Crónica pessoal desta semana no jornal Semanário de Felgueiras, edição de sexta-feira 29 de janeiro. (Recortes do artigo impresso e imagem da ilustração referida, mas que não aparece no texto publicado):
Hino de Felgueiras – Entre
Simbologia Felgueirense
Antigamente, no início do ensino
escolar, aprendia-se que a Pátria é a terra em que nascemos, em que viveram os
nossos pais e muitas gerações que nos precederam no chão que pisamos. A mesma
Pátria una do território que D. Afonso Henriques começou a talhar à força da
espada, a ínclita geração aprofundou e tantos heróis defenderam com sangue e
coragem, onde repousam nossos maiores, se distinguiram governantes a par de
santos e de sábios, escritores, artistas e operários... Com hino heroico e
bandeira própria. E «à sombra da mesma bandeira se diz na formosa língua
portuguesa a doce palavra Mãe!». Quão existe a palavra saudade...
Pois assim também a nível
concelhio a nossa terra deverá ser configurada pelo felgueirismo que ressalta
no sentimento felgueirense, quão Felgueiras teve de seu peito Gente que esteve
na epopeia dos Descobrimentos portugueses e inclusive pioneirismo na
transatlântica 1ª Travessia Aérea de Portugal à Índia. Podendo orgulhar-se de
ser terra de antigos condes da nobre primazia da nacionalidade e missionários
que levaram a fé aos quatro cantos do mundo. Bem como os homens e mulheres de
hoje e amanhã devem honrar seus avoengos patrícios, na salvaguarda de tudo o
que une o concelho, a começar na identidade de cada uma das suas históricas
freguesias de sempre.
Ao Portugal alevantado da sina de
Camões, corresponderá a nível local a identificação dos pormenores simbólicos,
quais valores materiais, culturais e espirituais dos padrões da alma concelhia.
Assim, além da natural carta geográfica do concelho, mais o brasão e a
bandeira, com cores e símbolos aprovados a nível superior desde 1929 e
reformulados após a elevação da sede a cidade, existe também o hino. Do qual há
até um disco gravado, assim como houve uma outra canção heroica de louvor Felgueiríada
desde os primeiros tempos do Coro Vicentino.
Pois existe mesmo um oficial Hino
de Felgueiras, com música antiga já, da autoria de Joaquim Chicória
(1876/1951), músico Vizelense outrora da Filarmónica musical conhecida
popularmente por “Banda do Aniceto”.
Ora essa versão do Hino Municipal
foi composta em 1919 e, depois de pela primeira vez tocada em público no ano de
1942, com dedicatória ao então Presidente da Câmara, Dr. Miguel Bacelar, foi
recuperada muito mais tarde, no tempo da Presidência Municipal de Júlio Faria,
com uma letra encomendada em 1991 pela Câmara Municipal de Felgueiras ao poeta
Arlindo Pinto (1918/2009), Penafidelense residente em Felgueiras a maior parte
de sua vida, conhecido normalmente por sr. “Cabo Pinto” da GNR. Canto esse, com
nome oficial de Hino de Felgueiras Cidade, que depois teve gravação editada em
disco de vinil no ano de 1992, com arranjos, direção musical e voz de Vicente
do Nascimento, mais colaboração musical do Coro Musical Vicentino.
Além de tal Hino oficial, também
há (ou houve) um outro hino, chamado de Hino do Concelho de Felgueiras, que
aliás foi o primeiro a ter arranjo total de composição musical e poética, cuja
versão foi feita em 1984 com letra de Fernando Ferreira Machado e música do
Padre Carlos Moura (melodia que foi gravada em cassete através de interpretação
do Coro Vicentino de Felgueiras e era entoada nos sinais de abertura e fecho
das emissões iniciais da Rádio Felgueiras).
Sendo que do Hino oficializado houve alguma distribuição de discos daqueles tais de vinil, dos quais também aqui o autor destas linhas tem um exemplar, é obviamente desse que se pode dar à estampa algo do mesmo. Como se ilustra esta lembrança com imagem da respetiva capa.
ARMANDO PINTO
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