaras Municipais desta área distrital têm boa ideia de
tentar conseguir materializar.
Ora, aquando da campanha eleitoral das recentes eleições
autárquicas, o então candidato do movimento felgueirense “Sim Acredita” fez
menção do caso, como aspiração. E quando Nuno Fonseca fez promessa disso no comício realizado
na Longra ficou a pairar no ar se era a sério ou não, incluindo certas dúvidas de
que tal assunto não passasse de mais uma promessa eleitoral, como tantas do
passado. Vindo à lembrança como durante anos, pelos anos oitentas do século XX,
ficou prometida uma escola secundária para a Longra, mais tarde desviada para
outras localidades, e mesmo uma praia fluvial também na Longra que durante anos
deu para os mais variados quadrantes humorísticos, perante os esquecimentos que
se seguiram. Tal como em Felgueiras houve promessas ilustradas com maquete e
tudo sobre a construção do escadório de Santa Quitéria, tratando-se dum
projetado escadario a ligar a cidade de Felgueiras ao santuário da Santa (até
ao cimo da última capela dos passos de Santa Quitéria), ao género do Bom
Jesus e Sameiro de Braga, por exemplo. Tanto que, posteriormente, no cortejo do Carnaval
da Longra, organizado no âmbito da união de freguesias de Pedreira, Rande e
Sernande, apareceu um carro alegórico com glosa sobre o tema do comboio (em figurado, na associação do comboio que passara antes, inaugurado em 1914, e o que fora prometido na campanha ainda recente).
Só que, no caso da linha férrea em equação, afinal parece
que o comboio pode ter mesmo possibilidades de andar. O que seria ótimo e com
anos de atraso era a melhor maneira de comemorar a preceito o centenário do
comboio que entre 1914 a 1926 passou em terras de Felgueiras, com estações na
então povoação da Longra e nas ao tempo vilas de Felgueiras e Lixa. (Embora, depois do comboio ter deixado de andar, a linha ainda se tivesse mantido durante mais alguns anos na estrada, tendo o desaparecimento sido consumado mais tarde, com o levantamento dos trilhos a ter acontecido em 1930 na Longra e decorrido até 1931 à Lixa.)
Será possível que o governo português, desta feita, com
aprovação das entidades competentes, veja a justeza desta necessidade e a linha
possa avançar? Ou não passará de mais do mesmo, sabendo-se como o Norte do País
é desprezado nos centros de decisão, em Lisboa, e nos círculos políticos o
interior do distrito do Porto é sistematicamente esquecido?! Como S. Tomé, há
que ver para crer (que querer, queremos nós). Mas algum dia será dia de também por estes lados haver
qualquer coisa, como se diz popularmente.
Enquanto isso, para já é de aplaudir aqui e agora essa promessa, feita pelo então candidato e atual Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, por já estar a passar de promessa, em vias de poder ser planeada com peso e medida.
Enquanto isso, para já é de aplaudir aqui e agora essa promessa, feita pelo então candidato e atual Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, por já estar a passar de promessa, em vias de poder ser planeada com peso e medida.
Regista-se pois o facto, com relevo pela importância que detém. Valorizando também a notícia escrita no JN (assinada pelo jornalista Roberto Bessa Moreira), que recortamos para guardar, e, com a devida vénia, para efeito público de interesse conterrâneo transpomos para este espaço.
Armando Pinto
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