Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 25 de julho de 2020

Dia de S. Tiago – Fim de semana da tradicional Festa de Rande


25 de julho é o dia dedicado pela Igreja ao Apóstolo S. Tiago, o Evangelizador da Península Ibérica, que em tempo de guerras da Reconquista Cristã, de cristãos contra muçulmanos, era invocado como “São Tago mata mouros”. O S. Tiago Maior, como principal desse nome dos discípulos de Jesus Cristo, filho de Zebedeu e irmão de João, que com seu irmão S. João Evangelista e S. Pedro foi dos prediletos de Jesus. Santo que como primeiro mártir dos Apóstolos e cristianizador das terras de Espanha e Portugal veio a ficar sepultado ao Norte da Ibéria, na Galiza. Cujo sepulcro em Compostela originou as grandes peregrinações da era medieval transportadas ao costume milenar dos Caminhos de Santiago, ao longo de cujo percurso se foram formando comunidades que passaram a ter S. Tiago como Padroeiro. Sendo assim Orago de terras com características particulares desses itinerários. Entre as quais a Paróquia de S. Tiago de Rande, no concelho de Felgueiras, integrante do Caminho Português do Baixo Douro, como consta do livro do Padre Arlindo Magalhães e está descrito no livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, do autor destas linhas.


Ora, neste dia 25 de julho é pois oportunidade de invocar também por este meio a devoção popularmente comunitária ao Orago de Rande. Sendo que a Festa em honra de S. Tiago ganhou foros de primazia na região em tempos de outrora, como consta de documentos antigos da paróquia, referidos mesmo no aludido livro da história local. A pontos da tradição da imagem do Padroeiro ser engalanada em seu andor com produtos da terra habitualmente colhidos na ocasião, tais como um cacho de uvas, porque nesta altura já S. Tiago pinta o bago, mais um pé de milho com espiga, por ser tempo de amadurecimento dos cereais espalhados pelas cearas dos campos da região. Sendo também e sobremaneira época de regresso de naturais espalhados pelo país e pelo mundo, com muitas pessoas em visita à terra de seus afetos. Como antigamente acontecia, por a Festa Paroquial de Rande estar incluída nas cerimónias da Comunhão Solene das crianças de Rande e Sernande, algo que dava outro ser a toda essa ambiência.


Em registo pessoal, nesta ocasião, recorda-se a Comunhão Solene aqui do autor destas lembranças, por meio do “Santinho” e do livro do Novo Testamento recebidos da mão do saudoso pároco Padre João Ferreira da Silva, no longínquo ano de 1964… Assim como se releva o caso do livro escrito pela era de 2000 sobre a Festa de Rande, em cujas páginas constam algumas destas e outras tradições e recordações.


Armando Pinto
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