Nos dias que correm, do agosto deste ano de quente Estio, até já houve por noites de luar a chamada superlua, em plena lua cheia; mas por norma em agosto é mais habitual aos olhos enamorados o típico luar de agosto, que calha bem por até saber bem estar ao relento nas horas de melhor temperatura. Ao jeito como cantava o povo quanto às ninfas ao luar, em noite de lua cheia... Tanto que
“Dizem que quando aparece o luar
Em noites de lua cheia
As ninfas do rio Douro a cantar
Dançam o vira na areia”...
(lembrando que as águas que correm por estes nossos lados, das correntes de ribeiros e riachos das nascentes do rio Sousa, desaguam no Douro...)
Ora, estando-se de momento ainda em agosto, com todas as matizes ambientais e memoriais que este período anual acalenta, quão contrariamente ao janeiro de fazer enregelar o corpo e o espírito, este mês de verão faz transpirar os sentimentos... nada melhor que espairecer o ânimo geral com uma lembrança de bons velhos tempos, passando olhos do afeto pelas leituras nas carteiras da escola antiga. Recordando-se a propósito a “lição” do Luar de Agosto, derivada do livro de leitura oficial, na pertinência desse luar ser especial, tal o das noites frias de inverno, afinal, ser idêntico em luminosidade ao do pino de verão.
Assim, junta-se dizer, como se conta popularmente, que noutra perspetiva também não há luar como o de janeiro nem amor como o primeiro – como ficou mesmo descrito num dos contos do livro "Sorrisos de Pensamento", chegado à luz pública em 2001. Contando para aqui agora, no caso, que esse amor tanto possa ser o romântico, quando somos crescidos, como o da infância, desde que começamos a ter noção da vida e nossos olhos começaram a ver e pensar ao mesmo tempo.
(...entre cujos diversificados sentidos, nesta envolvência, coloco os rostos dos meus pais em acrescento à página saudosista, qual imagem figurativa pessoal, no sentido familiar.)
Armando Pinto
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